Na manhã de terça-feira, 12 de novembro, a cidade de Pindamonhangaba, no interior de São Paulo, foi abalada por um crime brutal que resultou na morte da enfermeira Rubian Luísa de Castro Gregório, de 41 anos. A vítima foi assassinada a facadas dentro de sua própria casa, e o principal suspeito do crime é seu ex-namorado, Sandro de Oliveira, de 49 anos. O caso levanta questões alarmantes sobre a violência doméstica e a eficácia das medidas protetivas.
De acordo com informações da polícia, Rubian estava em sua residência localizada na Rua Vitor Buono, no bairro Residencial Campos Maia, quando foi atacada pelo ex-companheiro. O homem invadiu a casa da enfermeira e a agrediu com diversas facadas. Vizinhos relataram ter ouvido gritos de socorro e tentaram chamar a Polícia Militar, mas não conseguiram chegar a tempo para evitar a tragédia.
Após o ataque, Sandro tentou fugir do local, mas foi contido por moradores que presenciaram a cena. Ele acabou sendo agredido pela população antes da chegada da polícia, que o prendeu e o levou para o hospital devido aos ferimentos que sofreu durante o linchamento.
Rubian havia terminado seu relacionamento com Sandro há mais de dois anos e possuía uma medida protetiva expedida pela Justiça que proibia o ex-namorado de se aproximar dela. A família da vítima expressou sua indignação ao saber que essa medida não foi suficiente para garantir a segurança dela. “Ela fez tudo certo. Tinha uma medida protetiva e ainda assim isso aconteceu”, lamentou um familiar.
O caso foi registrado como feminicídio e descumprimento de medida protetiva. A Delegacia da Mulher está investigando o crime, que destaca uma triste realidade: mesmo com mecanismos legais para proteger as vítimas de violência doméstica, muitas ainda enfrentam situações extremas como essa.
A morte de Rubian gerou uma onda de comoção na comunidade local e entre os colegas de trabalho da enfermeira. A Santa Casa de Pindamonhangaba, onde ela trabalhava, emitiu uma nota lamentando profundamente o falecimento da colaboradora e expressando solidariedade aos familiares e amigos neste momento difícil.
Além disso, o Sindicato dos Enfermeiros do Estado de São Paulo (SEESP) também se manifestou sobre o caso. Em nota, a entidade destacou a gravidade da situação da violência contra as mulheres no Brasil e pediu por políticas públicas mais eficazes para combater esse tipo de crime. “O Brasil registrou um recorde de feminicídios e é urgente implementar medidas que garantam a segurança das mulheres”, afirmou Ana Firmino, diretora do SEESP.
O feminicídio é um problema estrutural no Brasil. Segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, em 2023 foram registrados 1.467 casos de mortes motivadas por razões de gênero, o maior número desde a promulgação da lei que tipifica o crime em 2015. A situação exige uma resposta contundente das autoridades e uma mobilização social para garantir que as mulheres possam viver sem medo.
A tragédia envolvendo Rubian Luísa de Castro Gregório é um lembrete doloroso da necessidade urgente de fortalecer as redes de apoio às vítimas e garantir que as medidas protetivas sejam efetivamente respeitadas. A sociedade deve se unir para exigir mudanças significativas nas políticas públicas voltadas para a proteção das mulheres
O assassinato brutal da enfermeira Rubian Luísa não é apenas uma perda pessoal para sua família e amigos; é um reflexo do que muitas mulheres enfrentam diariamente em situações semelhantes. Este caso deve servir como um chamado à ação para todos nós: é necessário lutar contra a violência doméstica e garantir que as vítimas tenham acesso à proteção real e eficaz. Não podemos permitir que mais vidas sejam perdidas devido à ineficácia das leis existentes ou ao descaso com a segurança das mulheres em nosso país.