Consulta pública avalia inclusão de vacina contra herpes zóster no SUS

Consulta pública avalia inclusão de vacina contra herpes zóster no SUS

O Ministério da Saúde abriu nesta quarta-feira (17) uma consulta pública para discutir a incorporação da vacina contra o herpes zóster no Programa Nacional de Imunização (PNI). A proposta contempla idosos com 80 anos ou mais, e indivíduos imunocomprometidos a partir de 18 anos. A Consulta Pública nº 78 ficará disponível até 6 de outubro na plataforma Participa + Brasil. Até o momento, já foram registradas 75 contribuições. Qualquer pessoa pode enviar opiniões e sugestões sobre o tema. Para participar, é necessário preencher o formulário eletrônico. Os interessados podem enviar até dois arquivos com sugestões ou documentos de apoio. O envio de dados pessoais, informações sensíveis ou materiais de terceiros sem autorização não é permitido. As contribuições serão analisadas pela comissão técnica, que decidirá sobre a incorporação da vacina. Os relatórios técnicos que embasam a recomendação preliminar da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec), no Sistema Único de Saúde (SUS), estão disponíveis para leitura. A análise e a deliberação do colegiado também podem ser conferidas no relatório divulgado pelo Ministério da Saúde. >> Siga o canal da Agência Brasil no WhatsApp Herpes-zóster O herpes-zóster, também conhecido como cobreiro, é causado pela reativação do vírus da catapora (varicela-zóster) e costuma atingir idosos e pessoas com imunidade baixa. A doença provoca dor intensa, febre, manchas e bolhas na pele, que podem evoluir para complicações graves, como a neuralgia pós-herpética (NPH) — dor crônica que persiste mesmo após o fim das lesões. Entre 2008 e 2024, o SUS registrou mais de 85 mil atendimentos ambulatoriais e 30 mil internações por herpes-zóster no Brasil. Entre 2007 e 2023, 1.567 mortes foram associadas à doença. A maioria tinha idade igual ou superior a 50 anos. O tratamento no sistema público envolve medicamentos para aliviar os sintomas e, nos casos mais graves, o uso de antivirais como o aciclovir. Para a NPH, são oferecidos fármacos como amitriptilina, carbamazepina e lidocaína em gel. Incorporação no SUS A incorporação ao SUS da vacina recombinante adjuvada foi uma solicitação do Departamento do Programa Nacional de Imunizações, da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente, e do Ministério da Saúde. A vacina contém uma proteína do vírus varicela-zóster (antígeno gE) combinada a um adjuvante (AS01B), que ajuda o sistema imunológico a reconhecer e combater o vírus. Ela é administrada por via intramuscular, em duas doses de 0,5 mL, com intervalo de dois meses. A Conitec avaliou segurança e eficácia da vacina. Estudos apontam eficácia superior a 80% na prevenção da doença e da NPH. Sobre a segurança, ela foi considerada segura. Os eventos adversos mais comuns relatados foram: dor no local da aplicação, cansaço, dor muscular, dor de cabeça e febre, geralmente de intensidade leve a moderada. O alto custo é o principal desafio: o investimento estimado seria de R$ 5,2 bilhões em cinco anos. Para a Conitec, a conclusão é de que a vacina não oferece um benefício suficientemente significativo para justificar o seu custo para o SUS. Fonte

Brasil produzirá vacina contra vírus sincicial respiratório

Casos de síndrome respiratória grave caem no país

O Ministério da Saúde anunciou, nesta quarta-feira (10), uma parceria de transferência de tecnologia entre o Instituto Butantan e a farmacêutica Pfizer para a produção nacional da vacina contra o vírus sincicial respiratório (VSR), uma das principais causas de infecções respiratórias graves em bebês, incluindo quadros de bronquiolite. A previsão é que as primeiras 1,8 milhão de doses sejam entregues até o fim deste ano. Em fevereiro, a pasta já havia confirmado a incorporação do imunizante ao Sistema Único de Saúde (SUS). Com o acordo, a distribuição da vacina contra o VSR na rede pública, para gestantes e bebês, deve começar na segunda quinzena de novembro. Devem ser imunizadas, por meio de dose única, gestantes a partir da 28ª semana de gravidez. A vacinação materna, segundo o ministério, favorece a transferência de anticorpos para o bebê, contribuindo para a proteção nos primeiros meses de vida, período de maior vulnerabilidade ao VSR. De acordo com o ministério, o vírus é responsável por 80% dos casos de bronquiolite e por 60% dos casos de pneumonias em crianças menores de 2 anos. A cada cinco crianças infectadas, uma precisa de atendimento ambulatorial e, em média, uma em cada 50 acaba hospitalizada no primeiro ano de vida. Dados da pasta mostram ainda que, no Brasil, cerca de 20 mil bebês menores de um ano são internados anualmente. O risco é mais elevado entre prematuros, cuja taxa de mortalidade é sete vezes maior do que em crianças nascidas a termo — grupo que representa 12% dos nascimentos no país. “A vacina tem potencial para prevenir cerca de 28 mil internações por ano, oferece proteção imediata aos recém-nascidos e beneficiará aproximadamente 2 milhões de bebês nascidos vivos”, informou o comunicado. Esclerose múltipla O Brasil também passará a produzir, por meio de parceria de desenvolvimento produtivo (PDP), o natalizumabe, medicamento biológico usado no tratamento da esclerose múltipla. De acordo com o ministério, a transferência de tecnologia será feita pela farmacêutica Sandoz para o Instituto Butantan. “A vulnerabilidade do país na oferta de insumos durante a pandemia de covid-19 e os recentes episódios relacionados a aplicação de tarifas abusivas às exportações brasileiras reforçam a importância da soberania do SUS para garantir o acesso da população a medicamentos e tratamentos”, avaliou a pasta em nota. O natalizumabe é indicado a pacientes com a forma remitente-recorrente de alta atividade, que corresponde a cerca de 85% dos casos, e que não responderam de forma adequada a outros tratamentos. O medicamento é ofertado no SUS desde 2020, mas atualmente há apenas um único fabricante com registro no país. A esclerose múltipla é uma doença autoimune que compromete o sistema nervoso central e afeta principalmente adultos jovens, com idade entre 18 e 55 anos. É caracterizada pela desmielinização da bainha de mielina, que possibilita a condução de impulsos elétricos responsáveis pelo controle das funções do organismo. Fonte

Pesquisa sugere que vacina de zóster previne doenças do coração

Pesquisa sugere que vacina de zóster previne doenças do coração

A vacina contra herpes-zóster pode reduzir a possibilidade de doenças cardiovasculares graves em adultos imunizados. Pesquisa mostra que pessoas de 18 a 50 anos vacinadas tiveram queda de 18% no risco dessas doenças, enquanto as com mais de 50 anos, em 16%. A hipótese está no estudo científico que coleta, analisa e resume os resultados de outras pesquisas publicadas sobre o tema. A revisão sistemática e meta-análise global intitulada Eficácia da vacina contra herpes-zóster em eventos cardiovasculares – uma revisão sistemática da literatura e meta-análise, é de autoria do médico Charles Williams, diretor associado global da GSK, companhia biofarmacêutica que produz medicamentos e vacinas. O estudo foi apresentado na manhã deste sábado (30) no Congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia de 2025, em Madri, Espanha. Estudo científico O levantamento global reuniu 19 estudos para testar a eficácia da vacina e para observar o efeito da vacinação contra o herpes-zóster, popularmente conhecido como cobreiro, em ocorrências cardiovasculares. Dentre esses estudos, nove deles tiveram 53,3% dos participantes homens. Sete estudos relataram idades médias que variaram de 53,6 a 74 anos. Juntos, esses estudos relataram a diminuição do risco absoluto de doenças do coração ou de circulação nas pessoas que receberam a vacina contra herpes-zóster. A diferença de taxa variou de 1,2 a 2,2 eventos a menos para 1 mil pessoas, por ano. A recente declaração de consenso clínico da Sociedade Europeia de Cardiologia sobre a vacinação como uma nova forma de prevenção da doença cardiovascular afirma que as vacinas devem ser consideradas como o quarto pilar da prevenção médica da doença cardiovascular, juntamente com os anti-hipertensivos, os medicamentos para baixar o colesterol e os medicamentos que tratam o diabetes. Mais evidências Responsável pela revisão sistemática, Charles Williams ressaltou, no entanto, a necessidade de mais estudos para confirmar se a vacina contra o herpes-zóster, usada para prevenir o cobreiro, de fato, está associada a um risco estatisticamente significativo menor de ataques cardíacos e AVCs. Renato Kfouri relata que associação entre a vacina e redução de eventos cardiológicos tem evidências – SBIm/Divulgação O vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri, em entrevista à Agência Brasil, concorda. “A infecção viral não é o único fator desencadeante de doenças cardiovasculares. Então, é preciso separar esses fatores que podem confundir – como a obesidade, hipertensão, diabetes – para que a gente entenda, realmente, o papel da vacina nessa prevenção.” O infectologista brasileiro relata que essa associação entre a vacina e a diminuição dos riscos dos chamados eventos cardiovasculares já acumula evidências científicas e publicações em outros tipos de imunizações. Renato Kfouri citou a gripe, causada pelo vírus influenza, que também pode ser desencadeador de infartos e acidente vascular cerebral (AVC), especialmente. E que a vacina adotada anualmente para prevenir infecções, pode reduzir os riscos de problemas cardiovasculares. “Evidências vão se acumulando, também, em relação à vacina do Zoster, que é um precipitador de eventos cardiovasculares a infecções. Consequentemente, a sua prevenção pode se traduzir em uma prevenção também para esses eventos cardiovasculares”, confirma. Imunização no Brasil No Brasil, a vacina contra o herpes-zóster está disponível apenas na rede privada de saúde. No entanto, em abril deste ano, o Ministério da Saúde solicitou avaliação técnico-científica à Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), que analisa a relação custo-efetividade para subsidiar uma possível incorporação no calendário vacinal do Sistema Único de Saúde. Ainda não há parecer técnico. O vice-presidente da SBIm, Renato Kfouri, comentou que muitas vacinas estão na fila para serem incorporadas ao SUS e que é preciso definir as prioridades dentro do orçamento público federal. Na rede privada brasileiro, o preço da vacina contra herpes-zóster depende do tipo de imunizante e da clínica ou farmácia onde é aplicada. O preço de uma dose da vacina varia entre R$ 850 e R$ 1 mil, em média. O esquema vacinal completo requer duas doses, aplicadas com intervalo de dois a seis meses, o que eleva o custo total da imunização para algo entre R$ 1,7 mil e R$ 2 mil. Herpes-zóster O Ministério da Saúde esclarece que a doença é causada pelo vírus Varicela-Zóster (VVZ), o mesmo que causa também a catapora. Após a infecção inicial, o vírus permanece latente (sem efeitos perceptíveis) no sistema nervoso e pode reativar, causando o cobreiro em cerca de uma a cada três pessoas ao longo da vida. A ativação ocorre na idade adulta ou em pessoas com comprometimento imunológico, como os portadores de doenças crônicas (hipertensão, diabetes), câncer, HIV/aids, transplantados e outras circunstâncias. Após a reativação, acredita-se que o VZV pode invadir vasos sanguíneos, levando a inflamação e possivelmente a complicações como o AVC. O quadro clínico do herpes-zóster, ou seja, os sinais e sintomas da doença, na maior parte dos casos, são dores nevrálgicas (nos nervos); formigamento, agulhadas, adormecimento, pressão; ardor e coceira locais; Estes sintomas antecedem as lesões na pele avermelhadas. As regiões mais comprometidas, geralmente, são a torácica (53% dos casos) e a cervical (20%). Renato Kfouri esclarece que a doença tem como grande consequência a neuralgia, a dor pós-evento agudo, que é incômoda. Mas, ele alerta que as complicações são as que mais chamam a atenção. “O herpes oftálmico, que pode levar a perda de visão. A neuralgia pós-herpética, que é muito mais comum com a idade [avançada]. Quanto mais idoso é o indivíduo, maior a chance de ele permanecer com dor. E dor é importante, o tratamento é difícil e, muitas vezes, impacta a qualidade de vida”, enumera. Saiba mais sobre o herpes-zóster Doenças cardiovasculares De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), as doenças cardiovasculares (DCV) continuam sendo a principal causa de morte em todo o mundo. As DCVs representam 31% de todas as mortes em nível global. Estima-se que 17,9 milhões de pessoas morreram por enfermidades do coração e dos vasos sanguíneos em 2016. Destes óbitos, estima-se que 85% ocorrem devido a ataques cardíacos e AVCs. Fonte

Vacina do HPV avança no público-alvo, mas precisa resgatar mais velhos

Vacina do HPV avança no público-alvo, mas precisa resgatar mais velhos

O Brasil superou a média global de vacinação contra o Papilomavírus Humano (HPV), causador de diversos tipos de câncer, como o de colo do útero. De acordo com o Ministério da Saúde, a cobertura vacinal em meninas de 9 a 14 anos atingiu 82%, enquanto a média no mundo é de 12%. Em 2022, a cobertura era de pouco mais de 78%. O avanço na vacinação faz parte do compromisso do Brasil com a Organização Mundial da Saúde (OMS) para chegar a 90% até 2030, o que faz parte das metas para erradicar o câncer de colo do útero. Além de impulsionar a vacinação entre as meninas de 9 a 14 anos, o país  adota outras estratégias, como a inclusão de meninos no público-alvo ─ a cobertura entre ele saltou de 45,46% para 67,26% em dois anos. Outra forma de ampliar o número de pessoas vacinadas é o chamado resgate vacinal. O Ministério da Saúde identificou que, em 2024, o Brasil tinha 7 milhões de adolescentes de 15 a 19 anos que não tinham se vacinado contra o HPV. Em fevereiro de 2025, a pasta lançou uma campanha para vacinar esses jovens, tendo como prioritários 2,95 milhões de adolescentes de 121 municípios com as maiores proporções de adolescentes não protegidos. Apesar disso, até o último dia 21, o Ministério da Saúde contabiliza que foram vacinados apenas cerca de 106 mil jovens de 15 a 19 anos. Estados com maior número de não vacinados, como São Paulo e Rio de Janeiro, começaram a adotar a estratégia de resgate neste mês, “o que deve ampliar a adesão nas próximas semanas”, afirma a pasta, em nota. No Rio, esse público é estimado em 520 mil pessoas.  >> Siga o canal da Agência Brasil no WhatsApp Preocupação A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) manifestou preocupação com o número de apenas 106 mil vacinados no universo de adolescentes de 15 a 19 anos. De acordo com o especialista em pediatria Juarez Cunha, diretor da SBIm, a “falta de informação para a população” é o grande problema para não se conseguir melhorar a cobertura vacinal dessa faixa etária. “A gente tem que insistir mais em mecanismos, em ferramentas de comunicação que atinjam esses jovens”, diz Cunha, que presidiu a SBIm de 2019 a 2022. “A gente sabe que não é fácil atingir esses jovens, que ainda são adolescentes, mas, se levarmos o recado de que a vacina pode evitar doenças graves como o câncer de colo de útero, tenho certeza que teremos uma maior adesão”, diz o especialista à Agência Brasil. Cunha aponta que, para combater a hesitação das pessoas em se vacinar, é preciso reforçar cada vez mais a confiança na vacina e nos profissionais de saúde, autoridades e instituições. Ele cita também como fator de hesitação a “complacência” com doenças. “É a falsa sensação de segurança com doenças que as pessoas nunca viram, não conhecem e acham que não precisam se vacinar”, explica o também integrante do Departamento Científico de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). A Sbim relembra dados de uma pesquisa da entidade filantrópica Fundação do Câncer, segundo a qual entre 26% e 37% dos jovens consultados não sabiam que a vacina contra HPV prevenia contra o câncer do colo do útero. Entre os adultos responsáveis, o percentual era de 17%.  Cunha defende a realização de campanhas de vacinação com horários estendidos de atendimento e presença de profissionais capacitados para tirar dúvidas da população. Ao frisar que a população de baixa renda, principalmente as crianças, são as mais vulneráveis a doenças, Cunha defende articulação entre autoridades, sociedades médicas e a sociedade civil organizada para o país atingir os objetivos vacinais. “Tenho certeza de que a gente vai contornar essa situação, melhorar a adesão da população brasileira”. A vacina De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o HPV é responsável por praticamente todos (99%) os casos de câncer de colo de útero. Para cada ano do triênio 2023-2025, foram estimados 17 mil casos novos no país. O vírus também pode causar outros tipos de câncer, em homens e mulheres. Como a principal forma de transmissão é por via sexual, a vacina contra o HPV é mais eficaz se administrada antes do início da vida sexual. Por isso, a faixa etária da vacinação de rotina é dos 9 aos 14 anos. Ao proteger contra o vírus, a vacina previne diferentes tipos de câncer ligados ao HPV, como colo do útero, ânus, pênis, garganta e pescoço, além de verrugas genitais. Desde 2014, o Sistema Único de Saúde (SUS) distribuiu mais de 75 milhões de doses da vacina. Em 2024, a imunização passou a ser feita em dose única. Parceria O tema vai ser um dos assuntos abordados pela SBIm na Jornada Nacional de Imunizações, evento da sociedade que reunirá especialistas de 3 a 5 de setembro em São Paulo. Sobre o público-alvo da vacina, de 9 a 14 anos, Cunha demonstra otimismo em relação à cobertura. “Temos melhorado, sim, esses números, e acho que vamos conseguir, em breve, chegar até os 90%”. O Ministério da Saúde afirmou à Agência Brasil que “tem reforçado parcerias com sociedades científicas, organizações não governamentais e o Ministério da Educação, com ações como vacinação em escolas, campanhas educativas e enfrentamento à desinformação”. Em julho, foi sancionada a lei que cria a Política Nacional para Enfrentamento do HPV, um conjunto de medidas de saúde pública voltadas à prevenção, detecção e tratamento do Papilomavírus Humano. Fonte

Dois lotes da vacina Excell 10 pode ter matado quase 200 animais

Dois lotes da vacina Excell 10 pode ter matado quase 200 animais

Reações adversas possivelmente relacionadas ao uso da vacina Excell 10, contra clostridiose, podem ter resultado na morte de quase 200 animais, o que levou o ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) a retirar de circulação os lotes 016/2024 e 018/2024 da vacina produzida pelo laboratório Dechra Brasil Produtos Veterinários. Segundo o Mapa, até o momento foram registrado óbitos de 194 ovinos, 4 caprinos e 1 bovino. A notificação informando sobre a situação foi dada pela Agência de Defesa Agropecuária do estado do Piauí no dia 12 de agosto. O Mapa então analisou o caso e, em 13 de agosto, iniciou a fiscalização, após solicitar à empresa relatórios sobre a vacina. Na sequência, foi feita uma fiscalização, dia 14 em Londrina, do laboratório fabricante do produto; e, no dia seguinte, foi emitida ordem de apreensão cautelar das frações dos lotes (016/2024 e 018/2024) da vacina EXCELL 10 na distribuidora que comercializou as unidades da vacina. Foi solicitado também que o fabricante apresentasse o painel de distribuição da vacina em todo país. O laboratório Dechra Brasil, então, comunicou, no dia 15, distribuidores e lojistas para interromperem a venda dos lotes suspeitos. A apreensão dos lotes na distribuidora localizada em Teresina (PI) foi iniciada no dia 18. Amostras foram coletadas para análise fiscal em laboratório da rede oficial. Segundo o secretário de Defesa Agropecuária, Carlos Goulart, o Mapa já está atuando “de forma coordenada e integrada com os órgãos estaduais de defesa sanitária para confirmar a causa dos óbitos dos animais e adotar todas as medidas necessárias para proteção da produção pecuária”. “Ações de fiscalização e investigação seguem em andamento, por meio de inspeções no estabelecimento fabricante/proprietário, e realização de testes em amostras dos lotes da vacina e dos animais que vieram a óbito. A estimativa inicial de conclusão do processo de investigação é de 60 dias”, informou o ministério. De acordo com o Mapa, a clostridiose é uma doença fatal causada por toxinas de bactérias do gênero Clostridium spp. Entre os sintomas associados a ela estão inchaço muscular, manqueira, incoordenação motora e, em casos graves, rigidez muscular, tremores, trismo, opistótono (arqueamento do corpo com cabeça para trás) e convulsões. O ministério ressalta que a vacinação continua sendo considerada uma estratégia eficaz no combate à clostridiose. Por meio de nota, a Dechra Brasil Produtos Veterinários disse ter ciência de relatos de reações adversas em caprinos, ovinos e bovinos após a aplicação da Exell 10. “Estamos investigando a situação junto com o Mapa. Como precaução suspendemos as vendas e recolhemos os lotes 016/24 e 018/24”, informou o laboratório, que abriu dois canais para relatos de reações adversas relacionadas à Excell 10: o 0800 400 7997 ou (43) 991351168.   Fonte

Vacina trivalente da gripe do Butantan protege contra vírus influenza circulantes neste inverno

A vacina trivalente da gripe produzida pelo Butantan este ano, disponibilizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS), é capaz de proteger contra os principais vírus influenza circulantes no país em 2025, protegendo contra casos sintomáticos, hospitalizações e mortes pela doença. A composição do imunizante segue a formulação determinada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que este ano recomendou o uso de vacinas trivalentes da gripe, em vez de quadrivalentes. A vacina da gripe é alterada anualmente, devido à alta taxa de mutação do vírus. A própria OMS monitora continuamente os vírus influenza circulantes nos hemisférios Norte e Sul e consegue estimar, por meio de vigilância epidemiológica, quais serão as cepas que vão predominar no ano seguinte. Essa informação é repassada para os fabricantes de vacinas, que atualizam seus produtos com as cepas recomendadas pelo órgão. Geralmente, são indicadas duas cepas de influenza A e uma de influenza B.  “A vacina da gripe trivalente produzida pelo Butantan para a campanha deste ano é composta pelos vírus influenza A/Victoria (H1N1), A/Croácia (H3N2) e B/Áustria (linhagem Victoria). Essas são as cepas de gripe que mais tendem a circular nos hemisférios Norte e Sul em 2025, segundo a OMS”, explica a gestora médica de Desenvolvimento Clínico do Butantan Carolina Barbieri. OMS, EMA e FDA recomendam vacinas trivalentes Em nota publicada em fevereiro deste ano, a OMS declarou que “a composição recomendada das vacinas contra influenza para o hemisfério Norte de 2025 a 2026 permanece a mesma que os vírus recomendados para as vacinas do hemisfério Sul de 2025.”  A agência orienta o uso de apenas três cepas na composição vacinal, em vez de quatro, aconselhando os fabricantes que façam a transição das vacinas quadrivalentes para trivalentes.  Esse posicionamento se baseia nos dados de vigilância da organização, que não detecta a circulação da cepa influenza B (Yamagata), em nível mundial, desde março de 2020. “A ausência contínua de detecção confirmada de ocorrência natural da linhagem B/Yamagata após março de 2020 é indicativo de um risco muito baixo de infecção pela linhagem do vírus Influenza B/Yamagata”, afirma a OMS no documento com perguntas e respostas sobre a composição recomendada das vacinas contra o vírus influenza. “O antígeno de linhagem em vacinas quadrivalentes de influenza não é mais justificado, e todos os esforços devem ser feitos para excluir esse componente o mais rápido possível. Autoridades nacionais ou regionais devem tomar decisões sobre a transição para vacinas trivalentes de influenza em suas jurisdições”, destaca a OMS no mesmo documento. O FDA publicou sua recomendação em março de 2025, destacando que “como resultado da reunião com os parceiros federais, o FDA recomenda que a formulação trivalente de vacinas contra influenza à base de ovos para a temporada de influenza dos EUA 2025-2026 contenha um vírus A/Victoria/ (H1N1), um vírus A/Croácia/ (H3N2) e um vírus B/Áustria”. A recomendação passou a ser feita formalmente também no continente europeu pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA), após ter sido aprovada pelo Comitê de Medicamentos de Uso Humano (CHMP) da agência em sua reunião plenária de março de 2025. “Em 2024, a Força-Tarefa de Emergência (ETF) da EMA emitiu um comunicado recomendando a transição de vacinas quadrivalentes para vacinas trivalentes que não incluam a cepa B/Yamagata. A transição está prevista para a temporada 2025/2026.”, descreveu a EMA em nota. Vacinas tri e quadrivalente com mesma proteção A recomendação das agências indica que as vacinas trivalentes são capazes de conferir a mesma proteção do que as quadrivalentes, já que a composição desta contém uma cepa que não circula e que, portanto, não faria diferença para os imunizados. “Neste momento epidemiológico podemos dizer que a vacina trivalente protege tanto quanto a quadrivalente, pois a quarta cepa não circula neste momento no Brasil. Atualmente quem tomar a vacina trivalente ou a quadrivalente da gripe terá a mesma proteção porque as cepas circulantes são as mesmas”, afirma Carolina Barbieri. A vacina trivalente da gripe do Butantan inclusive já é pré-qualificada pela OMS desde 2021, o que permitiu que o imunizante ganhasse um endosso internacional e pudesse ser fornecida às agências da Organização das Nações Unidas (ONU) e a outros países por meio da OMS e da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). “Essa pré-qualificação significa que a vacina da gripe do Butantan foi validada em todo o seu processo, dos estudos clínicos às Boas Práticas de Fabricação, produção, envase, farmacologia e qualidade, ressaltando a sua qualidade e eficiência”, explica a gestora médica de Desenvolvimento Clínico do Butantan. Produção em larga escala A vacina da gripe do Butantan está disponível em unidades básicas de saúde de todo o país e na rede privada. Ela é feita totalmente no Brasil, na fábrica do Instituto, o que permite uma produção em grande escala de vacinas sazonais ou mesmo outras, caso surjam novas cepas com força de se tornarem pandêmicas.  “A vacina trivalente da gripe do Butantan é uma vacina 100% produzida no Brasil, da cadeia produtiva até o produto final, o que incentiva a autossuficiência da indústria nacional e permite uma resposta mais rápida a qualquer evento de influenza, seja o surgimento de novas cepas sazonais ou até mesmo uma nova pandemia”, esclarece o gerente da Franquia Influenza do Butantan, Felipe Carvilhe.

Boletim da dengue em Pinda

Boletim da dengue: Pinda chega a 363 casos em 2025 O Boletim da Dengue, divulgado nesta quarta-feira (30), pela Secretaria de Saúde de Pindamonhangaba, contabilizou 363 casos da doença no ano de 2025. Não há óbitos até o momento.Os dados se referem a resultados positivos registrados até o dia 26 de abril deste ano. No mesmo período do ano passado foram 21.087 casos e em todo o ano de 2024, 23.538 confirmações da doença.Atualmente, os bairros com maior número de casos são: Araretama, Liberdade, Vale das Acácias, Parque São Domingos, Azeredo e Jardim Regina, que juntos somam 145 casos, representando 39,94% do total.O boletim traz ainda 5 casos de chikungunya – doença que também é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti e 1 caso de febre amarela.Para combater o mosquito transmissor da doença, a Secretaria de Saúde tem intensificado as ações em toda a cidade e alertado a população para eliminar água parada. Paralelo ao serviço de limpeza, agentes do Controle de Vetores estão fazendo uma verdadeira força tarefa em diversos bairros.