Piloto preso com 435 kg de pasta base de cocaína em Araçatuba é solto após decisão judicial que anulou provas

Em um caso que chamou atenção nacional, o piloto Wesley Evangelista Lopes e seu copiloto Alexandre Roberto Borges foram presos em flagrante no dia 16 de dezembro de 2024, após serem flagrados transportando cerca de 435 quilos de pasta base de cocaína em um avião monomotor no aeroporto de Penápolis (SP), região de Araçatuba. A apreensão foi realizada por equipes da Polícia Militar, Polícia Rodoviária e Polícia Federal, que monitoravam a aeronave desde seu voo, que teria iniciado em Porto Murtinho (MS), na fronteira com o Paraguai, com destino a Rio Claro (SP).

Segundo relato policial, ao pousar para abastecer, o piloto tentou fugir, mas foi detido junto com o copiloto. No avião foram encontrados 400 tabletes da droga, totalizando 435,86 quilos, além de dinheiro e uma picape abandonada no local, que supostamente seria usada para o transporte do entorpecente. Wesley Evangelista chegou a confessar que receberia R$ 100 mil pelo transporte da carga.

Apesar da gravidade da acusação e da quantidade expressiva da droga, a Justiça Federal de Araçatuba absolveu o piloto e o copiloto nesta quarta-feira (4), após considerar que a abordagem policial foi irregular e que as provas obtidas deveriam ser anuladas. O juiz Luciano Silva, da 2ª Vara Federal, destacou que não havia fundada suspeita prévia que justificasse a busca e apreensão, e que os dados sobre o monitoramento da aeronave e a origem da denúncia não foram esclarecidos adequadamente.

A decisão revogou a prisão preventiva dos réus e determinou a liberdade imediata do piloto e copiloto. O magistrado ressaltou que, embora não haja dúvida sobre o caráter criminoso da ação, a integridade do processo investigativo foi comprometida pela forma como a abordagem foi conduzida.

O Ministério Público Federal (MPF) já anunciou que irá recorrer da decisão, argumentando que a absolvição premia o crime e pune a sociedade, ressaltando a quantidade incompatível da droga com uso pessoal e a confissão dos envolvidos.

Este caso também chama atenção pelo histórico do piloto Wesley Evangelista Lopes, que já responde a outro inquérito por tráfico de drogas e possui condenação anterior por transporte de cocaína em situação semelhante.

A controvérsia entre a atuação das forças de segurança e a análise judicial evidencia os desafios enfrentados no combate ao tráfico de drogas, especialmente em operações que envolvem interceptações aéreas.

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