Janja chama jornalistas de “vira-latas” e expõe desprezo do governo Lula pela imprensa

A primeira-dama Rosângela da Silva, conhecida como Janja, protagonizou mais um episódio que revela o desdém do governo Lula pela imprensa brasileira. Durante um evento oficial no Palácio do Itamaraty, após jornalistas questionarem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre as tarifas impostas pelo presidente Donald Trump ao Brasil, Janja reagiu com a frase “Ai, cadê meus vira-latas?”, acompanhada de palmas, em um tom claramente depreciativo. Embora a assessoria da primeira-dama tenha tentado minimizar a declaração, afirmando que o termo “vira-latas” se referia aos bolsonaristas e não aos jornalistas, o contexto e o momento da fala deixam claro o desprezo pela imprensa que exerce seu papel de informar e cobrar respostas do governo. A postura de Janja reforça a impressão de que o Planalto não está aberto ao diálogo e prefere atacar quem faz perguntas difíceis, especialmente em um momento delicado para o país, com a escalada das tensões comerciais entre Brasil e Estados Unidos. Para muitos analistas e setores da direita, a fala da primeira-dama é mais um sintoma do autoritarismo e da arrogância que marcam a gestão Lula. Enquanto o Brasil enfrenta desafios econômicos e políticos, o governo prefere se fechar em um círculo de aliados e atacar a imprensa, que representa a voz da população. Esse comportamento só aprofunda a crise de confiança nas instituições e alimenta a polarização no país. O episódio também evidencia o contraste entre a retórica oficial e a realidade dos fatos: enquanto Lula evita comentar publicamente sobre as tarifas de Trump, sua esposa demonstra impaciência e desprezo diante da imprensa, reforçando a imagem de um governo que não aceita críticas e tenta silenciar vozes independentes.

Trump anuncia tarifa de 50% ao Brasil em meio a tensões comerciais; Lula sinaliza resposta

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta semana a imposição de uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados para o mercado americano. A medida, que entra em vigor em 1º de agosto, foi justificada por Trump como resposta direta à “perseguição” sofrida pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, atualmente réu no Supremo Tribunal Federal por suposta tentativa de golpe, além de críticas ao que Trump classificou como censura a empresas de tecnologia americanas no Brasil. Em carta endereçada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Trump foi enfático: “Os 50% são muito menos do que seria necessário para termos igualdade de condições em nosso comércio com seu país. E é necessário ter isso para corrigir as graves injustiças do sistema atual”. Trump ainda alertou que, caso o governo brasileiro adote retaliações, novas tarifas poderão ser implementadas. O republicano também destacou que a relação comercial entre os países tem sido “injusta” e criticou a atuação do Judiciário brasileiro contra redes sociais e a liberdade de expressão, em especial após decisões que afetaram plataformas como X (antigo Twitter). O governo Lula foi pego de surpresa e convocou uma reunião de emergência com ministros e o vice-presidente Geraldo Alckmin para discutir os impactos econômicos da medida. Em resposta pública, Lula afirmou que “o Brasil é uma nação soberana, com instituições independentes, e não aceitará nenhum tipo de tutela”. O presidente brasileiro prometeu retaliar à altura, utilizando a Lei de Reciprocidade Econômica para impor tarifas semelhantes sobre produtos americanos. Apesar do tom duro, a reação do mercado foi imediata e negativa: o real despencou quase 3% frente ao dólar e a bolsa brasileira também registrou queda expressiva. A incerteza sobre o futuro das exportações brasileiras para o segundo maior parceiro comercial do país acendeu o alerta em setores produtivos e industriais. Para setores da direita brasileira, a atitude de Trump é vista como um gesto de solidariedade a Bolsonaro e uma defesa da liberdade de expressão, ameaçada por decisões judiciais no Brasil. Muitos consideram que Lula, ao atacar plataformas digitais e perseguir adversários políticos, acabou provocando uma crise desnecessária com os Estados Unidos, prejudicando a economia nacional e a imagem do país no exterior. Os apoiadores de Bolsonaro destacam que o ex-presidente sempre buscou relações comerciais francas e transparentes com os EUA, enquanto o atual governo prioriza alianças ideológicas e interfere no livre mercado. Para eles, a resposta de Lula foi mais uma demonstração de autoritarismo e incapacidade de dialogar com grandes potências, colocando interesses ideológicos acima do bem-estar econômico do Brasil. O episódio marca uma escalada sem precedentes nas relações entre Brasil e Estados Unidos, com consequências diretas para a economia brasileira e para o ambiente político nacional. Enquanto Trump se posiciona como defensor da liberdade e do aliado Bolsonaro, Lula insiste na retórica da soberania, mas enfrenta críticas crescentes por sua postura intervencionista e pelo impacto negativo de suas decisões no comércio internacional

Trump volta a defender Bolsonaro nas redes sociais e denuncia “caça às bruxas” judicial

O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a manifestar seu apoio ao ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro nas redes sociais, classificando como uma “caça às bruxas” os processos judiciais que envolvem o líder brasileiro. A defesa pública foi feita pelo segundo dia consecutivo na plataforma Truth Social, onde Trump pediu que Bolsonaro fosse “deixado em paz”. Sem mencionar diretamente as ações do Supremo Tribunal Federal (STF) ou as acusações que pesam contra Bolsonaro, o republicano afirmou que o ex-presidente brasileiro está sendo alvo de uma perseguição política semelhante à que ele próprio alega ter sofrido nos Estados Unidos após as eleições americanas. “O único julgamento que deveria estar acontecendo é o julgamento pelos eleitores do Brasil”, escreveu Trump, ressaltando que acompanha a situação “muito de perto”. Bolsonaro enfrenta investigações no STF por suposta organização criminosa armada e tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, além de estar inelegível até 2030 por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O ex-presidente nega as acusações e classificou o processo como “uma aberração jurídica” e “perseguição política”. A manifestação de Trump provocou reações no Brasil. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o país é soberano e que a defesa da democracia cabe aos brasileiros, rejeitando interferências externas. A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, também criticou o posicionamento do ex-presidente americano, afirmando que ele não tem legitimidade para interferir nos processos judiciais brasileiros. A relação entre Trump e Bolsonaro é marcada por afinidades políticas e elogios mútuos desde 2018. O apoio do ex-presidente americano reforça a narrativa dos bolsonaristas de que as investigações são motivadas por perseguição política, enquanto o Judiciário brasileiro mantém que os processos seguem conforme o ordenamento jurídico, sem interferências externas. O julgamento das ações contra Bolsonaro está previsto para ocorrer entre agosto e setembro, e poderá resultar em penas que incluem até 39 anos de prisão, segundo especialistas. Enquanto isso, o debate político e jurídico em torno do ex-presidente segue acirrado, com repercussão internacional.

O Brasil é capaz de ser líder ambiental? E a política, deixa?

Bill Gates recentemente destacou o Brasil como um país com potencial para assumir uma liderança global nas questões climáticas, ressaltando que o país já tem feito avanços importantes em mitigação de emissões e inovação, especialmente na agricultura com a Embrapa, que ele chamou de “uma força do país”.  Essa declaração vem em um momento crucial, com a COP30 marcada para novembro de 2025 em Belém, evento que Gates considera um possível marco para o Brasil em termos de mitigação e adaptação climática. Mas será que o Brasil realmente tem condições concretas para assumir esse protagonismo? E, mais importante, será que nossos políticos têm a capacidade de interpretar e agir conforme essa realidade? O potencial brasileiro: Agricultura, energia limpa e inovação Bill Gates destaca que o Brasil já tem iniciativas pioneiras, como o combate à desnutrição e a produção de aço com energia limpa, citando inclusive o investimento em tecnologias para produzir “aço verde” no país.  Essa visão aponta para um Brasil que pode aliar sua vasta riqueza natural a tecnologias inovadoras para reduzir o impacto ambiental. A Embrapa, por exemplo, é um símbolo dessa inovação verde, sendo reconhecida internacionalmente por desenvolver soluções sustentáveis para a agricultura, que é um dos pilares da economia brasileira.  A inteligência artificial, segundo Gates, também pode impulsionar ainda mais esses avanços, trazendo eficiência e sustentabilidade para o campo e para a indústria. O grande obstáculo: A política nacional Porém, Gates não deixa de alertar para o que talvez seja o maior desafio brasileiro: a polarização política e a falta de consenso sobre a preservação ambiental. Ele compara o Brasil aos Estados Unidos, onde há um lado que defende a destruição da Amazônia e outro que luta pela sua proteção. Essa divisão torna difícil a criação e implementação de políticas públicas eficazes e estáveis. A questão é: como esperar que o Brasil se torne uma liderança climática global se o debate político interno ainda é marcado por interesses conflitantes, que muitas vezes colocam o desenvolvimento econômico imediato acima da sustentabilidade? A destruição da floresta amazônica, que é um dos maiores patrimônios naturais do planeta, exige políticas públicas firmes e contínuas, mas o cenário político brasileiro é instável e fragmentado, dificultando essa continuidade. O desafio da governança e a oportunidade da COP30 A COP30 em Belém representa uma oportunidade única para o Brasil mostrar ao mundo que pode ser protagonista na agenda climática. Gates acredita que o evento será um marco importante para o país e para o mundo, tanto na mitigação quanto na adaptação às mudanças climáticas. Mas será que nossos governantes conseguirão aproveitar essa chance? Será que o Brasil vai conseguir se posicionar como um país ocidental, com compromisso real e consistente com o meio ambiente, como sugeriu Arminio Fraga, outro nome que tem refletido sobre o papel brasileiro no cenário global? Entre o potencial e a realidade O Brasil tem tudo para ser um exemplo mundial em sustentabilidade: recursos naturais abundantes, centros de pesquisa como a Embrapa, avanços tecnológicos e uma crescente consciência ambiental em parte da sociedade. No entanto, o que parece travar esse potencial é justamente a incapacidade política de fazer uma leitura clara e estratégica dessa realidade. Será que nossos políticos conseguem enxergar além do curto prazo e das disputas ideológicas para abraçar um projeto de país que une desenvolvimento econômico e preservação ambiental? Ou continuaremos a ver o Brasil como uma “história mista”, com avanços e retrocessos que dependem do partido que está no poder? A resposta a essas perguntas vai definir se o Brasil será apenas mais um país com potencial desperdiçado ou se realmente assumirá o protagonismo climático que Bill Gates vislumbra. A COP30 pode ser o momento de virar esse jogo, mas para isso é preciso mais do que tecnologia e recursos: é preciso coragem política e visão de futuro.

Haddad defende reglobalização sustentável e taxação de super-ricos

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu, neste sábado (5), o que chamou de reglobalização sustentável, “uma nova aposta na globalização, dessa vez baseada no desenvolvimento social, econômico e ambiental da humanidade como um todo”, disse no discurso de abertura da Reunião de Ministros de Finanças e Presidentes de Banco Centrais do Brics. O ministro também manifestou apoio ao estabelecimento de uma Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Cooperação Internacional em Matéria Tributária, ou seja, um acordo tributário global mais justo. “Trata-se de um passo decisivo rumo a um sistema tributário global mais inclusivo, justo, eficaz e representativo – uma condição para que os super-ricos do mundo todo finalmente paguem sua justa contribuição em impostos”, afirmou. Segundo o ministro, o Brics, tem origem no pleito dos países membros por maior peso no sistema financeiro internacional. Países que, juntos, representam quase a metade de toda a humanidade. “Nenhum outro foro possui hoje maior legitimidade para defender uma nova forma de globalização”, disse Haddad. Haddad também relembrou o papel do Brasil à frente do G20, quando encabeçou o lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, e, desde então, manifestou-se “em defesa da tributação progressiva dos super-ricos. Já naquele momento, fizemos da defesa do multilateralismo uma marca da presidência brasileira. De lá para cá, essa defesa se tornou urgente. Não há solução individual para os desafios do mundo contemporâneo”. De acordo com o ministro, nenhum país isoladamente, por mais poderoso que seja, “pode dar uma resposta efetiva ao aquecimento global, ou atender as legítimas aspirações da maior parte da humanidade por uma vida digna. A perspectiva de criar ilhas excludentes de prosperidade em meio à policrise contemporânea é moralmente inaceitável. Em vez disso, temos que encontrar soluções cooperativas para os nossos desafios comuns”, destacou. Em relação a crise climática, Haddad ressaltou que os países do Brics estão “desenvolvendo instrumentos inovadores para acelerar a transformação ecológica”. Ele também destacou as discussões sobre a criação do Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês), com objetivo de movimentar economias de baixo carbono. Países ricos, com histórico poluente muito superior aos demais, teriam de se comprometer a investir mais recursos na manutenção do fundo. “Nos últimos dias, conversamos muito sobre o Tropical Forest Forever Facility. Estou convencido de que o Brics pode desempenhar um papel decisivo em sua criação, com um anúncio de grande impacto durante a COP 30 [30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima]”, disse. “Em parceria com o Brics, almejamos consolidar-nos como um porto seguro em um mundo cada vez mais instável. Serenidade e ambição, são, portanto, as marcas da nossa presidência”, acrescentou. Brics O Brics é um bloco que reúne representantes de 11 países membros permanentes: Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Irã, Arábia Saudita, Egito, Etiópia, Emirados Árabes Unidos e Indonésia. Também participam os países parceiros: Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Tailândia, Cuba, Uganda, Malásia, Nigéria, Vietnã e Uzbequistão. Sob a presidência do Brasil, a 17ª Reunião de Cúpula do Brics ocorre no Rio de Janeiro nos dias 6 e 7 de julho. Os 11 países representam 39% da economia mundial, 48,5% da população do planeta e 23% do comércio global. Em 2024, países do Brics receberam 36% de tudo que foi exportado pelo Brasil, enquanto nós compramos desses países 34% do total do que importamos.

Lula pede aos bancos nova forma de financiar o desenvolvimento

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu, nesta sexta-feira (4), que as instituições financeiras globais encontrem novas formas de financiar o desenvolvimento sustentável no mundo, sem condicionalidades e medidas de austeridade que prejudiquem a capacidade de investimento, especialmente de países mais pobres. “Não é doação de dinheiro, é empréstimo para que pessoas possam ter uma chance de sair da miséria em que estão e dar um salto de qualidade”, disse. Lula participou da reunião anual do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), conhecido como o banco do Brics, no Rio de Janeiro, com a presença de ministros de finanças, membros do conselho do banco e líderes empresariais. O encontro é preparatório para a Cúpula de Líderes do Brics, bloco de países emergentes do qual o Brasil faz parte, que ocorrerá no domingo (6) e na segunda-feira (7). “Eu sei que esse assunto não era para discutir aqui, mas se eu não discutir com as pessoas do dinheiro, eu vou discutir com quem? Então, está dado o recado. Eu acho que vocês podem e devem mostrar ao mundo que é possível criar um novo modelo de financiamento, sem condicionalidades. O modelo da austeridade não deu certo em nenhum país do mundo”, argumentou. “A chamada austeridade exigida pelas instituições financeiras levou os países a ficar mais pobres, porque toda vez que se fala em austeridade o pobre fica mais pobre e o rico fica mais rico”, acrescentou, ao defender a reforma das instituições tradicionais como Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial, que foram criadas após a Segunda Guerra Mundial para elaborar regras para o sistema monetário internacional. “Não é possível que o continente africano deva US$ 900 bilhões e o pagamento de juros muitas vezes é muito maior que qualquer dinheiro que eles tenham para fazer investimentos. Ou discutiremos novas formas de financiamento para ajudar os países em via de desenvolvimento, sobretudo os países mais pobres da África, Ásia e América Latina, ou esses países vão continuar pobre por mais um século”, acrescentou. >> Siga o canal da Agência Brasil no WhatsApp Como exemplo, ele lembrou que o Haiti tem um legado de dívidas com a França, pela independência do país. “Não é possível que um país como o Haiti continue sedo um pais semidestruído, que não pode eleger um presidente porque as gangues tomaram conta do país. Descobri esses dias é que o Haiti pagou pela sua independência. Se considerar o dinheiro de hoje [com correção], era preciso devolver R$ 28 bilhões para o Haiti”, afirmou. Novo banco O NDB foi criado em 2014, durante encontro do Brics no Brasil, para ser uma alternativa às instituições tradicionais e à necessidade de financiamento de longo prazo para projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável nos países que integram o bloco e outras nações subdesenvolvidas. Desde 2016, ele tem sua sede em Xangai, na China, e hoje é comandado pela ex-presidente brasileira, Dilma Rousseff. Lula lembrou que o compromisso do NDB é de direcionar 40% de seus financiamentos para projetos em desenvolvimento sustentável. Desde sua criação, mais de 120 projetos de investimento, no valor total de US$ 40 bilhões, foram aprovados para as áreas de energia limpa e eficiência energética, transporte, proteção ambiental, abastecimento de água e saneamento. Ainda, o NDB vem destinando recursos para a integração de novas tecnologias em setores como saúde, educação, transporte e infraestrutura. “O Brasil espera que o banco financie estudo de viabilidade para um cabo submarino ligando os países do Brics, que contribuirá para nossa soberania e aumento da velocidade na troca de dados”, disse. Nesse sentido, Lula destacou que 31% dos projetos do NDB são realizados nas moedas dos países membros. O presidente brasileiro também defende o uso de moedas locais em transações comerciais, para reduzir o impacto do câmbio. “Em um cenário global cada vez mais instável, marcado pelo ressurgimento do protecionismo e do unilateralismo e impactado pela crise climática, o papel do NDB na redução de nossas vulnerabilidades será crescente. Nosso banco é mais do que um grande banco para países emergentes, ele é a comprovação de que uma arquitetura financeira reformada é viável e que um novo modelo de desenvolvimento mais justo é possível”, completou Lula.

Lula desafia o Congresso e recorre ao STF para manter aumento do IOF: “Se eu não for ao Supremo, não governo o país”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) protagoniza mais um episódio de tensão com o Congresso Nacional ao recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para garantir o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), derrubado recentemente pelos parlamentares. Em entrevista, Lula afirmou categoricamente: “Se eu não for à Suprema Corte, eu não governo mais o país”, ressaltando a necessidade de manter sua autoridade para governar. O governo federal, por meio da Advocacia-Geral da União (AGU), entrou com uma Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC) no STF para contestar a decisão do Congresso que anulou o decreto presidencial que elevava as alíquotas do IOF. Segundo a AGU, a derrubada do decreto viola a separação dos Poderes, já que a competência para instituir impostos é do Executivo, e o decreto é legal e constitucional. Lula acusa o Legislativo de privilegiar interesses de poucos e critica a postura do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que pautou a derrubada do aumento do IOF. Para o presidente, a decisão do Congresso representa uma “rebelião” contra medidas que buscam justiça tributária, fazendo com que os mais ricos paguem um pouco mais para beneficiar milhões de brasileiros em situação de vulnerabilidade. O presidente reforça que o aumento do IOF não é um aumento de imposto, mas um ajuste necessário para diminuir privilégios e garantir recursos para políticas sociais essenciais. Ele também destacou que o governo não pretende cortar gastos, mas sim aumentar a arrecadação de forma justa. A disputa entre Executivo e Legislativo expõe uma crise institucional, com o STF chamado a arbitrar o conflito. A decisão da Corte terá impacto direto na governabilidade do país e no futuro das políticas fiscais do governo Lula.

Lula diz que Motta descumpriu acordo e derrubada do IOF foi absurda

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira (2), que os interesses de poucos grupos econômicos prevalecem no Congresso Nacional, em detrimento do conjunto da população brasileira. Lula defendeu a decisão do governo de recorrer à Justiça contra a derrubada, pelo parlamento, do decreto que aumentou alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). “Se eu não entrar com um recurso no Poder Judiciário, se eu não for à Suprema Corte, ou seja, eu não governo mais o país. Esse é o problema. Cada macaco no seu galho. Ele [Congresso] legisla, e eu governo”, disse em entrevista à TV Bahia, em Salvador (BA). “Nós não estamos propondo aumento de imposto, nós estamos fazendo um ajuste tributário nesse país para que os mais ricos paguem um pouco para que a gente não precise cortar dinheiro da Educação e da Saúde. Houve uma pressão das bets, das fintechs, eu não sei se houve pressão do sistema financeiro. O dado concreto é que os interesses de poucos prevaleceram dentro da Câmara e do Senado, o que eu acho um absurdo”, acrescentou. Lula afirmou que, ao pautar a derrubada do decreto do IOF, o presidente da Câmara, Hugo Motta, descumpriu um acordo que havia sido feito com o Executivo, sobre medidas compensatórias. A decisão foi anunciada por Motta horas antes da votação, em postagem nas redes sociais, na semana passada. >> Siga o canal da Agência Brasil no WhatsApp Para o presidente Lula, essa decisão foi absurda; ainda assim, ele afirma que não há rivalidade com o Congresso. “O presidente da República não rompe com o Congresso, o presidente da República reconhece o papel que o Congresso tem. Eles têm os seus direitos, eu tenho os meus direitos. Nem eu me meto no direito deles nem eles se metem no meu direito. E, quando os dois não se entenderem, a Justiça resolve”, disse. “O presidente da República tem que governar o país e decreto é uma coisa do presidente da República. Você pode ter um decreto legislativo quando você tem alguma coisa que fira muito a Constituição, o que não é o caso. O governo brasileiro tem o direito de propor IOF, sim”, defendeu na entrevista. Lula está em Salvador, onde cumpre agenda de celebração da Independência do Brasil na Bahia. De lá, ainda hoje, ele viajará a Buenos Aires, para participar da Cúpula do Mercosul, que ocorre nesta quinta-feira (3). Na sequência, o presidente segue para o Rio de Janeiro, onde preside a Cúpula do Brics. “Quando eu voltar, eu, tranquilamente, vou conversar com o Hugo, com o [presidente do Senado] Davi Alcolumbre e vamos voltar à normalidade política nesse país”, destacou. Nessa terça-feira (1º), a Advocacia-Geral da União (AGU) protocolou ação declaratória de constitucionalidade junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido do presidente Lula e com base em estudo técnico e jurídico solicitado ao órgão na semana passada. O relator do caso será o ministro Alexandre de Moraes. Entenda O decreto elaborado pelo Ministério da Fazenda aumentava o IOF para operações de crédito, de seguros e de câmbio, com o objetivo de reforçar as receitas do governo e atender às metas do arcabouço fiscal. A maioria dos parlamentares, entretanto, não concordou com a elevação das alíquotas e tem cobrado o corte de despesas primárias. “Como é que você pode falar em corte de gasto, de despesa, querendo mexer na educação?”, questionou Lula, sobre a proposta de desvinculação dos pisos da saúde e da educação, que os valores mínimos que devem ser investidos nessas áreas. O governo alegou que o aumento do IOF é necessário para evitar mais cortes em políticas sociais e maiores contingenciamentos que podem afetar o funcionamento da máquina pública. Além disso, segundo o Ministério da Fazenda, as regras do decreto corrigiam injustiças tributárias de setores que não pagam imposto sobre a renda. “Você sabe qual foi a proposta que eu fiz? É que a gente possa cortar 10% linear em todos os benefícios fiscais. Você sabe quanto que tem de isenção e desoneração nesse país? Sabe quanto que se deixa de pagar imposto nesse país? R$ 860 bilhões. Se você tirar 10% linear, o cara que tem 100% vai ficar com 90%. Ele vai continuar rico. Vai continuar tendo benefício. E você não precisa cortar dinheiro da educação ou da saúde”, argumentou Lula. “Nós temos que cortar em quem tem gordura, temos que fazer uma bariátrica em quem tem muita gordura para que a gente possa atender as pessoas mais necessitados”, acrescentou. Entre as medidas propostas pelo governo no decreto estão o aumento da alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) tanto das apostas eletrônicas, as chamadas bets, de 12% para 18%; quanto das fintechs, de 9% para 15%, igualando aos bancos tradicionais. Também há a previsão da taxação das Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), títulos que atualmente são isentos de Imposto de Renda. Antes mesmo da derrubada do decreto, o governo editou, no início de junho, uma medida provisória (MP) com aumento de tributos para bets (empresas de apostas) e para investimentos isentos. A ideia da MP era atender uma pressão do próprio Congresso. A medida provisória também prevê o corte de R$ 4,28 bilhões em gastos obrigatórios neste ano. Em troca, o governo desidratou o decreto do IOF, mas o decreto foi derrubado pelo Congresso da mesma forma.

Ampliado prazo para instalação gratuita de parabólica digital

Famílias de baixa renda inscritas no CadÚnico têm até 30 de junho para pedir a nova antena digital gratuita. Programa Siga Antenado já atendeu mais de 5 milhões de brasileiros. Famílias brasileiras de baixa renda têm mais uma semana para solicitar a instalação gratuita da nova parabólica digital. O prazo vai agora até 30 de junho. A ação faz parte do programa Siga Antenado, coordenado pelo Ministério das Comunicações, em parceria com a Entidade Administradora da Faixa (EAF) e sob supervisão da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Podem participar famílias inscritas no Cadastro Único (CadÚnico) que usam parabólica tradicional. Desde maio, moradores de 323 municípios com baixa cobertura terrestre também foram incluídos, mesmo que não tenham antena instalada. Cidades em 16 estados brasileiros receberam prioridade. A nova parabólica digital oferece mais de 100 canais abertos, com som e imagem em alta definição. O agendamento, a entrega e a instalação são gratuitos. A troca é necessária porque a antiga antena pode sofrer interferência do sinal 5G, que usa a mesma faixa de frequência. Os kits devem ser solicitados pelo site sigaantenado.com.br ou pelo telefone 0800 729 2404, que também funciona por WhatsApp. Da Agência Rádio Gov, em Brasília, Dilson Santa Fé

Lula deveria cuidar do Brasil em vez de atacar EUA e se meter na guerra entre Israel e Irã enquanto o país afunda na crise dos Correios e no roubo bilionário do INSS

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem se mostrado mais preocupado em criticar os Estados Unidos e se envolver no conflito entre Israel e Irã do que em resolver os problemas reais do Brasil. Recentemente, o governo brasileiro condenou “com veemência” os ataques dos EUA a bases nucleares do Irã, classificando-os como violação da soberania iraniana e do direito internacional, e alertou para os riscos de “danos irreversíveis” na região. Lula chegou a republicar essa nota oficial em suas redes sociais, reforçando sua posição contrária aos Estados Unidos, enquanto ignora a crise interna que afeta milhões de brasileiros. Enquanto isso, o Brasil enfrenta uma grave crise nos Correios, que acumularam prejuízos de R$ 1,7 bilhão no primeiro trimestre de 2025, um aumento de 115% em relação ao ano anterior, e já somam 11 trimestres consecutivos no vermelho. A estatal, sob gestão do governo, anunciou cortes de gastos que impactam diretamente os 86 mil funcionários, com redução de jornada, suspensão de férias e retorno obrigatório ao trabalho presencial, prejudicando a qualidade do serviço postal para a população. Além disso, o país convive com o escândalo do roubo bilionário no INSS, que expõe a fragilidade da administração pública e a falta de controle sobre recursos essenciais para a seguridade social, prejudicando aposentados e beneficiários. Lula, em vez de focar nesses problemas, prefere se alinhar a regimes autoritários e criticar os EUA, país que é parceiro histórico do Brasil em diversas áreas. Essa postura ideológica fragiliza a política externa brasileira e não traz nenhum benefício prático para a população. O Brasil não tem poder militar nem influência para intervir no conflito entre Israel e Irã, e o governo deveria manter uma postura neutra e prudente, concentrando-se em resolver os desafios internos, como segurança pública, economia e infraestrutura. Por outro lado, o ex-presidente Jair Bolsonaro sempre defendeu que o Brasil deve priorizar sua soberania e resolver seus próprios problemas antes de se envolver em disputas internacionais complexas e perigosas. Bolsonaro alertava para a necessidade de fortalecer o país internamente, especialmente diante de crises como a dos Correios e a corrupção no INSS. O momento exige responsabilidade e foco no Brasil. Lula deveria abandonar seu ativismo internacional e voltar sua atenção para os problemas domésticos, garantindo segurança, emprego e serviços públicos de qualidade para os brasileiros. A guerra no Oriente Médio é um conflito distante e complexo, e o Brasil deve cuidar do que realmente importa: seu próprio povo.