Em 12 meses, economia brasileira acumula 6º maior crescimento do G20

O desempenho da economia brasileira no segundo trimestre, divulgado nesta terça-feira (2) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), coloca o país na sexta posição entre os membros do G20 que já divulgaram o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) para o mesmo período. O PIB ─ conjunto de bens e serviços produzidos no país ─ do Brasil acumula alta de 3,2% nos últimos 12 meses. Em relação ao mesmo período do ano passado, o crescimento é de 2,2%. Já na passagem do primeiro trimestre de 2025 para o seguinte, a expansão foi de 0,4%, o que representa uma desaceleração. Uma análise da Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda classifica 16 países do G20 que já divulgaram o resultado do PIB do trimestre encerrado em junho. Tanto em relação ao acumulado de 12 meses quanto na comparação com o segundo trimestre de 2024, Brasil figura na sexta colocação. O G20 é composto por 19 países, além da União Africana e da União Europeia: África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia. Os integrantes do grupo representam cerca de 85% da economia mundial, mais de 75% do comércio global e cerca de dois terços da população do planeta. Veja o ranking de variação do PIB nos últimos 12 meses: Índia: 6,8% China: 5,2% Indonésia: 5% Arábia Saudita: 3,7% Turquia: 3,3% Brasil: 3,2% Rússia: 2,6% Estados Unidos: 2,3% União Europeia: 1,5% Reino Unido: 1,3% Japão: 1,3% França: 0,8% Coreia do Sul: 0,7% México: 0,7% Itália: 0,6% Alemanha: -0,1% Já em relação ao desempenho na passagem do primeiro para o segundo trimestre de 2025, o Brasil é o nono colocado:  Indonésia: 4,0% EUA: 3,3% Arábia Saudita: 2,1% Índia: 1,7% Turquia: 1,6% China: 1,1% México: 0,6% Coreia do Sul: 0,6% Brasil: 0,4% Japão: 0,3% França: 0,3% Reino Unido: 0,3% União Euroeia: 0,2% Itália: -0,1% Alemanha: -0,3% Canadá: -0,4% >> Siga o canal da Agência Brasil no WhatsApp Desaceleração O resultado de 0,4% entre trimestres imediatamente seguidos significa desaceleração, uma vez que, no primeiro trimestre, o avanço havia sido de 1,3% ante o quarto trimestre de 2024. A coordenadora da Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, atribuiu a desaceleração à política monetária restritiva, ou seja, juros altos, ferramenta do Banco Central (BC) para conter a inflação. Os juros altos têm o efeito de desestimular o consumo e o investimento, esfriando a economia e diminuindo a demanda por bens e serviços, consequentemente, tirando força da inflação. Próximo trimestre Para o terceiro trimestre, a SPE projeta ritmo de crescimento do PIB “pouco inferior” ao observado para o segundo trimestre. “Embora a desaceleração nas concessões de crédito venha se acentuando nos últimos meses, junto com o aumento nas taxas de juros bancárias e na inadimplência, o mercado de trabalho segue resiliente, podendo impulsionar a atividade junto ao pagamento dos precatórios [dívidas judiciais do governo] e à recente expansão do crédito consignado ao trabalhador”, escreve a análise. Com o resultado dessa terça-feira, a SPE afirma que a projeção inicial de crescimento de 2,5% para 2025 tem “leve viés de baixa devido à desaceleração mais acentuada do crescimento no segundo trimestre comparativamente ao esperado em julho e ainda em repercussão aos efeitos defasados e cumulativos da política monetária na atividade econômica”.   Economia Gov BR

Xi Jinping diz a Lula que China e Brasil podem dar exemplo de autossuficiência e unidade no Sul Global contra o unilateralismo dos EUA

O presidente da China, Xi Jinping, reafirmou nesta terça-feira (12) em conversa telefônica com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva o compromisso de fortalecer a parceria estratégica entre os dois países, destacando que China e Brasil podem servir de exemplo de unidade e autossuficiência entre os principais países do Sul Global. A declaração ocorre em meio aos desafios comerciais e geopolíticos globais, especialmente diante das operações tarifárias e do unilateralismo dos Estados Unidos sob o governo Trump. Segundo a agência estatal chinesa Xinhua, Xi declarou que Pequim “trabalhará com o Brasil para dar exemplo de unidade e autossuficiência” na defesa dos interesses dos países em desenvolvimento, em oposição aos movimentos protecionistas e às tarifas elevadas impostas unilateralmente, em clara referência à prorrogação das medidas tarifárias anunciadas por Trump. A conversa entre os líderes teve duração aproximada de uma hora e também abordou temas como a guerra entre Rússia e Ucrânia e a luta contra a mudança climática, com Xi prometendo que a China será representada por delegação de alto nível na COP 30, que acontecerá em Belém do Pará. Lula reforçou o papel da China como parceiro fundamental para o sucesso da conferência legislativa e para a consolidação do multilateralismo global. Além disso, os presidentes reafirmaram o compromisso com o bloco dos BRICS e o G20 como plataformas-chave para fortalecer o multilateralismo e promover uma ordem internacional mais justa, onde países do Sul Global possam proteger seus direitos e interesses legítimos diante das pressões econômicas e políticas dos Estados Unidos. Os dois governos também demonstraram disposição em ampliar a cooperação bilateral para setores estratégicos como saúde, petróleo e gás, economia digital e satélites, sinalizando uma integração econômica que visa garantir maior autonomia e resiliência, dependendo da dependência de potências ocidentais. Essa aliança e diálogo firme entre Brasil e China reforçam a postura de resistência do Sul Global contra práticas protecionistas e ameaças externas que comprometem o crescimento econômico e a soberania dos países em desenvolvimento. A parceria Sino-Brasileira surge assim como um contraponto importante ao unilateralismo praticado por Washington, reafirmando a importância da autossuficiência e do trabalho conjunto para um mundo mais equilibrado e sustentável.

Lula quer decisão conjunta do Brics sobre tarifas dos Estados Unidos

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira (6) que vai conversar com os representantes dos países que integram o Brics sobre a taxação dos Estados Unidos aos produtos desses países. Em entrevista à agência de notícias Reuters, ele informou que pretende ligar para o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, e para o presidente da China, Xi Jinping. “Vou tentar fazer uma discussão com eles sobre como cada um está dentro da situação, qual é a implicação que tem em cada país, para a gente poder tomar uma decisão”, disse Lula, lembrando que o Brics tem dez países no G20, o grupo que reúne 20 das maiores economias do mundo. No Brasil, entraram em vigor nesta quarta-feira (6) as tarifas de 50% impostas sobre parte das exportações brasileiras para os Estados Unidos. Também nesta quarta-feira, o  presidente americano, Donald Trump, publicou um decreto impondo tarifa adicional de 25% sobre os produtos da Índia, com o argumento de que o país importa direta ou indiretamente petróleo russo. >> Siga o canal da Agência Brasil no WhatsApp Prioridades Segundo Lula, a prioridade do governo brasileiro, nesse momento, é ajudar as empresas brasileiras a encontrar novos mercados para seus produtos e cuidar da manutenção dos empregos.  O texto da medida provisória (MP) com as ações planejadas pelo governo em resposta ao tarifaço deve ser enviado ao Palácio do Planalto pelo Ministério da Fazenda ainda nesta quarta-feira (6). Lula ressaltou que não vê abertura para negociação com Trump neste momento.  “Eu não liguei porque ele não quer telefonema. Não tenho por que ligar para o presidente Trump, porque nas cartas que ele mandou e nas suas decisões ele não fala em nenhum momento em negociação, o que ele fala é em novas ameaças”, disse Lula.  Lula reafirmou que quer fazer tudo o que for possível antes de “tomar outra medida que signifique que as negociações [com os Estados Unidos] acabaram”.  “Eu estou fazendo tudo isso [negociando] quando poderia anunciar uma taxação dos produtos americanos. Não vou fazer porque não quero ter o mesmo comportamento do presidente Trump. Eu quero mostrar que quando um não quer, dois não brigam, e eu não quero brigar com os Estados Unidos”.  O presidente lembrou que o Brasil recebeu o comunicado da taxação de forma totalmente autoritária.  “Não é assim que estamos acostumados a negociar”, afirmou.   Intromissão O presidente Lula afirmou que não é admissível que o presidente americano resolva “dar pitaco” no Brasil  “Não é uma intromissão pequena, é o presidente da República dos Estados Unidos achando que pode ditar regras em um país soberano como o Brasil. Não é admissível que os Estados Unidos e nenhum país grande ou pequeno resolva dar um pitaco na nossa soberania”, afirmou. “Ele que cuide dos Estados Unidos, do Brasil, cuidamos nós. Só tem um dono esse país, e só um dono que manda no presidente da República, é o povo, o povo que elegeu, o povo que pode tirar”. O presidente também citou trechos da decisão de Trump que criticam a legislação brasileira sobre as grandes empresas de tecnologia americanas, as big techs.  “Esse país é soberano, tem uma Constituição, tem uma legislação. É nossa obrigação regular o que a gente quiser regular de acordo com os interesses e a cultura do povo brasileiro. Se não quiser regulação, saia do Brasil”, disse Lula. Agência Brasil

Brics pede renegociação de dívidas de países pobres dentro do G20

Os países do Brics defenderam a renegociação de dívidas de economias de renda baixa e média dentro de um mecanismo sugerido pelo G20 (grupo das 19 maiores economias do planeta, mais União Europeia e União Africana). A sugestão consta da Declaração de Líderes do Brics, assinada neste domingo (6) pelos países membros e associados ao grupo. O documento defendeu um tratamento “holístico” ao endividamento internacional, principalmente de países mais pobres afetados por choques econômicos internacionais nos últimos anos. O texto ressalta que juros altos e condições de crédito internacional mais restritas pioram as vulnerabilidades de muitos países. “Acreditamos que é necessário enfrentar adequada e holisticamente o endividamento internacional para apoiar a recuperação econômica e o desenvolvimento sustentável, considerando as leis e os procedimentos internos de cada nação, acompanhados por endividamento externo sustentável e responsabilidade fiscal”, destacou o documento. O Brics pediu a implementação do Marco Comum do G20 para Tratamento da Dívida. Acertado na reunião do G20, no ano passado, o mecanismo prevê discussões bilaterais entre governos, credores privados e bancos multilaterais de desenvolvimento, como Banco Mundial, Banco Interamericano de Desenvolvimento e Novo Banco de Desenvolvimento, conhecido como Banco do Brics. “Um dos instrumentos, entre outros, para lidar coletivamente com vulnerabilidades relacionadas à dívida é a implementação previsível, ordenada, oportuna e coordenada do Marco Comum do G20 para Tratamento da Dívida, com a participação de credores bilaterais oficiais, credores privados e Bancos Multilaterais de Desenvolvimento (MDBs em inglês), em conformidade com o princípio de ação conjunta e repartição justa de encargos”, destacou o documento. Mecanismo de garantias A declaração final também mencionou o início das discussões sobre uma iniciativa de Garantias Multilaterais (GMB), defendeu a criação de um mecanismo de garantias entre os países do Brics. Esse instrumento pretende reunir ativos de vários países para cobrir eventuais inadimplências. Caso entre em prática, esse sistema resulta em juros mais baixos para empréstimos e financiamentos externos. “A GMB visa oferecer instrumentos de garantia personalizados para reduzir o risco de investimentos estratégicos e melhorar a credibilidade, no Bricas e no Sul Global. Com base nas lições aprendidas nas experiências internacionais, concordamos com as diretrizes para incubar a GMB dentro do NDB [Novo Banco de Desenvolvimento] como uma iniciativa piloto, começando com seus membros, sem aportes de capital adicionais. Esperamos desenvolver essa iniciativa piloto ao longo de 2025, com vistas a relatar o progresso na Cúpula do Brics de 2026”, destacou. A declaração conjunta dos ministros de Finanças e presidentes dos Bancos Centrais do Brics, divulgada sábado (5) à noite, previa a criação de um mecanismo semelhante para financiamentos climáticos e investimentos em infraestrutura. O texto final dos líderes do Brics também mencionou outros mecanismos acordados pelos ministros de Finanças e presidentes dos Bancos Centrais, como a revisão do Acordo de Reservas Contingentes (ARC) para incluir novas moedas. O ARC é um mecanismo de ajuda financeira mútua criado em 2014 em caso de dificuldades no balanço de pagamentos (contas externas e investimentos estrangeiros) por países de média e de baixa renda. Brics O Brics é um bloco que reúne representantes de 11 países membros permanentes: Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Irã, Arábia Saudita, Egito, Etiópia, Emirados Árabes Unidos e Indonésia. Também participam os países parceiros: Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Tailândia, Cuba, Uganda, Malásia, Nigéria, Vietnã e Uzbequistão. Sob a presidência do Brasil, a 17ª Reunião de Cúpula do Brics ocorre no Rio de Janeiro nos dias 6 e 7 de julho. Os 11 países representam 39% da economia mundial, 48,5% da população do planeta e 23% do comércio global. Em 2024, países do Brics receberam 36% de tudo que foi exportado pelo Brasil, enquanto nós compramos desses países 34% do total do que importamos.

Repercussão Negativa do Ataque de Janja a Elon Musk Abala o Planalto

A recente declaração da primeira-dama Janja da Silva, que xingou o bilionário Elon Musk durante um evento do G20 no Rio de Janeiro, gerou uma onda de repercussões negativas e acendeu um debate sobre as relações diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos. O episódio, que ocorreu no último sábado (16), se tornou um tópico quente na mídia internacional e provocou reações tanto do governo brasileiro quanto do próprio Musk. O Incidente Durante uma palestra sobre combate à desinformação, Janja se deparou com o barulho de um navio que interrompeu seu discurso. Em tom de brincadeira, ela se dirigiu ao empresário, dizendo: “Alô, acho que é o Elon Musk. Eu não tenho medo de você. Inclusive: fuck you, Elon Musk.” A frase, que em português equivale a “vá se f****”, foi proferida em um momento que deveria ser sério e construtivo, mas rapidamente se tornou um dos momentos mais polêmicos do evento.A fala de Janja não apenas chocou os presentes, mas também reverberou nas redes sociais e na imprensa internacional. Veículos como BBC, Bloomberg e Bild destacaram a complexa relação entre Musk e o governo brasileiro, ressaltando como essa ofensa poderia complicar ainda mais as interações diplomáticas entre os dois países. Apóstolo Rina sofre grave acidente Reações Imediatas A resposta de Musk não tardou a chegar. Ele compartilhou o vídeo da declaração de Janja em sua plataforma X (antigo Twitter), acompanhando-o com emojis de risos e uma provocativa mensagem: “Eles vão perder a próxima eleição.” Essa resposta não apenas ironiza a fala da primeira-dama, mas também insinua uma possível instabilidade política no Brasil.O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, marido de Janja, também se manifestou sobre o incidente. Em um evento sobre a Aliança Global Contra a Fome, ele fez questão de frisar que “não devemos xingar ninguém”, sugerindo que a postura da primeira-dama não condiz com a imagem que seu governo deseja projetar. Impacto nas Relações Diplomáticas Especialistas em relações internacionais alertam que a declaração de Janja pode causar um “desconforto diplomático” significativo entre Brasil e EUA. O cientista político André César afirmou que o xingamento foi “bastante deslocado” e “fora de tom”, prevendo que isso traria mais problemas para as já tensas relações entre os países, especialmente com a iminente volta de Donald Trump ao poder.A situação é ainda mais delicada considerando que Elon Musk é uma figura influente no cenário global, especialmente em questões relacionadas à tecnologia e à comunicação. Sua empresa X já teve embates com autoridades brasileiras no passado, principalmente em relação à regulamentação das redes sociais e à censura. A Repercussão na Mídia A repercussão negativa do ataque verbal de Janja foi amplamente coberta pela mídia internacional. A BBC destacou a “relação complicada” entre Musk e o governo brasileiro, enquanto outros veículos ressaltaram o clima tenso que antecede a Cúpula de Líderes do G20. A cobertura midiática não só expôs o incidente como também trouxe à tona questões maiores sobre a política externa brasileira e sua capacidade de manter relações diplomáticas saudáveis. O Futuro das Relações Brasil-EUA Com Lula assumindo a presidência rotativa do G20 e sediando importantes discussões globais, a expectativa é que o governo busque minimizar os danos causados pela declaração de Janja. Especialistas sugerem que é crucial para o Brasil não polemizar com a nova administração americana para garantir avanços em pautas importantes como reforma da governança global e enfrentamento da crise climática. O episódio serve como um lembrete de como palavras podem ter consequências significativas em um mundo interconectado. Enquanto Janja permanece em silêncio após sua declaração controversa, o impacto de suas palavras continua ecoando nas esferas política e diplomática. A expectativa agora é ver como o governo brasileiro irá gerenciar essa crise e quais passos tomará para restaurar a confiança nas relações internacionais.

Secretário de Haddad propõe no G20 discussão sobre tributação de heranças e de grandes empresas

O secretário de política econômica do ministério da Fazenda, Guilherme Mello, disse nesta quarta-feira, 28, que a tributação sobre grandes heranças e sobre o lucro de grandes empresas estará presente na pasta nas próximas reuniões do G20. “O Haddad já mencionou mais de uma vez sua preocupação sobre essa temática e trouxe o que entendemos ser uma das possíveis propostas, que diz respeito à tributação sobre grandes heranças”, disse o secretário aos jornalistas.