No primeiro turno das eleições municipais de 2024, o Partido dos Trabalhadores (PT), sob a liderança de Luiz Inácio Lula da Silva, não conseguiu conquistar nenhuma das capitais brasileiras.
Tradicionalmente forte em grandes centros urbanos, o PT enfrenta um cenário desafiador, marcado pela ausência de vitórias em regiões onde costumava ter grande apoio.
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Em contrapartida, o Partido Liberal (PL), liderado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, garantiu a reeleição de dois prefeitos em capitais estratégicas. João Henrique Caldas (JHC) assegurou sua vitória em Maceió, Alagoas, com impressionantes 80% dos votos válidos, consolidando sua popularidade. Já Tião Bocalom foi reeleito em Rio Branco, Acre, com 54,82% dos votos, fortalecendo a presença do bolsonarismo na região.
O avanço do bolsonarismo no Norte e Nordeste reflete uma mudança importante no cenário político dessas regiões, historicamente associadas à esquerda. A vitória do PL em capitais como Maceió e Rio Branco aponta para uma reconfiguração do apoio eleitoral, indicando o fortalecimento do bolsonarismo em redutos antes dominados pelo PT.
Além das vitórias do PL, outros partidos também se destacaram. O PSD venceu em três capitais: Rio de Janeiro (RJ), São Luís (MA) e Florianópolis (SC), tornando-se o partido com mais prefeitos eleitos entre as capitais. O MDB garantiu triunfos em Macapá (AP) e Boa Vista (RR), enquanto o União Brasil conquistou Salvador (BA) e Teresina (PI). O PSB e os Republicanos levaram as prefeituras de Recife (PE) e Vitória (ES), respectivamente.
No entanto, o PT ainda mantém esperanças no segundo turno. A legenda de Lula enfrentará o PL em dois embates diretos: em Cuiabá (MT), entre Abílio Brunini (PL) e Lúdio Cabral (PT), e em Fortaleza (CE), onde André Fernandes (PL) disputa contra Evandro Leitão (PT). O partido também participa de coligações importantes em Porto Alegre (RS), com Maria do Rosário (PT) concorrendo contra Sebastião Melo (MDB), e em São Paulo (SP), apoiando Guilherme Boulos (PSOL) contra Ricardo Nunes (MDB).
Essas disputas de segundo turno serão decisivas para determinar o futuro do PT nas capitais e a possível reversão do fraco desempenho no primeiro turno.
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