SUS realiza seis em cada dez exames de imagem no Brasil, diz estudo

O Sistema Único de Saúde respondeu por 60% dos principais exames de imagem realizados no Brasil em 2023, somando mais de 101 milhões de procedimentos. No entanto, a proporção de exames para cada 1 mil usuários mostra que o acesso é ainda maior entre as pessoas que têm plano de saúde, apesar de ter havido melhora entre 2014 e 2023. Naquele ano, a cada 1 mil usuários do SUS, foram realizados cerca de 634,41 exames. Já no setor privado, foram aproximadamente 1.323 procedimentos custeados pelos planos para cada grupo de 1 mil beneficiários. Os dados são do Atlas da Radiologia no Brasil 2025, elaborado pelo Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem, com base em informações oficiais do Ministério da Saúde e da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Os números englobam cinco tipo de exames: raio-x (exceto odontológico), mamografia, ultrassonografia, tomografia computadorizada e ressonância magnética. A base de usuários considerada no estudo é de 160,4 milhões de brasileiros atendidos pelo SUS e de 51,2 milhões que possuíam plano de saúde em 2023. A partir dessa base, o Atlas calculou a razão entre os exames realizados em cada situação e a quantidade de usuários, o que chamou de densidade. Além disso, criou um Indicador de Desigualdade Público/Privado (IDPP). >> Siga o canal da Agência Brasil no WhatsApp Desigualdade menor A comparação anual mostra que a densidade no SUS aumentou e o IDPP caiu desde 2014 em quatro exames: raio-x, ultrassonografia, tomografia computadorizada e ressonância magnética. Já no caso das mamografias, o movimento foi inverso entre 2014 e 2020. Nos anos seguintes, a desiguladade caiu, mas continuou maior em 2023 (3,54) do que em 2014 (3,23). Isso significa que os usuários dos planos realizaram 3,54 vezes mais mamografias do que os do SUS. O exame é essencial para o diagnóstico do câncer de mama, e deve ser realizado, inclusive, para o rastreamento da doença, mesmo quando não há sintomas. No entanto, há divergência sobre a periodicidade recomendada. O Ministério da Saúde preconiza um exame a cada dois anos, para todas as mulheres entre 50 e 69 anos. Já o rol obrigatório da ANS garante às usuárias dos planos a mamografia de rastreio já a partir dos 40 anos. O menor IDPP, ou seja, a menor diferença entre o SUS e os planos de saúde, é encontrada no raio-x: 1,36. Já a maior desigualdade está na ressonância magnética: o exame foi realizado 13,13 vezes mais entre os beneficiários dos planos, do que entre os usuários de serviços públicos. O Atlas, no entanto, mostra que a densidade de ressonâncias no serviço público mais do que dobrou entre 2014 e 2023, saindo de 6,07 exames a cada 1 mil pessoas, para 13,80, o que fez o IDPP cair 30% no período. Disponibilidade dos exames Atlas da Radiologia no Brasil 2025 também traz informações sobre a disponibilidade dos aparelho necessários para realizar os exames e aponta significativas diferenças regionais e conforme a complexidade. Considerando todo o sistema de saúde, público e privado, o país tem quase 27 aparelhos de ultrassom e 16 de raio-x a cada 100 mil habitantes. Por outro lado, há apenas 3,38 tomógrafo, 3,21 mamógrafos e 1,69 equipamentos de ressonância. A quantidade absoluta de aparelhos disponíveis é maior na Região Sudeste em todos os cinco casos, mas a densidade, ou seja, quantos aparelhos há para cada 100 mil pessoas, é maior no Centro-Oeste em quatro, à exceção dos equipamentos de raio-x. Na outra ponta, os moradores do Nordeste têm menos acesso a tomógrafos e há apenas 1,1 equipamento de ressonância a cada 100 mil habitantes. A Região Norte é a menos abastecida do país em ultrassons, mamógrafos e aparelhos de raio-x. No Acre, há apenas 7 mamógrafos para atender a rede SUS, perfazendo uma densidade de menos de 1 aparelho para cada 100 mil usuários. Já a densidade na rede privada é de 35 aparelhos por 100 mil. A proporção de aparelhos por usuário é ainda menor no caso dos equipamentos de ressonância: 0,60. O estudo do Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem também calculou o Indicador de Desigualdade Público/Privado da oferta de equipamentos. Considerando a média brasileira, novamente ele é menor no caso do raio-x, 2,34, mas a maior diferença foi encontrada na presença dos aparelhos de ultrassom: há 3,74 vezes mais nos serviços privados cobertos pelos planos de saúde do que no SUS. Fonte
35 anos do SUS: sistema é maior conquista social do país, diz ministro

Na data em que o Sistema Único de Saúde (SUS) completa 35 anos, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, avaliou que ele se consolida como um dos maiores sistemas públicos de saúde do mundo. “Ao longo dessas três décadas e meia, o SUS transformou a realidade da saúde pública brasileira”. Padilha lembrou que, antes do SUS, o acesso à saúde pública era restrito a quem contribuía para a Previdência Social. “Hoje, o SUS é descentralizado, municipalizado e participativo”, disse, ao citar características como universalidade, equidade e integralidade do sistema. Dentre os serviços destacados pelo ministro estão a produção e distribuição de vacinas em unidades básicas de saúde (UBS) de todo o país e os tratamentos especializados, incluindo transplantes, hemodiálise, cuidados oncológicos e reabilitação de pacientes. Padilha citou ainda o trabalho de agentes comunitários de saúde. “Temos atendimento específico a pessoas em situação de rua, comunidades indígenas, unidades rurais, ribeirinhas e quilombolas em todo o Brasil e na rede de apoio psicossocial”, disse, ao ressaltar ainda o trabalho do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Padilha comentou ainda serviços como transplantes, doação de sangue, bancos de leite e ofertas de medicamento, incluindo os de alto custo. Ele também lembrou do atendimento a pessoas com doenças raras, dos tratamentos oncológicos e dos cuidados paliativos ofertados na rede pública. Um dos desafios históricos do SUS, segundo o próprio ministro, diz respeito ao tempo de espera para a realização de consultas, de exames, de diagnósticos e de cirurgias eletivas. “Cenário que foi ainda mais agravado pela pandemia de covid-19”, lembrou, ao destacar a criação do programa Agora Tem Especialistas. “Para reduzir o tempo de espera por exames, diagnósticos, tratamentos e cirurgias em áreas estratégicas, como oncologia, ginecologia, saúde da mulher, cardiologia, ortopedia, oftalmologia e otorrinolaringologia”, disse, ao classificar o SUS como “a maior conquista social do Brasil”. Fonte
SUS: 76% da população brasileira têm atendimento gratuito de saúde

O Sistema Único de Saúde (SUS) completa, nesta sexta-feira (19), 35 anos de existência e, na avaliação do Ministério da Saúde, se consolida como o maior sistema público, gratuito e universal do mundo. Em nota, a pasta destacou que o SUS surgiu como resultado de um movimento histórico na 8ª Conferência Nacional de Saúde, em 1986, e ganhou forma na Constituição de 1988, que definiu a saúde como direito de todos e dever do Estado. “Antes do SUS, apenas trabalhadores formais vinculados à Previdência Social tinham atendimento garantido nos hospitais públicos. Na prática, apenas 30 milhões de pessoas eram beneficiadas”, lembrou o ministério. “Para o restante da população, a alternativa era a caridade, serviços filantrópicos ou o pagamento direto. Hoje, toda a população tem direito aos atendimentos”, completou o ministério. Dados do governo mostram que, atualmente, 76% da população brasileira, de um total de 213,4 milhões de pessoas, dependem diretamente do SUS. Os números indicam ainda 2,8 bilhões de atendimentos ao ano e 3,5 milhões de profissionais em atuação. SUS: 30 mil procedimentos realizados em 2024. Foto-arquivo: Marcelo Camargo/Agência Brasil – Marcelo Camargo/Agência Brasil Saúde da família Para o ministério, uma das ações de destaque no SUS é a Estratégia Saúde da Família (eSF). Lançada em 1994 com foco na atenção primária, a estratégia conta com equipes presentes em todas as regiões do país. As ações incluem promoção, prevenção, diagnóstico e tratamento em unidades básicas de saúde (UBS) e em áreas remotas e fluviais, além de consultórios na rua e territórios indígenas. Transplantes A pasta ressaltou ainda que o Brasil detém hoje a maior rede pública de transplantes do mundo. Em 2024, o país bateu recorde histórico no SUS, com 30 mil procedimentos realizados. O sistema fornece ainda medicamentos imunossupressores necessários para transplantados. Vacinação O SUS conta também com o maior programa público de vacinação da América Latina, o Programa Nacional de Imunizações (PNI). Atualmente, são disponibilizados 48 imunobiológicos, sendo 31 vacinas, 13 soros e quatro imunoglobulinas. “As ações contribuíram para marcos como a erradicação da poliomielite, em 1994, até resultados mais recentes, como a recertificação de país livre de sarampo pela OPAS [Organização Panamericana da Saúde],” destacou o ministério. O Brasil ainda foi pioneiro na oferta de vacina contra a dengue, ofertada atualmente para crianças e adolescentes com idade entre 10 e 14 anos. .Brasil ainda foi pioneiro na oferta de vacina contra a dengue, segundo o Ministério da Saúde. Foto-arquivo: Paulo Pinto/Agência Brasil. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil – Paulo Pinto/Agência Brasil Outros destaques Para a pasta, a trajetória do SUS é marcada também pela criação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), em 2003; do programa Brasil Sorridente, em 2004; do Farmácia Popular, em 2004, da Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás), em 2004; da Rede Cegonha, atual Rede Alyne, em 2011; e do Programa Mais Médicos, em 2013, dentre outros. “Desde 2023, o governo federal retomou a agenda voltada ao fortalecimento do complexo econômico-industrial da saúde com medidas para reduzir a dependência do Brasil. A expectativa é que, em até dez anos, 70% das necessidades do SUS em medicamentos, equipamentos e vacinas sejam produzidos no país”, completou o ministério. Desafios A pasta avalia como um dos desafios históricos o tempo de espera para atendimento na rede pública. A expectativa do governo é que a questão seja sanada por meio do programa Agora Tem Especialistas, que tem como foco seis áreas estratégicas: oncologia, cardiologia, ginecologia, ortopedia, oftalmologia e otorrinolaringologia. Outra estratégia apontada pelo ministério é a expansão da telessaúde, que pode reduzir em até 30% o tempo de espera por atendimento especializado no SUS e figura como um dos eixos do programa. Os dados mostram que, em 2024, foram registrados 2,5 milhões de atendimentos em telessaúde. Ainda de acordo com a pasta, por meio do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Saúde, o governo pretende entregar novas unidades básicas de saúde (UBS), salas de teleconsulta, unidades odontológicas móveis, policlínicas, maternidades, centros de atenção psicossocial (Caps) e ambulâncias. “A meta é universalizar o serviço de emergência até o final de 2026 e ele, agora, está presente também em território indígena, com atendimento 24 horas e profissionais bilíngues”, concluiu o ministério. Fonte
Consulta pública avalia inclusão de vacina contra herpes zóster no SUS

O Ministério da Saúde abriu nesta quarta-feira (17) uma consulta pública para discutir a incorporação da vacina contra o herpes zóster no Programa Nacional de Imunização (PNI). A proposta contempla idosos com 80 anos ou mais, e indivíduos imunocomprometidos a partir de 18 anos. A Consulta Pública nº 78 ficará disponível até 6 de outubro na plataforma Participa + Brasil. Até o momento, já foram registradas 75 contribuições. Qualquer pessoa pode enviar opiniões e sugestões sobre o tema. Para participar, é necessário preencher o formulário eletrônico. Os interessados podem enviar até dois arquivos com sugestões ou documentos de apoio. O envio de dados pessoais, informações sensíveis ou materiais de terceiros sem autorização não é permitido. As contribuições serão analisadas pela comissão técnica, que decidirá sobre a incorporação da vacina. Os relatórios técnicos que embasam a recomendação preliminar da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec), no Sistema Único de Saúde (SUS), estão disponíveis para leitura. A análise e a deliberação do colegiado também podem ser conferidas no relatório divulgado pelo Ministério da Saúde. >> Siga o canal da Agência Brasil no WhatsApp Herpes-zóster O herpes-zóster, também conhecido como cobreiro, é causado pela reativação do vírus da catapora (varicela-zóster) e costuma atingir idosos e pessoas com imunidade baixa. A doença provoca dor intensa, febre, manchas e bolhas na pele, que podem evoluir para complicações graves, como a neuralgia pós-herpética (NPH) — dor crônica que persiste mesmo após o fim das lesões. Entre 2008 e 2024, o SUS registrou mais de 85 mil atendimentos ambulatoriais e 30 mil internações por herpes-zóster no Brasil. Entre 2007 e 2023, 1.567 mortes foram associadas à doença. A maioria tinha idade igual ou superior a 50 anos. O tratamento no sistema público envolve medicamentos para aliviar os sintomas e, nos casos mais graves, o uso de antivirais como o aciclovir. Para a NPH, são oferecidos fármacos como amitriptilina, carbamazepina e lidocaína em gel. Incorporação no SUS A incorporação ao SUS da vacina recombinante adjuvada foi uma solicitação do Departamento do Programa Nacional de Imunizações, da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente, e do Ministério da Saúde. A vacina contém uma proteína do vírus varicela-zóster (antígeno gE) combinada a um adjuvante (AS01B), que ajuda o sistema imunológico a reconhecer e combater o vírus. Ela é administrada por via intramuscular, em duas doses de 0,5 mL, com intervalo de dois meses. A Conitec avaliou segurança e eficácia da vacina. Estudos apontam eficácia superior a 80% na prevenção da doença e da NPH. Sobre a segurança, ela foi considerada segura. Os eventos adversos mais comuns relatados foram: dor no local da aplicação, cansaço, dor muscular, dor de cabeça e febre, geralmente de intensidade leve a moderada. O alto custo é o principal desafio: o investimento estimado seria de R$ 5,2 bilhões em cinco anos. Para a Conitec, a conclusão é de que a vacina não oferece um benefício suficientemente significativo para justificar o seu custo para o SUS. Fonte
Comissão vai avaliar inclusão da PrEP injetável no SUS

A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) vai avaliar a inclusão da forma injetável da Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) no SUS. Atualmente, os serviços públicos já oferecem os medicamentos sob a forma de comprimidos, que devem ser tomados diariamente, ao contrário da versão injetável, aplicada a cada dois meses. A PrEP é uma forma eficaz de prevenção à infecção pelo vírus HIV e deve ser tomada por pessoas mais vulneráveis ao contato com o vírus. O parecer da Conitec é o primeiro passo para a inclusão de qualquer tecnologia no SUS. A comissão pode ser favorável ou contrária à incorporação e analisa critérios científicos e econômicos, além de ouvir a população em consultas públicas. O pedido de parecer foi feito pela farmacêutica GSK, produtora do cabotegravir, primeira PrEP injetável de longa duração aprovada para uso no Brasil, com apoio da Sociedade Brasileira de Infectologia. O Ministério da Saúde já vem avaliando as possíveis vantagens do medicamento, por meio da pesquisa ImPrEP CAB, realizada pela Fundação Oswaldo Cruz. Estudo feito com 1,4 mil pessoas, em seis cidades brasileiras, mostrou que 83% preferiram utilizar o cabotegravir, em vez dos comprimidos, e 94% dessas compareceram ao serviço de saúde para tomar as injeções no prazo correto, o que garantiu que elas permanecessem protegidas ao longo do tratamento. Nenhuma delas foi infectada pelo vírus. Já as pessoas que preferiram utilizar a PrEP oral ficaram protegidas durante apenas 58% dos dias de acompanhamento e uma delas testou positivo para HIV. Para os pesquisadores, isso mostra que a PrEP injetável pode garantir maior adesão e proteção. De acordo com o Ministério da Saúde, o número de usuários de PrEP no Sistema Único de Saúde chegou a 119 mil este ano. Os números absolutos de novas infecções subiram em 2023, de acordo com o último boletim epidemiológico anual publicado pela pasta. Foram notificados 46.495 casos no país, cerca de 2 mil a mais do que em 2022. Mais de 40% deles ocorreram em homens de 20 a 29 anos. Apesar disso, graças aos avanços no tratamento, entre 2013 e 2023, a mortalidade por aids caiu 32,9% no país. Fonte
Cartão do SUS será unificado com dados de CPF do usuário

O novo Cartão Nacional de Saúde (CNS), a partir de agora, passa a exibir nome e CPF no lugar do antigo número. A mudança foi anunciada nesta terça-feira (16) pelos ministérios da Saúde e da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI). A previsão é que 111 milhões de cadastros sejam inativados até abril de 2026 – desde julho, 54 milhões já foram suspensos. Em entrevista coletiva, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou que pacientes sem CPF continuam sendo atendidos normalmente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “Não estamos deixando ninguém para trás. As pessoas que não têm CPF ainda vão continuar a ser atendidas”, disse. “Não há sistema nacional de saúde público que tenha o volume, a diversidade e a complexidade dos dados que tem o SUS”, completou. Higienização Para tornar a unificação possível, a pasta iniciou uma espécie de limpeza da base de cadastros de usuários do SUS, conhecida como CadSUS. Desde então, os registros passaram de 340 milhões para 286,8 milhões de cadastros ativos. Desse total, 246 milhões já estão vinculadas ao CPF, enquanto 40,8 milhões permanecem sem CPF, em fase de análise para inativação. O processo de higienização, de acordo com o ministério, alcança ainda cadastros inconsistentes ou duplicados. “Estamos dando um passo muito decisivo para uma revolução tecnológica no Sistema Único de Saúde. Não é simples o que estamos fazendo”, avaliou Padilha, ao citar que o sistema nacional de saúde pública inglês, ao criar seu cartão de unificação, demorou 10 anos para conseguir implementar a ação. Integração A estimativa do governo é que 11 milhões de registros sejam inativados todos os meses, totalizando 111 milhões até abril de 2026. A meta é que, ao final da ação, a base de cadastros de usuários do SUS seja equivalente ao total de CPFs ativos na Receita Federal: 228,9 milhões. O avanço, segundo o ministério, foi possível graças à interoperabilidade do CadSUS e da base de dados da Receita Federal, utilizando o CPF como identificador único do cidadão e viabilizando acesso a dados como histórico de vacinas e medicamentos garantidos no programa Farmácia Popular. Usuários sem CPF Em nota, a pasta informou ter estabelecido um cadastro temporário para cidadãos atendidos no SUS sem CPF, válido por um ano. A medida, de acordo com o comunicado, atende a situações em que a pessoa não consegue informar o CPF no momento do atendimento, como em casos de emergência. “Após a alta ou regularização, é necessária a prova de vida e a inclusão do CPF”, destacou o ministério. Populações que não utilizam CPF, como estrangeiros, indígenas e ribeirinhos, permanecem identificadas pelo Cadastro Nacional de Saúde, nomenclatura que vai substituir a expressão Cartão Nacional de Saúde “para reforçar que se trata de um registro secundário e complementar”, reforçou a pasta. Bases de dados O ministério informou que vai readequar todos os sistemas de informação do SUS para que passem a utilizar o CPF do paciente – a começar pelos mais utilizados por estados e municípios, como a Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS), o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e o prontuário eletrônico da atenção primária. O calendário, segundo Padilha, será pactuado com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems). O prazo para conclusão é dezembro de 2026. Ainda de acordo com a pasta, o CadSUS será integrado à Infraestrutura Nacional de Dados (IND), coordenada pelo MGI. “A medida permitirá receber informações de outros ministérios e órgão, como IBGE [Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística] e CadÚnico [Cadastro Único], e compartilhar dados de saúde de forma segura, sem transferência integral da base”. “A ação vai melhorar o monitoramento, combater o desperdício e fortalecer a gestão pública”, concluiu o ministério na nota. Fonte
Campanha pede inclusão de medicamentos para obesidade no SUS

A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem) lançou esta semana campanha nacional pela inclusão no Sistema Único de Saúde (SUS) de fármacos que combatem a obesidade. O movimento conta com apoio da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade (Abeso), da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), entre outras. Em nota, a Sbem informou que a proposta é mobilizar a sociedade, sensibilizar autoridades e pressionar por políticas públicas que garantam acesso a tratamento adequado, sobretudo medicamentoso, na rede pública. O comunicado cita que a obesidade, embora reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como doença crônica multifatorial, permanece como uma das únicas sem tratamento medicamentoso incorporado ao SUS. “Enquanto pacientes com hipertensão, diabetes, asma ou dislipidemia têm acesso gratuito a medicamentos, aqueles que vivem com obesidade permanecem sem qualquer alternativa terapêutica na rede pública”, destacou a Sbem. A entidade ressalta que, até o momento, nenhum fármaco para perda de peso foi incorporado ao SUS – nem mesmo medicamentos agonistas GLP-1, popularmente conhecidos como canetas emagrecedoras. “Nos últimos cinco anos, quatro medicamentos para o tratamento da obesidade foram submetidos à análise da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) e tiveram sua incorporação negada: orlistate, sibutramina, liraglutida e semaglutida.” Números Dados do Atlas Mundial da Obesidade 2025, da Federação Mundial da Obesidade (WOF, na sigla em inglês), indicam que 31% dos adultos brasileiros têm obesidade, enquanto 68% têm sobrepeso – o que significa que quase sete em cada 10 vivem com excesso de peso. As projeções indicam que, se nada for feito, até 2044 quase metade da população adulta brasileira (48%) estará obesa. O relatório revela ainda que mais de 60 mil mortes prematuras no Brasil são atribuíveis ao sobrepeso e à obesidade por sua associação a doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes tipo 2 e acidente vascular cerebral (AVC). “Além do impacto humano, o problema traz custos expressivos para o sistema de saúde”, destacou a Sbem, ao citar estimativas de estudo feito pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) que apontam que, entre 2021 e 2030, os custos diretos ao SUS com doenças associadas à obesidade podem atingir US$ 1,8 bilhão. Já as perdas indiretas, como anos de vida produtiva, segundo o estudo, podem chegar a US$ 20 bilhões. Fonte
Projeto orienta cirurgias cardíacas infantis em tempo real no SUS

Com apenas 7 meses de idade, Laura precisou passar por uma cirurgia cardíaca para corrigir uma má formação congênita, associada à Síndrome de Down. A mãe dela, Maria Izonete Pinheiro, conta que a alteração genética da filha foi uma surpresa revelada apenas após o nascimento. “Eu fiz todos os exames de pré-natal, mas a trissomia [anomalia do crossomo 21 que causa a síndrome] não foi detectada durante a gravidez. Foi muito assustador saber que ela teria que fazer uma cirurgia cardíaca, mas felizmente a gente conseguiu fazer com rapidez, e eu agradeço muito à toda a equipe do hospital”. A bebê foi uma das primeiras pacientes do projeto Congênitos, que reforça a linha de cuidado da cardiopatia congênita em crianças atendidas pelo Sistema Único de Saúde em três hospitais de Fortaleza (CE), Recife (PE) e Manaus (AM). Laura é paciente do Hospital Infantil Albert Sabin, na capital cearense, que recebe cerca de 80 pacientes com cardiopatia congênita por semana, vindos de várias cidades e até de estados vizinhos. Izonete e a filha Laura após cirurgia no Hospital Infantil Albert Sabin, em Recife. Levi Aguiar/HIAS Com a inclusão no projeto Congênitos, profissionais do Hospital do Coração de São Paulo (Hcor), serviço particular de referência no Brasil, têm acompanhado remotamente o trabalho no Albert Sabin e também no Hospital Francisca Mendes em Manaus e no Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira, em Recife. Além de debater semanalmente os casos e as melhores formas de intervenção, a cada mês, um paciente é operado sob acompanhamento a distância, em tempo real, dos profissionais do hospital paulista. O sistema de Teleorientação do Ato Cirúrgico utilizado pelo projeto foi criado pelo Instituto do Coração da Universidade de São Paulo (USP). A pequena Laura foi operada sob essa supervisão em agosto. “Eles monitoram o paciente à distância, desde a visualização por uma câmera, que fica na cabeça do cirurgião e que mostra o que está sendo realizado dentro do campo cirúrgico, até o monitoramento da pressão, batimentos, oxigenação, anestesia, todos os detalhes que fazem parte da cirurgia. Então, eles têm toda uma equipe de experts que veem como nós estamos conduzindo, contribuem com sugestões e discutem melhores práticas”, complementa a cardiologista pediatra do Hospital Infantil Albert Sabin, Geni Medeiros. Ampliação dos serviços de referência O termo “cardiopatia congênita” engloba diversas formas de má-formação no coração ocorridas durante o desenvolvimento fetal. O Ministério da Saúde estima que quase 30 mil crianças nascem com a condição no Brasil anualmente. Aproximadamente 80% delas vão precisar de cirurgia em algum momento, o que gera uma demanda de mais de 11 mil operações por ano. Metade dessas crianças precisa do procedimento no primeiro ano de vida. Mas nem todos os hospitais do país têm condições de realizar essas cirurgias. E alguns, como o próprio Albert Sabin, precisam encaminhar casos mais complexos para outras unidades, o que gera sobrecarga para esses hospitais e pode atrasar o procedimento, aumentando o risco de complicações futuras. “Nós já temos cirurgia cardíaca no hospital há cerca de 20 anos, mas esse setor ainda tem muito espaço para crescer, tanto em volume quanto em complexidade. O serviço de referência que nós temos aqui em Fortaleza, que é o Hospital do Coração de Messejana, já não dá conta”, diz Geni Medeiros, que explica que o Albert Sabin foi considerado uma alternativa para aumentar a oferta desse serviço e, por isso, recebeu o projeto Congenitos. Cirurgia cardíaca infantil no Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira, em Recife Igor Toscano/IMIP De acordo com a líder médica do Serviço de Cardiologia Pediátrica do Hcor, Ieda Jatene, o objetivo é aperfeiçoar os protocolos de atendimento gerais e trocar experiências sobre casos específicos: “Eles já fazem cirurgias de baixa e média complexidade, e também alguns casos de alta complexidade, mas a ideia é amadurecer, do ponto de vista técnico, para que eles também consigam tratar crianças que ainda precisam ser transferidas para outros serviços que tenham mais expertise em cardiopatia de alta complexidade” A cardiologista reforça que isso é benéfico tanto para os pacientes, quanto para o sistema SUS: “Se você fizer a cirurgia no momento certo, com a técnica certa, com os recursos adequados, essa criança vai ter uma sobrevida ótima e vai ser um adolescente, um adulto com uma vida praticamente normal. Mas quando a gente não opera no momento ideal, enquanto esperam a cirurgia, essas crianças ficam com a pressão no pulmão mais elevada, com quadros repetidos de infecção, e acabam passando por várias internações. E, quando finalmente são operadas, têm pós-operatório mais longo, com mais complicações” O projeto está sendo desenvolvido dentro do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS). As três unidades foram escolhidas pelo Ministério da Saúde, considerando sua relevância para as regiões Norte e Nordeste, e que essas regiões são as mais dessasistidas por serviços cardíacos infantis. Os hospitais serão acompanhados até o ano que vem, e 60 cirurgias teleorientadas devem ser relizadas neste período. Fonte
Secretaria de Saúde convoca mais de 8,5 mil jovens entre 15 e 19 anos para vacina contra HPV

A Secretaria de Saúde da Prefeitura Taubaté, por meio da Vigilância Epidemiológica, convoca 8.651 jovens para se vacinarem contra o HPV (Papilomavírus Humano). A vacina será destinada às pessoas que não tomaram o imunizante quando tinham entre 9 e 14 anos. A Secretaria de Saúde da Prefeitura Taubaté, por meio da Vigilância Epidemiológica, convoca 8.651 jovens para se vacinarem contra o HPV (Papilomavírus Humano). A vacina será destinada às pessoas que não tomaram o imunizante quando tinham entre 9 e 14 anos. A ação acontece em parceria com a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo devido a baixa cobertura vacinal. A iniciativa, denominada “Resgate”, se estende até o dia 3 de novembro. A vacina é disponibilizada pelo SUS (Sistema Único de Saúde), é gratuita e está disponível em todas as salas de vacina do município. No calendário Nacional de Imunização do SUS, esse imunizante está disponível desde 2014 para meninas entre 9 e 14 anos e, desde 2017, para meninos da mesma idade, portanto, aqueles que não foram vacinados na faixa etária indicada, podem agora se proteger contra o HPV. Cobertura vacinal Apesar da oferta regular da única vacina que protege contra vários tipos de câncer, a adesão ao imunizante é baixa em todo país. Em Taubaté, a cobertura vacinal para a vacina contra o HPV em crianças e adolescentes entre 9 e 14 anos de idade é de apenas 9,32% — não muito diferente de 2024, ano em que 10,56% dos adolescentes foram vacinados. Atualmente, a estimativa é de que 29.905 crianças e adolescentes tenham de 9 a 14 anos, no município. Na nova estratégia do Ministério da Saúde para a vacina do HPV, a meta é imunizar 90% do público de 15 a 19 anos. Anteriormente, essa faixa etária não tinha acesso ao imunizante pelo SUS, portanto, é uma oportunidade única para ampliar o número de pessoas protegidas. Segundo estimativa do Ministério da Saúde, na primeira fase dessa nova estratégia de imunização contra o HPV, Taubaté tem 8.651 faltosos para receber a sua dose: 2.116 mulheres e 6.535 homens. HPV O HPV (sigla em inglês para Papilomavírus Humano), é responsável pela infecção sexualmente transmissível mais frequente no mundo. Está associado ao desenvolvimento da quase totalidade dos cânceres de colo de útero, bem como a diversos outros tumores em homens e mulheres. Na maioria das pessoas, a infecção pelo HPV não apresenta sintomas e, em alguns casos, podem não manifestar sinais de adoecimento. (Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil)
Prefeitura de São Paulo vai ampliar oferta de canabidiol pelo SUS

A Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo anunciou nesta segunda-feira (25) que passará a usar medicamentos à base de canabidiol, substância química da cannabis, para o tratamento de mais de 30 tipos de doença ou transtornos na rede pública.. Os pacientes, que anteriormente recorriam à via judicial para conseguir o tratamento, agora poderão obter prescrições médicas de forma mais acessível na rede pública da capital. O tratamento à base de canabidiol será destinado inicialmente para pacientes com quadros graves ou refratários. Entram na lista das doenças e condições de saúde que poderão receber o tratamento as epilepsias, dores crônicas, doenças neurodegenerativas, transtorno do espectro autista e patologias reumatológicas. Prescrição Os médicos legalmente habilitados e capacitados serão os únicos que poderão prescrever o uso da cannabis medicinal. A secretaria informou que profissionais da rede estão sendo capacitados para oferecer o uso terapêutico do medicamento. As farmácias municipais de referência serão responsáveis pela venda da medicação. Os pacientes que pretendem utilizar o canabidiol devem apresentar prescrição médica, notificação de receita B1 (do tipo azul), cartão SUS ou CPF e Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). As farmácias habilitadas na venda dos produtos podem ser consultadas na plataforma Remédio na Hora. Cinco apresentações orais de canabidiol serão disponibilizadas na rede municipal: Full Spectrum 200mg/ml e 100mg/ml (com até 0,2% THC); Broad Spectrum 200mg/ml, 100mg/ml e 50mg/ml (isentas de THC). De acordo com a Secretaria Municipal da Saúde, as orientações sobre o uso medicinal da cannabis seguem a legislação vigente e a regulamentação da Anvisa. *Estagiário sob supervisão de Eduardo Luiz Correia Fonte



