Combate à gripe aviária depende de articulação e abordagem integral

A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) divulga esta semana, durante um evento em Foz do Iguaçu, no Paraná, a nova Estratégia Global 2024–2033 para a Prevenção e o Controle da Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP), nome oficial da gripe aviária. Desde 2020, os registros da doença têm aumentado em todo o mundo, somando quase 17 mil surtos, que vitimaram milhões de animais. Na América Latina, os surtos se tornaram mais frequentes a partir de 2022, e já são cerca de 2,5 mil. A doença é altamente infecciosa e mortal entre aves, por isso, seu controle demanda o abate de todos os animais sob suspeita de infecção, entre outras medidas sanitárias, o que evidencia o alto custo para a produção animal. A gripe aviária também pode contaminar outras espécies. Apesar dos casos em humanos serem raros, o risco de morte é alto, e especialistas alertam que mutações no vírus, que possibilitem sua transmissão entre humanos, podem fazer com que a doença se torne pandêmica. Em entrevista à Agência Brasil, o oficial regional de Saúde e Produção Animal para América Latina e o Caribe da FAO, Andrés González, adianta alguns pontos da nova estratégia global e comenta o cenário atual da doença. Agência Brasil: Você pode adiantar alguns pontos dessa estratégia que será divulgada? Andrés González: Essa estratégia busca gerar guias sobre como enfrentar a doença e, sobretudo, como preveni-la de maneira colaborativa sob o enfoque ‘uma só saúde’. O principal objetivo do evento é socializar, aprimorar essa estratégia e torná-la operacional, por isso estamos no Paraná, em uma zona altamente produtiva. A estratégia apresenta linhas técnicas concretas para monitorar o risco e atuar baseado nessa avaliação. Esse é o primeiro ponto. O segundo ponto é a importância do diagnóstico laboratorial, que os laboratórios estejam preparados para atuar quando for necessário. Terceiro: como promover uma colaboração intersetorial. Ou seja, que apenas o serviço veterinário atue, mas também os órgãos de meio ambiente e de saúde. Também vamos dar ênfase à biossegurança, que consiste em boas práticas de produção, para prevenir a entrada do vírus nas unidades de produção ou o contato com os animais. Outro tema muito importante que vamos discutir é como melhorar a estratégia de vacinação. A FAO não determina ‘você vacina’ ou ‘você não vacina’, mas, em conjunto com a Organização Mundial da Saúde, fornece diretrizes sobre como proceder e como obter o maior benefício da vacinação. Em seguida, vem a necessidade de criar e continuar promovendo capacitação, tanto para o pessoal técnico dos serviços sanitários, quanto para os produtores e para a comunidade em geral. E, por fim, favorecer a articulação entre o setor público, o setor privado, e a academia, para que seja gerado conhecimento útil para toda a cadeia de valor, não somente para a produção, mas também para a transformação, a indústria alimentícia e, sobretudo, para os consumidores. Agência Brasil: Você citou a importância da articulação. Em nível global, a desigualdade entre países atrapalha, considerando que há países com sistemas bem estruturados e outros com menor capacidade de vigilância? É possível nivelar de alguma forma? Andrés González: Um fator importantíssimo a se considerar é a diferença entre países exportadores e países não exportadores. O país que exporta já tem uma exigência maior do mercado para aprimorar sua capacidade de vigilância, de biossegurança, etc. Na FAO, nós fazemos uma análise regional. Eu, por exemplo, estou encarregado da América Latina e do Caribe, e nessa região, nós temos uma grande variedade de países e, portanto, as suas capacidades também são variadas. Por isso, nós fomentamos o trabalho regional. Se algo afeta um país vizinho, muito provavelmente pode chegar até mim, ainda mais no caso de doenças virais como a influenza aviária, que pode passar de um território a outro através de aves silvestres. Nós já temos redes regionais que trabalham o problema de maneira integrada e colaborativa, especialmente com os países que têm menor capacidade. Dou um exemplo. Existe a Resudia, a Rede Sul-Americana de Luta contra a Influenza Aviária. É uma rede de países da América do Sul que trabalha em conjunto, por exemplo, no alerta precoce e no diagnóstico laboratorial. O centro principal de ação da Resudia é o Laboratório Federal de Diagnóstico Agropecuário, em Campinas, em São Paulo, que serve como referência para todos os países da América do Sul, tanto para melhorar suas capacidades diagnósticas quanto para confirmar resultados de influenza aviária. Essa rede colabora com países que não têm dinheiro para comprar reagentes, que não possuem protocolos laboratoriais padronizados e, dessa forma, conseguimos, ou pelo menos facilitamos, que os países com menor capacidade possam se beneficiar daqueles que são referência na região, como Brasil, Uruguai e Chile, que têm sistemas de vigilância mais sofisticados e especializados para este tipo de risco. Assim, fazemos com que o restante dos países também se beneficie deles, tanto no aspecto da capacitação, que é de longo prazo, quanto na resposta imediata a emergências. Quando a emergência chega, a rede é ativada e esse processo de resposta é facilitado. Agência Brasil: O Brasil, então, tem um papel de protagonismo na região, certo? Andrés González: Definitivamente, temos várias frentes de ação com o Brasil. Desde 2021, estamos trabalhando com o Comitê Veterinário Permanente do Cone Sul, que reúne os serviços veterinários de seis países da América do Sul, que se juntam e fazem o manejo colaborativo de sua saúde animal. E, nesse momento, é importante mencionar que o Brasil ocupa a presidência pro tempore do comitê, e está liderando o tema da preparação para emergências sanitárias com foco nas doenças prioritárias da região. Uma delas é a influenza aviária. Dessa forma, a colaboração não é apenas técnica, como no apoio laboratorial, na vigilância ou no fornecimento de reagentes, mas também em nível de coordenação e liderança regional. Isso é algo que o Brasil definitivamente exerce, um papel de liderança regional que favorece o trabalho conjunto e a transparência. Algo que quero destacar é que, quando surgiu o primeiro caso de influenza aviária
Evento mundial discute novas estratégias de combate à gripe aviária

Autoridades, especialistas e representantes do setor privado discutem, a partir desta terça-feira (9), em Foz do Iguaçu, no Paraná, as melhores estratégias para prevenir e combater a Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP), nome oficial da gripe aviária. Dados da Organização Mundial de Saúde Animal apontam que quase 2,5 mil surtos foram registrados nas Américas, desde 2022, sendo 185 no Brasil. Em maio deste ano, foi registrado o primeiro foco da doença em granja comercial do país, obrigando o abate de 17 mil aves, em Montenegro, no Rio Grande do Sul. Mas em menos de um mês, o foco foi debelado e o Brasil recuperou o status de país livre da doença. O episódio mostra, no entanto, os impactos sanitários e econômicos da gripe aviária, que é altamente infecciosa entre aves e pode contaminar outras espécies. Os casos em humanos são raros, mas o risco de morte é alto. O evento, organizado pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), vai lançar a nova Estratégia Global 2024–2033 para a Prevenção e o Controle da IAAP, desenvolvida por grupos de trabalho do organismo internacional, em parceria com a Organização Mundial da Saúde Animal. O objetivo é apoiar a elaboração e implementação de planos de ação nacionais e regionais, e reduzir os riscos de que a doença ultrapasse fronteiras e se torne uma pandemia global. De acordo com o representante da FAO no Brasil, Jorge Meza, um dos pontos essenciais para que esses planos sejam bem sucedidos é a comunicação. “O aspecto principal de um sistema de segurança e defesa é garantir que todos tenham um nível adequado de informação e capacitação para atuar. Tanto o grande produtor quanto o pequeno precisam estar informados, capacitados e preparados para agir adequadamente diante de uma situação”, defende. Meza enfatiza que os planos de combate à doença precisam considerar as diversas realidades do país, “não apenas as de grande escala comercial, mas também diferentes formas de produzir carne de aves”. “Seja, por exemplo, com aves confinadas ou com aves mais livres no pasto, em média e pequena escala”, avalia. O representante da FAO no Brasil adianta que o evento também vai relembrar que o respeito às boas práticas de produção é essencial para a prevenção e o controle de surtos. E, para que todos os produtores sejam capacitados, é preciso antes que eles sejam cadastrados pelas autoridades afins. “Todo produtor deve estar, de alguma forma, registrado, seja de pequena, média ou grande escala, e contar com uma plataforma onde possa se identificar como produtor e receber informações sobre o que implica produzir aves com inocuidade, quais são as consequências e de que maneira deve reagir frente a uma situação de risco”, acrescenta Jorge Meza. Fonte
União Europeia reconhece Brasil como livre de gripe aviária

A União Europeia reconheceu o Brasil como livre de gripe aviária e permitiu o retorno das exportações de carne de frango para o bloco. Em postagem na rede social X, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, disse que fez uma videoconferência com o comissário de Saúde da União Europeia, Oliver Várhelyi, para tratar da questão. O ministro da Pesca, André de Paula, também participou do encontro virtual. “Tivemos boas notícias. Primeiro o reconhecimento do status para o Brasil de livre da gripe aviária, o que vai nos permitir a retomada das exportações para a Europa”, afirmou. Os países do bloco haviam suspendido a importação por causa de um caso de gripe aviária em uma granja comercial, registrado no município de Montenegro (RS), em maio. Em junho, o Brasil se declarou livre da doença após a desinfecção da granja afetada e não ter registrado nenhum outro caso pelo prazo de 28 dias. No total, 41 países já retiraram o embargo. No último dia 25, o Chile, a Arábia Saudita, Namíbia e Macedônia do Norte retiraram as restrições para a compra de carne de frango do Brasil. Com o anúncio desta quinta-feira, Canadá, China, Malásia, Paquistão e Timor-Leste ainda mantêm embargo às importações de carnes de aves brasileiras. O ministro disse ainda que o comissário da União Europeia se comprometeu a fazer uma reunião com os estados-membros do bloco para retirar as barreiras sanitárias à importação do frango produzido no Brasil e retomar o pre-listing, processo suspenso desde 2018 e que reconhece a equivalência de sistemas de inspeção sanitária para as exportações brasileiras. “O compromisso dele é que nas próximas semanas, os estados-membros da comunidade europeia se reunirão para a retirada do controle reforçado e a volta do pre-listing tão importante para o Brasil, que está suspenso desde 2018”, acrescentou Fávaro. Economia Gov BR
Vacinas da dengue, gripe aviária e influenza para idosos do Butantan são incluídas em programa federal de incentivo à inovação

O Butantan teve três novos projetos para desenvolvimento de vacinas aprovadas no Programa de Desenvolvimento e Inovação Local (PDIL), iniciativa do Ministério da Saúde que visa promover a inovação e o desenvolvimento de soluções tecnológicas e produtivas para o Sistema Único de Saúde (SUS). Os projetos contemplados envolvem o desenvolvimento e a produção das vacinas da dengue, gripe aviária e Influenza adjuvada. A partir do PDIL, esses imunizantes ganham apoio para serem desenvolvidos e fabricados com tecnologia e inovação nacional. “O programa reconhece a capacidade tecnológica do Butantan, que passa a ter estímulo e condições de desenvolver essas vacinas, criando competência interna e nacional em temas de desenvolvimento clínico, produção, escalonamento e inovação”, resume o diretor de Inovação e responsável pelo escritório de Inovação e Licenciamento de Tecnologia do Instituto Butantan (EILT), Cristiano Gonçalves. LEIA TAMBÉM: Candidatas à vacina da gripe aviária do Instituto Butantan induzem resposta imune Por meio do PDIL, o Butantan recebe apoio para a pesquisa de projetos de interesse da saúde pública e o desenvolvimento e a produção de imunobiológicos ainda inexistentes no mercado, mas que são de interesse do SUS. Dessa forma, a vocação do Butantan de desenvolver pesquisa e inovação de ponta como as vacinas, é fortalecida. Em contrapartida, as tecnologias que são desenvolvidas por meio desse programa são direcionadas para a criação de soluções inovadoras que serão ofertadas ao SUS. PDIL tem potencial para aumentar capacidade produtiva do Butantan. Foto: Divulgação/Governo de SP “Competência para levar a pesquisa da academia para o mercado o Butantan já tem, porque possui uma cadeia bem estruturada de desenvolvimento de imunobiológicos. Com o PDIL, o Butantan consegue retroalimentar ainda mais a pesquisa aqui dentro”, ressalta Cristiano. Por meio do programa, o Butantan conseguirá aprimorar a vacina Influenza que é distribuída gratuitamente à população pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI). A nova versão tem a mesma composição antigênica da Influenza sazonal, com os três tipos de vírus da gripe mais circulantes no ano anterior. A diferença é que ela ganha o acréscimo de um agente adjuvante, também desenvolvido pelo Instituto, que aumenta a resposta imune no organismo de pessoas com mais de 60 anos. Em relação à vacina da dengue (Butantan-DV) – que está nas etapas finais de aprovação junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) –, o PDIL vai contribuir para que o Instituto aumente sua capacidade bioindustrial e vai apoiar a realização de ensaios clínicos que vão avaliar a extensão da faixa etária para o público acima de 60 anos, bem como a administração conjunta com a vacina Chikungunya. Já a nova vacina Influenza pré-pandêmica, também aprovada dentro no PDIL e que está em desenvolvimento no Butantan desde março de 2024, surge da necessidade de manter um estoque estratégico nacional para o enfrentamento de uma possível pandemia de gripe aviária. A vacina será uma das primeiras no mundo a utilizar a cepa de vírus H5N8. “Vamos iniciar os estudos em humanos deixando todas as etapas de desenvolvimento de produto prontas. Com o produto desenvolvido e testado, conseguiremos produzir a vacina de maneira rápida e eficaz para a aplicação nas pessoas, em caso de um eventual surto”, destaca Cristiano. De acordo com o diretor de inovação, nos últimos anos o Butantan tem direcionado esforços para se tornar referência na resposta rápida a emergências de saúde. São prova disso a vacina da dengue, que surgiu a partir do aumento de casos de dengue em 2015, e atuação do Instituto no combate à pandemia de Covid-19. Além dos projetos da vacina da dengue, da influenza adjuvada e da influenza pré-pandêmica, o Butantan está em articulações para incluir no PDIL outras iniciativas, que também foram submetidas ao Ministério da Saúde. Vacina da dengue, também contemplada no PDIL, está em reta final de aprovação pela Anvisa. Foto: Divulgação/Governo de SP Sobre o PDIL e a inovação no Butantan Os objetivos do PDIL, que foi criado em 2024 pelo Ministério da Saúde, são promover a produção industrial voltada à saúde no Brasil; induzir e fomentar o desenvolvimento e a inovação nacional para ampliar o acesso à saúde e reduzir a vulnerabilidade tecnológica do SUS; promover a capacitação de instituições científicas e produtores públicos, entre outros agentes, e contribuir para a transformação digital e ecológica. Os projetos a serem avaliados pelo programa devem estar alinhados à Matriz de Desafios Produtivos e Tecnológicos em Saúde do Ministério da Saúde.
Vacinação contra gripe e febre amarela avança em Tremembé com busca ativa no bairro Campos do Conde 2

As equipes da Secretaria Municipal de Saúde de Tremembé continuam intensificando a busca ativa para garantir que a população esteja com a vacinação em dia. No último sábado (5), os moradores do bairro Campos do Conde 2 receberam a visita das equipes da Estratégia de Saúde da Família (ESF) Flor do Vale, que aplicaram as vacinas contra a gripe e a febre amarela. A campanha faz parte do calendário nacional de vacinação, que recomenda a imunização anual contra a gripe para crianças a partir de 6 meses até menores de 6 anos, gestantes, idosos e grupos vulneráveis, conforme orientações do Ministério da Saúde. A vacina contra a febre amarela é indicada para pessoas entre 9 meses e 59 anos, protegendo contra uma doença transmitida por mosquitos e que pode ser fatal. Além da vacinação domiciliar e em pontos estratégicos, as doses continuam disponíveis nas unidades de saúde do município. Os locais de atendimento são: Para receber a vacina, é necessário apresentar documento de identificação, cartão do SUS e carteira de vacinação. A Secretaria Municipal de Saúde reforça a importância da vacinação para a proteção individual e coletiva, especialmente neste período de circulação de vírus respiratórios e risco de surtos de febre amarela em algumas regiões. Manter a vacinação em dia é fundamental para evitar complicações e hospitalizações. A população pode acompanhar as ações e novidades da campanha por meio dos canais oficiais da Prefeitura de Tremembé e da Secretaria de Saúde.
InfoGripe: influenza A é responsável por 74% dos óbitos por SRAG

O mais recente Boletim InfoGripe da Fiocruz aponta que a influenza A é responsável por 74% dos óbitos por Síndrome Respiratória Grave (SRAG) no país. A incidência de SRAG também segue em nível de alerta, risco ou alto risco, com tendência de crescimento em seis das 27 unidades da Federação. A análise é referente à semana epidemiológica 26, de 22 a 28 de junho. O Boletim mostra que nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a influenza A liderou, com prevalência entre os casos positivos de 33,4%. Inclusive, a influenza A segue como a principal causa de hospitalizações e óbitos por SRAG também entre os idosos. Confira as 12 das 27 UFs que apresentam incidência de SRAG com sinal de crescimento na tendência de longo prazo até a semana 26: As ocorrências de SRAG na população de jovens, adultos e idosos, associadas à influenza A, mantêm um ritmo elevado, conforme o levantamento. No entanto, os dados demonstram sinal de interrupção do crescimento ou queda no Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Tocantins, Bahia, Ceará, Maranhão e Paraíba. Porém, os casos graves continuam aumentando em outros seis estados: Alagoas, Sergipe, Minas Gerais, Mato Grosso, Paraná e Roraima. Crianças pequenas O documento aponta que a incidência de SRAG apresenta maior impacto nas crianças pequenas, estando associada principalmente ao vírus sincicial respiratório (VSR). Os casos de SRAG nesse público apresentam um início ou manutenção do sinal de interrupção do crescimento ou de queda em diversos estados do Norte, Nordeste e Centro-Sul. No entanto, a incidência de hospitalizações segue alta na maioria dessas regiões. Confira os estados que apresentam aumento dos casos de SRAG em crianças pequenas associados ao VSR. Apesar de o documento verificar indícios de queda ou interrupção do crescimento dos casos de SRAG associados à influenza no país, a pesquisadora Tatiana Portella, do Programa de Computação Científica da Fiocruz e do InfoGripe, afirma que a população não pode relaxar nas medidas, como uso de máscaras em caso de sintomas gripais. Ela também reforça a importância da vacinação. “Apesar disso, ainda não é hora de relaxar as medidas de controle e proteção, já que a incidência dessas hospitalizações por influência e VCR permanece em um nível bastante elevado na maior parte do país. A gente pede para que as pessoas que ainda não tomaram a vacina contra a influenza, que tomem a vacina contra a gripe o quanto antes, o Sistema Único de Saúde disponibiliza essa vacina de graça para a população prioritária. Então é importante que, mesmo que a pessoa já tenha pegado gripe esse ano, que ela tome a vacina, já que esse imunizante protege contra os três principais tipos de vírus da influenza”, recomenda. Cenário epidemiológico no país Em 2025, já foram notificados 119.212 casos de SRAG, 52% com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório. Entre os casos positivos, 26,7% foram de influenza A e apenas 1,1% de influenza B. Por outro lado, 45,5% foram de vírus sincicial respiratório, 22,1% de rinovírus e 8% de Sars-CoV-2 (Covid-19). Fonte: Brasil 61
InfoGripe: 18 estados têm aumento de casos graves de síndrome respiratória

O mais recente Boletim InfoGripe da Fiocruz aponta que a incidência de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) segue em nível de alerta, risco ou alto risco, com tendência de crescimento em 18 as 27 unidades da Federação. O documento também mostra que as hospitalizações por SRAG nas crianças pequenas, associados ao vírus sincicial respiratório (VSR), seguem em alta em vários estados das regiões Centro-Sul, Nordeste e Norte. Os estados que compõem a lista são de todas as regiões do país, com predominância de estados das regiões Norte, Nordeste e Sudeste. Confira o mapa com as 18 UFs no final da página. Apesar do aumento, o Boletim informa que há um sinal de interrupção do crescimento ou início de queda de internações de crianças em estados do Centro-Oeste e do Sudeste e em alguns do Norte e Nordeste. Conforme a FioCruz, a incidência de SRAG apresenta maior impacto nas crianças pequenas. Já em relação à análise de mortalidade, as crianças pequenas e os idosos apresentam os maiores valores. No Brasil, a influenza A se mantém como principal causa de internações de jovens, adultos e idosos, com maior incidência e número de mortes entre a população idosa. A atualização do Boletim mostra que em alguns estados do Centro-Oeste, como GO, DF e MS, e do Sudeste, sendo SP e ES, além do TO, também apresentam incidência de SRAG em nível de risco ou alto risco, mas com tendência de queda – apesar do número de hospitalizações ainda permanecer alto. Pelo boletim, essas UFs apresentaram tendência de recuo de casos nas últimas semanas, tendo como resultado o começo da redução das hospitalizações associadas à Influenza A e VSR nesses estados. A pesquisadora Tatiana Portella, do Programa de Computação Científica da Fiocruz e do InfoGripe, destaca a importância da vacinação, especialmente para as pessoas do grupo de risco, como idosos e pessoas com comorbidades. “É muito importante que as pessoas, principalmente dos grupos de risco, como idosos, crianças e pessoas com comorbidades, grávidas, estejam em dia com a vacina contra o vírus, já que esse grupo tem uma chance maior de desenvolver a forma mais grave da doença e precisar de hospitalização”, alerta a especialista. Cenário epidemiológico no país O documento identificou, ainda, que 14 das 27 capitais apresentam nível de atividade de SRAG em alerta, risco ou alto risco – relacionado às últimas duas semanas – com sinal de crescimento de SRAG na tendência de longo prazo, ou seja, as últimas seis semanas até a semana 24. As capitais são: Aracajú (SE), Belo Horizonte (MG), Boa Vista (RR), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Goiânia (GO), João Pessoa (PB), Maceió (AL), Manaus (AM), Porto Velho (RO), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), São Luís (MA) e Teresina (PI). Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, o Boletim aponta que a influenza A prevaleceu entre os casos positivos, com 39,2%. Já a influenza B teve apenas 0,8% de casos positivos. Por outro lado, 45% foram de vírus sincicial respiratório, 17,7% de rinovírus e 1,6% de Sars-CoV-2 (Covid-19). Entre os óbitos, 74,6% foram por influenza A, 0,8% influenza B, 13% de vírus sincicial respiratório, 9,7% de rinovírus e 4,2% de Sars-CoV-2 (Covid-19). Confira as 18 das 27 UFs que apresentam incidência de SRAG em nível de alerta, risco ou alto risco com sinal de crescimento na tendência de longo prazo: Semana 24 2025 (08/06 – 14/06): Estados e DF Fonte: Infogripe Capitais e região central de saúde do DF Fonte: Infogripe Em 2025 já foram notificados 103.108 casos de SRAG, 51,3% com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório. Entre os casos positivos, 25,7% foram de influenza A. Fonte: Brasil 61
Prefeitura faz novo Dia D de vacinação contra influenza neste sábado

A Secretaria de Saúde de Taubaté, por meio da Vigilância Epidemiológica e Atenção Primária de Saúde, realiza neste sábado (14) mais uma edição do Dia D da Vacinação contra a Influenza (gripe). A Secretaria de Saúde de Taubaté, por meio da Vigilância Epidemiológica e Atenção Primária de Saúde, realiza neste sábado (14) mais uma edição do Dia D da Vacinação contra a Influenza (gripe). A ação acontece em três UBS Mais do município (Fazendinha, Independência e Mourisco), das 8h às 17h, e também no Taubaté Shopping, com horário diferenciado das 10h às 19h. A vacinação atenderá todos os públicos desta fase da campanha, ou seja, maiores de seis meses de idade. Somente serão imunizadas as pessoas que apresentarem a caderneta de vacinação das crianças e de adultos, caso possuam, além da apresentação de um documento em que conste o número do CPF. Importante salientar que esses documentos são utilizados para acesso ao sistema do Ministério da Saúde do Governo Federal e a conferência pode demandar algum tempo, por isso, a orientação é de que as pessoas busquem atendimento antes do horário limite da vacinação nas unidades. Pois em alguns casos, há distribuição de senha até 1 hora antes do encerramento da vacinação. O objetivo de ampliar a vacinação é reduzir complicações, internações e mortalidade decorrentes das infecções pelo vírus influenza. Além de reduzir a sobrecarga dos serviços de saúde em atendimentos em decorrência de doenças respiratórias e oportunizar o acesso às vacinas. Até o final do mês de maio, segundo dados da Vigilância Epidemiológica, 41,36% da população do município havia sido vacinada contra a Influenza, o que corresponde a 58.181 doses aplicadas, desde o início da campanha de vacinação 2025. De 1 de janeiro a 10 de junho, Taubaté registrou 1.109 casos positivos de Influenza e outros vírus respiratórios e dez óbitos confirmados, sendo oito mulheres e duas homens com idades entre 50 e 89 anos. Destes, nove também possuíam doença cardiovascular crônica associada a outras comorbidades. Desde o início de 2025, 291 pessoas estiveram internadas com doenças relacionadas à SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave). Nesta quarta-feira (11), estão internados 75 pacientes, sendo 62 taubateanos e 13 de outros municípios.
Tremembé realiza Dia D de vacinação contra a gripe neste sábado, 7 de junho de 2025

A Prefeitura de Tremembé promove neste sábado, 7 de junho, o Dia D da campanha de vacinação contra a gripe, com atendimento das 8h às 16h30 no Centro de Eventos, localizado ao lado da Praça da Estação. A ação especial visa ampliar a cobertura vacinal e proteger a população contra os vírus Influenza, especialmente em um momento em que a imunização é fundamental para evitar complicações respiratórias. Unidades móveis e postos de vacinação abertos Além do ponto fixo no Centro de Eventos, unidades volantes estarão atendendo nos bairros Alberto Ronconi, Flor do Campo e Retiro Feliz, facilitando o acesso para moradores dessas regiões. Também estarão abertas para vacinação as unidades do Centro de Saúde e as Estratégias de Saúde da Família (ESFs) dos bairros Benvirá, Guedes e Maracaibo. Público-alvo e importância da vacinação Desde 22 de maio, a Secretaria Municipal de Saúde de Tremembé ampliou a vacinação contra a gripe para todos os públicos, conforme orientação do Ministério da Saúde. A vacina trivalente protege contra os vírus H1N1, H3N2 e Influenza B, prevenindo casos graves e hospitalizações. O Ministério da Saúde recomenda a vacinação para grupos prioritários, incluindo: Para receber a vacina, é necessário apresentar documento de identificação, cartão do SUS e, se possível, a carteira de vacinação. A vacinação é gratuita e um ato de cuidado coletivo para manter Tremembé saudável, especialmente diante da circulação dos vírus respiratórios nesta época do ano. Vacinar-se é um ato de proteção individual e coletiva. A Prefeitura de Tremembé convida toda a população a participar do Dia D e garantir a imunização contra a gripe.
Vacina trivalente da gripe do Butantan protege contra vírus influenza circulantes neste inverno

A vacina trivalente da gripe produzida pelo Butantan este ano, disponibilizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS), é capaz de proteger contra os principais vírus influenza circulantes no país em 2025, protegendo contra casos sintomáticos, hospitalizações e mortes pela doença. A composição do imunizante segue a formulação determinada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que este ano recomendou o uso de vacinas trivalentes da gripe, em vez de quadrivalentes. A vacina da gripe é alterada anualmente, devido à alta taxa de mutação do vírus. A própria OMS monitora continuamente os vírus influenza circulantes nos hemisférios Norte e Sul e consegue estimar, por meio de vigilância epidemiológica, quais serão as cepas que vão predominar no ano seguinte. Essa informação é repassada para os fabricantes de vacinas, que atualizam seus produtos com as cepas recomendadas pelo órgão. Geralmente, são indicadas duas cepas de influenza A e uma de influenza B. “A vacina da gripe trivalente produzida pelo Butantan para a campanha deste ano é composta pelos vírus influenza A/Victoria (H1N1), A/Croácia (H3N2) e B/Áustria (linhagem Victoria). Essas são as cepas de gripe que mais tendem a circular nos hemisférios Norte e Sul em 2025, segundo a OMS”, explica a gestora médica de Desenvolvimento Clínico do Butantan Carolina Barbieri. OMS, EMA e FDA recomendam vacinas trivalentes Em nota publicada em fevereiro deste ano, a OMS declarou que “a composição recomendada das vacinas contra influenza para o hemisfério Norte de 2025 a 2026 permanece a mesma que os vírus recomendados para as vacinas do hemisfério Sul de 2025.” A agência orienta o uso de apenas três cepas na composição vacinal, em vez de quatro, aconselhando os fabricantes que façam a transição das vacinas quadrivalentes para trivalentes. Esse posicionamento se baseia nos dados de vigilância da organização, que não detecta a circulação da cepa influenza B (Yamagata), em nível mundial, desde março de 2020. “A ausência contínua de detecção confirmada de ocorrência natural da linhagem B/Yamagata após março de 2020 é indicativo de um risco muito baixo de infecção pela linhagem do vírus Influenza B/Yamagata”, afirma a OMS no documento com perguntas e respostas sobre a composição recomendada das vacinas contra o vírus influenza. “O antígeno de linhagem em vacinas quadrivalentes de influenza não é mais justificado, e todos os esforços devem ser feitos para excluir esse componente o mais rápido possível. Autoridades nacionais ou regionais devem tomar decisões sobre a transição para vacinas trivalentes de influenza em suas jurisdições”, destaca a OMS no mesmo documento. O FDA publicou sua recomendação em março de 2025, destacando que “como resultado da reunião com os parceiros federais, o FDA recomenda que a formulação trivalente de vacinas contra influenza à base de ovos para a temporada de influenza dos EUA 2025-2026 contenha um vírus A/Victoria/ (H1N1), um vírus A/Croácia/ (H3N2) e um vírus B/Áustria”. A recomendação passou a ser feita formalmente também no continente europeu pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA), após ter sido aprovada pelo Comitê de Medicamentos de Uso Humano (CHMP) da agência em sua reunião plenária de março de 2025. “Em 2024, a Força-Tarefa de Emergência (ETF) da EMA emitiu um comunicado recomendando a transição de vacinas quadrivalentes para vacinas trivalentes que não incluam a cepa B/Yamagata. A transição está prevista para a temporada 2025/2026.”, descreveu a EMA em nota. Vacinas tri e quadrivalente com mesma proteção A recomendação das agências indica que as vacinas trivalentes são capazes de conferir a mesma proteção do que as quadrivalentes, já que a composição desta contém uma cepa que não circula e que, portanto, não faria diferença para os imunizados. “Neste momento epidemiológico podemos dizer que a vacina trivalente protege tanto quanto a quadrivalente, pois a quarta cepa não circula neste momento no Brasil. Atualmente quem tomar a vacina trivalente ou a quadrivalente da gripe terá a mesma proteção porque as cepas circulantes são as mesmas”, afirma Carolina Barbieri. A vacina trivalente da gripe do Butantan inclusive já é pré-qualificada pela OMS desde 2021, o que permitiu que o imunizante ganhasse um endosso internacional e pudesse ser fornecida às agências da Organização das Nações Unidas (ONU) e a outros países por meio da OMS e da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). “Essa pré-qualificação significa que a vacina da gripe do Butantan foi validada em todo o seu processo, dos estudos clínicos às Boas Práticas de Fabricação, produção, envase, farmacologia e qualidade, ressaltando a sua qualidade e eficiência”, explica a gestora médica de Desenvolvimento Clínico do Butantan. Produção em larga escala A vacina da gripe do Butantan está disponível em unidades básicas de saúde de todo o país e na rede privada. Ela é feita totalmente no Brasil, na fábrica do Instituto, o que permite uma produção em grande escala de vacinas sazonais ou mesmo outras, caso surjam novas cepas com força de se tornarem pandêmicas. “A vacina trivalente da gripe do Butantan é uma vacina 100% produzida no Brasil, da cadeia produtiva até o produto final, o que incentiva a autossuficiência da indústria nacional e permite uma resposta mais rápida a qualquer evento de influenza, seja o surgimento de novas cepas sazonais ou até mesmo uma nova pandemia”, esclarece o gerente da Franquia Influenza do Butantan, Felipe Carvilhe.