Brics pede renegociação de dívidas de países pobres dentro do G20

Os países do Brics defenderam a renegociação de dívidas de economias de renda baixa e média dentro de um mecanismo sugerido pelo G20 (grupo das 19 maiores economias do planeta, mais União Europeia e União Africana). A sugestão consta da Declaração de Líderes do Brics, assinada neste domingo (6) pelos países membros e associados ao grupo. O documento defendeu um tratamento “holístico” ao endividamento internacional, principalmente de países mais pobres afetados por choques econômicos internacionais nos últimos anos. O texto ressalta que juros altos e condições de crédito internacional mais restritas pioram as vulnerabilidades de muitos países. “Acreditamos que é necessário enfrentar adequada e holisticamente o endividamento internacional para apoiar a recuperação econômica e o desenvolvimento sustentável, considerando as leis e os procedimentos internos de cada nação, acompanhados por endividamento externo sustentável e responsabilidade fiscal”, destacou o documento. O Brics pediu a implementação do Marco Comum do G20 para Tratamento da Dívida. Acertado na reunião do G20, no ano passado, o mecanismo prevê discussões bilaterais entre governos, credores privados e bancos multilaterais de desenvolvimento, como Banco Mundial, Banco Interamericano de Desenvolvimento e Novo Banco de Desenvolvimento, conhecido como Banco do Brics. “Um dos instrumentos, entre outros, para lidar coletivamente com vulnerabilidades relacionadas à dívida é a implementação previsível, ordenada, oportuna e coordenada do Marco Comum do G20 para Tratamento da Dívida, com a participação de credores bilaterais oficiais, credores privados e Bancos Multilaterais de Desenvolvimento (MDBs em inglês), em conformidade com o princípio de ação conjunta e repartição justa de encargos”, destacou o documento. Mecanismo de garantias A declaração final também mencionou o início das discussões sobre uma iniciativa de Garantias Multilaterais (GMB), defendeu a criação de um mecanismo de garantias entre os países do Brics. Esse instrumento pretende reunir ativos de vários países para cobrir eventuais inadimplências. Caso entre em prática, esse sistema resulta em juros mais baixos para empréstimos e financiamentos externos. “A GMB visa oferecer instrumentos de garantia personalizados para reduzir o risco de investimentos estratégicos e melhorar a credibilidade, no Bricas e no Sul Global. Com base nas lições aprendidas nas experiências internacionais, concordamos com as diretrizes para incubar a GMB dentro do NDB [Novo Banco de Desenvolvimento] como uma iniciativa piloto, começando com seus membros, sem aportes de capital adicionais. Esperamos desenvolver essa iniciativa piloto ao longo de 2025, com vistas a relatar o progresso na Cúpula do Brics de 2026”, destacou. A declaração conjunta dos ministros de Finanças e presidentes dos Bancos Centrais do Brics, divulgada sábado (5) à noite, previa a criação de um mecanismo semelhante para financiamentos climáticos e investimentos em infraestrutura. O texto final dos líderes do Brics também mencionou outros mecanismos acordados pelos ministros de Finanças e presidentes dos Bancos Centrais, como a revisão do Acordo de Reservas Contingentes (ARC) para incluir novas moedas. O ARC é um mecanismo de ajuda financeira mútua criado em 2014 em caso de dificuldades no balanço de pagamentos (contas externas e investimentos estrangeiros) por países de média e de baixa renda. Brics O Brics é um bloco que reúne representantes de 11 países membros permanentes: Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Irã, Arábia Saudita, Egito, Etiópia, Emirados Árabes Unidos e Indonésia. Também participam os países parceiros: Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Tailândia, Cuba, Uganda, Malásia, Nigéria, Vietnã e Uzbequistão. Sob a presidência do Brasil, a 17ª Reunião de Cúpula do Brics ocorre no Rio de Janeiro nos dias 6 e 7 de julho. Os 11 países representam 39% da economia mundial, 48,5% da população do planeta e 23% do comércio global. Em 2024, países do Brics receberam 36% de tudo que foi exportado pelo Brasil, enquanto nós compramos desses países 34% do total do que importamos.

Repercussão Negativa do Ataque de Janja a Elon Musk Abala o Planalto

A recente declaração da primeira-dama Janja da Silva, que xingou o bilionário Elon Musk durante um evento do G20 no Rio de Janeiro, gerou uma onda de repercussões negativas e acendeu um debate sobre as relações diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos. O episódio, que ocorreu no último sábado (16), se tornou um tópico quente na mídia internacional e provocou reações tanto do governo brasileiro quanto do próprio Musk. O Incidente Durante uma palestra sobre combate à desinformação, Janja se deparou com o barulho de um navio que interrompeu seu discurso. Em tom de brincadeira, ela se dirigiu ao empresário, dizendo: “Alô, acho que é o Elon Musk. Eu não tenho medo de você. Inclusive: fuck you, Elon Musk.” A frase, que em português equivale a “vá se f****”, foi proferida em um momento que deveria ser sério e construtivo, mas rapidamente se tornou um dos momentos mais polêmicos do evento.A fala de Janja não apenas chocou os presentes, mas também reverberou nas redes sociais e na imprensa internacional. Veículos como BBC, Bloomberg e Bild destacaram a complexa relação entre Musk e o governo brasileiro, ressaltando como essa ofensa poderia complicar ainda mais as interações diplomáticas entre os dois países. Apóstolo Rina sofre grave acidente Reações Imediatas A resposta de Musk não tardou a chegar. Ele compartilhou o vídeo da declaração de Janja em sua plataforma X (antigo Twitter), acompanhando-o com emojis de risos e uma provocativa mensagem: “Eles vão perder a próxima eleição.” Essa resposta não apenas ironiza a fala da primeira-dama, mas também insinua uma possível instabilidade política no Brasil.O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, marido de Janja, também se manifestou sobre o incidente. Em um evento sobre a Aliança Global Contra a Fome, ele fez questão de frisar que “não devemos xingar ninguém”, sugerindo que a postura da primeira-dama não condiz com a imagem que seu governo deseja projetar. Impacto nas Relações Diplomáticas Especialistas em relações internacionais alertam que a declaração de Janja pode causar um “desconforto diplomático” significativo entre Brasil e EUA. O cientista político André César afirmou que o xingamento foi “bastante deslocado” e “fora de tom”, prevendo que isso traria mais problemas para as já tensas relações entre os países, especialmente com a iminente volta de Donald Trump ao poder.A situação é ainda mais delicada considerando que Elon Musk é uma figura influente no cenário global, especialmente em questões relacionadas à tecnologia e à comunicação. Sua empresa X já teve embates com autoridades brasileiras no passado, principalmente em relação à regulamentação das redes sociais e à censura. A Repercussão na Mídia A repercussão negativa do ataque verbal de Janja foi amplamente coberta pela mídia internacional. A BBC destacou a “relação complicada” entre Musk e o governo brasileiro, enquanto outros veículos ressaltaram o clima tenso que antecede a Cúpula de Líderes do G20. A cobertura midiática não só expôs o incidente como também trouxe à tona questões maiores sobre a política externa brasileira e sua capacidade de manter relações diplomáticas saudáveis. O Futuro das Relações Brasil-EUA Com Lula assumindo a presidência rotativa do G20 e sediando importantes discussões globais, a expectativa é que o governo busque minimizar os danos causados pela declaração de Janja. Especialistas sugerem que é crucial para o Brasil não polemizar com a nova administração americana para garantir avanços em pautas importantes como reforma da governança global e enfrentamento da crise climática. O episódio serve como um lembrete de como palavras podem ter consequências significativas em um mundo interconectado. Enquanto Janja permanece em silêncio após sua declaração controversa, o impacto de suas palavras continua ecoando nas esferas política e diplomática. A expectativa agora é ver como o governo brasileiro irá gerenciar essa crise e quais passos tomará para restaurar a confiança nas relações internacionais.

Secretário de Haddad propõe no G20 discussão sobre tributação de heranças e de grandes empresas

O secretário de política econômica do ministério da Fazenda, Guilherme Mello, disse nesta quarta-feira, 28, que a tributação sobre grandes heranças e sobre o lucro de grandes empresas estará presente na pasta nas próximas reuniões do G20. “O Haddad já mencionou mais de uma vez sua preocupação sobre essa temática e trouxe o que entendemos ser uma das possíveis propostas, que diz respeito à tributação sobre grandes heranças”, disse o secretário aos jornalistas.