O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta sexta-feira (11) que pretende conversar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre as tarifas de 50% impostas aos produtos brasileiros, mas ressaltou que esse diálogo não ocorrerá “agora, talvez em algum momento”. A declaração foi dada a jornalistas em Washington, pouco antes de Trump embarcar para o Texas, onde visitaria áreas afetadas por enchentes.
Trump anunciou na última quarta-feira (9), por meio de uma carta enviada diretamente a Lula, a imposição de uma tarifa de 50% sobre todas as exportações brasileiras para os EUA, que entrará em vigor a partir de 1º de agosto de 2025. O presidente americano justificou a medida alegando que o Brasil tem promovido “ataques insidiosos” contra eleições livres e a liberdade de expressão dos americanos, citando decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) brasileiro que teriam restringido plataformas de redes sociais dos EUA. Além disso, Trump criticou o tratamento dado ao ex-presidente Jair Bolsonaro, classificando-o como vítima de uma “caça às bruxas” e pedindo o fim imediato dos processos contra ele.
Em sua fala, Trump elogiou Bolsonaro, afirmando que o conhece bem, que ele é um homem “muito honesto” e “íntegro”, e destacou sua firmeza nas negociações bilaterais. “Ele era um negociador muito duro, mas eu sei reconhecer quem é honesto e quem é desonesto”, disse o presidente americano.
Em resposta, o presidente Lula reafirmou a soberania do Brasil e afirmou que o país não aceitará ser “tutelado por ninguém”. Lula também contestou os argumentos de Trump sobre o comércio bilateral, destacando que os dados oficiais mostram superávit dos EUA na relação comercial com o Brasil nos últimos 15 anos. O governo brasileiro ainda não respondeu formalmente à carta de Trump.
A imposição da tarifa e as declarações de Trump marcam um momento de tensão nas relações entre Brasil e Estados Unidos, com impactos potenciais no comércio bilateral e na diplomacia entre os dois países. Apesar disso, a abertura para um diálogo futuro sinalizada por Trump pode indicar a possibilidade de negociações para ajustar a relação comercial.
