Lula quer reforçar o engajamento de países amazônicos na COP30

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está a caminho de Bogotá, na Colômbia, onde participa, nesta sexta-feira (22), da 5º Cúpula da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (Otca). O encontro deve atualizar os compromissos dos países que compartilham a maior floresta tropical do planeta na proteção do bioma. Também será uma oportunidade de engajar os vizinhos no esforço de participação na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em Belém, no Pará, a primeira realizada em solo amazônico. Uma das iniciativas do governo brasileiro é justamente a aprovação de uma declaração conjunta de apoio ao Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, da sigla em inglês), que será lançado na COP30. O fundo será um mecanismo de financiamento, no valor previsto de US$ 125 bilhões, destinado a preservar esses biomas florestais, presentes em cerca de 70 países, e que são cruciais para a regulação do regime de chuvas e captura de carbono na atmosfera. Lula desembarca na capital colombiana no fim desta noite. O primeiro compromisso oficial será dos representantes dos países membros do Tratado de Cooperação Amazônica com organizações da sociedade civil e comunidades indígenas, por volta das 9h30 desta sexta-feira, seguida pela cúpula. As atividades ocorrerão na Casa de Nariño, sede da Presidência da Colômbia, na Plaza de Armas. A iniciativa de diálogo com entidades da sociedade civil repete a metodologia adotada há 2 anos, na edição anterior da cúpula da Otca, em Belém. Lula e o presidente colombiano Gustavo Petro são os dois únicos chefes de Estado confirmados na cúpula. Os demais países enviaram chanceleres. Do lado brasileiro, acompanham Lula os ministros Márcio Macedo, da Secretaria-Geral da Presidência; Sônia Guajajara, dos Povos Indígenas; Marina Silva, do Meio Ambiente e MUdança do Clima; Mauro Vieira, das Relações Exteriores, e o embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30. Além da declaração em favor do TFFF, a cúpula da Otca deverá aprovar a Carta de Bogotá, reforçando metas e compromissos dos países em ações como combate ao desmatamento e desenvolvimento sustentável da Amazônia. Antes de retornar ao Brasil, Lula fará uma declaração à imprensa. Politica
Em vídeo a Trump, Lula planta uva e diz semear comida e não ódio

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva publicou um vídeo numa rede social em que aparece plantando sementes de uva no Palácio do Alvorada e se dirige ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. “Isso aqui é um exemplo, estou plantando comida e não plantando violência e plantando ódio”, diz o presidente brasileiro. No post, Lula diz que espera um dia receber a visita do presidente dos EUA no Alvorada, para que possam conversar sobre a realidade brasileira. “Por isso presidente Trump, eu queria aproveitar este sábado plantando uva vitória aqui no Palácio da Alvorada, um lugar que, espero um dia, possa visitar, e a gente conversar para que você conheça o Brasil verdadeiro”, diz Lula no vídeo, que foi filmado pela primeira dama Janja da Silva, conforme crédito no post. A mensagem foi publicada na noite desse sábado (16), no momento em que o Brasil é alvo de um tarifaço imposto por Trump, de 50% sobre a importação para os EUA de diversos produtos brasileiros, incluíndo o café e frutas. A medida atinge, especialmente, os setores agrícola e de alimentos. No vídeo, Lula afirma ainda “que não adianta o presidente Trump taxar” a uva brasileira, pois “se for necessário, ela vai pra merenda escolar”. O presidente convidou Trump ainda a “aprender a qualidade do povo brasileiro”, que gosta de todos os países, incluindo nações com relações conflituosas entre si, como Estados Unidos, Rússia, China e Venezuela. Desde que as tarifas norte-americanas entraram em vigor, o governo brasileiro tem tentado fazer contato pelas vias diplomáticas e oficiais, mas sem encontrar interlocutores no governo dos EUA com autonomia para negociar. Alguns setores da economia e da política pedem que Lula ligue diretamente para Trump, mas representantes do governo brasileiro dizem não haver garantia o bastante de que eventual ligação será recebida de forma adequada pelo presidente dos EUA. Politica
Michelle Bolsonaro dispara contra Lula: “pinguço” e responsável por avaliações dos EUA ao Brasil

Em um evento marcado por fortes declarações, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro não poupou críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva neste sábado (16), em Natal, Rio Grande do Norte. Michelle acusou diretamente Lula de ser o responsável pelas avaliações econômicas brasileiras impostas pelos Estados Unidos ao Brasil, afirmando que o governo petista provocou intencionalmente os americanos, o que resultou em taxas de até 50% sobre produtos. Usando termos contundentes, Michelle chamou Lula de “pinguço”, “cachaceiro” e “irresponsável”, além de questionar sua capacidade diplomática, ao dizer que o presidente praticou uma “diplomacia nanica” ao ironizar as medidas americanas. Segundo a ex-primeira-dama, o atual governo está conduzindo ao país rumores à miséria e se autointitula “pai da pobreza”, responsabilizando Lula por aumentar o sofrimento do povo brasileiro. A fala ocorreu durante encontro do PL Mulher, partido ao qual Michelle está ligada, no Nordeste, região com forte base eleitoral do presidente Lula. O discurso da ex-primeira-dama mexeu com as tensões entre os polos políticos brasileiros, reacendendo a polarização e as críticas mútuas entre apoiadores dos dois ex-presidentes. Além da questão econômica, Michelle também criticou a situação política interna, reclamando da prisão domiciliar sofrida pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, colocando a culpa no ministro Alexandre de Moraes e reforçando a narrativa de perseguição política. Ela garantiu ainda que Bolsonaro deve retornar à presidência em 2026 e convocou os apoiadores para se mobilizarem em defesa da liberdade e contra o que considera um governo autoritário. O episódio reflete o clima carregado da política nacional, marcado por debates acirrados e personalidades fortes, que coloca em evidência tanto os problemas atuais do país quanto os desafios para as próximas eleições.
Governo propõe restrições de redes sociais para menores de 12 anos e implantar controle parental até 16 anos

O governo federal anunciou um projeto de lei que visa regulamentar o acesso de crianças e adolescentes às redes sociais no Brasil, com foco especial na proteção de menores de 16 anos. Conforme detalhado em uma minuta obtida pela imprensa, a proposta prevê a concessão do uso de redes sociais para menores de 12 anos e a exigência de controle parental para os usuários entre 12 e 16 anos. A iniciativa, que está sendo formulada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, tem como objetivo principal garantir a segurança dos jovens no ambiente digital, protegendo-os de conteúdos contratados e abusos, além de limitar o tempo de uso e o acesso às funcionalidades específicas das plataformas. As empresas de tecnologia têm a obrigação de verificar a idade real dos usuários para evitar fraudes no cadastro. Além disso, o projeto de lei proíbe a veiculação de anúncios direcionados a crianças e adolescentes, assim como a propaganda de produtos como armas, bebidas alcoólicas, cigarros, pornografia e jogos de apostas que podem impactar benefícios aos jovens. Também será vedada a criação de perfis baseados em dados de consumo para esse público. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu uma regulamentação como medida necessária para minimizar riscos e responsabilizar as plataformas digitais pelo conteúdo divulgado. Ele ressaltou que a proposta visa criar um mínimo de responsabilidade e procedimento para o funcionamento das redes digitais, principalmente para crianças e adolescentes, para evitar que estes sejam expostos a conteúdos específicos. O projeto tramita no Congresso e recebeu apoio para votação urgente, especialmente após casos recentes de exploração e adultização de menores nas redes sociais que chocaram a população e reacenderam o debate sobre o tema. A iniciativa está alinhada com o Estatuto da Criança e do Adolescente e busca equilibrar o poder familiar com a autonomia dos jovens. Se aprovado, a medida representará um passo importante para tornar o ambiente digital mais seguro para as gerações mais jovens, garantindo que o uso das tecnologias seja adequado à faixa etária e sob supervisão responsável. “Imagens meramente ilustrativas feitas por IA” indicam que as imagens usadas são criadas por inteligência artificial e têm o propósito exclusivo de ilustrar ou exemplificar o conteúdo, não correspondendo a fotografias reais ou autênticas do objeto ou situação descrita.
𝗘𝗺 𝗶𝗻𝗮𝘂𝗴𝘂𝗿𝗮𝗰̧𝗮̃𝗼 𝗱𝗲 𝗺𝗼𝗻𝘁𝗮𝗱𝗼𝗿𝗮, 𝗟𝘂𝗹𝗮 𝗱𝗲𝗳𝗲𝗻𝗱𝗲 𝗿𝗲𝗹𝗮𝗰̧𝗮̃𝗼 𝗰𝗼𝗺𝗲𝗿𝗰𝗶𝗮𝗹 𝗰𝗼𝗺 𝗖𝗵𝗶𝗻𝗮

o participar da inauguração de uma montadora chinesa (GWM) de carros elétricos e híbridos na cidade de Iracemápolis (SP), a 160 km de São Paulo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez elogios à China, “maior parceiro comercial do País”, e voltou a criticar o governo dos Estados Unidos. “Não dá para a gente aceitar a criação de uma imagem mentirosa contra um país como o Brasil, que não tem contencioso no mundo”, disse o presidente. A empresa chinesa estima investimento de R$ 4 bilhões até 2026 no país, o que já engloba a abertura da nova fábrica. De 2027 a 2032, são previstos mais R$ 6 bilhões. “A China é o nosso principal parceiro comercial. A gente vai tentar brigar para que o comércio mundial seja equilibrado. A gente quer que volte o multilateralismo”, afirmou Lula. Aliado O presidente defendeu que o Brasil tem sido aliado da China por um mundo mais justo e um planeta mais sustentável. “É importante que as pessoas saibam que o comércio do Brasil com a China hoje é de US$ 160 bilhões contra US$ 80 bilhões com os Estados Unidos”, comparou. Lula afirmou que, por causa de Trump, o Brasil vive uma “turbulência desnecessária”. “A ideia de passar para o mundo que o Brasil é um país horrível para negociar não é verdade. Eu não posso admitir que um presidente de um país do tamanho dos Estados Unidos possa criar a quantidade de inverdades que ele tem contado sobre o Brasil”. O presidente pediu que mais empresas chinesas desembarquem no Brasil para gerar mais empregos. Ele lembrou que quando deixou a presidência em 2010, havia comércio de 3,6 milhões de carros. Mais de uma década depois, as vendas estão na casa de 1,6 milhão de veículos. “É por isso que nós estamos recuperando a indústria com política de créditos”, disse. Lula afirmou que não aceita que países grandes sufoquem os menores. “Isso não é comércio justo. O comércio justo é aquele em que as regras são estabelecidas em igualdade de condições para todo mundo”. Fábrica chinesa Lula lamentou que fábricas da norte-americana Ford tenham deixado o Brasil em 2021, e celebrou a chegada da empresa chinesa. “Essa visão que os chineses têm de que eles podem ocupar uma parte do mundo vendendo e produzindo e ensinando, que nós vamos aproveitar”. Lula dirigiu-se aos diretores da empresa chinesa e pediu que façam do Brasil uma base de vendas na América Latina. “Para quem quiser vir, nós estaremos de braços e coração abertos”. Empregos O vice-presidente Geraldo Alckmin, também presente ao evento, lembrou que o Brasil tem a oitava maior indústria automotiva do mundo e que o país recebeu sete novas montadoras. Ele elogiou a empresa chinesa que contará com um centro de pesquisa, desenvolvimento e inovação. “Aqui são 700 empregos. Até o começo do ano que vem, 1.300, mais 10 mil indiretos”, disse Alckmin. Geraldo Alckmin citou que a indústria automotiva, ano passado, cresceu, no Brasil, 9,3%, enquanto que no mundo a média é de 2%. “A venda de veículos cresceu 14,1%. Em razão do ganho da massa salarial, caiu o desemprego”. Ponto de partida O presidente da montadora GWM, Mu Feng, disse que a fábrica não é apenas um compromisso com o mercado brasileiro, mas também o ponto de partida para criar um futuro com os parceiros latino-americanos. A empresa está presente em 170 países. “O Brasil possui uma sólida base industrial e excelente capacidade de integração regional. Acreditamos que o compromisso do governo e dos consumidores brasileiros com inovação, qualidade e sustentabilidade está totalmente alinhado com nossos valores”, disse o chinês. Ele garantiu que os direitos trabalhistas e responsabilidade corporativa são princípios da empresa.
EUA cancelam vistos da esposa e filha do ministro Padilha

Os Estados Unidos cancelaram os vistos da esposa e da filha, de 10 anos, do ministro da Saúde do governo Lula, Alexandre de Padilha. As duas estão no Brasil e foram informadas do cancelamento por meio de comunicados enviados pelo Consulado Geral dos EUA em São Paulo nesta quinta-feira, 15 de agosto de 2025. A decisão faz parte de uma série de avaliações aplicadas pelo governo norte-americano contra membros do Ministério da Saúde brasileiro e ex-funcionários da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) envolvidos no programa Mais Médicos, que, segundo os EUA, estaria vinculado a um esquema de exploração de mão de obra médica cubana por trabalho empregado. De acordo com o Departamento de Estado dos EUA, a revogação dos vistos ocorreu devido a “informações históricas” de que a esposa e a filha do ministro não seriam mais elegíveis para manter seus vistos. Alexandre Padilha, por sua vez, não foi afetado diretamente porque seu visto foi vencido desde 2024. O Programa Mais Médicos, criado em governos anteriores e retomado no mandato atual, visa levar profissionais de saúde às regiões carentes do Brasil, incluindo áreas periféricas e interiores. Porém, segundo o secretário de Estado norte-americano Marco Rubio, o programa teria usado a OPAS como intervenção para implementar uma política que explorava médicos cubanos e beneficiasse financeiramente o regime cubano, burlando avaliações dos EUA. Em resposta às avaliações, o ministro Padilha utilizou as redes sociais para defender o programa, afirmando que ele “sobreviverá aos ataques injustificáveis” porque “salva vidas” e tem a aprovação da população brasileira. O presidente Lula também manifestou apoio, ressaltando o respeito do Brasil em relação a Cuba, que sofre um bloqueio econômico há mais de 70 anos. As análises incluem ainda outros funcionários envolvidos no planejamento e execução do programa Mais Médicos, como Mozart Julio Tabosa Sales e Alberto Kleiman, além de ex-membros da OPAS.
Lula Anuncia Linha de Crédito de R$ 30 Bilhões para Empresas Afetadas pelo Tarifaço – Mas Quem Vai Pagar Essa Conta?

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou recentemente uma medida provisória que libera uma linha de crédito de R$ 30 bilhões para ajudar os exportadores brasileiros afetados pelo tarifaço unilateral de até 50% imposto pelos Estados Unidos sobre produtos nacionais. A intenção do governo é mitigar os prejuízos, especialmente de pequenas e médias empresas que exportam alimentos perecíveis, frutas, mel, máquinas e outros itens, além de buscar ampliar mercados alternativos e preservar recursos. Embora a iniciativa pareça um socorro emergencial aos setores produtivos, a pergunta que fica é: quem vai pagar essa conta? Afinal, recursos dessa magnitude não saem do nada. O dinheiro anunciado pelo governo virá do Fundo de Garantia à Exportação (FGE), um superávit financeiro acumulado em 2024, que será usado como funding para concessão dessa linha de crédito com taxas acessíveis. No entanto, essa gordura financeira é produto da sociedade, ou seja, dos contribuintes brasileiros, que acabarão arcando com essa despesa. Essa política de crédito é financiada com dinheiro público, extraída dos cofres do Estado, e significa que o custo final do “socorro” recairá sobre os brasileiros, seja via impostos, alienação pública ou redução de investimentos essenciais em outras áreas. Ou seja, Lula usa os recursos do próprio país para compensar prejuízos resultantes de uma guerra comercial imposta externamente, sem apresentar soluções estruturais para diminuir a dependência do mercado americano. Além disso, a medida amplia a intervenção estatal na economia, favorecendo a manutenção de que pode ser menos competitiva em razão de uma visão ideológica de proteção exacerbada, enquanto quem trabalha e produz no Brasil paga a conta por essa política. O governo estima que o plano será o “começo” e que poderá ser ampliado no futuro, o que indica que a farra com o dinheiro público pode continuar aumentando. Criticamente, esse tipo de ajuda não fomenta a inovação ou o fortalecimento real da competitividade no mercado global. Pelo contrário, mantém setores dependentes de crédito fácil e política de subsídios, com risco de aumentar o déficit público e a inflação, algo que pesa no bolso do cidadão comum. Portanto, ao anunciar esse pacote bilionário, Lula celebra ações de curto prazo para visibilidade política, enquanto a conta, mais cedo ou mais tarde, será paga pela população brasileira, que não deve se iludir com o discurso de proteção aos trabalhadores sem considerar o impacto fiscal e econômico dessas medidas.
Lula Anuncia Projeto para Redes Sociais Regulares: Defesa da Ordem e Proteção das Famílias nas Plataformas Digitais

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que enviará em breve ao Congresso Nacional um projeto de lei para regulamentos sobre o funcionamento das redes sociais no Brasil. A proposta, que vem sendo discutida internamente há meses, tem como foco principal garantir a responsabilidade das plataformas digitais, especialmente na proteção de crianças e adolescentes contra conteúdos contratados e a exploração virtual. Lula reforçou que uma regulamentação é necessária para garantir que as Big Techs que atuam no Brasil cumpram a legislação nacional, evitando que suas importações imponham à mercê apenas as normas estrangeiras. Para ele, não há espaço para quem quer lucrar à custa da disseminação de conteúdos extensos, como a promoção da pedofilia ou do discurso de ódio. O presidente destacou a importância de criar regras claras que definam um mínimo de comportamento para as redes sociais, onde o crime na vida real também seja tratado como crime no ambiente digital. Segundo Lula, essa medida é essencial para preservar a democracia, proteger os valores da família e garantir um ambiente seguro para os usuários. O debate sobre a regulação das redes sociais ganhou força após denúncias de influenciadores expondo menores em situação vulnerável, o que mobilizou diferentes setores da sociedade para uma ação mais rigorosa. O governo pretende dialogar amplamente com representantes da sociedade antes de enviar o texto ao Legislativo, buscando equilíbrio entre liberdade de expressão e segurança. Em meio às críticas de setores estrangeiros, especialmente dos Estados Unidos, que alegam que a iniciativa poderia gerar censura, Lula reafirma que a liberdade de expressão não pode servir de pretexto para permissividade com contrabando e que o Brasil está firme em sua soberania legislativa. A proposta deve considerar mecanismos que possibilitem a suspensão temporária de plataformas que descumpram regras, com prazos definidos e sem prejuízo ao devido processo legal. A expectativa é que a iniciativa contribua para valorizar um ambiente digital mais saudável, ético e alinhado à cultura e aos valores do povo brasileiro.
Mundo demonstra interesse em ampliar negociações com o Brasil, diz Lula

Foto: Ricardo Stuckert/PR Mundo demonstra interesse em ampliar negociações com o Brasil, diz Lula O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou nesta segunda-feira que “o mundo está ávido para fazer negociação com o Brasil”. A afirmação foi feita durante reunião com empresários e integrantes do governo no Palácio do Planalto, em Brasília. De acordo com Lula, a disposição de parceiros estrangeiros resulta do potencial do mercado brasileiro, da agenda de transição energética e do compromisso do país com a preservação ambiental. “Temos credibilidade para atrair investimentos e ampliar acordos comerciais”, afirmou. O presidente citou o interesse de blocos econômicos, como a União Europeia e a Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean), em avançar em entendimentos que facilitem o fluxo de bens e serviços. Ele mencionou ainda encontros recentes com líderes africanos, asiáticos e do Oriente Médio, nos quais recebeu sinalizações de apoio a projetos de infraestrutura no Brasil. Entre as prioridades do governo estão a conclusão do acordo Mercosul-União Europeia e o processo de adesão do país à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). “Queremos negociar em pé de igualdade, garantindo ganhos mútuos”, disse Lula. O presidente destacou também que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) será apresentado a investidores internacionais nas próximas semanas. Segundo o Ministério da Fazenda, o plano prevê a captação de recursos públicos e privados para áreas como energia renovável, logística e conectividade digital. Participaram do encontro os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Mauro Vieira (Relações Exteriores) e Simone Tebet (Planejamento e Orçamento), além de representantes da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
𝗖𝗼𝗻𝘀𝗲𝗹𝗵𝗲𝗶𝗿𝗼 𝗱𝗲 𝗗𝗼𝗻𝗮𝗹𝗱 𝗧𝗿𝘂𝗺𝗽 𝗶𝗿𝗼𝗻𝗶𝘇𝗮 𝗟𝘂𝗹𝗮 𝗲 𝗼 𝗰𝗵𝗮𝗺𝗮 𝗱𝗲“𝗕𝗶𝗱𝗲𝗻 𝗱𝗼𝘀 𝘁𝗿𝗼́𝗽𝗶𝗰𝗼𝘀” 𝗮𝗽𝗼́𝘀 𝗱𝗲𝗰𝗹𝗮𝗿𝗮𝗿𝗮𝗰̧𝗼̃𝗲𝘀 𝘀𝗼𝗯𝗿𝗲 𝘀𝗼𝗯𝗿𝗲𝘁𝗮𝘅𝗮 𝗱𝗼𝘀 𝗘𝗨𝗔

O cenário das tendências comerciais e políticas entre Brasil e Estados Unidos ganhou um novo capítulo nesta semana. Após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reagir publicamente à sobretaxa de 50% imposta pelo governo americano sobre produtos brasileiros, um dos conselheiros enviado ao ex-presidente Donald Trump fez uma crítica ácida ao líder brasileiro, chamando Lula de “Biden dos trópicos”. A declaração do conselheiro reflete a insatisfação pela postura de Lula, que, apesar da pressão econômica imposta por Trump, buscou usar uma retórica que mistura defesa da soberania nacional com ataques ao ex-governo brasileiro e críticas ao próprio Trump. Lula classificou a sobretaxa como injustificada e ameaçou medidas de retaliação com base na lei da reciprocidade comercial, além de recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC). Essa resposta brasileira ocorre em um contexto delicado, em que os Estados Unidos, sob a liderança do presidente e então Donald Trump, suportaram sua política comercial e diplomática contra países que adotam medidas consideradas protecionistas ou que prejudicam a competitividade americana. A sobretaxa aplicada contra o Brasil visa corrigir o que os EUA classificam como desequilíbrio nas relações comerciais bilaterais, punindo setores estratégicos brasileiros como carnes, calçados, máquinas e têxteis. Chamar Lula de “Biden dos trópicos” é uma provocação clara, comparando-o desfavoravelmente ao presidente americano Joe Biden, visto pela direita como um político marcado por políticas econômicas frouxas e governança frágil. Para os apoiadores de Trump e segmentos conservadores, Lula estaria adotando uma postura semelhante, misturando declarações populistas e protecionistas que traziam melhorias ao desenvolvimento do Brasil. Além disso, o conselheiro reforça a visão de que Trump promove a defesa dos interesses americanos com firmeza, apontando que sua política visa priorizar a segurança econômica dos EUA diante de concorrentes e governos “problemáticos” na América Latina, em referência também à Venezuela e governos transferidos a regimes autoritários. Enquanto isso, Lula insiste em agir com cautela diante da crise, mas defende a proteção das empresas brasileiras e o respeito à soberania nacional, mantendo uma discursiva de autoafirmação contra o que chama de interferência externa. O debate reflete não apenas um conflito comercial, mas um choque de visões e ideologias entre as administrações e seus aliados. Este episódio, portanto, vai além da mera disputa tarifária, colocando Lula numa posição crítica diante da direita internacional e aliados de Donald Trump, demonstrando as dificuldades brasileiras em manter uma política externa que concilie soberania com integração econômica num mundo cada vez mais competitivo e polarizado.