Comando C4 especializado em assassinatos e espionagem contra autoridades

Polícia Federal desarticula grupo extremista “Comando C4” especializado em assassinatos e espionagem contra autoridades A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quarta-feira (28) a 7ª fase da Operação Sisamnes, que teve como alvo o grupo extremista autodenominado “Comando de Caça aos Comunistas, Criminosos e Corruptos” (C4). A organização criminosa, formada por civis, militares da ativa e da reserva, atua nos estados de Mato Grosso, São Paulo e Minas Gerais, e é especializada em assassinatos sob encomenda, espionagem e ameaças contra autoridades brasileiras, incluindo ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e parlamentares do Congresso Nacional. Estrutura e modus operandi do grupo Segundo a PF, o C4 possui uma estrutura paramilitar e atua com extrema violência, cobrando valores que variam entre R$ 100 mil e R$ 250 mil para executar assassinatos, conforme a importância da vítima. Documentos apreendidos revelaram uma tabela de preços para execuções, com o valor mais alto destinado a ministros do STF, que custariam R$ 250 mil. Além disso, o grupo realizava espionagem contra autoridades, monitorando suas rotinas e informações sigilosas. A investigação teve início após o assassinato do advogado Roberto Zampieri, ocorrido em dezembro de 2023 em Cuiabá (MT). Zampieri era conhecido como “lobista dos tribunais” e estava envolvido em um esquema de venda de sentenças judiciais no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e no Tribunal de Justiça de Mato Grosso. As apurações indicam que o homicídio está diretamente ligado a essa rede criminosa. Operação Sisamnes e medidas judiciais A operação, autorizada pelo ministro Cristiano Zanin, do STF, cumpriu mandados de prisão, busca e apreensão, além de medidas cautelares como monitoramento eletrônico, recolhimento domiciliar noturno, proibição de contato entre investigados e apreensão de passaportes. Cinco pessoas foram presas, incluindo militares da reserva, suspeitos de integrar o grupo e participar das ações criminosas. Impacto e contexto histórico O nome do grupo, “Comando de Caça aos Comunistas, Criminosos e Corruptos”, remete ao “Comando de Caça aos Comunistas” (CCC), organização paramilitar de extrema-direita que atuou durante a ditadura militar brasileira nas décadas de 1960 e 1970, promovendo perseguições e violência contra militantes de esquerda, artistas e estudantes. A desarticulação do C4 representa um avanço significativo no combate a grupos extremistas que ameaçam a democracia e a segurança pública no Brasil, evidenciando a atuação conjunta das forças de segurança para desmantelar organizações criminosas que utilizam violência e intimidação para atingir autoridades e instituições.
São Paulo lança prontuário digital inovador para integrar políticas sociais de combate à pobreza

O Governo do Estado de São Paulo vai disponibilizar gratuitamente aos municípios um prontuário eletrônico familiar integrado para apoiar a implementação do SuperAção SP — programa estadual de superação da pobreza lançado no dia 20 de maio, no Palácio dos Bandeirantes. Com essa iniciativa, São Paulo passa a ser o primeiro estado no país a ofertar uma ferramenta inovadora na gestão de políticas sociais. A proposta do prontuário é permitir que os municípios que aderirem ao programa tenham acesso a uma plataforma digital unificada, onde será possível registrar e acompanhar, de forma contínua e organizada, a trajetória de cada família atendida. Os dados incluirão informações de diversas áreas, como assistência social, saúde, educação, habitação, qualificação profissional e inserção no mercado de trabalho, sempre pela ótica da assistência social. LEIA TAMBÉM: ‘SuperAção SP cria planos individuais e conecta famílias a serviços’, diz secretária Além de fortalecer o planejamento das ações, a ferramenta também permitirá maior integração entre as políticas públicas estaduais e municipais, evitando sobreposições e lacunas no atendimento. O sistema será utilizado pelos Agentes de SuperAção, profissionais que farão o acompanhamento individualizado das famílias participantes do programa, e por todas as equipes e profissionais do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) nos municípios que aderirem ao sistema. Esses agentes serão capacitados pelo Governo de SP e atuarão de forma próxima aos beneficiários, construindo com cada família um plano de desenvolvimento com metas e etapas personalizadas. Entenda aqui como será a atuação dos agentes do SuperAção SP. Segundo a Secretaria de Desenvolvimento Social, o prontuário será obrigatório para os municípios que aderirem ao programa, funcionando como instrumento central para a gestão e monitoramento das ações. LEIA TAMBÉM: SuperAção SP: atendimento personalizado para famílias é diferencial do programa SuperAção SP O SuperAção SP é um programa inédito, integrado e intersetorial com o objetivo de dar condições para que famílias vulneráveis tenham apoio e acesso às oportunidades para a efetiva superação da pobreza no estado de São Paulo. Trata-se de uma jornada completa e estruturada, que leva à emancipação e à autonomia dessa população. Com aporte inicial de R$ 500 milhões para operacionalização, o SuperAção SP integra ações de proteção social, capacitação profissional e inclusão no mundo do trabalho, em parceria com os municípios. As famílias são selecionadas pelo CadÚnico e acompanhadas por agentes sociais por até dois anos, com planos personalizados, auxílios financeiros, bonificações por metas e acesso a políticas públicas de assistência social, educação, saúde, habitação e geração de renda. LEIA TAMBÉM: SuperAção SP: entenda como funciona o programa do Governo de SP para romper o ciclo de pobreza no estado O programa avaliou mais de 60 experiências internacionais bem-sucedidas e foi construído com apoio de especialistas globais ao longo de um ano. Será estruturado em ondas, atendendo, nessa primeira etapa, 105 mil famílias em situação de vulnerabilidade social. Os benefícios variam conforme a etapa e podem chegar a R$ 10,4 mil por família ao longo do percurso.
Governo de SP anuncia a SP House no SXSW 2026

Em um novo espaço privilegiado, a casa será maior e vai oferecer ainda mais oportunidades para marcas e parceiros Pelo terceiro ano consecutivo, o Governo de São Paulo marcará presença no South by Southwest (SXSW), o maior evento de inovação do mundo. Sucesso de público, com mais de 15 mil visitantes em 2025, a SP House retorna ao evento em 2026, em um novo local, com um espaço maior e privilegiado, oferecendo ainda mais oportunidades para marcas e parceiros. A programação do espaço será realizada entre os dias 13 e 16 de março de 2026. O anúncio foi feito durante evento para parceiros, realizado nesta segunda-feira (26), na Pinacoteca. A SP House é organizada pela Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, InvestSP (agência de promoção de investimentos vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico) e Prefeitura de São Paulo, e em 2026 segue focada no objetivo de promover São Paulo como um polo global de inovação e economia criativa, além de atrair investimentos estrangeiros. LEIA TAMBÉM: Governo de São Paulo abre inscrições para o 18º Prêmio São Paulo de Literatura “A SP House é um grande sucesso, e estamos muito felizes em anunciar que retornaremos ao SXSW em 2026. Este é um projeto muito importante para que possamos seguir mostrando ao mundo toda a potência que é o estado de São Paulo. Em 2024 e 2025 reunimos milhares de pessoas, de diversos países, mostramos histórias e todas as possibilidades que o nosso estado tem a oferecer e em 2026 estamos lá novamente em uma estrutura ainda maior”, ressaltou a secretária da Cultura, Economia e Indústrias Criativas, Marilia Marton. O lançamento da SP House 2026 contou com a presença de diversos parceiros, patrocinadores e representantes do Governo de SP. Além disso, quem marcou presença foi a embaixadora do SXSW no Brasil, Tracy Mann, que falou um pouco sobre a proposta do evento em 2026 e a localização privilegiada do espaço do Governo de SP. “Para quem pensou em participar da Casa e não participou ainda, deve repensar, porque vai ser uma localização ótima e muito bem vista pelo ecossistema do SXSW”, destacou Tracy Mann. Em 2026, o SXSW será realizado entre os dias 12 e 18 de março, em Austin, Texas. A SP House estará em um novo e privilegiado espaço, a poucos metros do palco que receberá as atrações principais do evento, na Congress Avenue.
São Paulo restaura mais de 20 mil campos de futebol de Mata Atlântica

O estado de São Paulo atingiu um marco histórico na restauração ambiental: nos últimos dois anos e meio, foram restaurados mais de 20 mil campos de futebol de áreas de Mata Atlântica, o que corresponde a cerca de 21 mil hectares de vegetação nativa recuperada em todo o território paulista. Essa conquista foi apresentada durante o 10º Encontro das Secretarias Estaduais da Mata Atlântica, realizado em maio de 2025, e representa um avanço significativo nas políticas de proteção ambiental e sustentabilidade no estado. Detalhes da restauração florestal De acordo com dados da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo (Semil), apenas em 2024 foram restaurados 10,4 mil hectares, enquanto em 2023 o número chegou a 6,6 mil hectares. Em 2025, já são quase 4 mil hectares recuperados, totalizando 21 mil hectares no período analisado. O trabalho envolve ações monitoradas, apoiadas ou conduzidas pelo governo estadual, em parceria com entidades da sociedade civil, empresas e proprietários rurais. O levantamento da Semil também destaca que 8,1 mil hectares foram recuperados por meio de restaurações ecológicas, como exigências da Cetesb, projetos voluntários e aplicação de multas ambientais. Outros 6,4 mil hectares resultaram de reparação de danos ambientais, principalmente por meio da fiscalização e aplicação de autos de infração. Iniciativas da sociedade civil responderam por 3,3 mil hectares, enquanto 2,9 mil hectares foram restaurados por meio de ações de conservação e manejo, dentro do Programa Refloresta-SP. Impacto ambiental e metas futuras A maior parte das áreas restauradas está localizada em regiões de Mata Atlântica, bioma predominante em São Paulo e considerado um dos mais ameaçados do Brasil. A restauração contribui diretamente para a preservação da biodiversidade, mitigação das mudanças climáticas e proteção dos recursos hídricos, além de gerar serviços ecossistêmicos essenciais para a população. Segundo a secretária de Meio Ambiente, Natália Resende, a meta do governo paulista é restaurar 37,5 mil hectares até 2026, reforçando o compromisso com a sustentabilidade e a economia verde. O Programa Refloresta-SP, principal iniciativa do estado, integra diferentes linhas de ação, como o Programa Nascentes, que protege áreas próximas a cursos d’água e fomenta o plantio de espécies nativas. Reconhecimento nacional O avanço na restauração florestal em São Paulo foi reconhecido por organizações como a Fundação SOS Mata Atlântica e o MapBiomas. Pela primeira vez em 16 anos, a regeneração da Mata Atlântica no estado superou o desmatamento do bioma, destacando exemplos como o Parque Ecológico Guarapiranga, na capital paulista. O esforço conjunto do governo, sociedade civil e setor privado coloca São Paulo na vanguarda da restauração ambiental no Brasil, servindo de referência para outros estados no enfrentamento dos desafios ambientais e na promoção da sustentabilidade. A ampliação da cobertura vegetal não só protege a biodiversidade, mas também fortalece a resiliência do estado frente às mudanças climáticas e garante melhor qualidade de vida para as futuras gerações.
Estado de SP cria mais de 500 mil empresas em um ano

O Estado de São Paulo registrou a abertura de 516.767 empresas no acumulado dos últimos 12 meses. Estudo da Fundação Seade, com base nos dados do CNPJ, da Receita Federal, aponta que, de abril de 2024 a março de 2025, o estado de São Paulo registrou a abertura de 516.767 empresas no acumulado dos últimos 12 meses. O setor de serviços liderou, com 358.548 novos empreendimentos, correspondendo a 69,4% do total. O comércio ocupou a segunda posição, com 105.518 empresas. Em seguida aparecem indústria (23.643), construção (26.639) e agropecuária (2.419). Por regiões, quem liderou a criação de empresas no acumulado dos últimos 12 meses foi a Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), com 307.356, representando 59,5% do total do estado. Na sequência, aparecem em destaque as regiões administrativas de Campinas (67.873), Sorocaba (23.261) e São José dos Campos (22.927). Outras regiões em evidência são Santos (16.242), Ribeirão Preto (14.651), São José do Rio Preto (14.302) e Bauru (8.641). Já em março de 2025, foi registrada a criação de 35.151 empresas no estado de São Paulo. Na comparação com o mês imediatamente anterior, houve retração de 13,3%, quando o total de empreendimentos alcançou 40.521 novos negócios. Entre fevereiro e março, todos os setores apresentaram queda no desempenho. O setor de serviços recuou 14,6%, passando de 28.980 para 24.745 novas empresas, seguido pela indústria (-13,9%), construção (-13,1%), comércio (-8,2%) e agropecuária (-6,5%). Microempreendedores Individuais (MEIs) Em março de 2025, o Estado de São Paulo registrou 85.268 novos MEIs, representando uma leve retração de 0,8% em relação a fevereiro (85.972). O setor de serviços foi responsável por 57.097 novos MEIs em março de 2025, seguido por comércio (14.695), construção (5.956), indústria (7.142) e agropecuária (378). No acumulado dos últimos 12 meses, de abril de 2024 a março de 2025, o estado de São Paulo registrou 841.300 novos MEIs. O setor de serviços concentrou a maior parte, com 554.720 MEIs, correspondendo a 65,9% do total. Na sequência, aparecem comércio (154.338), indústria (69.050), construção (59.434) e agropecuária (3.758). No período de abril de 2024 a março de 2025, o maior número de novos MEIs ficou concentrado na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), com 417.124 registros, representando 49,6% do total estadual. Em seguida, aparecem as RAs de Campinas (131.589), São José dos Campos (47.039), Sorocaba (46.832) e Santos (45.181). Entre outras regiões que figuram em destaque aparecem São José do Rio Preto (26.560), Ribeirão Preto (25.660) e Bauru (18.597).
Estado de São Paulo registra 44 casos de febre de Oropouche e risco de epidemia cresce

O estado de São Paulo já contabiliza 44 casos confirmados de febre de Oropouche em 2025, segundo dados do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE). A doença viral, transmitida principalmente pelo mosquito Culicoides paraensis — conhecido popularmente como maruim ou mosquito-pólvora —, tem sintomas semelhantes aos da dengue, como dor de cabeça intensa, dor muscular, náusea e diarreia. Os casos foram registrados principalmente na região de Registro (incluindo municípios como Cajati, Juquiá, Miracatu, Eldorado, Pedro de Toledo, Itariri e Sete Barras) e no litoral Norte, em Ubatuba. Uma morte está em investigação no estado, o que eleva a preocupação das autoridades de saúde. No Brasil, a febre de Oropouche já atingiu mais de 10 mil casos em 2025, um aumento de mais de 50% em relação ao mesmo período do ano passado. O Espírito Santo lidera os registros, seguido pelo Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraíba e Ceará. Em 2024, o país registrou as primeiras mortes pela doença no mundo, e neste ano já foram confirmados quatro óbitos, três no Rio de Janeiro e um no Espírito Santo. A febre de Oropouche é causada por um arbovírus do gênero Orthobunyavirus e, além do maruim, outros mosquitos também podem transmitir o vírus em áreas urbanas e silvestres. A doença pode se espalhar rapidamente em regiões onde o vetor está presente, e a Organização Pan-Americana da Saúde já emitiu um alerta epidemiológico de alto risco para a febre de Oropouche no continente. Como se prevenir: Sintomas da febre de Oropouche: Diante do aumento expressivo dos casos e do risco de surto, a população deve redobrar os cuidados para evitar a proliferação do mosquito transmissor e procurar atendimento médico imediato caso apresente sintomas compatíveis com a doença. As autoridades de saúde reforçam a importância da vigilância epidemiológica e da conscientização comunitária para conter a disseminação da febre de Oropouche e evitar uma possível epidemia no estado de São Paulo e em outras regiões do país.
Estado de São Paulo Registra Maior Taxa de Homicídios Ocultos do País, Revela Estudo

O estado de São Paulo apresentou em 2023 a maior taxa de homicídios ocultos do Brasil, com 4,8 mortes por 100 mil habitantes, superando em muito a média nacional de 1,7, segundo dados do Atlas da Violência 2025, elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). O que são homicídios ocultos? Homicídios ocultos são mortes violentas classificadas oficialmente como “causa indeterminada” – ou seja, casos em que não se consegue identificar se a morte foi causada por homicídio, acidente ou suicídio. Essas mortes, chamadas tecnicamente de Mortes Violentas por Causa Indeterminada (MVCI), não são contabilizadas como homicídios nos registros oficiais, o que leva a uma subnotificação significativa. Dados alarmantes em São Paulo Em 2023, São Paulo concentrou 60,6% das mortes por causa indeterminada no país, totalizando 2.277 casos. Essa cifra representa mais da metade dos homicídios ocultos nacionais, que somaram 3.755 naquele ano. Nos últimos dez anos, o número de homicídios ocultos em São Paulo aumentou 130,2%, passando de 989 em 2013 para 2.277 em 2023. Esse crescimento evidencia problemas na qualidade dos registros e na identificação correta das causas das mortes violentas. Oficialmente, São Paulo apresenta a menor taxa de homicídios do país, com 6,4 mortes por 100 mil habitantes, bem abaixo da média nacional de 21,2. No entanto, ao incluir os homicídios ocultos, a taxa estimada para o estado sobe para 11,2, o que o coloca como o segundo estado menos violento, atrás de Santa Catarina. Somando os homicídios oficiais e ocultos, o total de assassinatos em São Paulo em 2023 chega a 5.320, um número significativamente maior do que o registrado oficialmente. Isso mostra que os dados oficiais não refletem plenamente a realidade da violência letal no estado e no país. Especialistas apontam que a precariedade na emissão e análise dos atestados de óbito, além da dificuldade dos legistas em diferenciar entre homicídio, acidente e suicídio, contribuem para a alta taxa de homicídios ocultos em São Paulo. A subnotificação compromete a formulação de políticas públicas eficazes para o combate à violência. A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo afirmou que utiliza dados de natureza jurídica e criminológica diferentes dos usados pelo estudo, coletados pelo DataSUS, e que realiza monitoramento e análise minuciosa dos casos com vítimas fatais para evitar classificações errôneas. Contudo, a disparidade entre os dados oficiais e os do Atlas da Violência indica a necessidade de melhorias nos processos de registro e investigação. No Brasil, entre 2013 e 2023, foram identificados 51.608 homicídios ocultos, o que representa cerca de 38% das mortes violentas registradas no período. Os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia concentram dois terços dessas mortes sem causa determinada, evidenciando um problema estrutural na qualidade dos registros de violência letal no país. O levantamento do Atlas da Violência 2025 revela que a realidade da violência no Brasil, especialmente em São Paulo, é mais grave do que indicam os dados oficiais. A existência de um alto número de homicídios ocultos compromete a compreensão da violência e a efetividade das políticas públicas, exigindo aprimoramento na identificação e registro das causas de mortes violentas para um combate mais eficaz à criminalidade
Golpes e fraudes deixam rombo de R$ 100 bilhões

Golpes e fraudes deixam rombo de R$ 100 bilhões nos setores de Hospedagem e de Alimentação no Brasil Levantamento da Fhoresp aponta prejuízo de R$ 25 bilhões só no estado de São Paulo; para combater este tipo de crime, entidade sugere a criação de um Cadastro de Estelionatários, com sistema interligado entre órgãos de fiscalização, como a Polícia Civil e o Ministério Público (MP) A Federação dos Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo (Fhoresp) estima perdas de R$ 100 bilhões nos setores de Hospedagem e de Alimentação, no Brasil, em 2024, por fraudes e golpes. Somente em solo bandeirante, o número chega a R$ 25 bilhões de prejuízos decorrentes destes crimes que, além de lesar consumidores e o setor privado, impacta os cofres públicos, por força de sonegação. A entidade recomenda ações preventivas, a fim de garantir maior proteção nas relações de consumo e evitar o avanço de táticas fraudulentas. Representando 500 mil estabelecimentos no estado de São Paulo, a Fhoresp mapeou o dano econômico sobre hotéis, restaurantes, bares e padarias, via estelionato, no ano passado. Entre os golpes mais comuns, estão o da falsa hospedagem – o consumidor compra diárias para se hospedar, mas, ao fazer o check-in, descobre que não há reserva alguma. Casos deste tipo geraram um rombo de R$ 2,4 bilhões, somente em 2024, no Brasil. O diretor-executivo da entidade, Edson Pinto, faz um alerta: “Agências de viagens não autorizadas vendem diárias de hotel sem confirmação, ou garantia de disponibilidade – e não contam isso para o consumidor. O maior exemplo é a 123 Milhas, que, em 2023, deixou milhares de clientes e de fornecedores sem receber – na época, um prejuízo calculado em mais de R$ 135 milhões somente no estado de São Paulo”, descreve. Situação semelhante acontece com a contratação de bufês, que somem sem prestar o serviço, ou não recebem o pagamento. O prejuízo deixado em 2024 beira os R$ 90 milhões no País e R$ 15 milhões no estado paulista. Também chamam a atenção os golpes virtuais, com R$ 135 milhões em perdas aos brasileiros. O diretor-executivo da Fhoresp explica que fraudes tecnológicas, inclusive, são as mais difíceis de serem identificadas, e cita o falso QR Code: “Golpistas adulteram o QR-Code, para que o cliente faça o pagamento numa outra conta, ou para que consigam instalar aplicativos e, assim, subtrair dados da vítima, ou terem acesso a banco, senhas etc. O mesmo golpe utiliza o sistema de Wi-Fi. Por isso, é importante que se faça conexão apenas em rede confiável”, sugere Edson Pinto. Bebidas alcoólicas adulteradas também causaram prejuízos expressivos no Brasil, em 2024. A Fhoresp estima que, 36% do volume total do produto comercializado no País é falsificado, adulterado ou contrabandeado, gerando perda fiscal de R$ 85,2 bilhões. No estado de São Paulo, a sonegação bate os R$ 23 bilhões. Contrabando e produção clandestina de cigarros preocupam, igualmente. Em território nacional, os cofres públicos já perderam arrecadação estimada em R$ 9 bilhões e no estado de São Paulo, R$ 1,65 bilhão. Ações preventivas A Fhoresp acredita que em 2025 os danos com golpes e fraudes devem se manter, infelizmente, em patamar elevado, e lamenta que não haja no Brasil um sistema maior de proteção para clientes e empresas. Entre as alternativas apontadas pela entidade para combater este tipo de delito está a criação de um Cadastro de Fraudadores, com interligação entre órgãos de fiscalização, como as Polícias Federal e Civil e o Ministério Público (MP). Outras propostas abarcam o uso de Tecnologia, a fim de garantir maior segurança dos contratos e a aquisição de seguros contra a inadimplência e golpes: “Se não tivermos em nosso País uma regulação mais forte e ações integradas e preventivas, o prejuízo vai ficar sempre no bolso dos clientes e na conta das empresas. Precisamos estabelecer um sistema maior de proteção nas relações entre consumidores e fornecedores”, finaliza Edson Pinto.
STF libera privatização das escolas em São Paulo

A decisão do STF sobre a concessão de escolas em São Paulo Recentemente, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, restabeleceu a validade de um decreto do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que permite a concessão administrativa de 33 escolas públicas à iniciativa privada. Esta decisão é parte de um processo complexo que envolve a privatização da gestão de escolas estaduais, mantendo a parte pedagógica sob responsabilidade da Secretaria de Educação. O decreto original, publicado em junho de 2024, foi questionado na Justiça de São Paulo, que havia suspendido a licitação para a concessão das escolas. No entanto, o STF, através do ministro Barroso, decidiu que a suspensão poderia causar prejuízos significativos à ordem pública e à política educacional do estado. A decisão destacou que a descontinuidade dos contratos já assinados poderia resultar em custos de desmobilização, atrasos na entrega de novas unidades escolares e impactar mais de 34 mil novas vagas na rede estadual. Prefeitura apoia encenação da Paixão de Cristo na Ferroviária Detalhes do projeto O projeto prevê que as empresas privadas sejam responsáveis pela construção, manutenção, conservação, gestão administrativa e vigilância das escolas. Já as atividades pedagógicas continuam sob a responsabilidade da Secretaria de Educação. O investimento total é de R$ 2,1 bilhões, com metade das unidades previstas para serem entregues em dois anos e o restante até janeiro de 2027. A decisão do STF foi recebida com controvérsias. O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) argumentou que o modelo de Parceria Pública Privada (PPP) adotado poderia esvaziar o papel do estado na gestão da rede pública e criar dependência financeira com as concessionárias. Além disso, o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) questionou a possibilidade de dissociar o espaço físico da atividade pedagógica, defendendo que a gestão democrática da educação pública deve envolver a comunidade escolar. Consequências e perspectivas Apesar da decisão do STF, os leilões para a concessão das escolas ainda enfrentam questionamentos na Justiça paulista. O juiz Luis Manuel Fonseca Pires anulou os certames, alegando que não se pode dissociar o espaço físico da atividade pedagógica. A Procuradoria-Geral do Estado (PGE) deve levar o caso para análise dos desembargadores do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), buscando reverter a decisão. A decisão do STF sobre a concessão de escolas em São Paulo reflete um debate mais amplo sobre o papel do setor privado na gestão de serviços públicos. Enquanto o governo argumenta que o modelo de PPP pode trazer eficiência e modernização, críticos temem a perda de controle estatal e a possibilidade de desigualdades no acesso à educação. A resolução dessas questões será crucial para o futuro da educação pública no estado.
Ondas de calor podem favorecer sangramentos no nariz; veja cuidados

As ondas de calor que ocorrem em São Paulo podem favorecer sangramentos no nariz. Os mais vulneráveis ao problema são crianças e idosos, pois têm a parte interna do órgão mais sensível. Segundo os otorrinolaringologistas do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE), beber líquido, hidratar a parte interna das narinas com soro e evitar ambientes quentes com ar seco e empoeirado podem ajudar a evitar a situação. O sangramento no nariz durante a exposição a altas temperaturas ocorre porque o calor causa um processo chamado vasodilatação. Os vasos sanguíneos do órgão se expandem, aumentando o fluxo de sangue na região, que pode não suportar e romper. Piora a situação a baixa umidade do clima quente, que torna o ar seco e facilita a desidratação da região interna das narinas. Pessoas com rinite alérgica e outras condições inflamatórias podem sofrer mais com o problema. LEIA TAMBÉM: Pinda realiza ações de prevenção ao uso de álcool e drogas para estudantes Caso ocorra sangramento no nariz, a orientação é, primeiro, manter a calma. Em seguida, inclinar o tronco para a frente, fazer uma “pinça” com os dedos polegar e indicador e apertar a ponta do nariz por cinco minutos. Essa manobra facilita na coagulação e na regeneração da parede do vaso rompido. Uma das soluções pode ser colocar gelo – ou qualquer item gelado – no local, pois induzirá a vasoconstrição. O processo inverso da vasodilatação “contrai” os vasos sanguíneos, parando o sangramento no nariz. É contraindicado colocar papel, pano ou qualquer outro objeto dentro do nariz para cessar o sangramento. Ao introduzir itens nas narinas com vasos dilatados e mucosa ressecadas pela baixa umidade, é possível romper outros vasos ou machucar as paredes do órgão, piorando a situação. A otorrinolaringologista do HSPE Maria Dantas Costa Lima Godoy aconselha a procurar por atendimento com especialistas caso a situação seja recorrente. “Se o quadro for de sangramento no nariz que começa e para repetidas vezes ou contínuo, isto é, não para de sangrar, o ideal é realizar uma avaliação médica para entender o que está acontecendo”, comenta. Sangramento contínuo do nariz pode indicar quadros crônicos e agudos de sinusite ou rinite e problemas de coagulação e sistêmicos. Outra forma de evitar o sangramento é realizar a higiene ambiental. Para isso, mantenha os espaços limpos sem poeira, arejados, resfriado e com a umidade adequada a partir do uso de umidificadores ou de potes com água próximo de onde o paciente vai ficar. Valeemacao