Manifestações pró-Palestina prestam solidariedade à Flotilha Sumud

Manifestações pró-Palestina estão marcadas para ocorrer neste sábado (13) em diversas cidades do Brasil, em solidariedade à Flotilha Global Sumud, que segue com suprimentos com destino à Faixa de Gaza. Em São Paulo, a concentração do ato teve início no começo da tarde de hoje, na Praça Roosevelt, com a participação de movimentos sociais, sindicais e partidos políticos. A flotilha é uma missão civil internacional, formada por uma frota de barcos e delegações de mais de 40 países. Além de entregar ajuda material, a missão busca romper o isolamento de Gaza e chamar a atenção do mundo para a urgência da situação em território palestino. Desde o início da ofensiva israelense, a crise humanitária se intensifica na Faixa de Gaza, com a população enfrentando fome e bloqueio de Israel para a entrada de ajuda humanitária. Jornalista palestino-brasileira Soraya Misleh, da Frente Palestina de São Paulo, uma das entidades organizadoras das manifestações – Rovena Rosa/Agência Brasil “Diante do holocausto palestino, a fome imposta pelo bloqueio criminoso de Israel a toda a população de Gaza, que mata dia a dia, assim como as bombas, balas, sede, estamos numa grande corrente de solidariedade internacional, junto com a Flotilha Sumud Global para romper esse cerco. Chamamos todos e todas para saírem às ruas marchar com a gente. É pela Palestina, é pela humanidade”, declarou Soraya Misleh, da Frente Palestina de São Paulo, uma das entidades organizadoras do ato. Além da Frente Palestina, a ação é convocada pela ALBA Movimentos, a Assembleia Internacional dos Povos (AIP), entre outras organizações. O ato se soma às mobilizações mundiais pró-Palestina. Politica

Itamaraty rebate críticas de ministro de Israel a Lula| Agência Brasil

O Ministério das Relações Exteriores (MRE) classificou, nesta terça-feira (26), como “ofensas, inverdades e grosserias inaceitáveis” as declarações do ministro da Defesa e ex-chanceler israelense, Israel Katz, com críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em publicação nas redes sociais, Katz disse que Lula é “antissemita declarado” e “apoiador do Hamas”, grupo palestino que controla a Faixa de Gaza. “Como ministro da Defesa, o senhor Katz não pode se eximir de sua responsabilidade, cabendo-lhe assegurar que seu país não apenas previna, mas também impeça a prática de genocídio contra os palestinos”, diz o Itamaraty. O governo brasileiro lembrou que as operações militares israelenses em Gaza já resultaram na morte de 63 mil palestinos, dos quais um terço são mulheres e crianças, com uma política de fome como arma de guerra imposta à população do enclave. Nesta segunda-feira (25), o Itamaraty condenou os bombardeios de Israel contra o hospital Nasser, em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, que provocaram a morte de ao menos 20 palestinos, incluindo jornalistas e trabalhadores humanitários, e deixaram dezenas de pessoas feridas. “Espera-se do sr. Katz, em vez de habituais mentiras e agressões, que assuma responsabilidade e apure a verdade sobre o ataque de ontem contra o hospital Nasser, em Gaza”, rebate o MRE. O ministério acrescentou que o país está sob investigação da Corte Internacional de Justiça por suspeita de violação da Convenção para a Prevenção e Punição do Crime de Genocídio. No dia 7 de outubro de 2023, o Hamas lançou um ataque surpresa de mísseis contra Israel, com incursão de combatentes armados por terra, matando 1,2 mil civis e militares e fazendo centenas de reféns israelenses e estrangeiros. Em resposta, desde então, Israel vem bombardeando Gaza e impôs cerco total ao território. A guerra entre Israel e Hamas tem origem na disputa por territórios que já foram ocupados por diversos povos, como hebreus e filisteus, dos quais descendem israelenses e palestinos. Rebaixamento Em fevereiro de 2024, Israel declarou Lula “persona non grata” pelo país após o presidente brasileiro classificar as mortes de civis em Gaza como genocídio. Na ocasião, o presidente retirou de Israel o embaixador Frederico Meyer, que ocupava o principal posto da representação brasileira em Tel Aviv e, em um gesto político, ninguém foi indicado para ocupar a embaixada na capital israelense. De acordo com informações do jornal The Times of Israel, desta segunda-feira (25), o governo israelense também vai “rebaixar” as relações com o Brasil após o Itamaraty ter ignorado a indicação do novo embaixador do país para atuar em Brasília. Segundo a reportagem, o diplomata Gali Dagan foi indicado em janeiro e aguardava a concessão do agrément, que é a autorização de praxe para um estrangeiro atuar no país. A falta de resposta do governo brasileiro é vista como uma recusa e Israel teria retirado a indicação de Dagan. Nesta terça-feira, o presidente Lula, mais uma vez, criticou o genocídio praticado por Israel na Faixa de Gaza e afirmou que crianças são assassinadas no território palestino “como se estivessem em guerra”. “Nós temos a continuidade do genocídio na Faixa de Gaza, que não para. Todo dia tem uma novidade, todo dia mais gente morre, todo dia crianças estão com fome, aparece na mídia crianças totalmente esqueléticas atrás de comida e são assassinadas como se estivessem em guerra. São assassinadas como se fossem do Hamas”, disse, em referência ao grupo que comanda o enclave palestino. Lula comandou reunião ministerial, no Palácio do Planalto, e voltou a defender a reforma do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), com a inclusão de países do Sul Global como membros plenos. Antissemitismo As críticas de Katz estão também relacionadas à saída do Brasil da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto (IHRA). A organização intergovernamental foi fundada em 1998 para promover a educação, pesquisa e memória do Holocausto e combater o antissemitismo, que é o ódio, preconceito ou discriminação contra o povo judeu. “Agora, ele [Lula] revelou sua verdadeira face como antissemita declarado e apoiador do Hamas ao retirar o Brasil da IHRA […] colocando o país ao lado de regimes como o Irã, que nega abertamente o Holocausto e ameaça destruir o Estado de Israel”, escreveu Katz. O Brasil aderiu à IHRA como membro observador em 2021, mas retirou-se formalmente em julho de 2025, após a adesão à ação judicial contra Israel na Corte Internacional de Justiça. Politica

Itamaraty chama de “inverdades” críticas de ministro de Israel a Lula| Agência Brasil

O Ministério das Relações Exteriores (MRE) classificou, nesta terça-feira (26), como “ofensas, inverdades e grosserias inaceitáveis” as declarações do ministro da Defesa e ex-chanceler israelense, Israel Katz, com críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em publicação nas redes sociais, Katz disse que Lula é “antissemita declarado” e “apoiador do Hamas”, grupo palestino que controla a Faixa de Gaza. “Como ministro da Defesa, o senhor Katz não pode se eximir de sua responsabilidade, cabendo-lhe assegurar que seu país não apenas previna, mas também impeça a prática de genocídio contra os palestinos”, diz o Itamaraty. O governo brasileiro lembrou que as operações militares israelenses em Gaza já resultaram na morte de 63 mil palestinos, dos quais um terço são mulheres e crianças, com uma política de fome como arma de guerra imposta à população do enclave. Nesta segunda-feira (25), o Itamaraty condenou os bombardeios de Israel contra o hospital Nasser, em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, que provocaram a morte de ao menos 20 palestinos, incluindo jornalistas e trabalhadores humanitários, e deixaram dezenas de pessoas feridas. “Espera-se do sr. Katz, em vez de habituais mentiras e agressões, que assuma responsabilidade e apure a verdade sobre o ataque de ontem contra o hospital Nasser, em Gaza”, rebate o MRE. O ministério acrescentou que o país está sob investigação da Corte Internacional de Justiça por suspeita de violação da Convenção para a Prevenção e Punição do Crime de Genocídio. No dia 7 de outubro de 2023, o Hamas lançou um ataque surpresa de mísseis contra Israel, com incursão de combatentes armados por terra, matando 1,2 mil civis e militares e fazendo centenas de reféns israelenses e estrangeiros. Em resposta, desde então, Israel vem bombardeando Gaza e impôs cerco total ao território. A guerra entre Israel e Hamas tem origem na disputa por territórios que já foram ocupados por diversos povos, como hebreus e filisteus, dos quais descendem israelenses e palestinos. Rebaixamento Em fevereiro de 2024, Israel declarou Lula “persona non grata” pelo país após o presidente brasileiro classificar as mortes de civis em Gaza como genocídio. Na ocasião, o presidente retirou de Israel o embaixador Frederico Meyer, que ocupava o principal posto da representação brasileira em Tel Aviv e, em um gesto político, ninguém foi indicado para ocupar a embaixada na capital israelense. De acordo com informações do jornal The Times of Israel, desta segunda-feira (25), o governo israelense também vai “rebaixar” as relações com o Brasil após o Itamaraty ter ignorado a indicação do novo embaixador do país para atuar em Brasília. Segundo a reportagem, o diplomata Gali Dagan foi indicado em janeiro e aguardava a concessão do agrément, que é a autorização de praxe para um estrangeiro atuar no país. A falta de resposta do governo brasileiro é visto como uma recusa e Israel teria retirado a indicação de Dagan. Nesta terça-feira, o presidente Lula, mais uma vez, criticou o genocídio praticado por Israel na Faixa de Gaza e afirmou que crianças são assassinadas no território palestino “como se estivessem em guerra”. “Nós temos a continuidade do genocídio na Faixa de Gaza, que não para. Todo dia tem uma novidade, todo dia mais gente morre, todo dia crianças estão com fome, aparece na mídia crianças totalmente esqueléticas atrás de comida e são assassinadas como se tivessem em guerra. São assassinadas como se fossem do Hamas”, disse, em referência ao grupo que comanda o enclave palestino. Lula comandou reunião ministerial, no Palácio do Planalto, e voltou a defender a reforma do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), com a inclusão de países do Sul Global como membros plenos. Antissemitismo As críticas de Katz estão também relacionadas à saída do Brasil da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto (IHRA). A organização intergovernamental foi fundada em 1998 para promover a educação, pesquisa e memória do Holocausto e combater o antissemitismo, que é o ódio, preconceito ou discriminação contra o povo judeu. O Brasil aderiu à IHRA como membro observador em 2021, mas retirou-se formalmente em julho de 2025, após a adesão à ação judicial contra Israel na Corte Internacional de Justiça. “Agora ele [Lula] revelou sua verdadeira face como antissemita declarado e apoiador do Hamas ao retirar o Brasil da IHRA […] colocando o país ao lado de regimes como o Irã, que nega abertamente o Holocausto e ameaça destruir o Estado de Israel”, escreveu Katz. Politica

Em 48 horas, Israel mata 200 pessoas e fere mil na Faixa de Gaza

Nas últimas 48 horas, Israel matou 200 palestinos e feriu 1 mil na Faixa de Gaza, informou o Ministério da Saúde local neste sábado (21). Com isso, chega a 55,9 mil o número de pessoas mortas no enclave palestino desde o dia 7 de outubro de 2023. Ao todo, 131,1 mil pessoas foram feridas segundo os dados oficias. O Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) disse que houve massacres deliberados contra civis, incluindo aqueles que buscavam alimentos nos centros de distribuição de comida controlados por Israel. “O exército de ocupação visa deliberadamente apenas civis indefesos, intensificando seus assassinatos diários como parte de uma política sangrenta calculada que visa perpetuar e agravar essa realidade brutal. O assassinato de crianças, mulheres e civis inocentes continua sendo um objetivo diário fixo para o exército de ocupação”, diz nota do Hamas. Muitos dos assassinatos de civis em Gaza têm sido registrados nos pontos de distribuição de alimentos, com centenas de vítimas nas últimas semanas. De acordo com a organização do Movimento Internacional da Cruz Vermelha que opera no local, “a grande maioria dos pacientes relata que foi ferida ao tentar obter ajuda”.  Desde o início de março, Israel impede a entrada de ajuda humanitária de todas as organizações que atuavam no local, o que tem agravado a fome dos cerca de 2 milhões de habitantes da área. Após 11 semanas de bloqueio, Israel permitiu a entrada de ajuda via organização apoiada pelos Estados Unidos (EUA). Israel defende a nova forma de distribuição de alimentos que, segundo o exército, impediria o Hamas de ter acesso a essa ajuda. Já a ONU diz que a quantidade é insuficiente e pede para que Israel permita a entrada de 6 mil caminhões ajuda para a população do território. Em informe divulgado neste sábado, o Exército israelense disse que, apesar da guerra contra o Irã, continuam com operações em Gaza para recuperar os reféns sob controle do Hamas. “Após mais de 600 dias de guerra, nunca esquecemos, por um momento sequer, nossos irmãos e irmãs mantidos em cativeiro em Gaza, e estamos agindo para trazê-los de volta para casa”, disse, em nota, a Força de Defesa de Israel (FDI). Na última terça-feira (17), Israel disse ter matado o diretor de Finanças da ala militar do Hamas, Ibrahim Abu Shumala.   Na sexta-feira (20), o Hamas divulgou vídeo em suas redes sociais mostrando emboscadas que teriam sido feitas nos últimos dias por membros do grupo contra soldados e tanques israelenses. A atual fase do conflito na Faixa de Gaza começou após um ataque surpresa do Hamas a vilas ao sul de Israel, matando 1,2 mil pessoas e fazendo cerca de 220 reféns, conforme dados divulgados por este país. O Hamas sustenta que o ataque foi uma resposta ao cerco de mais de 17 anos imposto a Gaza e também uma resposta à ocupação dos territórios palestinos por Israel. Quando Israel é fundado, em 1948, estima-se que 750 mil palestinos tenham sido expulsos de suas terras, dando início ao drama dos refugiados.  Em resposta ao ataque do Hamas de 7 de outubro, o Exército israelense iniciou uma ofensiva sem precedentes contra Gaza, deslocando mais de 90% da população e destruindo a maior parte da infraestrutura local, ação que vem sendo considerada um genocídio por diversos países e organizações internacionais.  O governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu tem defendido a ocupação permanente de Gaza e encoraja a emigração dos palestinos do local. Segundo Israel, o objetivo é resgatar os reféns que ainda estão com o Hamas e eliminar o grupo completamente. Agência Brasil

Prefeito de BH relata rotina tensa em bunker durante conflito em Israel e plano para retorno via Jordânia — veja o vídeo!

O prefeito de Belo Horizonte, Álvaro Damião (União Brasil), está vivendo momentos de tensão em Israel, onde está desde o último domingo (8), participando de uma feira internacional de inovação e segurança pública. A missão, que inclui uma comitiva de 18 brasileiros e sete sul-americanos, foi surpreendida pelo agravamento do conflito entre Israel e Irã, que resultou no fechamento do espaço aéreo israelense e na necessidade de se abrigar em bunkers durante ataques aéreos. Damião está hospedado na cidade de Kfar Saba, a cerca de 24 km de Tel Aviv, e tem compartilhado nas redes sociais relatos da rotina sob alerta constante. “1h15 da manhã. De novo, já estava cochilando. Acordo com sirene e o alarme no celular mandando descer para o bunker. Bermuda, camisa, tudo rápido, pega mochila. Que luta, viu!”, descreveu o prefeito em uma publicação recente. Em vídeo divulgado à imprensa, o prefeito mostra o interior do bunker, uma estrutura reforçada com concreto armado e portas de aço, projetada para proteger contra explosões e impactos, garantindo a segurança dos que estão dentro. A comitiva brasileira estava em Israel para participar do Muni Expo/Muni Tour 2025, evento que reúne prefeitos e gestores públicos para troca de experiências em segurança, tecnologia, planejamento urbano e sustentabilidade. Devido à escalada do conflito e ao fechamento do espaço aéreo, o retorno à capital mineira está suspenso. O plano atual é que o grupo deixe Israel por terra, seguindo para a Jordânia, país vizinho que já firmou acordo para receber os brasileiros. Segundo Damião, o governo brasileiro, por meio da ministra Gleisi Hoffmann e da embaixada em Israel, está negociando com as autoridades israelenses para garantir a segurança do trajeto até a fronteira. “Esperamos que essa segurança possa acontecer neste domingo, durante o dia. Porque os ataques continuam, e só com essa garantia poderemos seguir”, afirmou o prefeito. A comitiva aguarda a liberação do governo israelense para iniciar a viagem terrestre até a Jordânia, onde embarcarão para o Brasil. Além da preocupação com a segurança, o prefeito destacou a importância da missão para o desenvolvimento de Belo Horizonte. “Viemos para conhecer tecnologias avançadas de segurança pública, como câmeras inteligentes, que podem ser aplicadas em nossa cidade para melhorar a proteção dos cidadãos”, explicou. A Prefeitura de Belo Horizonte atualizou que o prefeito e o secretário de Segurança e Prevenção, Márcio Lobato, permanecem em segurança no alojamento, aguardando a definição para o retorno. A situação no Oriente Médio segue instável, com ataques e contra-ataques entre Israel e Irã, o que mantém a comitiva em alerta constante.

Governo Lula é criticado por grupo pró-Israel após postura ambígua na crise Israel-Irã

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem enfrentado críticas de setores parlamentares alinhados à direita, especialmente do grupo parlamentar Brasil-Israel, que reúne senadores e deputados federais, pela postura considerada ambígua diante da escalada do conflito entre Israel e Irã. Enquanto o Ministério das Relações Exteriores divulgou nota oficial condenando os ataques israelenses contra o Irã, classificando-os como “violação da soberania” e pedindo contenção, o grupo parlamentar Brasil-Israel manifestou “indignação” com o que chamou de “alinhamento do governo brasileiro aos que disseminam o terror”. Para esses parlamentares, o Brasil deveria se posicionar claramente ao lado de Israel, uma “nação livre e democrática”, diante das ameaças iranianas. A nota do grupo parlamentar criticou o governo por não demonstrar solidariedade suficiente a Israel, que enfrenta ataques com mísseis e drones lançados pelo Irã em retaliação às ofensivas militares israelenses contra instalações nucleares e militares iranianas. Para os membros do grupo, a postura do governo Lula representa um “erro estratégico” que fragiliza a imagem do Brasil no cenário internacional e pode prejudicar alianças importantes. Por sua vez, o governo brasileiro mantém uma linha diplomática que enfatiza o respeito à soberania nacional e o apelo à contenção, buscando evitar uma escalada maior no Oriente Médio, região historicamente volátil. O Itamaraty reforçou o pedido para que todas as partes envolvidas cessem as hostilidades e retomem o diálogo, destacando a preocupação com os impactos humanitários e econômicos do conflito. A divergência entre a posição oficial do governo e a crítica do grupo parlamentar Brasil-Israel reflete a polarização interna sobre a política externa brasileira e os desafios de equilibrar relações diplomáticas em um cenário internacional complexo e tenso. Enquanto isso, a crise entre Israel e Irã continua a se agravar, com ataques mútuos que colocam em risco a estabilidade regional e atraem a atenção das potências globais, incluindo os Estados Unidos, que reafirmaram seu apoio a Israel. O Brasil, por sua vez, navega entre a defesa da paz e a pressão por alinhamentos estratégicos, em um momento delicado para sua política externa.

Conflito Israel-Irã força retorno antecipado de vice-governador e prefeitos de SP

Vice-governador de São Paulo, Felício Ramuth, e uma comitiva de prefeitos paulistas tiveram que cancelar uma viagem ao Oriente Médio e retornar ao Brasil após a escalada do conflito entre Israel e Irã. O grupo, que incluía sete prefeitos, entre eles Anderson Farias (São José dos Campos), Caê (Campos do Jordão) e Junior Filippo (Guaratinguetá), viajava para participar de eventos focados em tecnologia e meio ambiente em Israel, com uma agenda prevista para sete dias. Os ataques de Israel ao Irã ocorreram na madrugada de sexta-feira (horário local), com bombardeios em infraestruturas nucleares iranianas, resultando na morte de líderes militares iranianos e cientistas nucleares. O Irã respondeu lançando mais de 100 drones contra o território israelense, levando Israel a declarar emergência e fechar seu espaço aéreo. A comitiva de São Paulo foi alertada sobre o fechamento do espaço aéreo israelense enquanto fazia conexão em Paris, o que impossibilitou a continuação da viagem. O vice-governador Ramuth informou que o grupo soube dos ataques durante o voo, e precisou buscar hospedagem em Paris para aguardar a remarcação do retorno ao Brasil, previsto para domingo (15). O prefeito de Campos do Jordão, Caê, que fez escala em Madrid, relatou ter recebido a notícia do cancelamento da viagem devido à guerra e classificou a situação como um “livramento”, destacando a incerteza sobre o retorno caso estivessem em Israel. O prefeito de São José dos Campos, Anderson Farias, também comentou que foi acordado no voo pelo vice-governador para ser informado dos ataques e lamentou não ter chegado a Israel, ressaltando o desejo pela busca da paz. Além da comitiva paulista, outros prefeitos brasileiros que estavam em Israel, como o chefe do executivo de Belo Horizonte, Álvaro Damião, permaneceram no país, enfrentando a situação de conflito e aguardando definição para retorno. O prefeito de São Vicente, Kayo Amado, que faria parte da comitiva mas seguiu rota diferente, ficou retido em Barcelona após saber do conflito e também classificou a situação como um “livramento”, expressando o desejo de retornar logo para a família. Em resumo, a viagem oficial do vice-governador e prefeitos de São Paulo ao Oriente Médio foi abortada devido ao conflito entre Israel e Irã, com o grupo retornando ao Brasil em segurança após o cancelamento das agendas no país.

Irã dispara centenas de mísseis contra Israel em retaliação a ataques a instalações nucleares

Na sexta-feira (13) e sábado (14) de junho de 2025, o Irã lançou uma série de ataques com centenas de mísseis balísticos contra Israel, atingindo principalmente Tel Aviv e outras regiões centrais do país. O governo israelense confirmou os ataques e ativou seus sistemas de defesa, incluindo o Domo de Ferro, para interceptar a maioria dos projéteis lançados. Segundo o Exército de Israel, menos de 100 mísseis iranianos foram disparados em duas grandes ondas, a maioria interceptada ou caiu antes de atingir o território israelense. No entanto, várias ogivas conseguiram atingir áreas urbanas, causando danos moderados em edifícios residenciais e deixando dezenas de civis feridos. De acordo com o jornal “Haaretz”, 21 pessoas ficaram feridas na sexta-feira, com duas em estado grave, e no sábado o número de feridos subiu para pelo menos 82, além de três mortos confirmados. Um míssil atingiu casas na cidade de Rishon Lezion, no centro de Israel, provocando duas mortes e 19 feridos. Explosões foram ouvidas em Tel Aviv e Jerusalém, e sirenes de alerta soaram em várias regiões, obrigando civis a buscar abrigo em bunkers. O Irã declarou que os ataques são uma resposta direta às ofensivas israelenses contra suas instalações nucleares e à morte de altos comandantes iranianos em operações aéreas recentes. A Guarda Revolucionária Islâmica afirmou ter realizado uma “resposta decisiva e precisa” contra dezenas de alvos militares israelenses, incluindo bases aéreas e centros industriais. Do lado israelense, o ministro da Defesa, Israel Katz, condenou o ataque, afirmando que o Irã “cruzou a linha vermelha” ao atingir civis e que pagará um alto preço por isso. O Exército israelense mobilizou milhares de profissionais de resgate e reforçou as defesas antiaéreas para conter as ondas de mísseis. O confronto atual é uma escalada significativa da tensão entre os dois países, que já vinham se enfrentando em operações militares e ataques cibernéticos. Israel lançou uma operação chamada “Rising Lion”, que atingiu mais de 100 alvos no Irã, incluindo instalações nucleares e líderes militares, provocando a forte retaliação iraniana. O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, em pronunciamento, alertou que o regime israelense “não sairá ileso” das consequências e que a vida para os israelenses “se tornará amarga”, reforçando o tom beligerante do conflito. Este episódio marca uma das maiores escaladas militares recentes no Oriente Médio, com potencial para ampliar ainda mais o conflito regional e envolver outros países aliados. A comunidade internacional acompanha com preocupação os desdobramentos e apela por contenção e diálogo para evitar uma guerra mais ampla.

Cristãos em Gaza resistem e se refugiam em paróquia após ordem de evacuação

Pe. Gabriele Romanelli, responsável pela Igreja Sagrada Família em Gaza, expressou profunda preocupação e a determinação dapequena comunidade cristã local diante das ordens de evacuação emitidas pelo exército israelense. “Não queremos deixar a nossa paróquia”, declarou o sacerdote ao L’Osservatore Romano, reafirmando o desejo dos cristãos em permanecer em suas casas e evitar serem “amontoados com outros dois milhões de palestinos deslocados que não têm mais nada e vivem em tendas”. A situação é cada vez mais crítica, em que há sons constantes de helicópteros e explosões, especialmente em áreas onde ainda restavam algumas famílias cristãs. No entanto, após ordens de evacuação mais intensas, muitos destes cristãos buscaram abrigo em duas igrejas da região: a católica e a ortodoxa. Tremembé celebra 50 anos da Basílica do Senhor Bom Jesus com grande festa Entre os locais afetados estão a sede da Caritas e o centro de formação São Tomás de Aquino, ambos localizados cerca de quatro quilômetros ao norte da Igreja da Sagrada Família, a única igreja católica da região. Com ordens para evacuar rumo ao sul, esses espaços de apoio à comunidade já estavam quase vazios devido a obras de reforma, mas a proximidade das tropas israelenses gera apreensão entre os moradores. “Quatro quilômetros é uma breve distância”, observou o padre Romanelli. “Sabemos que as tropas logo estarão perto de nossas casas, e é por isso que há uma enorme tensão em nossa comunidade, mesmo que ainda não tenhamos recebido uma ordem direta de evacuação.” Apesar de não haver um comunicado definitivo para a saída dos cristãos que estão sob proteção da Igreja da Sagrada Família, a comunidade recebeu uma mensagem das Forças de Defesa de Israel (IDF) indicando que a área é uma “zona vermelha” e designando corredores para o sul. No entanto, a decisão de partir não é fácil, como explica o padre: “As nossas famílias não querem sair… Por que deveríamos? Nenhum de nós está envolvido no conflito. O que nossos cristãos fariam no sul, junto a outros dois milhões de deslocados que vivem em tendas?” O padre Romanelli, que mantém viva a esperança de uma resolução pacífica, em que apesar da guerra, prioriza a educação de crianças e jovens, concluiu ressaltando a importância de que a situação dos cristãos de Gaza seja conhecida fora do Oriente Médio. “Confio, como sempre, na capacidade de intervenção de nosso Patriarca (Cardeal Pierbattista Pizzaballa)”. O padre também mantém proximidade com o Papa Francisco, que faz ligações regulares. Fonte: Vatican News