Uma morte hipotética de Jair Bolsonaro, preso desde 22 de novembro de 2025 na Superintendência da Polícia Federal em Brasília e enfrentando complicações de saúde como hérnia inguinal confirmada por ultrassom recente, abalou profundamente o cenário político brasileiro. Condenado a 27 anos e três meses por tentativa de golpe de Estado na trama golpista, o ex-presidente acumula apoiadores autênticos que veem sua prisão como perseguição judicial pelo STF, liderada por Alexandre de Moraes. Sua reiteração de pedidos urgentes de cirurgia sob anestesia geral e prisão domiciliar, mas uma perícia médica oficial da PF, determinada pelo ministro, pode atrasar decisões. Analistas alertam que um falecimento em custódia geraria acusações de negligência estatal, inflamando bolsonaristas e potencializando protestos de rua semelhantes aos de 8 de janeiro de 2023, com investigações sobre condições carcerárias e impacto eleitoral para 2026.
Impactos no Cenário Político
O vácuo deixado por Bolsonaro unificaria temporariamente a direita conservadora em torno de seu legado anti-PT, armamentista e pró-família tradicional, fortalecendo narrativas de vitimização contra Lula e o Judiciário. No curto prazo, atos fúnebres massivos em cidades como Brasília, São Paulo e Rio mobilizaram milhões, pressionando o PL (Partido Liberal) para radicalizar oposições no Congresso. Pesquisas como Quaest e Datafolha indicam que 40-50% do eleitorado bolsonarista (cerca de 25-30 milhões de votos) ficariam órfão ideológico, fragmentando a base evangélica e rural. Especialistas preveem enfraquecimento do governo Lula, com aprovação caindo abaixo de 30%, mas risco de judicialização extrema: inelegibilidades de herdeiros e possível intervenção em eleições. No longo prazo, o bolsonarismo poderia evoluir para um “trumpismo tupiniquim”, com líderes regionais disputando o espólio em convenções partidárias tensas.
Visões de Especialistas
Os cientistas políticos divergem sobre as consequências. Creomar de Souza, do Instituto Millenium, afirma que “a morte martirizaria Bolsonaro, imortalizando-o como símbolo da direita perseguida, mas paralisaria o PL sem um sucessor carismático imediatamente”. Já o professor Gaudêncio Torquato prevê “disputa fratricida: Tarcísio atrai empresários moderados, Michelle galvaniza evangélicos radicais”. A Quaest Pesquisas aponta posição eleitoral: sem Bolsonaro, a direita perderia 10-15% para o centro-direita de Simone Tebet ou MDB. Outros, como o colunista Augusto Nunes, alertaram para “explosão de fake news e milícias digitais, com o PT capitalizando o caos”. No Vale do Paraíba, analistas locais como jornalistas de Taubaté e São José veem reflexos em prefeituras conservadoras, com vereadores bolsonaristas ganhando projeção estadual.
Corrida por Sucessores em 2026
A sucessão polariza entre governadores pragmáticos e a família Bolsonaro. Pesquisas recentes (Paraná Pesquisas, dezembro de 2025) mostram empate: Tarcísio de Freitas (SP) com 23%, Michelle Bolsonaro com 21-22%, Flávio Bolsonaro (senador) em 6-8%, e Ratinho Júnior (PR) em 12%. Tarcísio destaca-se pela gestão eficiente em São Paulo, atraindo indústria e agronegócio; Michelle, por proximidade emocional e laços com pastores; Flávio, por continuidade ideológica no Rio.
Outros nomes como Ronaldo Caiado (GO) e Romeu Zema (MG) somam 10%, mas especialistas como os da BBC Brasil enfatizam que ninguém replica o magnetismo de Bolsonaro, evitando um PL dividido em alas.
Essa fragmentação poderia beneficiar Lula em 2026, com reeleição acima de 55%, ou abrir espaço para outsiders. No fim, o bolsonarismo sobreviveria mutado, mas enfraquecido sem seu patriarca.




