Brasil tem mais alunos em cursos a distância que em presenciais

O Brasil atingiu, pela primeira vez, a marca de 10.227.226 de estudantes no ensino superior, em 2024. O número é 2,5% maior que o registrado em 2023 (9,97 milhões de matrículas). Entre 2014 e 2024, as matrículas na educação superior aumentaram 30,5%. Do total de matrículas, 5,01 milhões ingressaram no ensino superior no ano passado. Os dados constam no Censo da Educação Superior 2024, realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). EaD O levantamento mostra que as matrículas em educação a distância (EaD) são mais da metade (50,7%) do total de inscritos na graduação, e tiveram um aumento de 5,6% entre 2023 e 2024.  Enquanto o número de matrículas em cursos presenciais diminuiu 0,5%, no mesmo período. Para o presidente do Inep, Manuel Palacios, a expansão da educação a distância, por meio de novas tecnologias, permitiu que uma parte da população tivesse acesso ao ensino superior, em especial os cidadãos que trabalham durante o dia. “A educação a distância proporcionou a ampliação da oferta e atendeu estudantes que, de outra forma, não teriam acesso à educação superior.” Manuel Palacios ainda que a recente regulamentação que prevê três formatos de cursos superiores – presenciais, semipresenciais e a distância – em diferentes áreas deverá descentralizar a educação superior nos próximos anos.  “Eu acredito que vamos conhecer polos com mais recursos e mais infraestrutura para atender os estudantes da educação superior, em um modelo intermediário entre o campus universitário clássico e a educação totalmente à distância”, prevê. Em 2024, a matrícula na modalidade EaD estava presente em 3.387 municípios brasileiros (61%), por meio de campi das instituições de ensino superior ou de polos, alta de 97%, se comparado com o ano de 2014. Grau acadêmico Em relação ao grau acadêmico, predominam no país os cursos de graduação no bacharelado (60%). Os tecnológicos representam 20,2% das matrículas e os de licenciatura, 16,9%. Porém, de 2014 a 2024, as matrículas nos cursos tecnológicos cresceram 99,5%. No bacharelado, o crescimento é de 20,4% no mesmo período, enquanto nos cursos de licenciatura aumentaram em 17,2%. Matrículas Na média nacional, um terço dos (33%) dos concluintes do ensino médio, em 2023, se matricularam na educação superior, em 2024.  Considerando a rede de ensino federal, 64% dos concluintes do ensino médio seguiram diretamente para a educação superior, proporção acima da média nacional. Já na rede estadual, que concentra a maior parte dos estudantes, o índice foi de 27%. Entre os alunos da rede privada, a taxa chegou a 60%, patamar próximo ao registrado pela rede federal. Em relação aos alunos estrangeiros, em 2024, 21,6% dos matriculados vieram do continente africano, com destaque para os angolanos. Os venezuelanos representam o maior número de alunos estrangeiros na educação superior no Brasil. Instituições de ensino O país tem, ao todo, 2.561 instituições de educação superior, sendo 2.244 privadas e 317 públicas. Em 2010, havia 2.370 instituições. Em nota, a Associação Brasileira das Mantenedoras de Ensino Superior (ABMes), entidade que representa a educação superior privada no país, destaca que cerca de 90% das instituições do país são particulares e totalizam 79,8% das matrículas de graduação, sendo responsáveis por mais de 8 milhões de estudantes. Entre as instituições de ensino superior públicas, 43,8% são estaduais (139), 38,5%, federais (122) e 17,7%, municipais (56). A maioria das universidades brasileiras é pública (56,3%), informou o Inep. Quase três quintos das instituições federais são universidades e 33,6% são Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFs) e Centros Federais de Educação Tecnológica (Cefets). Cursos Em 2024, 45.772 cursos de graduação e quatro cursos sequenciais foram ofertados. Em média, as instituições de educação superior oferecem 17,9 cursos de graduação.  3,6% ofertam 100 ou mais cursos de graduação; 28,5% ofertam até dois cursos de graduação. Quase 80% dos cursos de graduação são na modalidade presencial. Ingresso No ano passado, mais de 5 milhões de alunos ingressaram em cursos de graduação, crescimento de 0,3% em relação a 2023. Se considerado o tipo de rede, entre 2023 e 2024, houve um aumento no número de ingressantes na rede pública (1,1%) e na rede privada de 0,2%. Do total de ingressantes, 88,5% começaram a graduação em instituições privadas. Cursos com mais matrículas A pedagogia foi o curso com maior número de ingressantes, somando 4,48 milhões de matrículas. Em seguida, esteve o curso de administração (4,40 milhões de matrículas) e direito (3,49 milhões). Veja outros cursos com grande número de alunos matriculados: contabilidade (2,07 milhões); enfermagem (1,92 milhão); sistemas de informação (1,76 milhão); gestão de pessoas (1,73 milhão); psicologia (1,32 milhão); educação Física (1,26 milhão). Fim da graduação Em 2024, mais de 1,3 milhão de estudantes concluíram cursos de graduação, sendo 80,8% na rede privada e 19,2% na rede pública. Entre 2023 e 2024, o número de concluintes na rede pública apresentou queda de 0,3%, enquanto na rede privada o decréscimo foi de 3,6%. Na saída do ensino superior, o curso de pedagogia também teve o maior número de concluintes, com 1,83 milhão. Na sequência, aparecem direito (1,61 milhão) e administração (1,58 milhão). Docentes Em uma década, de 2014 a 2024, a quantidade de docentes na graduação na rede pública cresceu 14,42%, passando de 159.922  para 182.980. Na rede privada, a força de trabalho regrediu -19,54%% no mesmo período, caindo de 187.622, em 2014, para 150.963, no ano passado. O Censo da Educação Superior aponta que, tanto na rede privada quanto na rede pública, a média de idade dos profissionais é de 43 anos. A maioria é do sexo masculino nas instituições públicas, enquanto nas privadas é o feminino. A maior parte dos doutores atua na rede pública, enquanto na rede privada predomina os docentes com mestrado. Em relação ao regime de trabalho, a maioria dos docentes da rede pública trabalha em tempo integral. E na rede privada, prevalece o regime parcial. Educação

Brasil conquista mais quatro ouros e três pratas no Mundial de natação

A equipe brasileira continua brilhando no Mundial de natação paralímpica disputado em Singapura. Nesta terça-feira (19), o Brasil chegou ao total de 19 pódios na competição, após a conquista de mais quatro ouros e três pratas, assumiu a quarta colocação do quadro de medalhas. Os destaques brasileiros no terceiro dia do torneio realizado em Singapura foram as medalhas douradas da estreante Beatriz Flausino, nos 100 metros peito da classe SB14 (deficiência intelectual), da pernambucana Carol Santiago, tetracampeã nos 50 metros livre da classe S12 (baixa visão), do mineiro Gabriel Araújo, tricampeão nos 100 metros costas da classe S2 (comprometimento físico-motor), e da equipe do revezamento 4×50 metros medley 20 pontos. Beatriz Flausino, que disputa o seu primeiro mundial aos 21 anos de idade, completou a prova dos 100 metros peito SB14 com tempo de 1min12s61 para ficar com o ouro. A prata também ficou com uma brasileira, a paranaense Débora Carneiro, que completou a distância em 1min15s08. “Que emoção. Faz muito tempo que eu quero nadar para este tempo, para mostrar que realmente consigo fazer um minuto e 12 segundos. Não tenho palavras para a realização de um sonho, estou muito feliz”, declarou Bia. É OURO PARA O BRASIL! 🥇🇧🇷 Beatriz Flausino completamente absoluta, com o tempo de 1m12s61, conquista a primeira posição na prova dos 100m peito SB14. 💦 É CAMPEÃ! 👏#brasilparalímpico @Caixa @loteriascaixa @CAIXAEsportes pic.twitter.com/Gn7QRuOlLT — Comitê Paralímpico Brasileiro (@BraParalimpico) September 23, 2025 Já Carol Santiago chegou a Singapura na condição de favorita nos 50 metros livre da classe S12. Ela nadou fez o tempo de 27s29 para garantir o tetra. Nesta mesma prova, a prata também foi conquistada por uma brasileira, a paraense Lucilene Sousa (27s89). “Esta é a minha prova favorita, na qual você não pode errar nada, precisa acordar rápido. Eu fico sempre feliz em trazer uma medalha de ouro para o Brasil e contribuir. Eu esperava um tempo um pouco melhor, mas fico feliz com o resultado e por fazer o hino tocar mais uma vez. É sempre uma emoção, é grandioso demais o sentido que tudo isso tem”, declarou a pernambucana. Quem também entrou na piscina cercado de grande expectativa foi Gabriel Araújo. Com o tempo de 1min54s58 o mineiro triunfou nos 100 metros costas S2. “Eu me senti muito bem na prova. Dei meu máximo. Fiquei até meio emocionado com meu resultado. É uma prova que me deixa um pouco nervoso ainda, por já ter errado ela [em Tóquio 2020]. Mas, graças a Deus, estou muito concentrado e bem focado”, afirmou Gabrielzinho. Nos 50 metros borboleta da classe S5 (comprometimento físico-motor), o paulista Samuel Oliveira nadou em 31s98 e conquistou a prata, ficando atrás apenas do chinês Jincheng Guo (31s28). Na última disputa desta terça, o Brasil venceu o revezamento 4×50 metros medley 20 pontos com a equipe formada pelos paulistas Samuel Oliveira, Tiago Oliveira e Alessandra Oliveira e pela catarinense Mayara Petzold. Os brasileiros completaram a prova em 2min30s94. O REVEZAMENTO É SÓ NA PISCINA, PORQUE NO PÓDIO SÓ DA BRASIL. É MAIS UM OURO!! 🥇🥇🥇🥇 No revezamento 4x50m medley misto 20 pontos, a nossa SELEÇÃO formada por Samuel Oliveira, Tiago Oliveira, Alessandra Oliveira e Mayara Petzold cravou o tempo de 2m30s94 e garantiu o QUARTO… pic.twitter.com/XDgG68WeLK — Comitê Paralímpico Brasileiro (@BraParalimpico) September 23, 2025 EBC Esporte

Bragantino e Bahia abrem quartas de final da Copa do Brasil Feminina

Bragantino e Bahia, este será o confronto que abrirá as quartas de final da Copa do Brasil Feminina. A partida será disputada, a partir das 15h30 (horário de Brasília) da próxima quarta-feira (24), no estádio Cícero de Souza Marques, em Braganca Paulista. Também nesta quarta, mas a partir das 18h, será disputado o clássico Majestoso, entre São Paulo e Corinthians. A reedição das finais do Campeonato Brasileiro do ano passado e da Supercopa Feminina de 2025 terá como palco o estádio Gabriel Marques Silva, em Santana de Parnaíba. Os outros dois confrontos das quartas da Copa do Brasil Feminina serão disputadas na próxima quinta-feira (25). A partir das 18h, a Arena Barueri, em Barueri, recebe Palmeiras e Sport. E às 20h a bola rola no estádio Francisco Novelletto, em Porto Alegre, para Internacional e Ferroviária. Desafio de vídeo Uma novidade das quartas de final da Copa do Brasil Feminina será o uso experimental da tecnologia Football Video Support (FVS). Segundo a Confederação Brasileira de Futebol, a inovação é uma “metodologia de revisão em vídeo em que os técnicos das equipes podem pedir aos árbitros a checagem de lances”. “A iniciativa da FIFA pelos testes com o FVS faz parte de um planejamento para avaliar a implantação desta metodologia em outras competições”, complementa a CBF. Copa do Brasil Feminina A Copa do Brasil Feminina retornou este ano ao calendário da modalidade. A competição organizada pela CBF foi disputada, inicialmente, entre 2007 e 2016, sendo a principal do país até 2012 – o Brasileirão surgiu na temporada seguinte. Com dois títulos, Santos e São José são os maiores vencedores. Entre os participantes de 2025, somente Ferroviária (2014) e Corinthians (2016) tiveram o gosto de serem campeões. A conquista alvinegra se deu em parceria com o Audax, que era o dono da vaga no torneio. EBC Esporte

Motta espera diálogo entre Brasil e EUA após fala de Trump na ONU

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), elogiou a sinalização de um possível encontro entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, dos Estados Unidos. Em entrevista nesta terça-feira (23) antes da reunião de líderes partidários, em Brasília, Motta disse ter sido sempre um defensor do diálogo e da diplomacia para superar o impasse entre os dois países após o tarifaço de Trump e das sanções a autoridades brasileiras e familiares. “Defendo sempre que o governo brasileiro, em diálogo com o governo americano, possa dirimir as dúvidas, poder deixar para trás essa questão das tarifas, das sanções para que a relação entre os dois países possa ser retomada”, afirmou. A manifestação de Motta foi feita após Trump afirmar, em discurso na Assembleia das Nações Unidas, que pretende conversar com Lula na próxima semana. O presidente dos Estados Unidos teceu elogios ao chefe de Estado brasileiro chamando-o de “homem muito agradável”, com quem teve “uma química excelente” durante breve encontro. Antes, Lula fez o discurso de abertura da Assembleia e criticou as sanções unilaterais dos Estados Unidos afirmando que o mundo assiste ao aumento do autoritarismo. Lula disse ainda que “a nossa democracia e a nossa soberania são inegociáveis”. Motta afirmou esperar que o encontro possa ajudar na resolução do impasse envolvendo as duas nações, “que têm relações históricas de centenas de anos”. “Sempre defendendo que o Brasil tem instituições fortes, tem uma democracia forte e que a nossa soberania não está em discussão, como o presidente Lula fez hoje em seu discurso na ONU e confio que, através do diálogo, da diplomacia, essa situação possa ser resolvida”. Anistia Questionado sobre a votação do projeto de lei que trata da anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, Motta disse que o relator, deputado federal Paulinho da Força (Solidariedade-SP), ainda está procurando os líderes partidários para discutir a proposta. Aliados de Bolsonaro defendem que a anistia alcance também o ex-presidente, condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a mais de 27 anos de prisão, mas Paulinho já afirmou que uma anistia geral e irrestrita seria impossível. A proposta pode perder força e a Câmara ficou mais pressionada após as manifestações do último domingo (21), realizadas em todo o país, contra o projeto a também a chamada PEC da Blindagem. “Temos um relator nomeado que me parece que está procurando os líderes para conversar um possível texto e só após essas conversas é que vamos definir sobre a pauta desse assunto”, disse Motta. Politica

Brasil conquista a Copa das Nações de Futsal

A seleção brasileira conquistou, no último domingo (21) no Ginásio Nilson Nelson, em Brasília, a Copa das Nações de Futsal. O título foi garantido após uma vitória pelo placar de 2 a 1 sobre a Polônia. Para garantir pela segunda vez na história o título da competição, o Brasil fez uma campanha com 100% de aproveitamento, somando quatro vitórias em quatro partidas. Na decisão da competição, a Polônia abriu o placar aos 13 minutos do primeiro tempo, quando o goleiro William fez defesa parcial e Kubik aproveitou o rebote para marcar. Porém, antes do intervalo a seleção brasileira conseguiu igualar o marcador graças a gol de Matheus. O gol da vitória e do título veio apenas na etapa final, nos minutos finais do confronto. O técnico Marquinhos Xavier recorreu à estratégia do goleiro-linha e Pito marcou o segundo do Brasil. EBC Esporte

Brasil chega a 12 medalhas no Mundial de Natação Paralímpica

O Brasil conquistou seis medalhas (quatro pratas e dois bronzes), nesta segunda-feira (22), no Mundial de Natação Paralímpica em Singapura. Desta forma, a delegação brasileira chegou ao total de 12 pódios (dois ouros, cinco pratas e cinco bronzes) na competição, ocupando a 7ª colocação do quadro de medalhas. A jornada de conquistas do Brasil na competição teve início com Lídia Cruz, nos 100 metros livre da classe S4 (comprometimento físico-motor). A fluminense completou a distância em 1min29s46 para ficar com o bronze. Logo depois o paulista Samuel Oliveira ficou em terceiro nos 50 metros costas da classe S5 (comprometimento físico-motor) com o tempo de 33s60. BOM DIA COM MEDALHA EM #singapore2025! ☀️🇸🇬 Lídia Cruz abre o segundo dia de competições com a medalha de bronze na prova dos 100m livre S4, com o tempo de 1m29s46. 🥉 Parabéns pela sétima medalha em Mundiais, Lídia!#brasilparalímpico @Caixa @loteriascaixa @CAIXAEsportes pic.twitter.com/hngm8KpfS6 — Comitê Paralímpico Brasileiro (@BraParalimpico) September 22, 2025 A primeira prata brasileira no dia foi alcançada por Thomaz Matera nos 100 metros borboleta da classe S11 (cegos), com o tempo de 1min02s39. Outro segundo lugar foi garantido pela paraense Lucilene Sousa, nos 100 metros borboleta para a classe S12 (baixa visão) com o tempo de 1min08s02. As duas últimas pratas do Brasil desta segunda feira vieram com o paulista Gabriel Bandeira, nos 100 metros costas da classe S14 (deficiência intelectual) com o tempo de 58s37, e com a equipe do revezamento 4×50 metros livre misto 20 pontos. O time formado pelos paulistas Samuel Oliveira e Tiago Oliveira, a fluminense Lídia Cruz e a catarinense Mayara Petzold completou a prova em 2min21s09. ONTEM ELE PROMETEU QUE VINHA MAIS…E ELE CUMPRIU! ✅🇧🇷 Segunda medalha de prata para Gabriel Bandeira em #singapore2025! Dessa vez a conquista veio na prova dos 100m costas S14, com o tempo de 58s37. 🥈🥈 BOA, BILL! 👏#brasilparalimpico #natação #nataçao #singapura… pic.twitter.com/ljwVcRK0Pa — Comitê Paralímpico Brasileiro (@BraParalimpico) September 22, 2025 “Foi muito difícil, mas nosso time têm grandes atletas e sabíamos que iríamos dar o nosso máximo e correr atrás da medalha. Eu estava vendo a adversária se aproximando no fim da prova, mas não deixei a gente ficar para trás”, declarou Samuka. EBC Esporte

SUS realiza seis em cada dez exames de imagem no Brasil, diz estudo

SUS realiza seis em cada dez exames de imagem no Brasil, diz estudo

O Sistema Único de Saúde respondeu por 60% dos principais exames de imagem realizados no Brasil em 2023, somando mais de 101 milhões de procedimentos. No entanto, a proporção de exames para cada 1 mil usuários mostra que o acesso é ainda maior entre as pessoas que têm plano de saúde, apesar de ter havido melhora entre 2014 e 2023. Naquele ano, a cada 1 mil usuários do SUS, foram realizados cerca de 634,41 exames. Já no setor privado, foram aproximadamente 1.323 procedimentos custeados pelos planos para cada grupo de 1 mil beneficiários. Os dados são do Atlas da Radiologia no Brasil 2025, elaborado pelo Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem, com base em informações oficiais do Ministério da Saúde e da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Os números englobam cinco tipo de exames: raio-x (exceto odontológico), mamografia, ultrassonografia, tomografia computadorizada e ressonância magnética. A base de usuários considerada no estudo é de 160,4 milhões de brasileiros atendidos pelo SUS e de 51,2 milhões que possuíam plano de saúde em 2023. A partir dessa base, o Atlas calculou a razão entre os exames realizados em cada situação e a quantidade de usuários, o que chamou de densidade. Além disso, criou um Indicador de Desigualdade Público/Privado (IDPP). >> Siga o canal da Agência Brasil no WhatsApp Desigualdade menor A comparação anual mostra que a densidade no SUS aumentou e o IDPP caiu desde 2014 em quatro exames: raio-x, ultrassonografia, tomografia computadorizada e ressonância magnética. Já no caso das mamografias, o movimento foi inverso entre 2014 e 2020. Nos anos seguintes, a desiguladade caiu, mas continuou maior em 2023 (3,54) do que em 2014 (3,23). Isso significa que os usuários dos planos realizaram 3,54 vezes mais mamografias do que os do SUS. O exame é essencial para o diagnóstico do câncer de mama, e deve ser realizado, inclusive, para o rastreamento da doença, mesmo quando não há sintomas. No entanto, há divergência sobre a periodicidade recomendada. O Ministério da Saúde preconiza um exame a cada dois anos, para todas as mulheres entre 50 e 69 anos. Já o rol obrigatório da ANS garante às usuárias dos planos a mamografia de rastreio já a partir dos 40 anos. O menor IDPP, ou seja, a menor diferença entre o SUS e os planos de saúde, é encontrada no raio-x: 1,36. Já a maior desigualdade está na ressonância magnética: o exame foi realizado 13,13 vezes mais entre os beneficiários dos planos, do que entre os usuários de serviços públicos. O Atlas, no entanto, mostra que a densidade de ressonâncias no serviço público mais do que dobrou entre 2014 e 2023, saindo de 6,07 exames a cada 1 mil pessoas, para 13,80, o que fez o IDPP cair 30% no período. Disponibilidade dos exames Atlas da Radiologia no Brasil 2025 também traz informações sobre a disponibilidade dos aparelho necessários para realizar os exames e aponta significativas diferenças regionais e conforme a complexidade. Considerando todo o sistema de saúde, público e privado, o país tem quase 27 aparelhos de ultrassom e 16 de raio-x a cada 100 mil habitantes. Por outro lado, há apenas 3,38 tomógrafo, 3,21 mamógrafos e 1,69 equipamentos de ressonância. A quantidade absoluta de aparelhos disponíveis é maior na Região Sudeste em todos os cinco casos, mas a densidade, ou seja, quantos aparelhos há para cada 100 mil pessoas, é maior no Centro-Oeste em quatro, à exceção dos equipamentos de raio-x. Na outra ponta, os moradores do Nordeste têm menos acesso a tomógrafos e há apenas 1,1 equipamento de ressonância a cada 100 mil habitantes. A Região Norte é a menos abastecida do país em ultrassons, mamógrafos e aparelhos de raio-x. No Acre, há apenas 7 mamógrafos para atender a rede SUS, perfazendo uma densidade de menos de 1 aparelho para cada 100 mil usuários. Já a densidade na rede privada é de 35 aparelhos por 100 mil. A proporção de aparelhos por usuário é ainda menor no caso dos equipamentos de ressonância: 0,60. O estudo do Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem também calculou o Indicador de Desigualdade Público/Privado da oferta de equipamentos. Considerando a média brasileira, novamente ele é menor no caso do raio-x, 2,34, mas a maior diferença foi encontrada na presença dos aparelhos de ultrassom: há 3,74 vezes mais nos serviços privados cobertos pelos planos de saúde do que no SUS. Fonte

Brasil e Venezuela decidem Sul-Americano feminino sub-17 de vôlei

Brasil e Venezuela vão decidir neste domingo (21) o título da segunda edição do Campeonato Sul-Americano sub-17 de vôlei feminino, a partir das 19h30 (horário de Brasília), em Lima, capital do Peru. A vaga brasileira para a final foi conquistada no sábado (20), com a vitória por 3 a 0 sobre as anfitriãs peruanas (25×23, 26×24, 25×15). A capitã Vic Martini foi a maior pontuadora do confronto na semifinal, com 19 acertos. A Venezuela, única equipe que venceu o Brasil no torneio até o momento, chegou à final passando pelo Chile, por 3 x 1 (23×25, 25×19, 25×20, 25×18).   Antes mesmo da decisão, o Brasil já conquistou um dos objetivos na competição: a vaga para o Mundial de 2026, que será disputado no Chile. O outro objetivo é a conquista do título inédito. Esta é a segunda edição da competição, que estreou em 2023. A equipe brasileira é comandada pelo técnico Marcelo Freitas, o Dentinho, que assumiu o posto no início da temporada. A seleção é formada pelas seguintes atletas: as opostas Isadora Bustamante e Victoria Gama; as levantadoras Catarina Harzbecker e Laura Dias; as ponteiras Ana Clara de Paula, Meilani Akana, Pietra Bastos e Vic Martini; as centrais Duda Lemos, Gaby Ferreira, Isadora Costa e Mikaela Santos; e as líberos Carolina Bitencourt e Nathalia Krugher. EBC Esporte

Esquerda mobiliza manifestações em diversas capitais contra anistia e PEC da Blindagem

Movimentos de esquerda voltaram às ruas em diversas capitais brasileiras neste domingo, 21 de setembro de 2025, para protestar contra o Projeto de Lei da Anistia e a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Blindagem, que recentemente foi aprovado na Câmara dos Deputados. As manifestações ocorreram em pelo menos 30 cidades e 22 capitais, incluindo Brasília, Salvador, Belo Horizonte, Maceió, São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre. Organizadas por frentes como o Povo Sem Medo e Brasil Popular, além de partidos como PT e PSOL, as mobilizações receberam apoio de centros sindicais, movimentos sociais, artistas e políticos. Um dos principais lemas das manifestações foi “Congresso inimigo do povo”, com críticas à aprovação da PEC que dificulta a abertura de processos criminais contra deputados e senadores, exigência de autorização prévia das casas legislativas para levantamento do foro privilegiado. Os manifestantes também se posicionaram contra o Projeto de Lei da Anistia, que propõe anistiar condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por envolvimento em tentativa de golpe de Estado, entre eles o ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado a 27 anos de prisão pelo STF. Segundo os organizadores, a aprovação desses projetos representa um retrocesso na luta contra a impunidade política e o fortalecimento de uma “cegueira” para parlamentares corruptos. Em Brasília, o ato começou em frente ao Museu Nacional da República, com apresentações culturais e uma marcha em direção ao Congresso Nacional. No Rio de Janeiro, artistas como Caetano Veloso, Chico Buarque, Gilberto Gil e Djavan participaram das manifestações em Copacabana. Já em São Paulo, os protestos aconteceram na Avenida Paulista, contando com representantes como Guilherme Boulos (PSOL) e Tabata Amaral (PSB). As mobilizações refletem o clima de tensão política do país em meio à tramitação dos projetos controversos no Senado Federal, onde a PEC da Blindagem deverá enfrentar forte resistência. Os movimentos sociais destacam a importância da participação popular para barrar o que se classifica como um ataque à justiça e à democracia brasileira. Foto: Agência Brasil/EBC

Chikungunya traz preocupações após uma década de presença no Brasil

Chikungunya traz preocupações após uma década de presença no Brasil

Passados pouco mais de dez anos dos primeiros casos identificados no país, o vírus causador do chikungunya ainda traz uma série de preocupações para o Brasil. O alerta é da reumatologista Viviane Machicado Cavalcante, presidente da Sociedade Baiana de Reumatologia (Sobare). Durante conferência realizada dentro do Congresso Nacional de Reumatologia, que acontece até este sábado (20) no Centro de Convenções de Salvador (BA), ela destacou que um dos grandes desafios relacionados à doença é o controle do vetor, ou seja, o combate aos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus, transmissores do vírus. “Ainda existem muitos desafios para a gente tratar e controlar essa doença no Brasil. O primeiro destaque que temos é o controle desse vetor. A gente mora numa zona tropical e em que há dificuldade de controle por causa [da falta de] saneamento básico. E a gente precisa também de uma adequação do sistema de saúde para acompanhamento desses pacientes, principalmente na rede pública. Dependendo da região, não existem ambulatórios suficientes no Brasil para acompanhar esse paciente”, disse ela. Há duas semanas, a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) comunicou estar preocupada com surtos localizados da doença em países das Américas. Segundo alerta epidemiológico da Opas, os maiores surtos de chikungunya em 2025 se concentraram na América do Sul, particularmente na Bolívia, no Brasil, Paraguai e em partes do Caribe. Até o dia 9 de agosto de 2025, 14 países da região relataram um total de 212.029 casos suspeitos de chikungunya e 110 mortes, com mais de 97% desses casos ocorrendo na América do Sul. “A presença simultânea desses e de outros arbovírus aumenta o risco de surtos, complicações graves e mortes, especialmente entre populações vulneráveis”, alertou a Opas. Só neste ano de 2025, o Brasil já registrou 121.803 casos de chikungunya, com 113 mortes confirmadas até o dia 17 de setembro, segundo o Painel de Monitoramento das Arboviroses, divulgado pelo Ministério da Saúde. “O Nordeste foi grande epicentro dessa doença, então foi aqui que os primeiros casos ocorreram, a gente começou a tratar mais essa doença e ela ainda continua [a existir] com grande carga. Hoje o vírus está espalhado por todo o Brasil e há descrição de que já houve cerca de sete grandes ondas epidêmicas detectadas no país nos últimos dez anos. No último ano, a gente teve, principalmente, os estados de Minas Gerais e de Mato Grosso do Sul, com um grande número de casos da doença”, explicou a especialista. Vacina Recentemente, o Instituto Butantan anunciou uma vacina contra a doença, desenvolvida em parceria com a empresa farmacêutica Valneva. O imunizante contém uma versão viva e atenuada do vírus da chikungunya, o que pode causar sintomas semelhantes aos da doença. Em abril deste ano, a vacina recebeu aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que autorizou sua aplicação em pessoas acima dos 18 anos. No entanto, em agosto deste ano, a Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora dos Estados Unidos, que também havia aprovado a vacina, decidiu suspender sua licença após o relato de efeitos adversos graves, que culminaram em hospitalizações e mortes. Essa suspensão, disse Viviane Machicado Cavalcante, pode fazer com que a Anvisa também reavalie sua decisão em relação ao mesmo imunizante. “Essa notícia é recente, do final de agosto. Há cerca de um mês, os Estados Unidos, que têm essa vacina aprovada e que já estava em comercialização, suspendeu a licença do imunizante, porque foram evidenciados alguns casos de efeitos adversos relacionados à vacina, inclusive de encefalite idiopática. O FDA suspendeu a licença, só que a gente não sabe ainda qual vai ser o posicionamento da Anvisa em relação a isso”, afirmou a médica. Chikungunya A chikungunya é uma doença viral transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti, o mesmo transmissor da dengue e do zika. Ela pode provocar dor crônica nas articulações. Os sintomas mais comuns são febre alta, dores nas articulações, dor de cabeça, dor muscular, calafrios, dor atrás dos olhos e manchas vermelhas no corpo. Em casos graves, os pacientes podem desenvolver dor crônica nas articulações que podem durar anos. A principal forma de prevenção é o combate ao mosquito, eliminando criadouros e água armazenada em vasos de plantas, pneus, garrafas plásticas e piscinas sem uso. É na água parada que o mosquito deposita seus ovos. * A repórter viajou a convite da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR). Fonte