A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou nesta sexta-feira (30) que a bandeira tarifária para o mês de junho de 2025 será a vermelha, no patamar 1. Isso significa que as contas de energia elétrica terão um custo adicional de R$ 4,46 a cada 100 kWh consumidos, elevando o valor final pago pelos consumidores residenciais e comerciais.
O principal motivo para o aumento é a queda no volume de chuvas, que compromete a geração de energia pelas hidrelétricas — a principal fonte da matriz energética brasileira. Com os reservatórios abaixo da média histórica, será necessário acionar usinas termoelétricas, cuja energia é mais cara, para garantir o fornecimento ao país. Essa mudança no mix de geração eleva o custo para as distribuidoras, que repassam o valor ao consumidor por meio do sistema de bandeiras tarifárias.
Desde dezembro de 2024, a bandeira estava verde, indicando condições favoráveis na geração de energia. Em maio, passou para a bandeira amarela devido à transição para o período seco e à previsão de chuvas abaixo da média. Agora, com a situação se agravando, a bandeira vermelha sinaliza um custo ainda maior para o consumidor.
A Aneel reforça que o acionamento da bandeira vermelha serve também como um alerta para o uso consciente da energia elétrica, recomendando que os consumidores adotem medidas para reduzir o consumo e evitar impactos ainda maiores na conta de luz.
Além do aumento da bandeira, especialistas indicam que as tarifas de energia elétrica no Brasil devem subir em média 3,5% em 2025, influenciadas por reajustes nas distribuidoras e encargos setoriais. A alta média nacional pode chegar a cerca de 4,67%, com variações regionais — o Sul do país, por exemplo, deve enfrentar reajustes superiores a 7%, enquanto o Sudeste terá aumentos mais moderados.
O cenário de alta na conta de energia é resultado da combinação entre menor geração hidrelétrica, maior uso de termelétricas, reajustes tarifários e encargos, além do aumento do consumo energético, que cresceu 1,3% no primeiro quadrimestre de 2025.
Para minimizar o impacto, especialistas recomendam o uso de equipamentos mais eficientes, a adoção de hábitos de consumo conscientes e, quando possível, o investimento em sistemas de energia solar residencial, que podem reduzir significativamente a dependência da rede pública.