A partir de novembro, a popular “gotinha” (Vacina Oral Poliomielite – VOP) será oficialmente substituída pela Vacina Inativada Poliomielite (VIP), em formato injetável, no Brasil. Essa mudança, recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), visa erradicar de vez os casos raros de pólio derivados da vacina oral, que utiliza o vírus enfraquecido. A substituição faz parte de uma estratégia global para eliminar a poliomielite.
A representante do Comitê Materno-Infantil da Sociedade Brasileira de Infectologia, Ana Frota, destacou que a retirada da VOP será completada até 4 de novembro. Durante a 26ª Jornada Nacional de Imunizações, no Recife, ela explicou que a VOP, em locais com condições sanitárias inadequadas, pode causar a chamada pólio derivada da vacina.
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“Quando os casos derivados começam a ser mais frequentes que a própria doença, é hora de agir”, disse Ana.
A mudança foi aprovada pela Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI) e será adotada em todo o país, com a VIP sendo aplicada aos 15 meses de idade, reforçando as doses já administradas aos 2, 4 e 6 meses. A dose de reforço, antes aplicada aos 4 anos, será dispensada, pois o esquema vacinal completo com quatro doses já é considerado suficiente para garantir a imunização.
Ana Frota também ressaltou os desafios enfrentados nos últimos anos, como a interrupção da vacinação contra a pólio durante a pandemia de COVID-19, o que fez com que cerca de 67 milhões de crianças perdessem doses da vacina. Conflitos e crises humanitárias também contribuíram para a queda das coberturas vacinais, um cenário que preocupa autoridades de saúde.
Com a nova estratégia, espera-se que o Brasil continue a manter a poliomielite erradicada, reforçando a importância da vacinação no combate a doenças graves e preveníveis.
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