Tragédia de São Sebastião: um ano depois, Vila Sahy segue sob risco de novos deslizamentos de terra

Considerada o epicentro da tragédia que assolou São Sebastião, no Litoral Norte de São Paulo, há exatamente um ano, a Vila Sahy permanece sob a iminência de novos deslizamentos de terra, conforme alertado pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT).

Em novembro de 2023, a Procuradoria-Geral do Estado (PGE) solicitou à Justiça a evacuação imediata dos residentes das áreas de risco na Vila Sahy e propôs a demolição de pelo menos 893 edificações. A PGE destacou que as encostas ainda exibiam sinais dos deslizamentos ocorridos em fevereiro do ano anterior, indicando um alto potencial para novos movimentos de massa. Alegou-se que a evacuação era imprescindível para salvaguardar a vida dos habitantes.

Entretanto, no início deste ano, o governo estadual de São Paulo requereu à Justiça a retirada da ação judicial para a demolição das residências. A administração de Tarcísio de Freitas (Republicanos) argumentou que a desistência da medida judicial estava em consonância com o desejo dos moradores da comunidade.

Como justificativa, o governo alegou ser viável implementar uma solução eficaz para a revitalização da região e a proteção das famílias por meio de um projeto de urbanização que atendesse aos anseios da comunidade, que se opunha à evacuação.

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Aproximadamente dois meses atrás, a prefeitura de São Sebastião deu início a uma série de obras na Vila Sahy visando proteger a área contra novos deslizamentos. O investimento totaliza R$ 123 milhões. Segundo a prefeitura, o plano de obras também serviu para conter a intenção do governo estadual de demolir as quase 900 residências da vila.

Quanto às áreas de risco, o último levantamento realizado pelo IPT, em 2018, indicou a presença de 2.152 edificações distribuídas em 21 regiões consideradas perigosas na cidade. O G1 procurou a prefeitura, o IPT e o Ministério Público, requisitando uma atualização sobre as áreas de risco, porém, não há um novo mapeamento disponível. As 21 localidades identificadas como áreas de risco pelo IPT incluem:

  • Boracéia
  • Barra do Una
  • Juquehy
  • Barra do Sahy
  • Baleia Verde
  • Cambury
  • Boiçucanga
  • Maresias
  • Paúba
  • Toque Toque Pequeno
  • Barequeçaba
  • Varadouro
  • Itatinga
  • Olaria
  • Topolândia
  • Centro
  • Morro do Abrigo
  • Enseada
  • Jaraguá
  • Canto do Mar
  • São Francisco

Contratado pela prefeitura de São Sebastião para atualizar o levantamento das áreas de risco na Vila Sahy após a catástrofe, o IPT afirmou que a região continua suscetível a novos episódios de movimentação de rochas, detritos e terra das encostas que circundam as habitações.

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