Jair Renan Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, tornou-se réu por lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e uso de documento falso, conforme denúncia aceita pela 5ª Vara Criminal de Brasília. As investigações apontam que ele e seus associados criaram uma “pessoa fictícia” para obter empréstimos bancários fraudulentos, utilizando documentos adulterados.
Segundo a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), Jair Renan e o empresário Maciel Alves forjaram um faturamento de R$ 4,6 milhões entre 2021 e 2022 para a empresa Bolsonaro Jr Eventos e Mídia, valor que nunca existiu. Os investigados teriam usado dados de contadores sem autorização e inserido declarações falsas em documentos para conseguir empréstimos, incluindo um do Santander no valor de R$ 360 mil.
A fraude envolveu a criação de Antonio Amancio Alves Mandarrari, identidade falsa usada para abertura de contas bancárias e registro de empresas como “laranja”. Parte dos recursos obtidos teria sido destinada ao pagamento de dívidas da empresa e a transferências suspeitas para o exterior.
O Ministério Público do DF (MPDFT) formalizou a denúncia em março de 2024, após conclusão das investigações. O advogado de Jair Renan, Admar Gonzaga, criticou vazamentos de informações à imprensa, afirmando que prejudicam a presunção de inocência. Já a defesa de Maciel Alves declarou confiança na absolvição, citando decisões anteriores favoráveis.
Não é a primeira vez que um filho de Bolsonaro enfrenta acusações de irregularidades financeiras. Flávio Bolsonaro, irmão de Jair Renan, foi denunciado em 2020 por lavagem de dinheiro e organização criminosa no caso da “rachadinha”, que desviava salários de funcionários públicos.
O caso de Jair Renan segue sob sigilo judicial, e o MPDFT aguarda decisão sobre a ação penal. O banco Santander já obteve uma decisão favorável para cobrar a dívida de R$ 360 mil. Se condenado, o filho do ex-presidente pode enfrentar penas que incluem prisão e multas pelos crimes de lavagem e falsificação