Correios em crise suspendem R$ 2,75 bilhões em pagamentos para conter rombo financeiro

A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (Correios), estatal vinculada ao governo federal, suspendeu o pagamento de R$ 2,75 bilhões em obrigações financeiras com fornecedores, tributos e benefícios. A decisão foi tomada para preservar o caixa da empresa, que enfrenta sucessivos prejuízos operacionais — já são 11 trimestres seguidos no vermelho. A medida inclui a interrupção de repasses essenciais como vale-refeição, planos de saúde e repasses ao INSS. Segundo documentos internos obtidos por veículos da imprensa, a estatal prevê manter a suspensão até que haja novo equilíbrio nas contas. Visão gráfica: para onde iria o dinheiro suspenso? Abaixo, os principais pagamentos suspensos e seus valores estimados: 💼 Destino do Pagamento 💸 Valor Estimado (em R$ milhões) INSS Patronal 741 mi Fornecedores 652 mi Postal Saúde 363 mi Remessa Conforme 271 mi Vale-alimentação/refeição 238 mi PIS/Cofins 208 mi Fundo Postalis (previdência) 138 mi Franqueadas dos Correios 135 mi Total Suspenso R$ 2,75 bilhões Impactos imediatos O que dizem os Correios? A direção da empresa justificou a suspensão como uma “medida emergencial” para conter a deterioração financeira e ganhar tempo para reestruturar a operação. Afirmam que nenhum serviço postal será interrompido, mas admitem “momento crítico”. Em paralelo, os Correios aguardam liberação de R$ 4,3 bilhões do Novo Banco de Desenvolvimento (o “banco dos BRICS”), que será destinado à renovação da frota e não poderá ser usado para cobrir as obrigações suspensas. A suspensão de pagamentos sinaliza um momento alarmante para uma das maiores estatais do país. Com dificuldades históricas de modernização e queda na demanda de serviços postais, os Correios correm risco de insolvência, pressionando o governo por uma resposta estruturante.