Violência em Tremembé: Polícia prende mentor de ataque em assentamento.

Imagem que retrata a ação da Polícia Civil em Tremembé, onde um suspeito, conhecido como "Nero do Piseiro", foi preso como mentor de um ataque violento em um assentamento, resultando na morte de duas pessoas e ferimentos em seis. A cena destaca a presença policial e a investigação em andamento após o crime ocorrido na noite de 10 de janeiro de 2025.

Na noite de sexta-feira, 10 de janeiro de 2025, um ataque violento no assentamento Olga Benário, localizado em Tremembé, São Paulo, resultou na morte de duas pessoas e deixou outras seis feridas. O crime, que chocou a comunidade local e o país, ocorreu por volta das 23h e foi perpetrado por um grupo armado que invadiu o assentamento com cinco carros e três motos.

O Ataque

De acordo com testemunhas, os criminosos chegaram ao assentamento e começaram a disparar contra os moradores. As vítimas fatais foram identificadas como Valdir do Nascimento de Jesus, de 52 anos, e Gleison Barbosa de Carvalho, de 28 anos. Ambos não resistiram aos ferimentos e morreram no local. As seis pessoas feridas incluem três homens, com idades entre 24 e 41 anos, e três mulheres, com idades entre 18 e 49 anos. Entre os feridos, um homem de 29 anos foi internado em estado grave após ser atingido na cabeça.

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Após o ataque, as vítimas foram socorridas e levadas para o Hospital Regional de Taubaté e para o pronto-socorro de Tremembé. Não há informações detalhadas sobre o estado de saúde dos feridos, mas a situação é preocupante devido à gravidade dos ferimentos.

Motivações do crime

A Polícia Civil investiga o caso como homicídio e tentativa de homicídio. As primeiras evidências sugerem que o ataque pode ter sido motivado por um desentendimento relacionado à negociação de um terreno no assentamento.

O delegado seccional de Taubaté, Marcos Parra, afirmou que a presença do grupo armado tinha como objetivo intimidar os moradores da área. No entanto, a situação rapidamente escalou para um confronto violento.

O assentamento Olga Benário é regularizado pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) há cerca de 20 anos e abriga aproximadamente 45 famílias. A assessoria do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) destacou que a região enfrenta uma intensa especulação imobiliária devido à sua localização estratégica no Vale do Paraíba. Segundo Gilmar Mauro, da direção nacional do MST, há uma pressão crescente para que grupos armados tentem tomar as terras do assentamento.

Prisões e investigação

Na tarde de sábado (11), a Polícia Civil prendeu um dos suspeitos envolvidos no ataque. Ele é conhecido como “Nero do Piseiro” e é considerado o mentor intelectual do crime. O detido já tinha passagem pela polícia por porte ilegal de arma de fogo e foi reconhecido por testemunhas que presenciaram a chegada dos criminosos ao local

Além dele, outro homem foi autuado em flagrante por porte ilegal de arma ao tentar socorrer as vítimas após a fuga dos atacantes.

As investigações estão sendo conduzidas pela Delegacia Especializada de Investigações Criminais (Deic) de Taubaté, que está coletando evidências e depoimentos para esclarecer todos os detalhes do crime. A polícia também apreendeu armas brancas e objetos utilizados durante o ataque, que serão submetidos à perícia para identificar possíveis impressões digitais dos envolvidos.

Reações da comunidade

O ataque gerou uma onda de indignação entre os moradores do assentamento e membros do MST. Durante o velório das vítimas, realizado no domingo (12), diversas lideranças políticas e sociais expressaram solidariedade às famílias afetadas pela tragédia. O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, esteve presente e ressaltou a importância da segurança para os assentados que buscam viver em paz e produzir. alimentos

Teixeira também comentou sobre a necessidade urgente de esclarecer as circunstâncias do crime e garantir que os responsáveis sejam punidos. Ele enfatizou que ações como essa não devem intimidar os esforços do governo em promover a reforma agrária no Brasil.

O ataque ao assentamento Olga Benário em Tremembé destaca não apenas a violência enfrentada por comunidades rurais no Brasil, mas também as complexas questões relacionadas à posse da terra e especulação imobiliária. Com as investigações em andamento, espera-se que as autoridades consigam trazer justiça às vítimas e suas famílias.

A situação continua sendo monitorada pelas forças policiais locais enquanto a comunidade se une em busca de respostas e segurança em meio ao luto pelas vidas perdidas. A luta pela terra no Brasil é uma questão profundamente enraizada na história do país, refletindo tensões sociais que ainda precisam ser resolvidas.

Governo-SP

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