Na noite turbulenta desta quarta-feira (6), a Câmara dos Deputados viveu mais um episódio marcante da polarização política que tomou conta do Congresso Nacional. Durante a retomada dos trabalhos legislativos, após dois dias de interferência pela oposição, o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) foi vítima de um empurrão da deputada Camila Jara (PT-MS), que resultou em sua queda no plenário.
O ocorrido por volta das 23h, enquanto o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), tentava retomar a ordem e conduzir a sessão após intensa ocupação da mesa diretora pelos opositores, que protestavam pela inclusão de um projeto de anistia para beneficiário do ex-presidente Jair Bolsonaro. Nikolas Ferreira, ao lado de outros deputados, formou um bloqueio atrás da mesa, quando Camila Jara tentou atravessar o cordão e se chocou com ele.
Nas imagens que viralizaram rapidamente nas redes sociais, é possível ver claramente o empurrão dado por Camila que derrubou Nikolas ao chão, gerando protestos da bancada do PL e apoio a Ferreira no meio político de direita. O deputado usou suas redes sociais para criticar um parlamentar, ressaltando o episódio como mais uma demonstração da agressividade da esquerda contra seus opositores.
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Por sua vez, Camila Jara negou que tenha agredido deliberadamente o colega, alegando que o contato foi um mero “esbarrão” no meio do tumulto, ressaltando ainda sua estatura de apenas 1,60 a 49 kg, além de estar em tratamento contra um câncer, o que inviabilizaria qualquer intenção inovadora. Em nota, também afirmou ser vítima de ameaças e ataques políticos nas redes sociais após o ocorrido.
O clima de tensão na Câmara reflete o momento delicado e vívido no Congresso, onde a polarização entre direita e esquerda tem se traduzido em cenas de confronto e debates até físicos. Para o público mais à direita, o episódio simboliza a resistência firme de Nikolas Ferreira contra uma esquerda que, segundo seus apoiadores, muitas vezes parte para a agressão durante debates políticos.
A situação deverá ser avaliada pela Corregedoria da Câmara, que poderá tomar medidas disciplinares. Enquanto isso, o episódio reforça o ambiente de confronto crescente na política brasileira e a necessidade – segundos defensores de ambos os lados – de respeitar o debate democrático sem abrir mão da firmeza em suas convicções.