O presidente Donald Trump assinou nesta quinta-feira (20/03/2025) um decreto para desmantelar o Departamento de Educação federal, cumprindo uma promessa de campanha e reforçando seu compromisso com a liberdade estadual e a redução do Estado. A medida, que depende de aprovação do Congresso, visa transferir a autoridade educacional aos estados e eliminar o que Trump chama de “doutrinação progressista” nas escolas.
Criado em 1979, o Departamento de Educação é responsável por supervisionar escolas, repassar recursos para instituições carentes e gerir programas como empréstimos estudantis e bolsas de estudo (Pell Grant). Trump alega que o órgão “falhou” em melhorar o desempenho dos alunos, apesar de gastos de US$ 3 trilhões desde sua criação.
- Recursos em risco: O departamento distribui bilhões de dólares anuais para escolas públicas e privadas, incluindo verbas para infraestrutura e professores de educação especial.
- Funções críticas mantidas: Apesar do desmonte, programas como empréstimos estudantis e bolsas para baixa renda devem continuar, mas sob gestão de outras agências.
- Cortes imediatos: Linda McMahon, secretária de Educação, já demitiu metade dos funcionários do departamento, reduzindo sua capacidade operacional.
Trump e aliados argumentam que o desmonte “devolverá a educação aos estados”, reduzindo a “doutrinação progressista” e a burocracia federal. A Heritage Foundation, think tank conservador, celebrou a decisão como parte do Projeto 2025, que inclui propostas como cortes em gastos públicos e descentralização.
Democratas e sindicatos de professores alertam para riscos de desigualdade educacional e perda de recursos para escolas carentes. O senador Chuck Schumer chamou a medida de “tomada de poder tirânica”, enquanto o senador Patty Murray afirmou que Trump busca “esmagar o departamento em pedaços”.
- Aprovação do Congresso: Para fechar o departamento, Trump precisa de 60 votos no Senado, onde republicanos não têm maioria suficiente sem apoio democrata.
- Opinião pública: Pesquisa Reuters/Ipsos mostra que 65% dos americanos são contrários ao fechamento, enquanto 30% apoiam.
“Vamos fechar o departamento e devolver nossos estudantes aos estados, onde pertence” – Donald Trump.
“É um lindo dia para desmantelar o Departamento de Educação” – Heritage Foundation.
A medida reflete uma guerra cultural nos EUA, com a direita associando o departamento a “ideologias progressistas” e a esquerda defendendo seu papel na equidade educacional. Trump já vinculou a agência a questões como “doutrinação da juventude” durante a campanha.
Dados relevantes:
- Gastos do departamento: US$ 3 trilhões desde 1979.
- Financiamento estudantil: US$ 1,6 trilhão em empréstimos federais.
- Desempenho dos alunos: 70% dos estudantes da oitava série não são proficientes em leitura ou matemática, segundo Trump.
A decisão de Trump reacende debates sobre centralização vs. descentralização na educação, com riscos de perda de recursos para escolas públicas e fragmentação de políticas educacionais nos estados.