STF libera linguagem neutra nas escolas

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por maioria, derrubar leis municipais que proibiam o uso da chamada “linguagem neutra” em escolas públicas e privadas, abrindo caminho para que esse tipo de linguagem seja adotado no ambiente educacional em todo o país. A decisão, tomada no plenário virtual da Corte, foi baseada no entendimento de que apenas a União tem competência para legislar sobre a língua portuguesa e as diretrizes da educação, retirando de estados e municípios o direito de decidir sobre o que é ensinado em suas próprias escolas.

Decisão polêmica e desconectada das prioridades nacionais

A medida gerou forte reação de parlamentares e especialistas, que veem na decisão do STF uma afronta à tradição, à cultura nacional e à autonomia dos municípios. O senador Cleitinho (Republicanos-MG) criticou duramente a decisão, afirmando que “o uso da linguagem neutra é assassinar a Língua Portuguesa” e questionando o fato de o STF priorizar temas ideológicos enquanto o país enfrenta problemas reais, como a falta de saneamento básico e a criminalidade crescente. Para ele, a Corte “julga contra o povo”, ignorando as demandas mais urgentes da sociedade.

Especialistas alertam para prejuízos no aprendizado

Educadores e professores de português também se posicionaram contra a liberação da linguagem neutra nas escolas. A professora Cíntia Chagas, em entrevista à Jovem Pan, afirmou que a imposição desse dialeto prejudica o aprendizado dos alunos, dificulta a compreensão de pessoas com dislexia, confunde surdos que dependem da leitura labial e atrapalha cegos que usam softwares de leitura. Ela destacou ainda que a língua portuguesa já possui mecanismos de inclusão e que a adoção de termos como “todes” ou “todxs” é arbitrária e não resolve o problema da inclusão, servindo apenas para criar confusão e enfraquecer o patrimônio linguístico nacional.

Imposição ideológica e desrespeito à maioria

A decisão do STF é vista por muitos como uma tentativa de impor uma agenda ideológica de cima para baixo, sem debate amplo com a sociedade e sem considerar a vontade da maioria dos brasileiros, que rejeita alterações artificiais na língua portuguesa. Ao retirar dos municípios o poder de decidir sobre o conteúdo ensinado em suas escolas, o Supremo ignora a realidade local e desrespeita a autonomia dos gestores públicos, além de abrir precedentes perigosos para outras interferências federais em temas educacionais sensíveis.

A liberação da linguagem neutra nas escolas pelo STF representa mais um episódio em que interesses ideológicos se sobrepõem à vontade popular, à tradição e à qualidade do ensino. Enquanto o país enfrenta desafios urgentes, a Suprema Corte escolhe priorizar pautas que dividem a sociedade e ameaçam a integridade da língua portuguesa, patrimônio cultural de todos os brasileiros.

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