Greve de Servidores em Universidades Federais

Notícia publicada em: 14 de março de 2024

Em cerca de 30 universidades federais, os servidores técnicos administrativos em educação (TAEs) deram início a uma greve, marcando uma adesão significativa, com mais de 50% da base da Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação das Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra) se unindo ao movimento.

A categoria nacional dos TAEs, composta por aproximadamente 133 mil servidores ativos e 69 mil servidores aposentados, destaca a importância da mudança de governo, reconhecendo o período anterior como autoritário e caracterizado por um congelamento total nos investimentos. Contudo, mesmo sob a nova gestão de Lula e do ministro da Educação, Camilo Santana, os servidores buscam mais avanços.

Evandro Castagna, integrante do comando de greve no Paraná, relata a força da mobilização, incluindo o Hospital de Clínicas, onde 500 pessoas participaram de uma assembleia que deflagrou o movimento.

“A greve está muito forte no Hospital de Clínicas também, com participação de 500 pessoas na assembleia [que deflagrou o movimento]”, afirma Evandro Castagna, servidor público e integrante do comando de greve no Paraná.

Castagna enfatiza que a greve não é apenas uma resposta às pressões externas, mas uma demanda pela valorização da educação e dos profissionais que a sustentam:

“O governo foi eleito colocando a educação como prioridade. E quem garante que a educação aconteça são os servidores públicos da educação. Nossa briga é essa: que a educação de fato seja valorizada como parte fundamental para que funcione o país, que se cumpra esse compromisso com os trabalhadores da educação. Temos consciência do governo fascista que nós tínhamos, do papel ruim que cumpriu Bolsonaro”, destaca.

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O foco do movimento está na recomposição salarial e na implementação de uma política de carreira abrangente para os servidores. Eles reivindicam reposições salariais de 10,34% ao longo de três anos.

“A carreira está com salários congelados há mais de sete anos e sem horizonte até então de reforma no seu plano de carreira”, explica Castagna.

Os servidores destacam que, embora tenham ocorrido alguns avanços, como a garantia de 9% de recomposição salarial e pequenas melhorias nos auxílios, a defasagem salarial desde o governo Temer ainda é significativa, chegando a 40%.

“Nosso salário é muito baixo. Um trabalhador que entra com menos de dois salários mínimos”, afirma Castagna, destacando a necessidade urgente de valorização da categoria.

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A mobilização pode se expandir nos próximos dias, com a possível adesão de outros sindicatos, como o Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe) e o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes).