Meninas mães passam de 14 mil e só 1,1% tiveram acesso a aborto legal

Quase 14 mil meninas de 10 a 14 anos de idade tiveram filhos no Brasil em 2023, e apenas 154 tiveram acesso ao aborto legal. As crianças de até 14 anos de idade são as maiores vítimas de violência sexual no Brasil e, além disso, a legislação brasileira considera que todas essas gestações são fruto de estupro, já que uma pessoa só tem idade para consentir com a relação sexual, a partir dos 14 anos. Portanto, todas essas meninas teriam direito a interromper a gravidez, mas o número de procedimentos foi apenas 1,1% do total de gestações concluídas. “Uma menina não engravida, ela é engravidada. Nós não podemos imputar a ela essa responsabilidade. E a gente tem que se referir a esses casos como gravidez infantil, gravidez de criança”, enfatiza a presidente da Associação de Obstetrícia de Rondônia, Ida Perea Monteiro, que apresentou os dados no Congresso de Ginecologia e Obstetrícia, na última semana no Rio de Janeiro. “É uma tragédia que revela um fracasso coletivo e tem consequências graves, a interrupção da trajetória educacional, o comprometimento do desenvolvimento físico e emocional, a reprodução do ciclo de pobreza e exclusão social e o maior risco de complicações obstétricas e de mortalidade materna e infantil”, alerta Ida. A especialista lembrou que desde 2017, todos os casos de gestação infantil devem ser notificados ao Ministério de Saúde e às autoridades de segurança, justamente porque se tratam de estupro presumido, independente das circunstâncias.  As meninas também precisam ser informadas de imediato que têm direito a interromper a gestação de forma legal, pelo Serviço Único de Saúde, se assim desejarem.  Mas na prática, de acordo com Ida, poucas recebem as orientações adequadas, e esse direito também é dificultado pela pequena quantidade de hospitais que realizam o procedimento. Hoje são menos de 100 em todo o Brasil. Entraves O médico Olímpio Barbosa de Morais Filho, diretor-médico do Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros – Cisam, em Recife, um dos hospitais de referência em abortamento legal, acredita que o direito à interrupção da gravidez também é negado de forma proposital por pessoas em diversas instituições, que são contrárias ao aborto.  Ele reforça o compromisso ético e humanitário dos profissionais de saúde. “A objeção de consciência é relativa, não é absoluta. E é o nosso papel, mesmo quando você tem objeção de consciência, informar a pessoa sobre os seus direitos. Porque ela tem direito à saúde e você escolheu se preocupar com a saúde de terceiros. Provavelmente, se fosse oferecido o aborto legal, a grande maioria dessas meninas teria expressado esse desejo. Ou muitas vezes, elas até expressam, mas as portas são fechadas”, afirma o obstetra. De acordo com o médico, os profissionais que identificam uma gravidez infantil também têm o compromisso de ajudar as vítimas a terem seu desejo respeitado. “O direito à interrupção é da menina, não cabe interferência da família ou de profissionais. Se a decisão da família é conflitante com a decisão da menina, a gente precisa buscar a decisão judicial para suprir esse consentimento através do Ministério Público, da Defensoria Pública, porque quanto mais tempo demora, mais você está submetendo aquela menina a sofrimento”. Morais é um antigo defensor do acesso pleno e humanizado ao aborto legal, mas se tornou ainda mais conhecido, e atacado, depois de receber no Cisam uma menina de 10 anos de idade, grávida após violência sexual, que não havia sido atendida na unidade de referência do Espírito Santo, onde morava, porque já estava com 22 semanas de gestação. O caso aconteceu em 2020 e mobilizou a opinião pública. Desde aquele ano, diversas iniciativas tentam limitar a idade gestacional para o aborto, o que não existe pela legislação atual, incluindo o projeto de lei que pretendia equiparar a interrupção da gravidez, após às 22 semanas, ao crime de homicídio, apelidado de PL do Estupro por organizações feministas e de defesa dos direitos da criança. O diretor do Cisam avalia que o objetivo é inviabilizar o aborto legal de forma geral e alerta que essa limitação prejudicaria especialmente as crianças e adolescentes vítimas de violência.  “Como o agressor em cerca de 70% das vezes é uma pessoa da família ou próxima, essa pessoa tem um poder muito grande sobre essa criança e ela não sabe que está grávida ou tem medo de que as pessoas descubram. Isso só acontece quando a barriga cresce, o que demora. E às vezes quando procura uma unidade de saúde, para ter direito ao aborto, o procedimento é adiado”, diz diretor do Cisam. Mortes Essa demora também agrava outro drama relacionado à gravidez infantil, o risco de complicações e de mortalidade.  A obstetra Ida Perrea Monteiro aponta que a razão de morte materna entre as meninas de 10 a 14 anos de idade é de cerca de 50 casos a cada 100 nascidos vivos, o que cai para 26 na faixa etária dos 20 a 24 anos. De 2019 a 2023, 51 meninas morreram em consequência da gravidez, por causa como eclampsia, infecção generalizada e complicações de aborto feito clandestinamente. “A mortalidade materna infantil é um desfecho extremo da violência sexual e da negligência institucional. Somos nós falhando como sociedade. Nós temos que proteger nossas meninas para que elas possam crescer, estudar e prosperar”, afirma Ida. Repórter da Agência Brasil

Policia Federal prende quase 100 kg de skunk e cocaína em cápsulas

PF prende sete pessoas no Aeroporto de Guarulhos com quase 100 kg de skunk e cocaína em cápsulas; investigações avançam sobre rede criminosa Guarulhos/SP – O Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos foi palco de mais uma grande operação da Polícia Federal (PF) nesta terça-feira (6/5), resultando na prisão de nove pessoas, sendo sete por tráfico internacional de drogas e duas por mandados de prisão em aberto. As apreensões somaram quase 100 quilos de skunk e cápsulas de cocaína ingeridas por passageiros, em ações que evidenciam a sofisticação e ousadia de grupos especializados no transporte internacional de entorpecentes. As investigações continuam para identificar possíveis integrantes da rede criminosa responsável pelos carregamentos. Detalhes da operação A operação, realizada ao longo de todo o feriado prolongado do Dia do Trabalhador, reforçou a rotina de fiscalização intensiva no maior aeroporto do país, porta de entrada e saída de milhões de passageiros todos os anos. Os agentes federais conseguiram flagrar e deter suspeitos que utilizavam métodos variados para ocultar a droga, desde cápsulas ingeridas até embalagens de tecidos e malas com fundos falsos. Em uma das operações, cinco brasileiros – um homem e quatro mulheres – confessaram ter ingerido cápsulas contendo cocaína antes de embarcar para a França. Devido ao alto risco de vida, todos foram encaminhados ao Hospital Geral de Guarulhos, onde permanecem sob custódia da Polícia Penal do Estado de São Paulo (PPESP) até a eliminação total das cápsulas e receberem alta médica. A prática de ingerir cápsulas é considerada uma das mais arriscadas, pois qualquer ruptura do invólucro pode causar overdose fatal. Já em outra ação, a PF flagrou dois passageiros, que haviam desembarcado de um voo procedente de Bangkok, Tailândia, com seis malas repletas de skunk, uma variedade de maconha de alto potencial de THC. O carregamento, avaliado em quase 100 quilos, tinha como destino o mercado interno brasileiro, evidenciando a diversificação das rotas e dos produtos traficados internacionalmente. Métodos de ocultação e perfil dos suspeitos Os suspeitos detidos apresentaram perfis variados, incluindo brasileiros, estrangeiros e pessoas com histórico de viagens frequentes ao exterior. Um dos presos, por exemplo, é um alemão que já havia realizado mais de 90 entradas e saídas do Brasil, indicando possível envolvimento em atividades criminosas de longo prazo.  Além das cápsulas ingeridas, a cocaína também foi encontrada fixada nas pernas de suspeitos e dentro de embalagens de tecidos, demonstrando a criatividade dos criminosos para burlar a fiscalização. Entre os detidos, dois foram capturados durante procedimentos migratórios por mandados de prisão em aberto, mostrando que o aeroporto também é utilizado por criminosos procurados pela Justiça para tentar fugir do país ou entrar clandestinamente. Impacto das apreensões e próximos passos A apreensão de quase 100 quilos de skunk e cápsulas de cocaína representa um duro golpe contra o tráfico internacional de drogas, mas também evidencia a persistência e a capacidade de adaptação das organizações criminosas. Segundo a PF, a cocaína apreendida tinha como destino a França, enquanto o skunk seria comercializado no Brasil, indicando a diversificação das rotas e dos mercados atendidos pelos traficantes. Todos os detidos foram levados para a delegacia da PF no aeroporto e, após interrogados, poderão responder por tráfico internacional de drogas (no caso dos sete envolvidos com as drogas) ou cumprirão mandados judiciais pendentes. As investigações continuam em ritmo acelerado, com o objetivo de identificar e desarticular a rede criminosa responsável pelos carregamentos, incluindo possíveis funcionários do aeroporto e empresas aéreas que possam estar envolvidos. Contexto nacional e internacional O Aeroporto de Guarulhos tem sido alvo constante de operações da PF devido à sua localização estratégica e ao grande fluxo de passageiros internacionais. Nos últimos meses, diversas ações resultaram na apreensão de grandes quantidades de drogas e na prisão de dezenas de suspeitos, muitas vezes utilizando métodos semelhantes de ocultação, como cápsulas ingeridas, fundos falsos de malas e embalagens de tecidos. Além do tráfico de drogas, a PF também registrou, no mesmo período, casos de assédio sexual durante voos domésticos, mostrando a complexidade e a diversidade dos crimes que ocorrem no ambiente aeroportuário.

Safra de café deve crescer 2,7% e chegar a 56 milhões de sacas em 2025

A produção de café no Brasil deverá crescer 2,7% na safra 2025, na comparação com o volume registrado no ano anterior. Com isso, a expectativa é de uma colheita de 55,7 milhões de sacas. Caso as previsões sejam confirmadas, será “o maior já registrado para um ano de baixa bienalidade, superando em 1,1% a colheita registrada em 2023”, conforme o 2º Levantamento da Safra de Café 2025, divulgado nesta terça-feira (6) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Em termos de área total destinada a esta produção, o aumento estimado é 0,8%, chegando a 2,25 milhões de hectares. “A área em produção deve registrar uma queda de 1,4%, estimada em 1,86 milhão de hectares, enquanto a área em formação tende a apresentar um incremento de 12,3%, movimento esperado para anos de bienalidade negativa”, informou a Conab. >>Produção de café cria alternativa ao desmatamento em Rondônia De acordo com a companhia, o resultado estimado na safra total se deve, principalmente, à recuperação de 28,3% nas produtividades médias das lavouras do café conilon, também conhecido como robusta. A expectativa para esta espécie é de um total de 18,7 milhões de sacas, o que representa recorde da série histórica da Conab. “Este resultado se deve, sobretudo, à regularidade climática durante as fases mais críticas das lavouras, que beneficiaram floradas positivas, e a boa quantidade de frutos por rosetas”, destacou a companhia. Já a expectativa de produção para o café arábica, espécie mais afetada pela bienalidade, é redução de 6,6% na colheita, com previsão de uma safra em torno de 37 milhões de sacas. “Em Minas Gerais, estado com maior área destinada para a produção de arábica, é esperada uma colheita de 25,65 milhões de sacas”, informa o levantamento ao lembrar que, entre abril e setembro do ano passado, houve um longo período seco, o que causou instabilidade nas lavouras.

Brasil vai viver situação nova com reforma tributária, diz Haddad

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse hoje (28), em São Paulo, que o Brasil deverá “viver uma situação nova” com a reforma tributária. “Se tem uma coisa que me dá otimismo, é essa reforma. Ela é muito mais profunda do que se pode imaginar e está lidando com questões centrais para o aumento da produtividade da economia brasileira. Porque a disputa, a partir dessa reforma, não se dará entre as empresas por quem tem o melhor planejamento tributário, mas de quem é mais produtivo”, disse. Segundo o ministro, o governo já está trabalhando em um sistema que deve entrar no ar a partir do dia 1º de janeiro do próximo ano e que irá facilitar e simplificar o processo de tributação no país.  “Acho que nós estamos preparados para não dar um salto apenas legislativo. Eu acho que nós vamos dar um salto de TI [tecnologia da informação] no Brasil, como poucos países têm condição de fazer.” “Acredito que vamos ver isso acontecer no sistema tributário. Vai ser tudo digital, não vai ter papel. Você vai conseguir fazer o acompanhamento de tudo online, você vai saber tudo o que está acontecendo online, em tempo real, até as estimativas de projeção e de crescimento você vai ter no computador.  Isso vai dar capacidade de planejamento para o Estado e capacidade de planejamento para empresas.” Com tudo isso, defendeu o ministro, não haverá mais guerra fiscal no país. “O Brasil, que sempre patinou a vida toda nessa área, vai poder dar um salto de qualidade”, falou. “Penso realmente que o Brasil vai viver uma situação nova.” Na manhã de hoje, o ministro participou do evento J. Safra Macro Day, em São Paulo. Durante o evento, ele informou que deverá ir para a Califórnia, na próxima sexta-feira, para divulgar o plano nacional de data centers, uma política que ele acredita que vai fazer o investimento melhorar muito no país. “Queremos começar a divulgar o marco regulatório do Plano Nacional de Data Center. Somos deficitários na balança de serviço. Nós contratamos 60% da nossa TI fora do país, o que significa não apenas remessa de dólares para fora, mas subinvestimento no Brasil e acredito que o lançamento dessa política vai fazer o investimento melhorar muito”, acrescentou. Turbulência estrangeira Também durante o evento, o ministro declarou que o Brasil tem tudo para crescer neste ano, apesar das turbulências estrangeiras. “Nós estamos falando de um cenário em que o Brasil tem tudo para crescer, mesmo com as turbulências geopolíticas que estão acontecendo que, na minha opinião, vão acabar sendo endereçadas ainda esse ano. Eu penso que o Brasil, em qualquer cenário, menos ou mais favorável do ponto de vista externo, se cumprir com esse programa [econômico atual], vai se desenvolver com sustentabilidade”, disse. Para o ministro, ainda é preciso “prudência” para analisar os possíveis impactos da política de taxação do governo norte-americano. “O grau de incerteza sobre qual é o ponto de chegada dessa turbulência que foi causada ainda é grande. Nós temos que aguardar um pouquinho. Quando a incerteza é tamanha, você vai ter que ter alguma prudência, embora as conversas estejam acontecendo a todo vapor”. Segundo ele, a situação de incerteza econômica no mundo dificulta o planejamento do governo, mas destacou que a habilidade diplomática do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é um trunfo para o país. “O presidente tem um muita autoridade junto aos BRICs e muita autoridade junto ao G20. Ele tem uma boa interlocução com líderes europeus. Felizmente temos uma pessoa na Presidência da República que é um ativo para o país do ponto de vista da diplomacia. O presidente é uma pessoa que não tem portas fechadas e que não vai não vai permitir que as portas se fechem para nós, porque entende o papel do Brasil no cenário global”. Neste cenário, disse o ministro, o Brasil tem mantido abertos os canais de comércio com os três grandes blocos mundiais – Estados Unidos, China e Europa – mas sem deixar o multilateralismo de lado. “De 2023 para cá, nós nos reunimos não apenas com os três blocos, mas com diversos chefes de Estado em busca de fortalecer o multilateralismo”, falou. “O Brasil é uma economia grande demais para ser satélite de outra”, reforçou.

Brasil em 2028: quem paga a conta dos escândalos de corrupção

A trajetória do Brasil até 2028 será moldada por decisões tomadas hoje: impunidade a corruptos, judicialização de temas sensíveis e a perpetuação de um sistema político que privilegia interesses particulares em detrimento do bem comum. Os próximos três anos definirão se o país conseguirá reverter sua crise institucional ou se aprofundará em um ciclo de desconfiança e desigualdade. Cenário 1: Corrupção sistêmica e desmonte do Estado A captura do Estado por grupos políticos e criminosos seguirá corroendo as instituições. Com a falta de punição exemplar a envolvidos em escândalos bilionários (como licitações fraudadas e desvios de verbas públicas), a corrupção continuará drenando 1% a 4% do PIB anual – recursos que deixarão de chegar a hospitais, escolas e infraestrutura. Como isso impactará 2028? Cenário 2: STF como ator político e judicialização excessiva O Supremo Tribunal Federal seguirá centralizando decisões que deveriam ser debatidas no Congresso, como regras eleitorais, políticas de segurança pública e até mudanças na língua portuguesa. A judicialização de temas polêmicos – muitas vezes sem diálogo com a sociedade – alimentará a polarização e o descrédito nas instituições. Como isso impactará 2028? Cenário 3: População como refém da máquina pública Os mais pobres serão os mais afetados: sem acesso a saúde de qualidade, escolas eficientes ou segurança pública, a desigualdade atingirá níveis históricos. A classe média também sofrerá, com carga tributária recorde para bancar um Estado inchado e ineficiente. Como isso impactará 2028? O caminho para 2028: há esperança? A reversão desse cenário exige medidas urgentes: O Brasil de 2028 será reflexo direto das escolhas feitas hoje. Se a corrupção e a impunidade persistirem, o país se tornará um caso crônico de subdesenvolvimento institucional. Mas se houver pressão popular por reformas profundas, ainda há chance de resgatar a credibilidade do Estado e redirecionar o futuro nacional. A conta será paga por todos – mas os mais pobres continuarão pagando mais caro. A trajetória do Brasil até 2028 será moldada por decisões tomadas hoje: impunidade a corruptos, judicialização de temas sensíveis e a perpetuação de um sistema político que privilegia interesses particulares em detrimento do bem comum. Os próximos três anos definirão se o país conseguirá reverter sua crise institucional ou se aprofundará em um ciclo de desconfiança e desigualdade.

Brasil Restaura Exigência de Visto para EUA, Austrália e Canadá: Reciprocidade e Soberania Nacional

O governo brasileiro decidiu retomar a exigência de visto para cidadãos dos Estados Unidos, Austrália e Canadá, medida que entra em vigor na próxima semana. Essa decisão é um claro exemplo de como o Brasil está reafirmando sua soberania e reciprocidade nas relações internacionais, uma vez que esses países continuam a exigir visto dos brasileiros. A isenção de visto concedida em 2019 foi uma medida unilateral que beneficiou principalmente os turistas desses países. No entanto, com a retomada da exigência, o Brasil está aplicando o princípio da reciprocidade, que é fundamental para manter a igualdade nas relações diplomáticas. Esse princípio é essencial para proteger os interesses nacionais e garantir que o país não seja prejudicado por políticas unilaterais de outros países. Embora alguns argumentem que a exigência de visto pode afetar negativamente o turismo, defensores da medida afirmam que o Brasil não pode se submeter a políticas que beneficiam apenas um lado. O turismo é importante, mas não pode ser usado como pretexto para abrir mão da soberania nacional. Além disso, a exigência de visto pode incentivar um turismo mais qualificado e responsável, que respeite as leis e regulamentações do país. Um projeto que visa suspender essa regra está parado na Câmara dos Deputados, o que reflete a falta de consenso sobre a medida. A oposição tem pressionado para que o projeto seja votado, mas governistas argumentam que o momento não é propício para discutir a suspensão, especialmente diante das tensões comerciais globais. A prioridade deve ser a defesa dos interesses nacionais e a manutenção da reciprocidade. Líderes da oposição criticam a medida, argumentando que ela pode prejudicar o turismo e a economia. No entanto, defensores da exigência de visto afirmam que a soberania nacional e a reciprocidade são fundamentais para o desenvolvimento sustentável do país. A decisão do governo é um sinal claro de que o Brasil não está disposto a abrir mão de seus interesses em favor de políticas que beneficiem apenas outros países. A exigência de visto eletrônico pode ser um desafio para alguns turistas, mas é um preço justo a ser pago pela reciprocidade e pela proteção dos interesses nacionais. Além disso, a medida pode incentivar que os visitantes sejam mais conscientes das leis e regulamentações do país, contribuindo para uma experiência mais segura e respeitosa para todos. A retomada da exigência de visto é um passo importante para o Brasil reafirmar sua posição no cenário internacional. Enquanto a Câmara dos Deputados não vota o projeto de suspensão, a medida continuará em vigor, e o Brasil precisará manter sua postura firme em defesa da soberania nacional. Essa decisão é um exemplo de como o país está disposto a defender seus interesses e garantir que as relações internacionais sejam justas e recíprocas. Com essa medida, o Brasil reafirma sua posição como uma nação que valoriza a reciprocidade e a soberania, não se submetendo a políticas que beneficiem apenas outros países. A exigência de visto é um passo importante para garantir que as relações internacionais sejam justas e equilibradas.

A Economia Brasileira sob a Ótica da Direita: Análise do Governo Bolsonaro e Críticas ao Atual Governo

A economia brasileira passou por diversas transformações ao longo dos anos, com cada governo implementando suas próprias políticas econômicas. Durante o governo de Jair Bolsonaro (2019-2022), a economia brasileira enfrentou desafios significativos, mas também apresentou alguns avanços. Vamos analisar o desempenho econômico do governo Bolsonaro e discutir as críticas à gestão atual do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O governo Bolsonaro herdou uma economia em crise, mas inicialmente, a inflação se manteve sob controle, próxima da meta do Banco Central, e houve um aumento na confiança do setor empresarial, especialmente no agronegócio e no setor financeiro. No entanto, a pandemia de COVID-19 interrompeu essa trajetória, levando a uma recessão em 2020, com o PIB caindo 3,3%. Em 2021, a economia começou a se recuperar, com um crescimento de 5,0% do PIB, impulsionado pela retomada da produção pós-pandemia. No último ano do governo, em 2022, o PIB cresceu 2,9%, e o desemprego caiu para 7,9%, a menor taxa desde 2014. Além disso, as contas do governo federal registraram um superávit primário de R$ 54,1 bilhões em 2022, após oito anos no vermelho. Apesar dos avanços, o governo Bolsonaro enfrentou críticas por sua política ultraliberal, que, segundo alguns analistas, não conseguiu superar a estagnação econômica de longo prazo. A desregulamentação e a precarização do trabalho aumentaram, e os salários reais caíram, afetando a renda média dos trabalhadores. Além disso, a pobreza e a desigualdade aumentaram, com mais de 33 milhões de pessoas passando fome em 2022. O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfrenta desafios significativos, como a necessidade de retomar o crescimento econômico sustentável e reduzir a desigualdade. No entanto, críticos da direita argumentam que as políticas intervencionistas e a expansão dos gastos públicos podem levar a um aumento da inflação e do déficit fiscal, comprometendo a estabilidade econômica. Além disso, a reação do governo Lula à crise econômica tem sido vista por alguns como excessivamente dependente de medidas assistencialistas, em vez de promover reformas estruturais que incentivem o crescimento econômico a longo prazo. A falta de uma agenda clara de reformas econômicas é um dos principais pontos de crítica da oposição. A economia brasileira sob o governo Bolsonaro enfrentou desafios significativos, mas também apresentou sinais de recuperação no final do mandato. No entanto, as políticas ultraliberais foram criticadas por não resolverem a estagnação econômica de longo prazo. Já o governo atual enfrenta o desafio de equilibrar o crescimento econômico com a redução da desigualdade, enquanto é criticado por suas políticas econômicas. A busca por um equilíbrio entre crescimento e justiça social continua sendo um dos principais desafios para o Brasil.

Dr. Isael Domingues: O Político que Transformou Pindamonhangaba e Pode Ser um Candidato Forte a Deputado Estadual

O ex-prefeito de Pindamonhangaba, Dr. Isael Domingues, tem sido mencionado como um possível candidato a deputado estadual pelo Partido Liberal (PL) nas eleições de 2026. Com uma carreira marcada por transformações significativas na cidade, Isael Domingues acumula reconhecimento e apoio popular, o que pode ser crucial em sua futura candidatura. Durante seu mandato como prefeito, Isael Domingues implementou diversas melhorias que mudaram a cara da cidade. Ele foi eleito em 2016 com 46,60% dos votos válidos e reeleito com mais de 75% dos votos em sua segunda eleição, demonstrando a confiança da população em seu trabalho. Além disso, sua gestão foi marcada por investimentos em educação, saúde e infraestrutura, tornando Pindamonhangaba um modelo de desenvolvimento regional. Isael Domingues mantém uma boa amizade com o governador Tarcísio de Freitas e o deputado André do Prado, o que pode ser fundamental para sua candidatura. Além disso, ele também conta com o apoio do deputado Márcio Alvino, que tem sido um aliado importante em sua nova jornada política. O apoio dessas figuras políticas influentes pode catapultar sua campanha e garantir um forte respaldo eleitoral. Recentemente, Isael Domingues enfrentou desafios legais, incluindo condenações por improbidade administrativa, que podem afetar sua elegibilidade. No entanto, sua defesa argumenta que as decisões são injustas e que medidas judiciais estão sendo tomadas para reverter essas condenações. Dr. Isael Domingues é um político experiente e respeitado, com um histórico de sucesso em Pindamonhangaba. Seu possível retorno à cena política como candidato a deputado estadual pode ser um divisor de águas, especialmente com o apoio de figuras como Tarcísio de Freitas, André do Prado e Márcio Alvino. Ainda que enfrentando desafios legais, sua popularidade e habilidade política o tornam um candidato forte para o futuro.

A Polarização Política no Brasil: Impactos Financeiros na Vida da População

A polarização entre esquerda e direita no Brasil tem moldado não apenas o cenário político, mas também o cotidiano financeiro da população. Enquanto as disputas ideológicas dominam o debate público, os efeitos práticos dessa divisão são sentidos no bolso dos brasileiros, seja por meio de políticas econômicas, ajustes fiscais ou mudanças no mercado de trabalho. A divisão entre esquerda e direita no Brasil ganhou força nas últimas décadas, especialmente após os governos do PT (Partido dos Trabalhadores) e a ascensão de figuras como Jair Bolsonaro. Enquanto a esquerda defende políticas sociais e intervenção estatal na economia, a direita prioriza a redução de gastos públicos, reformas liberais e menor interferência do Estado. Essa disputa se reflete em decisões que impactam diretamente a vida financeira da população, como ajustes na taxa de juros, políticas de emprego e investimentos em setores estratégicos. Governos de esquerda, como os de Lula e Dilma Rousseff, priorizaram programas sociais, como o Bolsa Família, e investimentos em infraestrutura. Essas medidas trouxeram benefícios imediatos para as camadas mais pobres, aumentando o poder de consumo e reduzindo a desigualdade. No entanto, politicos apontam que a expansão dos gastos públicos, sem uma base fiscal sustentável, levou a déficits crescentes e ao aumento da dívida pública, o que pode resultar em ajustes futuros, como cortes de benefícios ou aumento de impostos. Por outro lado, governos de direita, como o de Bolsonaro, focaram em reformas econômicas liberais, como a reforma da Previdência e a redução de impostos para empresas. Essas medidas visam atrair investimentos e estimular o crescimento econômico, mas também podem levar a cortes em programas sociais e ao aumento do desemprego em setores dependentes do Estado. Além disso, a política de juros altos adotada pelo Banco Central para controlar a inflação pode encarecer o crédito para famílias e pequenas empresas, impactando o consumo e o investimento. A constante alternância de governos com agendas opostas gera incerteza no mercado, afetando a confiança de investidores e a estabilidade econômica. A desvalorização da moeda, a alta da inflação e o aumento da dívida pública são alguns dos efeitos colaterais dessa instabilidade. Para a população, isso se traduz em custos mais altos para produtos básicos, dificuldades no acesso ao crédito e um mercado de trabalho mais volátil. Com as eleições de 2026 mostrando uma ascensão de partidos de centro-direita, como o PSD e o PL, o cenário político brasileiro continua em transformação. A polarização tende a persistir, mas a busca por um equilíbrio entre políticas sociais e ajustes fiscais pode ser crucial para garantir uma recuperação econômica sustentável. Enquanto a briga política segue, o desafio é encontrar um caminho que minimize os impactos negativos na vida financeira da população, garantindo ao mesmo tempo crescimento econômico e redução das desigualdades. A polarização pode ser inevitável, mas seus efeitos práticos precisam ser mitigados para o bem de todos os brasileiros.

O paradoxo do emprego e da informalidade no Brasil

*Fernando Valente Pimentel O Brasil vive uma situação paradoxal. De um lado, registrou-se, em 2024, o recorde de vagas formais e o menor nível de desemprego da série histórica. Mas, de outro, a informalidade teima em persistir em todo o País e, de modo mais acentuado, em alguns bolsões. Sete estados têm mais da metade de sua força de trabalho atuando sem carteira assinada, segundo dados da Pnad Contínua do IBGE. Tal cenário nos leva a refletir sobre o tripé “qualificação, formalidade e produtividade”. São três pilares que, quando desalinhados, criam um desequilíbrio capaz de frear o progresso e o crescimento sustentado.  A informalidade não é um problema exclusivamente brasileiro, mas aqui assume proporções que nos distanciam bastante do mundo desenvolvido. A taxa média dentre os membros OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) varia entre 10% e 15%, beirando a 5% nos países nórdicos. No Brasil, oscila entre 36% e 38%. No Pará, Piauí, Maranhão, Ceará, Amazonas, Bahia e Paraíba, mais de 50% dos trabalhadores estão na informalidade. Até mesmo Santa Catarina, exemplo de desenvolvimento industrial, convive com uma taxa de 25% a 26%, também acima da média das nações ricas. Esse é um desafio que não se resolve apenas com políticas públicas genéricas, mas com ações regionalizadas e sensíveis às particularidades de cada região. STF libera privatização das escolas em São Paulo  Um dos mitos que precisamos desconstruir é a ideia de que a informalidade é sempre uma escolha. Sim, há, hoje, quem prefira trabalhar por conta própria, seja pela flexibilidade, seja pela falta de atratividade dos empregos formais ou até mesmo pela diminuição da diferença de renda entre o trabalho informal e o informal: conforme dados do IBGE, em 2015 quem tinha carteira assinada ganhava 73% mais do que os que não eram registrados. Em 2024, apenas 31%  No Rio de Janeiro, por exemplo, fatores como criminalidade e distância do local de trabalho pesam na decisão. Muitos, em todo o nosso país, estão na informalidade por falta de opção. E é aí que entra a qualificação. Sem uma base educacional sólida, que prepare as pessoas para os empregos do presente e do futuro, fica difícil reduzir ampliar o índice de vagas com carteira assinada e, ao mesmo tempo, aumentar a produtividade.  A propósito, a questão da produtividade é crucial. A riqueza de um país não se sustenta sem ganhos recorrentes nesse quesito. Mas, a informalidade, em muitos casos, é um obstáculo a esses ganhos. Trabalhadores informais tendem a ter menos acesso a treinamentos, tecnologias e condições adequadas para produzir mais e melhor. Isso cria um ciclo vicioso: baixa produtividade gera menos riqueza, que, por sua vez, limita os investimentos em educação e infraestrutura, perpetuando a informalidade. Assim, é preciso refletir se os dados atuais do emprego, como já tivemos em outros momentos, não é um voo de galinha…  A solução, claro, não é simples. Não existe uma “bala de prata” que resolva todos os problemas de uma vez. Porém, há caminhos. Um deles é fortalecer a base industrial, setor que historicamente oferece mais empregos formais e mais bem remunerados. Estados com uma indústria robusta já mostram que essa é uma direção promissora. Outro caminho é pensar em formas flexíveis de trabalho que combinem proteção social e adaptação às necessidades das pessoas. O MEI (Microempreendedor Individual) é um exemplo interessante, pois permite que trabalhadores informais contribuam para a previdência social, ainda que de maneira modesta.  Cabe ponderar, ainda, que o Brasil é plural. Não há solução única para um “continente” com realidades tão diversas. O que funciona no Sul pode não fazer sentido no Nordeste. O que atrai um jovem na capital pode não interessar a um trabalhador rural. Por isso, políticas públicas precisam ser desenhadas com sensibilidade regional e um olhar atento às diferentes formas de trabalho que coexistem no País. Seja um emprego formal, um trabalho autônomo ou uma ocupação temporária, o importante é que todos tenham acesso a condições dignas e oportunidades de crescimento.  Afinal, o desafio é equilibrar o tripé: “qualificar as pessoas para que possam escolher entre a formalidade e a informalidade sem abrir mão de seus direitos”; “reduzir a informalidade sem engessar a economia”; e “aumentar a produtividade sem perder de vista a diversidade de realidades que compõem o Brasil”. Não é uma tarefa fácil, mas seu enfrentamento é essencial para que promovamos ampla inclusão socioeconômica, crescimento sustentado do PIB e geração massiva de empregos dignos em todas as modalidades hoje existentes.  *Fernando Valente Pimentel é o diretor-superintendente e presidente emérito da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit).