A ministra da Saúde, Nísia Trindade, enfatizou que o governo federal não deve iludir a população ao acreditar que a vacina contra a dengue é a solução única para conter a epidemia no país. Ela ressaltou repetidamente que, neste momento, é crucial combater os focos de proliferação do mosquito tanto em residências quanto em espaços públicos. Para a ministra, a vacinação por si só não é suficiente; é necessário investir em medidas preventivas.
A distribuição da vacina no Sistema Único de Saúde (SUS) terá início ainda este mês, destinada a crianças e jovens entre 10 e 14 anos. Para obter imunização completa, é necessário completar o ciclo de duas doses, com um intervalo de três meses entre elas. Isso significa que há uma janela entre as doses, durante a qual a pessoa não estará totalmente protegida contra a doença. Além disso, o alcance da vacinação pelo serviço público é limitado, sendo possível também adquiri-la no setor privado, com um custo aproximado de R$ 400.
“Nós dissemos que começaríamos a vacinação em fevereiro, e estamos cumprindo essa promessa. Porém, é crucial compreender que esta vacina é diferente das demais. Agora, nossa mensagem é de controle dos vetores e cautela”, destacou Nísia Trindade.
“A vacina terá um impacto limitado, dada a necessidade de um intervalo de três meses entre as doses. Não devemos vender falsas esperanças”, acrescentou a ministra da Saúde.
Ela também enfatizou a importância de iniciar a vacinação, pois isso permitirá avaliar a possibilidade de ampliar a faixa etária e promover, a nível nacional, a transferência de tecnologia e a mobilização da capacidade de produção nacional.
Nísia Trindade informou que o Ministério da Saúde está monitorando diariamente a evolução dos casos. O ciclo epidêmico dura aproximadamente 15 dias, e a proliferação está ocorrendo de maneira heterogênea nos diferentes estados. Portanto, segundo ela, não é possível prever se a epidemia irá se intensificar nos próximos meses.
Ela afirmou ainda que o ministério irá em breve divulgar o calendário de vacinação em colaboração com os municípios. A vacina adotada pelo Brasil no serviço público é produzida pelo laboratório japonês Takeda.
Apesar do aumento da incidência da doença, Nísia Trindade ressaltou que não há justificativa para decretar estado de emergência nacional.