Descoberta de Canhões Portugueses no Rio Solimões Revela Fragmentos da História Colonial

A seca histórica na Amazônia, que baixou drasticamente o nível das águas do Rio Solimões, trouxe à tona dois canhões de bronze e uma bala esférica pertencentes ao antigo Forte de São Francisco, uma construção do século 18 erguida pelos portugueses em Tabatinga (AM), a 1.106 km de Manaus.

Operação de retirada das peças movimentou dezenas de homens do Exército. Foto: Rafael Amom-Ha

Essa região amazônica, onde o Brasil faz fronteira com Peru e Colômbia, era considerada estratégica para a defesa do território brasileiro, motivo pelo qual o forte foi erguido em 1776.

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A descoberta dos artefatos bélicos ocorreu por acaso no sábado, 14, quando o cabo militar Alex Pontes, de 29 anos, pescava com amigos na área das ruínas do forte. “Eu pensei que era um tronco de árvore, mas ao me aproximar percebi que se tratava de um canhão”, relatou Pontes. No dia seguinte, acompanhado do fotógrafo Rafael Amom-Ha, o grupo voltou ao local e encontrou outro canhão submerso parcialmente, além de uma bala de canhão esférica.

O Forte de São Francisco, que foi destruído por uma enchente em 1932, está registrado no Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos (CNSA) do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Do total de nove canhões originais, cinco já haviam sido descobertos antes: dois estão no Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro, e três no Quartel do Comando de Fronteira do Solimões, em Tabatinga, que abriga um museu dedicado ao Forte. Equipes militares já foram mobilizadas para retirar os novos achados, que deverão ser incorporados ao acervo histórico local.

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