Glauber extrapola no plenário, desafia Regimento e acaba retirado à força da Câmara

O deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) protagonizou nova cena de tumulto em Brasília ao ser retirado à força do plenário da Câmara dos Deputados pela Polícia Legislativa, após ocupar irregularmente a cadeira da presidência e se recusar a deixar a Mesa Diretora na tarde de terça-feira (9). A confusão ocorreu na véspera da votação do parecer que recomendava a cassação de seu mandato por quebra de decoro, e interrompeu os trabalhos do Plenário, gerando fortes críticas de parlamentares que defendem respeito ao Regimento Interno e à instituição.

Protesto, ocupação da Mesa e ação da polícia

Glauber Braga sentou-se na cadeira do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), assumindo o comando simbólico da sessão e conduzindo falas de outros deputados, em ato classificado por aliados como protesto contra sua possível cassação. Mesmo anunciado de que desrespeitava o Regimento, ele anunciou que não sairia do posto até o fim do processo, permanecendo por cerca de duas horas na Mesa Diretora.

Diante da insistência, a Polícia Legislativa foi acionada e, sob protestos de aliados de esquerda, retirou Glauber à força, em cenas registradas em vídeo por deputados e pela imprensa. O sinal da TV Câmara foi cortado, o plenário e a galeria foram esvaziados e os jornalistas chegaram a relatar empurrões durante a operação de retirada, o que acirrou ainda mais o clima de tensão.

Cassação em pauta e histórico de radicalização

O protesto foi direcionado à inclusão, na pauta do dia seguinte, do parecer do Conselho de Ética que recomenda a perda do mandato de Glauber para ter expulsado a chutes um militante do Movimento Brasil Livre (MBL) que o havia ofendido, episódio classificado como quebra de decoro parlamentar. O próprio deputado alegou perseguição política e questiona o que chama de tratamento desigual em relação a parlamentares de direita, citando o caso de Eduardo Bolsonaro, que foi absolvido em outro processo no Conselho de Ética.​

Entre deputados, porém, a avaliação predominantemente é que a ocupação da Mesa Diretora, com frente direta à presidência da Casa, foi um ato extremo que reforça a imagem de radicalização e pode inviabilizar de vez sua permanência no mandato. O presidente Hugo Motta afirmou que a cadeira não pertence a nenhum deputado individualmente, mas à República, à democracia e ao povo brasileiro, e que nenhum parlamentar pode transformar o plenário em palco de intimidação e desordem.​​

Reação política e defesa da ordem institucional

Parlamentares de centro e de direita enfatizaram que discordâncias políticas não autorizam invasão de espaços de comando nem desobediência deliberada ao Regimento da Câmara. Para esse grupo, a atuação da Polícia Legislativa é ativa na Mesa que prevê interrupção de circulação e permanência nos prédios da Casa por questões de segurança, sendo necessária para restabelecer a normalidade dos trabalhos.​

Já aliados de esquerda criticaram o uso da força e o corte da transmissão oficial, mas não conseguiram impedir a retirada do parlamentar e a continuidade do processo que pode levar à cassação de Glauber. O episódio é visto por muitos analistas como um divisor de águas: de um lado, reforçar o discurso em defesa de limites claros à atuação parlamentar; de outro, expõe uma estratégia de confrontos de alta intensidade empregada por parte da oposição de esquerda.

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