Rombo nas contas do Governo central alcança R$ 58,4 bilhões em fevereiro

Notícia publicada em: 28 de março de 2024

Em fevereiro, as contas do Governo Central, que englobam o Tesouro Nacional, a Previdência Social e o Banco Central, mergulharam em déficit expressivo. O resultado negativo de R$ 58,4 bilhões contrastou com o superávit de R$ 79,3 bilhões registrado no mês anterior.

O desempenho desfavorável marca um marco sombrio, sendo o pior da série histórica do Tesouro iniciada em 1997, quando descontada a inflação. Em comparação com fevereiro de 2023, o déficit nominal aumentou significativamente, passando de R$ 41 bilhões para os atuais R$ 58,4 bilhões.

No acumulado do ano até fevereiro, o governo apresentou um superávit de apenas R$ 20,9 bilhões, o mais baixo desde 2020, quando, no mesmo período, alcançava R$ 38,2 bilhões. As receitas tiveram aumento real de 18%, enquanto as despesas subiram 27,4% em fevereiro, já descontada a inflação.

Considerando os últimos 12 meses até fevereiro, o déficit totaliza R$ 252,9 bilhões, correspondendo a 2,26% do PIB. O Tesouro Nacional passou a destacar a relação entre as despesas e o PIB desde janeiro de 2024, refletindo a busca pela estabilização dos gastos públicos.

Um fator atípico que contribuiu para os resultados negativos foi a antecipação do pagamento de R$ 30 bilhões em precatórios, autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Para ajustar o orçamento e garantir o pagamento, foi aberto um crédito suplementar de R$ 10,7 bilhões.

Apesar das projeções do governo indicarem um déficit de R$ 9,3 bilhões para este ano, o mercado estima um resultado ainda pior, chegando a até 0,5% do PIB. O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, ressalta que esses desequilíbrios financeiros exigem atenção e medidas para garantir a estabilidade fiscal.