Na capital paulista, movimentos sociais e entidades organizaram neste domingo (22) a Marcha por Justiça Climática, com o tema: “Esse calor não é normal”. O ato é parte de uma série de 13 mobilizações pelo Brasil que começaram na sexta-feira (20) e se estenderão até outubro.
Entre os principais organizadores estão o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), o Fórum Popular da Natureza, o Greenpeace Brasil, a Coalizão pelo Clima SP e os Jovens pelo Clima.
Além de São Paulo, as cidades de Piracaia, Campinas, Bauru, Ribeirão Preto, Limeira, Piracicaba, Sorocaba e São Sebastião também aderiram aos protestos. Em São Sebastião, moradores da Vila Sahy realizaram uma intervenção artística e uma caminhada. Outras cidades, como São Roque, têm manifestações programadas para outubro.
Em frente ao Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp), manifestantes exibiram faixas com frases como “Pelo fim do martírio guarani” e “Quem banca a extinção?”, além de máscaras representando animais, feitas pelo coletivo de artistas andinas Cholitas da Babilônia. As palavras de ordem incluíam críticas ao modelo capitalista e referências a desastres recentes, como as inundações no Rio Grande do Sul e o rompimento da barragem em Brumadinho (MG).
Os manifestantes também denunciaram o aumento de queimadas e seus impactos, incluindo a emissão de gases de efeito estufa. Pediram punição para os responsáveis pelos incêndios provocados e destacaram a crise hídrica no Norte, que afeta comunidades como os karipuna de Rondônia.
Entre as principais demandas do ato estão o fortalecimento de órgãos como o Ibama e o ICMBio, a proteção dos povos indígenas e comunidades tradicionais, e a defesa da agricultura familiar. Houve ainda críticas ao agronegócio e à mineração, atividades que têm deixado um rastro de destruição nos biomas brasileiros.
A construção da Ferrogrão e a pavimentação da BR-319 também foram alvos de críticas, assim como a perfuração marítima na bacia da Foz do Rio Amazonas, projetos que ameaçam populações ribeirinhas e indígenas. Além disso, os manifestantes pediram a aceleração na demarcação de terras indígenas e na titulação de territórios quilombolas.
A emergência climática é uma das principais bandeiras levantadas nas eleições municipais deste ano, com o site Vote Pelo Clima mobilizando 72 organizações em prol de uma agenda ambiental mais robusta. A COP30, que ocorrerá em Belém em 2025, foi mencionada como uma oportunidade para o Brasil reafirmar seu compromisso com o clima. O governo já está recebendo sugestões para o Plano Clima, que definirá diretrizes até 2035.
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