O governo do Brasil tem demonstrado interesse em estudar a implementação de um sistema de crédito social inspirado no modelo chinês, que avalia cidadãos e empresas com base em seu comportamento social, financeiro e legal. A iniciativa, já em vigor na China desde 2014, utiliza tecnologia avançada como reconhecimento facial, big data e inteligência artificial para monitorar e classificar a população, aplicando recompensas e punições conforme a pontuação obtida.
Embora o governo brasileiro, em diálogo recente com autoridades chinesas, tenha reforçado a parceria estratégica nas áreas de emprego, seguridade social e inovação tecnológica, a possível adoção do sistema chinês levanta sérias preocupações sobre a ampliação do controle estatal e a restrição de liberdades individuais.
No modelo chinês, uma baixa pontuação pode resultar em severas sanções, como impedimento para viagens, restrições no acesso a crédito, emprego e educação, configurando um controle social rígido e invasivo. Especialistas e setores da sociedade civil alertam que a adoção de um sistema similar no Brasil poderia representar uma ameaça à privacidade e à liberdade, além de ampliar a burocracia e o intervencionismo estatal.
A Advocacia-Geral da União e o Ministério do Trabalho têm mantido diálogo com a China para troca de experiências em governança digital e regulação das novas tecnologias, mas ainda não há definição oficial sobre a implementação do crédito social no país.
Críticos apontam que o sistema chinês, embora justificado pelo governo como uma forma de promover “justiça social” e “confiança”, na prática reforça um modelo autoritário de vigilância em massa, incompatível com os valores democráticos brasileiros.
A discussão sobre a adoção do sistema de crédito social no Brasil ganha força em meio a um cenário político polarizado, onde o debate sobre segurança, liberdade e controle estatal é cada vez mais acirrado.