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O governo Lula anunciou o bloqueio de até aproximadamente R$ 10 bilhões em emendas parlamentares para compensar a perda de arrecadação após a rejeição da Medida Provisória que visa aumentar receitas federais em 2026.
Essa medida tem impacto direto nos municípios, inclusive na região do Vale do Paraíba, afetando recursos para obras, serviços públicos e investimentos. A seguir, um panorama detalhado sobre como isso pode afetar os municípios do Vale do Paraíba.
Impacto nas Obras e Serviços no Vale do Paraíba
No Vale do Paraíba, diversos municípios são contemplados com emendas e investimentos federais, principalmente em setores prioritários como saúde e educação.
Por exemplo, o Novo PAC da Saúde, programa federal lançado em 2025, contemplou 44 das 46 cidades da região com 138 obras e equipamentos na área da saúde, incluindo a construção de seis Unidades Básicas de Saúde (UBS) em cidades como São José dos Campos, Caçapava, Campos do Jordão, Jacareí, Lorena e Nazaré Paulista.
Também foram incluídos dois Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), um em São José dos Campos e outro em Nazaré Paulista, além da destinação de ambulâncias do Samu e equipamentos para teleconsulta.
A Prefeitura de Caçapava, por exemplo, confirmou investimentos superiores a R$ 3 milhões para fortalecer a rede de atenção à saúde, e outras prefeituras estão em fase de projetos e trâmites para início das obras, que beneficiam diretamente milhares de moradores dessas cidades.
Na educação, o deputado estadual Danilo Balas conquistou mais de R$ 13 milhões para escolas estaduais do Vale do Paraíba e Litoral Norte por meio do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE Paulista).
Esses recursos foram destinados principalmente para reparos essenciais nas escolas, como ajustes hidráulicos e elétricos, consertos de vazamentos, trocas de vidros e pintura, com valores individuais variando entre R$ 40 mil e R$ 90 mil por unidade.
A iniciativa abrangeu praticamente todas as 39 cidades da região, beneficiando milhares de alunos, contribuindo para a melhoria das condições de ensino e segurança nas unidades escolares.
Possíveis Efeitos do Bloqueio
Com o bloqueio das emendas parlamentares determinado pelo governo federal para compensar a queda na arrecadação, as obras e investimentos previstos em saúde e educação no Vale do Paraíba podem sofrer atrasos ou até paralisações. Municípios que aguardam liberação de recursos para construção de UBS, compra de equipamentos para teleconsulta, e melhorias em escolas podem ver esses projetos comprometidos.
A população atendida pelas redes municipais de saúde e educação, que depende dos serviços públicos, será diretamente afetada, sobretudo comunidades mais vulneráveis e que dependem do Sistema Único de Saúde (SUS) e da rede pública escolar.
Além da saúde e educação, áreas como segurança, infraestrutura e cultura, que também recebem emendas parlamentares na região, tendem a ser impactadas, o que pode reduzir a capacidade dos municípios de realizar investimentos planejados para 2026, afetando a qualidade de vida da população do Vale do Paraíba.
Contexto Geral
Os bloqueios atingem emendas individuais e de bancada que são fundamentais para o financiamento de políticas públicas locais.
A medida é uma consequência direta da perda de arrecadação esperada em função da não aprovação da Medida Provisória 1.303/2025, que visava aumentar receitas da União por meio da taxação de investimentos e casas de apostas digitais.
Com essa derrota no Congresso, o governo Lula enfrenta o desafio de equilibrar o orçamento e, para isso, restringe gastos, incluindo o contingenciamento de emendas, o que gera preocupação entre prefeitos e parlamentares que dependem desses recursos para manter serviços e obras essenciais.
Portanto, o bloqueio federal de emendas parlamentares, estimado em até R$ 10 bilhões, poderá provocar atrasos e cortes em investimentos importantes para os municípios do Vale do Paraíba, afetando principalmente setores sensíveis como saúde e educação, com impacto direto na população que depende desses serviços públicos essenciais.
Municípios do Vale devem acompanhar de perto as negociações federais e buscar alternativas para minimizar os prejuízos decorrentes dessa medida.