Cazé TV garante a transmissão dos 104 jogos da Copa 2026 no YouTube

A Cazé TV, canal do streamer Casimiro Miguel, anunciou oficialmente um acordo inédito com a FIFA para transmitir todas as 104 partidas da Copa do Mundo de 2026, que será realizada nos Estados Unidos, México e Canadá. Essa conquista representa um marco, pois a Cazé TV supera o Grupo Globo, que adquiriu os direitos para transmitir apenas metade dos jogos, incluindo todas as partidas da seleção brasileira. A transmissão será feita ao vivo e gratuitamente pelo YouTube, além de estar disponível em outras plataformas como Disney+, Amazon Prime Video, Samsung TV Plus e Sky+, ampliando o acesso do público ao maior evento do futebol mundial. O anúncio foi feito durante o pré-jogo da final da Copa do Mundo de Clubes da FIFA, em julho de 2025, com a participação de figuras importantes do futebol, como Ronaldo e Romário, que acompanharam a divulgação. A Cazé TV iniciou sua trajetória nas transmissões de Copa do Mundo em 2022, quando exibiu 22 partidas da edição no Catar, marcando sua entrada no mercado esportivo de forma inovadora e conectada ao público jovem. Para 2026, a promessa é de uma cobertura completa, “do nosso jeito”, buscando democratizar o acesso a eventos esportivos de alta qualidade e inovar na forma de apresentar o futebol. Essa mudança representa uma inversão significativa em relação ao passado recente, quando a Globo detinha os direitos exclusivos da Copa do Mundo masculina desde pelo menos 1982. Agora, a Cazé TV assume o protagonismo, oferecendo uma experiência diferenciada e acessível para os fãs do esporte no Brasil. Em resumo, a Cazé TV se consolida como a principal plataforma de transmissão da Copa do Mundo de 2026 no Brasil, com exclusividade sobre metade dos jogos e a promessa de democratizar o acesso ao futebol de alto nível, marcando uma nova era nas transmissões esportivas no país

Brasil Pode Responder com Força às Tarifas Abusivas dos EUA de Trump

A recente decisão do governo americano, sob o comando de Donald Trump, de impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros é um claro exemplo de protecionismo exagerado e injusto, que fere a soberania nacional e prejudica a livre concorrência. O Brasil, com sua tradição de defesa da economia nacional e do interesse do setor produtivo, tem todas as condições de reagir à altura, mostrando que não aceitará imposições unilaterais que prejudiquem seus empresários e trabalhadores. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já sinalizou que o país usará a Lei de Reciprocidade para aplicar medidas equivalentes contra produtos americanos. Essa lei, aprovada recentemente, é uma ferramenta legítima para defender o mercado brasileiro e garantir que parceiros comerciais respeitem as regras do jogo. A resposta pode incluir sobretaxas em setores estratégicos, como automóveis, eletrônicos e produtos químicos, áreas em que o Brasil pode proteger sua indústria nacional e incentivar a produção interna. Mais do que isso, o Brasil deve aproveitar essa oportunidade para diversificar seus mercados, reforçando laços com países como China, União Europeia e membros do BRICS, que valorizam o comércio justo e o respeito à soberania. A dependência excessiva dos EUA, que adotam medidas protecionistas e ameaças comerciais, precisa ser revista para garantir maior autonomia econômica ao Brasil. Embora o governo precise agir com firmeza, é importante que a resposta seja estratégica, evitando uma escalada desnecessária que possa prejudicar consumidores e setores produtivos brasileiros. A diplomacia também deve ser usada como instrumento para pressionar os EUA a reconsiderarem suas tarifas abusivas, mas sem abrir mão da defesa intransigente dos interesses nacionais. O Brasil tem condições e instrumentos para mostrar que não aceitará chantagens comerciais e que está pronto para defender sua economia com responsabilidade e determinação, valorizando o trabalho dos brasileiros e a força da indústria nacional.

China critica tarifaço contra o Brasil e acusa EUA de intimidação

O Ministério das Relações Exteriores da China criticou nesta sexta-feira (11) a tarifa de importação de 50% a produtos brasileiros anunciada esta semana pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. “A igualdade soberana e a não interferência em assuntos internos são princípios importantes da Carta das Nações Unidas e normas básicas nas relações internacionais”, disse a porta-voz do ministério, Mao Ning, ao ser questionada por uma repórter sobre o que achava da tarifa de 50% a produtos brasileiros anunciada por Trump. “As tarifas não devem ser uma ferramenta de coerção, intimidação ou interferência”, concluiu Mao Ning.  No início da semana, quando Trump deu início ao envio das cartas aos parceiros comerciais com as ameaças de aumento de tarifas, Mao Ning já havia criticado o protecionismo norte-americano. “A posição da China sobre as tarifas é consistente e clara. Não há vencedores em uma guerra comercial ou tarifária. O protecionismo prejudica os interesses de todos”, afirmou.  >> Siga o canal da Agência Brasil no WhatsApp Entenda Na última quarta-feira (9),  o presidente dos EUA, Donald Trump, enviou uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciando a imposição de uma tarifa de 50% sobre todas as exportações brasileiras ao país norte-americano, a partir do dia 1º de agosto. No documento, Trump justifica a medida citando o ex-presidente Jair Bolsonaro, que é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado. No mesmo dia, o presidente Lula defendeu a soberania do Brasil e disse que a elevação de tarifas de forma unilateral será respondida com a Lei de Reciprocidade Econômica. Ontem (10), Lula afirmou que o governo federal vai abrir uma reclamação oficial à Organização Mundial do Comércio (OMC), para tentar reverter as tarifas. Especialistas ouvidos pela Agencia Brasil classificam a pressão de Trump como chantagem política e dizem que a medida é uma reação ao Brics. Durante a Cúpula do bloco, ocorrida no domingo e na segunda-feira, no Rio de Janeiro, Trump já tinha ameaçado taxar os países que se alinhem ao Brics em 10%.  

Parceria estratégica ou ameaça à indústria nacional?

A importância do Brasil para a China na América Latina: entre parceria estratégica e ameaça à indústria nacional Recentemente, o premier chinês e o presidente Xi Jinping reforçaram a importância do Brasil como parceiro estratégico da China na América Latina, destacando a cooperação ampliada em áreas como infraestrutura, tecnologia, energia renovável e comércio bilateral, que ultrapassou a marca histórica de US$ 500 bilhões em 2024. Essa relação é celebrada oficialmente como uma “Comunidade de Futuro Compartilhado” e um modelo de parceria Sul-Sul que visa o desenvolvimento sustentável e a modernização econômica de ambos os países. No entanto, apesar do discurso diplomático otimista, a crescente presença e expansão das empresas chinesas no Brasil suscitam preocupações legítimas sobre os impactos dessa relação para a indústria nacional e a soberania econômica do país. O discurso oficial e a realidade econômica O governo chinês enfatiza que a cooperação com o Brasil é pautada em benefícios mútuos, com investimentos em infraestrutura, inovação tecnológica, energias renováveis e integração regional, além do compromisso conjunto em temas globais como o multilateralismo e a governança cibernética. O Brasil, por sua vez, vê na China um parceiro crucial para ampliar seu desenvolvimento, especialmente em setores estratégicos como mineração, transportes e tecnologia. Porém, a narrativa oficial esconde um lado menos favorável para a indústria brasileira. A entrada massiva de empresas chinesas no mercado nacional tem provocado uma concorrência desigual, devido a fatores como subsídios estatais chineses, produção em larga escala e preços agressivos, que pressionam as empresas locais, muitas vezes menos competitivas e com menor capacidade de inovação. Impactos da expansão chinesa na indústria nacional A presença chinesa no Brasil tem se traduzido em investimentos diretos, aquisições e parcerias que, embora tragam capital e tecnologia, também podem levar à dependência econômica e à desindustrialização. Setores tradicionais da indústria brasileira, como siderurgia, eletroeletrônicos e bens de consumo, enfrentam dificuldades para competir com produtos chineses importados ou fabricados localmente por subsidiárias chinesas. Essa dinâmica contribui para o fechamento de fábricas, perda de empregos industriais qualificados e enfraquecimento da cadeia produtiva nacional. Além disso, a concentração de investimentos chineses em setores estratégicos, como mineração e infraestrutura, pode resultar em controle estrangeiro sobre recursos naturais e ativos essenciais, comprometendo a autonomia econômica do Brasil. O risco da assimetria na relação bilateral Apesar do discurso de parceria igualitária, a relação Brasil-China é marcada por uma assimetria significativa: a China é uma potência global com forte capacidade industrial e tecnológica, enquanto o Brasil ainda luta para consolidar sua base industrial e tecnológica. Essa diferença de poder econômico pode levar a uma relação de dependência, onde o Brasil se torna fornecedor de matérias-primas e mercado consumidor, mas não consegue desenvolver plenamente sua indústria e inovação. Além disso, a estratégia chinesa de expandir sua influência na América Latina, incluindo o Brasil, faz parte de um projeto geopolítico mais amplo, que visa fortalecer sua posição global e criar uma rede de dependência econômica que pode limitar a autonomia dos países da região. O desafio para o Brasil Diante desse cenário, o Brasil precisa adotar uma postura crítica e estratégica para garantir que a cooperação com a China não se transforme em um processo de desindustrialização e perda de soberania. Isso passa por políticas públicas que fortaleçam a indústria nacional, incentivem a inovação tecnológica local e regulem a entrada e atuação das empresas estrangeiras no país. Também é fundamental diversificar parceiros comerciais, evitando a concentração excessiva em um único país, e buscar acordos que promovam transferência de tecnologia e desenvolvimento conjunto, em vez de simples fornecimento de commodities ou mercado consumidor. A importância do Brasil para a China na América Latina é inegável, e a cooperação bilateral pode trazer avanços econômicos e tecnológicos. Contudo, o crescimento das empresas chinesas no Brasil, se não for acompanhado de políticas estratégicas, pode destruir a indústria nacional, aprofundar desigualdades e comprometer a autonomia econômica do país. Portanto, é imperativo que o Brasil equilibre a relação com a China, aproveitando os benefícios da parceria, mas com vigilância e ações firmes para proteger e desenvolver sua indústria, garantindo um futuro econômico sustentável e soberano.

Trump anuncia tarifa de 50% ao Brasil em meio a tensões comerciais; Lula sinaliza resposta

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta semana a imposição de uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados para o mercado americano. A medida, que entra em vigor em 1º de agosto, foi justificada por Trump como resposta direta à “perseguição” sofrida pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, atualmente réu no Supremo Tribunal Federal por suposta tentativa de golpe, além de críticas ao que Trump classificou como censura a empresas de tecnologia americanas no Brasil. Em carta endereçada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Trump foi enfático: “Os 50% são muito menos do que seria necessário para termos igualdade de condições em nosso comércio com seu país. E é necessário ter isso para corrigir as graves injustiças do sistema atual”. Trump ainda alertou que, caso o governo brasileiro adote retaliações, novas tarifas poderão ser implementadas. O republicano também destacou que a relação comercial entre os países tem sido “injusta” e criticou a atuação do Judiciário brasileiro contra redes sociais e a liberdade de expressão, em especial após decisões que afetaram plataformas como X (antigo Twitter). O governo Lula foi pego de surpresa e convocou uma reunião de emergência com ministros e o vice-presidente Geraldo Alckmin para discutir os impactos econômicos da medida. Em resposta pública, Lula afirmou que “o Brasil é uma nação soberana, com instituições independentes, e não aceitará nenhum tipo de tutela”. O presidente brasileiro prometeu retaliar à altura, utilizando a Lei de Reciprocidade Econômica para impor tarifas semelhantes sobre produtos americanos. Apesar do tom duro, a reação do mercado foi imediata e negativa: o real despencou quase 3% frente ao dólar e a bolsa brasileira também registrou queda expressiva. A incerteza sobre o futuro das exportações brasileiras para o segundo maior parceiro comercial do país acendeu o alerta em setores produtivos e industriais. Para setores da direita brasileira, a atitude de Trump é vista como um gesto de solidariedade a Bolsonaro e uma defesa da liberdade de expressão, ameaçada por decisões judiciais no Brasil. Muitos consideram que Lula, ao atacar plataformas digitais e perseguir adversários políticos, acabou provocando uma crise desnecessária com os Estados Unidos, prejudicando a economia nacional e a imagem do país no exterior. Os apoiadores de Bolsonaro destacam que o ex-presidente sempre buscou relações comerciais francas e transparentes com os EUA, enquanto o atual governo prioriza alianças ideológicas e interfere no livre mercado. Para eles, a resposta de Lula foi mais uma demonstração de autoritarismo e incapacidade de dialogar com grandes potências, colocando interesses ideológicos acima do bem-estar econômico do Brasil. O episódio marca uma escalada sem precedentes nas relações entre Brasil e Estados Unidos, com consequências diretas para a economia brasileira e para o ambiente político nacional. Enquanto Trump se posiciona como defensor da liberdade e do aliado Bolsonaro, Lula insiste na retórica da soberania, mas enfrenta críticas crescentes por sua postura intervencionista e pelo impacto negativo de suas decisões no comércio internacional

Gasto com saúde no Brasil é a metade do necessário, aponta estudo do Senado

Para se alinhar à média internacional de gastos em saúde, o Brasil precisa dobrar o investimento vigente: passar dos atuais 9,1% do PIB para 19%. A afirmação é do estudo “Cenários de longo prazo para a necessidade de financiamento da saúde”, da Instituição Fiscal Independente (IFI), do Senado Federal. Apresentado nesta segunda-feira (7), em Brasília, o documento também afirma que o envelhecimento da população não é o principal fator de aumento dos custos em saúde até 2070. O estudo projeta as necessidades de financiamento do Sistema de Atenção à Saúde brasileiro nos próximos 45 anos (2025-2070), tendo em vista as mudanças no perfil demográfico da população; a dinâmica da inflação setorial, somada à introdução de novas tecnologias; e a ampliação do acesso aos serviços de saúde.  Segundo o IFI, se a despesa per capita com saúde no Brasil por faixa etária fosse igual à média observada entre os países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), passaria dos atuais R$ 5.027,5 para R$ 10.486,3, e poderia chegar a R$ 16.855,00 em 2050. A projeção considera tanto as despesas privadas quanto as públicas, incluindo todos os níveis federativos (União, estados e municípios). A análise também concluiu que o financiamento da saúde se torna fiscalmente insustentável quando são incorporados outros fatores que afetam as despesas do setor. Entre esses fatores, estão a cobertura populacional dos serviços, a inflação e a tecnologia.  Assim, para Alessandro Casalecchi, analista econômico e autor do estudo, – sob a ótica do Regime Fiscal Sustentável (RFS) – o principal desafio do Brasil nas próximas décadas é alocar o orçamento da saúde tendo em vista a sustentabilidade fiscal.   “O atendimento pleno da necessidade de financiamento da saúde não é sustentável, ou seja, não é compatível com o atual arcabouço fiscal, se toda essa necessidade for atendida e não houver uma realocação de gastos. O que é muito difícil, porque outros gastos estão, por exemplo, na Previdência, que é uma despesa obrigatória que também cresce impulsionada por fatores semelhantes aos da Saúde”, disse o analista.  De acordo com Casalecchi, a transição demográfica, que costuma ser vista como principal causa de crescimento da necessidade de financiamento em saúde, não é o fator mais relevante no cenário brasileiro para as próximas décadas.  “O envelhecimento da população vai levar a um aumento da necessidade, mas não é o protagonista desse movimento. Quando a gente inclui outros fatores, como a ampliação de cobertura do sistema público para incluir os desassistidos e também inflação e tecnologia, temos um impacto mais significativo e a necessidade de financiamento passa a crescer de forma mais acelerada”, afirmou. Leia o estudo na íntegra, neste link. Fonte: Brasil 61

Trump ameaça países que se alinhem ao Brics com tarifa de 10%

Em meio à reunião de cúpula do Brics, que ocorre no Rio de Janeiro, o presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, ameaçou taxas extras a produtos de países que se alinhem ao grupo, formado por 11 nações, entre elas Brasil Rússia Índia, China e África do Sul. A publicação foi feita em seu perfil na rede Truth Social. “Qualquer país que se alinhe às políticas antiamericanas do Brics será taxado com tarifa extra de 10%. Não haverá exceções a essa política. Obrigado pela atenção em relação a essa questão”, escreveu Trump. Em sua declaração de líderes, divulgada no domingo (6), o Brics criticou medidas protecionistas adotadas no comércio global.  “Reiteramos nosso apoio a um sistema multilateral de comércio baseado em regras, aberto, transparente, justo, inclusivo, equitativo, não discriminatório e consensual, com a OMC em seu núcleo, com tratamento especial e diferenciado (TED) para seus membros em desenvolvimento”, destaca a declaração do Brics. Trump, que assumiu em janeiro deste ano, anunciou, logo no início de seu mandato, aumento de tarifas sobre produtos importados, o que gerou críticas e respostas de vários países. Além de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, compõem o Brics a Arábia Saudita, o Irã, os Emirados Árabes, a Indonésia, o Egito e a Etiópia. Mais dez países são parceiros do grupo: Bielorrússia, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda, Uzbequistão e Vietnã.

“Aumento do IOF: ameaça ao crédito, freio no consumo e risco de recessão para a economia brasileira”

O aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) pode trazer uma série de impactos econômicos e sociais para o Brasil, especialmente considerando o contexto atual de inflação e recuperação econômica. A seguir, uma análise dos possíveis efeitos dessa medida: Em resumo, o aumento do IOF pode ser uma ferramenta para ampliar a arrecadação do governo, mas traz riscos significativos para a economia e a população, exigindo equilíbrio entre a necessidade fiscal e o estímulo ao desenvolvimento econômico sustentáve.

Haddad defende reglobalização sustentável e taxação de super-ricos

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu, neste sábado (5), o que chamou de reglobalização sustentável, “uma nova aposta na globalização, dessa vez baseada no desenvolvimento social, econômico e ambiental da humanidade como um todo”, disse no discurso de abertura da Reunião de Ministros de Finanças e Presidentes de Banco Centrais do Brics. O ministro também manifestou apoio ao estabelecimento de uma Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Cooperação Internacional em Matéria Tributária, ou seja, um acordo tributário global mais justo. “Trata-se de um passo decisivo rumo a um sistema tributário global mais inclusivo, justo, eficaz e representativo – uma condição para que os super-ricos do mundo todo finalmente paguem sua justa contribuição em impostos”, afirmou. Segundo o ministro, o Brics, tem origem no pleito dos países membros por maior peso no sistema financeiro internacional. Países que, juntos, representam quase a metade de toda a humanidade. “Nenhum outro foro possui hoje maior legitimidade para defender uma nova forma de globalização”, disse Haddad. Haddad também relembrou o papel do Brasil à frente do G20, quando encabeçou o lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, e, desde então, manifestou-se “em defesa da tributação progressiva dos super-ricos. Já naquele momento, fizemos da defesa do multilateralismo uma marca da presidência brasileira. De lá para cá, essa defesa se tornou urgente. Não há solução individual para os desafios do mundo contemporâneo”. De acordo com o ministro, nenhum país isoladamente, por mais poderoso que seja, “pode dar uma resposta efetiva ao aquecimento global, ou atender as legítimas aspirações da maior parte da humanidade por uma vida digna. A perspectiva de criar ilhas excludentes de prosperidade em meio à policrise contemporânea é moralmente inaceitável. Em vez disso, temos que encontrar soluções cooperativas para os nossos desafios comuns”, destacou. Em relação a crise climática, Haddad ressaltou que os países do Brics estão “desenvolvendo instrumentos inovadores para acelerar a transformação ecológica”. Ele também destacou as discussões sobre a criação do Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês), com objetivo de movimentar economias de baixo carbono. Países ricos, com histórico poluente muito superior aos demais, teriam de se comprometer a investir mais recursos na manutenção do fundo. “Nos últimos dias, conversamos muito sobre o Tropical Forest Forever Facility. Estou convencido de que o Brics pode desempenhar um papel decisivo em sua criação, com um anúncio de grande impacto durante a COP 30 [30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima]”, disse. “Em parceria com o Brics, almejamos consolidar-nos como um porto seguro em um mundo cada vez mais instável. Serenidade e ambição, são, portanto, as marcas da nossa presidência”, acrescentou. Brics O Brics é um bloco que reúne representantes de 11 países membros permanentes: Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Irã, Arábia Saudita, Egito, Etiópia, Emirados Árabes Unidos e Indonésia. Também participam os países parceiros: Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Tailândia, Cuba, Uganda, Malásia, Nigéria, Vietnã e Uzbequistão. Sob a presidência do Brasil, a 17ª Reunião de Cúpula do Brics ocorre no Rio de Janeiro nos dias 6 e 7 de julho. Os 11 países representam 39% da economia mundial, 48,5% da população do planeta e 23% do comércio global. Em 2024, países do Brics receberam 36% de tudo que foi exportado pelo Brasil, enquanto nós compramos desses países 34% do total do que importamos.

Entenda o que é o Brics, grupo que se reúne a partir de domingo no Rio

Um pouco mais de oito meses depois de o Museu de Arte Moderna (MAM) receber os holofotes do mundo para a reunião do G20 (grupo formado por 19 países e as uniões Europeia e Africana), o Rio de Janeiro ocupa novamente cenário de destaque no palco das relações internacionais. No domingo (6) e na segunda-feira (7), será realizada a reunião de Cúpula do Brics, sob a presidência brasileira. Fórum das maiores economias fora do G7, que reúne as potências alinhadas aos Estados Unidos, o grupo é apontado como uma voz do Sul Global. Entenda mais sobre esse evento internacional com a série de perguntas e respostas abaixo, preparadas pela Agência Brasil. O que é o Brics? O grupo se define como um foro de articulação político-diplomática de países que formam o chamado Sul Global, buscando cooperação internacional e o tratamento multilateral de temas globais. Além de buscar mais influência e equidade de seus integrantes em instituições como Organização das Nações Unidas (ONU), Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Mundial e Organização Mundial do Comércio (OMC), o Brics tem em seu radar a criação de instituições voltadas para seus participantes, como o Novo Banco de Desenvolvimento, chamado de banco do Brics. Por não ser uma organização internacional, o Brics não tem um orçamento próprio ou secretariado permanente. >> Siga o canal da Agência Brasil no WhatsApp Quantos países fazem parte do Brics? Atualmente, o grupo conta com 11 países-membros e dez países-parceiros. Países-membros: África do Sul, Arábia Saudita, Brasil, China, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia, Índia, Irã e Rússia. Países-parceiros: Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda, Uzbequistão e Vietnã. Qual a diferença entre país-membro e país-parceiro? A modalidade país-parceiro foi criada durante a Cúpula de Kazan, na Rússia, em outubro de 2024. Esses países são convidados a participar dos encontros e dos debates. A principal diferença entre as categorias é que apenas os países-membros têm poder de deliberação, ou seja, votar nos encontros, por exemplo, para referendar a declaração final do grupo. Cúpula de Kazan criou a modalidade de país-parceiro  REUTERS/Maxim Shemetov/Pool/Proibida reprodução O Brics começou com quantos países? O termo Brics nasceu em um estudo de 2001, formulado pelo economista-chefe da Goldman Sachs, Jim O’Neil, que projetou a crescente importância que Brasil, Rússia, Índia e China teriam na economia e na geopolítica global no Século 21. A organização desses países enquanto grupo se deu em 2006.Cinco anos depois, em 2011, o acrônimo ganhou o “s”, de South Africa (África do Sul, em inglês). Em 2024, o grupo passou a incluir Egito, Etiópia, Irã, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos. A Argentina chegou a ser convidada, mas sob a presidência de Javier Milei, recusou o ingresso. Em 2025, a Indonésia passou a fazer parte do Brics. Também no ano passado, foi anunciado que os países-parceiros Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Tailândia, Uganda e Uzbequistão passariam a fazer parte do Brics a partir de 1º de janeiro de 2025. A Nigéria recebeu o status em 17 de janeiro. O mais recente parceiro é o Vietnã, que foi anunciado no último dia 13 de junho. Mais de 30 nações já manifestaram interesse em participar do Brics, tanto na qualidade de membros como de parceiros. O que é o Sul Global? O Sul Global pode ser entendido como uma união entre países em desenvolvimento, em regiões como América Latina, África, Ásia Meridional e sudeste asiático. Esses países apresentam similaridades, como passado de colonização, economias diversificadas e desafios sociais. As nações buscam articulações entre si para reivindicar reformas na ordem econômica e política global, reduzindo a dependência dos países desenvolvidos. Apesar no nome, muitos desses países se localizam geograficamente no hemisfério Norte, como Rússia, China, Arábia Saudita e Egito. Mais países podem entrar no grupo? Segundo a presidência brasileira, não há previsão, no momento, de se realizar novo processo de expansão. Eventual manifestação de interesse de ingresso no Brics será avaliada caso a caso. A decisão final sobre a adesão é feita por consenso entre os líderes do grupo. O Brics tem poder de decisão sobre temas internacionais? O Brics não é uma organização internacional ou um bloco formal. Trata-se de um foro de coordenação e cooperação entre países do Sul Global. Consensos de discussões precisam ser implementados internamente pelos países, caso queiram seguir o encaminhamento. Por que o encontro acontece no Brasil? É a primeira vez? A reunião de cúpula acontece no país-membro que ocupa a presidência rotativa ─ em 2025, é a vez do Brasil. Por isso, foi escolhido o Rio de Janeiro. Ao longo da presidência brasileira em 2025, foram realizadas mais de 200 reuniões online e presenciais. Em 2026, a cúpula será na Índia. No ano passado, o encontro foi em Kazan, na Rússia. O Brasil sediou três edições da cúpula: Brasília (2019 e 2010) e Fortaleza (2014). Museu de Arte Moderna (MAM Rio) recebeu Cúpula do G20 no ano passado e recebe a do Brics neste ano Tânia Rêgo/Agência Brasil O Brics representa quanto da população e da economia mundial? Os 11 países representam 39% da economia mundial, 48,5% da população do planeta e 23% do comércio global. Em 2024, países do Brics receberam 36% de tudo que foi exportado pelo Brasil, enquanto nós compramos desses países 34% do total do que importamos. Qual o potencial do Brics na área de energia? Em termos de capacidade energética, o grupo representa 43,6% da produção mundial de petróleo e 36% de gás natural. O Brics detém 72% das reservas mundiais de minerais classificados como terras raras, elementos químicos fundamentais para diversas aplicações tecnológicas, desde eletrônicos até energia renovável. Quais as prioridades brasileiras no Brics? >> Entrevista: Brasil não quer Brics antiocidental, diz especialista. O que é o Banco do Brics? Criado em 2015, O New Development Bank (NDB), Novo Banco de Desenvolvimento, também conhecido como Banco do Brics, é um banco multilateral de desenvolvimento criado para mobilizar recursos para financiar projetos de infraestrutura e de desenvolvimento sustentável em países em desenvolvimento. De acordo com o site da instituição, o NDB já aprovou 120 projetos e US$ 39 bilhões (equivalente a mais de R$ 210 bilhões) em financiamentos. Países de fora do Brics, casos de Uruguai, Argélia e