PL oficializa Eduardo Bolsonaro como líder da Minoria na Câmara

O PL oficializou, nesta terça-feira (16), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) como o novo líder da Minoria na Câmara dos Deputados. O bloco faz oposição à base de apoio ao governo. A deputada Caroline de Toni (PL-SC), que era titular deste posto, renunciou em favor do filho do ex-presidente, assumindo como primeira vice-líder. Na prática, ela continuará representando a bancada nas votações em plenário diante da ausência de Eduardo. A manobra tem o objetivo de evitar que Eduardo Bolsonaro, que chegou a se licenciar do mandato entre março e julho deste ano, para morar nos Estados Unidos, onde vive desde então, seja cassado por faltas em sessões deliberativas. Ele não registra presença em votações da Casa há mais de dois meses e poderia perder o mandato de forma automática a partir do ano que vem. Eduardo Bolsonaro é o principal responsável pela articulação de sanções do governo de Donald Trump contra o Brasil, em vigor desde agosto. A iniciativa busca reverter o resultado do julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF), que condenou seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, a mais de 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e outros três delitos. Segundo o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), a decisão foi adotada com base em uma permissão em vigor desde 2015, a partir de decisão da Mesa Diretora da Câmara, que isenta integrantes da direção e líderes partidários de justificar ausência e registro de presença em painel eletrônico de votações. “Desde 5 março de 2015, esse ato da Mesa está valendo. E valendo deste ato da Mesa que a deputada Carol de Toni faz este singelo ato [normativo] ao nosso guerreiro, deputado Eduardo Bolsonaro, que é sabido de todos, está exilado nos Estados Unidos para lutar contra injustiças contra sua família”, afirmou Cavalcante em coletiva de imprensa ao lado de outros líderes da legenda, no Salão Verde da Câmara. A nomeação de Eduardo, segundo ele, já foi encaminhada ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). A exceção de faltas para líderes partidários mencionada por Sóstenes Cavalcante consta em resolução assinada pelo então presidente da Câmara dos Deputados em 2015, Eduardo Cunha (MDB-RJ). “Estamos protegendo sim o Eduardo Bolsonaro naquilo que estiver a nosso alcance, porque ele está exercendo o seu mandato, só está à distância por uma vontade que não é dele”, admitiu a deputada Carol de Toni, após renunciar ao posto em favor do correligionário. Reação Do lado governista, a reação contra a manobra em favor de Eduardo Bolsonaro já está sendo preparada. De acordo com o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), a “medida é um absurdo” e deve ensejar ações no Plenário da Câmara, na própria Mesa Diretora e até no Judiciário. Na semana passada, o líder da bancada petista já havia feito uma representação criminal no STF em que pede a prisão preventiva do deputado Eduardo Bolsonaro, além do bloqueio imediato de salários e verbas parlamentares pagos irregularmente ao parlamentar que se encontra há meses ausente do país. O fundamento é justamente o lobby de Eduardo em favor das sanções norte-americanas sobre exportações brasileiras para fazer pressão contra o julgamento do pai. Politica
DR com Demori: Edinho Silva fala sobre Trump, democracia e rumos do PT

O presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Edinho Silva, é o convidado do próximo programa DR Com Demori. Na entrevista, o ex-prefeito de Araraquara (SP) reflete sobre as conquistas e os desafios que a legenda tem pela frente, especialmente diante do crescimento do fascismo no mundo. Além disso, Edinho comenta o impacto das políticas econômicas do governo Trump aplicadas ao Brasil. A atração vai ao ar às 23h desta terça-feira (26), na TV Brasil. Com início na militância em movimentos sociais ligados à igreja católica, Edinho Silva trilha uma carreira política em ascensão. Eleito novo presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), ele assume a legenda em um momento decisivo. “Tenho dito que o desafio imediato, que é, no mínimo, uma luta de médio prazo, é a derrota do fascismo no Brasil”, afirma. Edinho Silva é o entrevistado desta semana do DR com Demori – Paulo Pinto/Agência Brasil Outro ponto destacado por Edinho é a necessidade de reconstruir a base do partido. “O PT precisa voltar a ter presença junto à nossa base social, junto às periferias, organização por local de trabalho e moradia. Ou seja, precisa voltar a ‘nuclear’. Eu acho que isso enfraqueceu muito”, diz. Edinho também comenta as ofensivas do governo dos Estados Unidos contra o Brasil que, para ele, são preocupantes para a conjuntura global. “O que me preocupa é que o Trump está semeando a terceira guerra mundial. Só que ela não será bélica, mas econômica. Ele vai provocar quebradeira em países com economias mais frágeis, menos diversificadas. Portanto, vai aumentar a pobreza no mundo. Porém, vai afetar uma parte da economia americana também”, analisa. Na entrevista ao DR Com Demori, o presidente do PT avalia que a democracia brasileira tem demonstrado sua resiliência, apesar das tentativas de golpe. “Mesmo com toda a nossa fragilidade do ponto de vista histórico, o Brasil tem instituições que funcionam”, assegura. Após a exibição na TV Brasil, o DR com Demori também fica disponível, na íntegra, no Youtube e no aplicativo da TV Brasil Play. O programa é transmitido em áudio, simultaneamente, na Rádio MEC, e as entrevistas ficam disponíveis em formato de podcast no Spotify. Politica
Tarcísio de Freitas Surge como a Verdadeira Alternativa da Direita para 2026 Caso Bolsonaro Não Concorra

Com a indefinição da candidatura de Jair Bolsonaro para as eleições presidenciais de 2026, o nome do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), começa a ganhar força como o principal representante da direita na disputa pelo Palácio do Planalto. Embora ainda não tenha oficializado sua candidatura, Tarcísio tem sinalizado disposição para concorrer, desde que conte com o aval do ex-presidente Bolsonaro, que mantém sua intenção de disputar a presidência apesar das dificuldades judiciais. Pesquisas recentes mostram que Tarcísio é o nome da direita que melhor pontua em cenários sem a presença de Bolsonaro, inclusive aparecendo tecnicamente empatado com o presidente Lula em alguns levantamentos. Essa posição estratégica faz dele uma aposta forte para unificar a base conservadora e atrair os votos do centro, apresentando uma alternativa viável e moderna para o Brasil. A cautela do governador em não lançar oficialmente sua candidatura ainda é vista como uma estratégia para evitar rupturas e manter a harmonia dentro da coalizão bolsonarista, evitando se tornar alvo de acusações de “traidor”. No entanto, a janela para essa definição está se fechando, já que ele deverá tomar uma decisão até o início de 2026 para cumprir os critérios legais de desincompatibilização da carga. Além do discurso focado na retomada econômica, segurança pública e valores tradicionais, Tarcísio buscou ampliar sua popularidade por todo o país, sendo visto por setores do MDB e PSD como o candidato capaz de enfrentar o PT com chances reais de vitória. Com uma campanha estruturada e o apoio dentro da própria direita, surge como uma grande esperança de um Brasil mais justo, seguro e próspero, caso Bolsonaro permaneça fora da disputa presidencial. O futuro da corrida presidencial poderá ser marcado pela ascensão de um novo nome, que pretende renovar o discurso conservador, defender a soberania nacional e dar continuidade às pautas que são caras à população brasileira. Tarcísio de Freitas, nessa conjuntura, apresenta como o nome promissor para defesa dos interesses do país contra o avanço do PT e seus aliados.
Lula Reforça Retorno de Dirceu e Alianças Amplas

José Dirceu, uma das figuras mais controversas e condenadas da história recente da política brasileira, volta a tentar afirmar presença no cenário político nacional, gerando perplexidade e indignação na direita e na sociedade em geral. Conhecido por sua atuação no Partido dos Trabalhadores (PT), Dirceu foi protagonista do escândalo do mensalão, esquema de corrupção que comprometeu profundamente o governo Lula e que resultou em suas denúncias pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por crimes como corrupção ativa e formação de quadrilha. Além disso, foi condenado na Operação Lava Jato por mais de 30 anos de prisão por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa, com envolvimento direto em grandes esquemas de crimes ligados à Petrobras. O ex-ministro José Dirceu, uma das figuras centrais nos escândalos de corrupção do PT, teve recentemente anuladas todas as suas condenações da Operação Lava Jato ministro por Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Essa decisão devolveu a Dirceu seus direitos políticos e abriu caminho para seu retorno à política, previsto para as eleições de 2026. Dirceu foi condenado originalmente a mais de 23 anos de prisão por crimes como corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa, acusação fundamentada na recuperação de R$ 15 milhões em propinas da empreiteira Engevix em contratos da Petrobras. Seus processos contra ele foram conduzidos pelo então juiz Sergio Moro, que apontou a prática habitual de crimes contra o estatal. Contudo, as condenações foram anuladas em 2024 sob o argumento de parcialidade do juiz Moro nos casos envolvendo o ex-presidente Lula, benefício estendido a Dirceu por semelhança dos processos. A decisão do STF gerou reações críticas de setores da direita, que veem na anulação um grave colapso ético e um flagrante incentivo à impunidade, com a suposta “falta de isenção” da justiça beneficiando figuras envolvidas em esquemas comprovados de corrupção. Destacam que o retorno de Dirceu à política representa um retrocesso perigoso, que estimula a moralidade pública e a luta contra a corrupção, fragilizando o sistema democrático e legal do país. Os Defensores de Dirceu alegaram que os processos contra ele tinham motivação política para atingir Lula e que a decisão é justa ao corrigir erros judiciais. Para a direita crítica, entretanto, é preocupante a percepção de que figuras condenadas por corrupção podem retomar cargas públicas, desvalorizando o compromisso por transparência, ética e responsabilidade no serviço público. Isso reforça a necessidade urgente no Brasil de reformas judiciais e políticas que garantam a independência das instituições e mecanismos eficazes para evitar que casos emblemáticos de corrupção sejam revisitados e revertidos como se fossem meros entraves processuais.
Datafolha revela que 71% acreditam na candidatura de Lula à reeleição; Alckmin cresce como plano B

Uma pesquisa divulgada pelo instituto Datafolha no dia 2 de agosto de 2025 aponta que 71% dos eleitores brasileiros acreditam que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) será candidato à reeleição nas eleições de 2026. Mesmo com um governo enfrentando desgaste natural e desafios econômicos, Lula mantém sua posição de liderança nos cenários eleitorais para o próximo ano. No levantamento, que reuniu 2.004 pessoas em 130 municípios entre os dias 29 e 30 de julho, o presidente aparece com 39% das intenções de voto no primeiro turno, contra 33% do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Nos cenários de segundo turno, Lula mantém a vantagem com percentuais variando entre 45% e 49%, dependendo do adversário, mostrando vantagem sobre figuras como Bolsonaro, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e membros da família Bolsonaro. Apesar do favoritismo, uma pesquisa mostra que 54% dos entrevistados acham que Lula deveria desistir da disputa à reeleição. Nesse contexto, Geraldo Alckmin (PSB) ganha força como o principal plano B do governo, aumentando a preferência de 18% para 26% como o nome que Lula deveria apoiar, enquanto Fernando Haddad (PT) viu sua taxa cair de 37% para 29%. A ascensão de Alckmin está associada ao seu papel destacado em negociações internacionais recentes, sobretudo diante das medidas tarifárias americanas impostas ao Brasil. Essa pesquisa reflete um cenário político ainda marcado por polarização, pressões econômicas e disputas internas na oposição, mas confirma que Lula segue como o candidato preferido e principal líder nas intenções de voto para 2026.
Câmara: PT pede suspensão do mandato de Eduardo Bolsonaro

O PT protocolou na presidência da Câmara dos Deputados um pedido de suspensão cautelar do mandato e o bloqueio dos vencimentos de Eduardo Bolsonaro (PL-SP). O deputado pediu licença de afastamento das funções por 120 dias. O prazo venceu neste domingo (20). O pedido assinado pelo líder do partido na Câmara, Lindbergh Farias (PT-RJ), diz que Eduardo Bolsonaro se engajou em articulações nos Estados Unidos, hostis ao Estado brasileiro, à Constituição da República e aos Poderes constituídos. “Ao longo do período de licença, sua conduta agravou-se de forma notória e pública: foram inúmeras declarações e ações orientadas à promoção de sanções internacionais contra o Brasil, especialmente dirigidas ao Supremo Tribunal Federal e à autoridade de seus ministros, inclusive com comemoração da tarifa de 50% sobre as exportações brasileiras anunciadas por Donald Trump”, diz trecho da petição. O regimento da Câmara determina que, uma vez encerrado o prazo da licença e a permanência no exterior não for comunicada à presidência, nem o retorno ao exercício do mandato, passa a incidir a vedação ao recebimento de salário. “Considerando o término da licença e a injustificada ausência de retorno às atividades parlamentares, é imperativo que a Presidência da Câmara proceda ao imediato bloqueio do pagamento da remuneração parlamentar de Eduardo Bolsonaro, nos termos da Constituição Federal e das normas internas desta Casa,” diz outro trecho. Farias lembra ainda que a atuação do filho de Bolsonaro motivou a apresentação de duas representações no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, respectivamente em 25 de maio e 11 de julho de 2025, requerendo a cassação de seu mandato parlamentar por violação ao decoro, traição à soberania nacional e abuso das prerrogativas constitucionais. Além disso, foi protocolada, em 16 de julho de 2025, petição coletiva à Mesa da Câmara, requerendo a aplicação de medida cautelar de suspensão do mandato de Eduardo Bolsonaro.
PT financia blindagem jurídica para influenciadores que promovem campanha agressiva contra oposição e Congresso

O Partido dos Trabalhadores (PT) lançou uma estratégia para fortalecer sua militância digital, oferecendo suporte jurídico a influenciadores que atuam em defesa do governo Lula nas redes sociais. A iniciativa, coordenada pela Fundação Perseu Abramo, braço político do partido, tem como objetivo proteger esses militantes digitais de eventuais processos judiciais decorrentes da produção de conteúdo político, muitas vezes agressivo e de caráter difamatório. A campanha digital, intitulada “Pode Espalhar”, ocorre em meio a uma escalada de ataques do PT contra o Congresso Nacional, especialmente após a derrubada do decreto presidencial que aumentaria o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Segundo levantamento da consultoria BITES, a campanha já gerou mais de 1,7 milhão de interações nas redes sociais, com vídeos produzidos até por inteligência artificial que satirizam autoridades, como o presidente da Câmara, Hugo Motta. O PT mobilizou cerca de 700 influenciadores digitais alinhados à sua narrativa para defender medidas polêmicas, como a “taxação BBB” (bilionários, bancos e sites de apostas), que tem gerado forte rejeição no setor produtivo e entre a população. Para garantir a proteção desses militantes, o partido contratou o grupo Prerrogativas, composto por advogados alinhados à esquerda, para oferecer assessoria jurídica e blindagem contra eventuais processos por difamação, calúnia ou fake news. A oposição denuncia que a estratégia do PT fomenta a polarização e o confronto social, além de desestabilizar as instituições democráticas. Parlamentares como Luciano Zucco, líder do PL na Câmara, afirmam que a campanha representa um ataque à democracia e uma tentativa de usar a militância digital para pressionar e intimidar adversários políticos. Críticos afirmam que a iniciativa reforça o clima de radicalização e guerra cultural no país, com o PT apostando na mobilização intensa e na produção massiva de conteúdo para garantir sua permanência no poder nas eleições de 2026, mesmo que isso comprometa a estabilidade política e social do Brasil.
Setor produtivo pede a revogação das novas regras para abertura do comercio aos domingos e feriados

Representantes do setor produtivo e parlamentares se reuniram nesta terça-feira (3) com o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, para pedir a revogação da Portaria nº 3.665/2023, que trata das regras para abertura de estabelecimentos comerciais aos domingos e feriados. A norma está prevista para entrar em vigor em 1º de julho e tem gerado forte reação entre empregadores, que apontam risco de insegurança jurídica e prejuízo ao funcionamento do comércio. Prorrogação não é suficiente, afirmam empresários “O ministro já sinalizou a possibilidade da prorrogação da portaria, mas não da sua revogação. Mas é a revogação o pleito da CACB. Então, estamos já acordados de seguir esse diálogo durante a próxima semana, para termos uma posição definitiva do ministro sobre a possibilidade de revogação”, destacou Anderson Trautman Cardoso, vice-presidente jurídico da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB). A reunião foi organizada pela Frente Parlamentar do Comércio e Serviço e contou com a presença de líderes como Leonardo Severini, presidente da União Nacional das Entidades do Comércio e Serviço (UNECS). Segundo os participantes, o encontro representou um avanço nas negociações, mas a expectativa do setor é por uma solução definitiva: a revogação da portaria. A CACB e demais entidades devem continuar o diálogo com o governo nos próximos dias. Reportagem: Lívia Braz
Governo Lula e PT resistem à CPI do INSS enquanto sindicatos aliados são apontados como beneficiados

A proposta de criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar o esquema bilionário de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) enfrenta forte resistência da base governista, especialmente do Partido dos Trabalhadores (PT) e do governo Lula. Apesar da oposição reunir mais de 200 assinaturas suficientes para abrir a comissão, nenhum parlamentar do PT aderiu ao pedido, e a orientação do Planalto é para que a base não apoie a investigação. A oposição acusa o governo de tentar evitar a CPI por receio de que a investigação exponha irregularidades envolvendo sindicatos ligados ao PT, que teriam sido os principais beneficiados pelo esquema de descontos indevidos nas aposentadorias e pensões, estimados em cerca de R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024. Parlamentares da oposição argumentam que, enquanto o PT tenta culpar o governo Jair Bolsonaro pelas fraudes, a realidade mostra que as associações e sindicatos próximos ao partido se beneficiaram financeiramente do esquema, cobrando descontos ilegais dos segurados do INSS. O deputado Coronel Chrisóstomo (PL-RO), autor do pedido de CPI, afirmou que foi a derrubada da Medida Provisória 871/2019, durante o governo Bolsonaro, que permitia a autorização prévia para descontos nos benefícios, que facilitou o crescimento das fraudes. Ele questiona a omissão do ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT), aliado do PT, que teria conhecimento do esquema desde 2023, mas não tomou providências para impedir os descontos ilegais. Do lado governista, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, reforça que a investigação da Polícia Federal (PF) partiu da Controladoria-Geral da União (CGU), órgão do próprio governo, e que não há indícios que envolvam diretamente o ministro Carlos Lupi. Ela também ressalta que a CPI pode ser usada como instrumento político para desgastar o governo Lula, especialmente por parte da oposição ligada a Bolsonaro. Enquanto isso, parlamentares da oposição defendem que a CPI é fundamental para garantir transparência e responsabilização, independentemente do partido envolvido. Eles destacam que o governo deveria apoiar a investigação para demonstrar que não teme a apuração dos fatos. A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) chegou a convidar parlamentares de esquerda a assinarem o pedido, afirmando que “se a culpa é do Bolsonaro, assine para a gente investigar Bolsonaro”. A resistência da esquerda em apoiar a CPI do INSS, mesmo diante das evidências de que sindicatos ligados ao PT podem ter sido os maiores favorecidos, levanta questionamentos sobre o que o governo teme revelar. A falta de transparência compromete a confiança pública e reforça a percepção de que interesses políticos e sindicais se sobrepõem à defesa dos direitos dos aposentados e pensionistas. Em suma, a controvérsia em torno da CPI do INSS expõe um embate político intenso, onde a esquerda evita a investigação formal enquanto a oposição busca ampliar o escrutínio sobre o esquema de fraudes, que envolve diretamente atores ligados ao PT, e não apenas o governo Bolsonaro, como tenta ser colocado pela narrativa oficial.
PT abandona Marina Silva e expõe fragilidade da agenda ambiental diante da força ruralista

A recente omissão do PT na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados escancarou o isolamento da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, diante dos ataques da bancada ruralista. Em duas convocações em menos de um mês, Marina foi alvo de críticas contundentes, sem receber qualquer defesa efetiva dos parlamentares petistas presentes. PT silencia enquanto ruralistas avançam Durante a sessão mais recente, deputados do PT, como Marcon (PT-RS) e Padre João (PT-MG), optaram por discursos protocolares e evitaram qualquer embate em defesa da ministra. Enquanto isso, opositores repetiram ataques, chegando a chamar Marina de “câncer do Brasil”. A liderança do governo, por sua vez, atuou apenas para proteger o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, transformando sua convocação em convite amigável, mas ignorou completamente a situação de Marina, que permanece exposta à artilharia ruralista. O episódio revela uma tendência clara do governo Lula e do PT: para garantir governabilidade e alianças no Congresso, o partido tem cedido cada vez mais às pressões do Centrão e da bancada ruralista, em detrimento da agenda ambiental. Não é a primeira vez que Marina Silva e outros ministros ligados à pauta socioambiental, como Sonia Guajajara, são deixados à própria sorte pelo próprio governo que deveriam representar. Segundo relatos de bastidores, a base governista já sabia que a área ambiental seria “dilacerada” no Congresso, mas optou por não reagir e até mesmo avalizou mudanças que enfraquecem os ministérios de Meio Ambiente e Povos Indígenas, tornando a estrutura do governo Lula cada vez mais parecida com a do governo Bolsonaro, especialmente no que diz respeito à submissão aos interesses do agronegócio. Ruralistas impõem agenda e PT se omite A bancada ruralista, mais forte e articulada do que nunca, tem conseguido impor sua agenda sem resistência significativa. O Cadastro Ambiental Rural (CAR), por exemplo, foi retirado do controle do Meio Ambiente e devolvido à Agricultura, atendendo a uma antiga demanda do setor ruralista. Além disso, medidas que facilitam o desmatamento, como a flexibilização de regras para instalação de linhas de transmissão e gasodutos em áreas de Mata Atlântica, foram aprovadas com o aval do Congresso, sem reação do governo. No exterior, Marina Silva é usada como vitrine do governo Lula para atrair investimentos e melhorar a imagem do Brasil, mas, internamente, é vista com desdém por parte do próprio PT, que nunca perdoou sua saída do partido em 2008 por divergências ambientais. O resultado é uma ministra cada vez mais isolada, enfrentando sozinha a “tropa de choque” ruralista, enquanto o governo se cala e prioriza alianças políticas que garantam votos, mesmo ao custo de comprometer o futuro ambiental do país.