Janja da Silva defende regulação rígida das redes sociais e cita modelo chinês

A primeira-dama do Brasil, Rosângela Lula da Silva, conhecida como Janja, tem se destacado nas últimas semanas ao defender com ênfase a regulação rigorosa das redes sociais, pauta prioritária para o governo do presidente Lula (PT) e parte dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

O tema ganhou repercussão internacional após Janja, durante um jantar oficial com o presidente chinês Xi Jinping, ter questionado diretamente o líder sobre o algoritmo da plataforma TikTok, de origem chinesa, alegando que ele favoreceria publicações da direita no Brasil. O episódio causou constrangimento na comitiva brasileira, mas a primeira-dama reafirmou sua posição em entrevista à Folha de S. Paulo, defendendo o modelo chinês de controle estatal da comunicação.

“Tem toda uma regulamentação e, se não seguir a regra, tem prisão. Por que é tão difícil a gente falar disso aqui? Não é uma questão de liberdade e de expressão, a gente está falando de vida e de crianças e adolescentes”, afirmou Janja, destacando a necessidade de proteger públicos vulneráveis das consequências nocivas das redes sociais.

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O modelo chinês, citado pela primeira-dama, é conhecido por suas rígidas restrições à liberdade de expressão e ao direito à informação, controlados pelo Partido Comunista Chinês (PCC), considerado um dos regimes de censura mais severos do mundo. Crianças só podem usar telas a partir dos 11 anos e com horários restritos, e manifestações contrárias ao regime são duramente reprimidas.

A oposição ao governo Lula tem criticado as tentativas de regulamentação das redes sociais no Brasil, alegando que tais medidas podem restringir o debate público, silenciar críticas e gerar autocensura. Especialistas, como o professor Luís Alexandre Carta Winter, da PUC-PR, alertam que o controle estatal da comunicação, como ocorre na China, pode levar a prisões e violações de direitos humanos.

Em resposta às críticas, Janja ressaltou que sua voz será usada para proteger vidas, especialmente de crianças e adolescentes, e que não se calará diante de temas importantes para a sociedade. O presidente Lula também defendeu a postura da primeira-dama, afirmando que foi ele quem iniciou o diálogo com Xi Jinping sobre o TikTok e que Janja apenas complementou a discussão.

O debate sobre a regulação das redes sociais segue aceso no Brasil, com impactos diretos na política, na liberdade de expressão e na segurança digital da população.

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