Combate à Dengue: A Efetividade do Cloro e Outras Estratégias Inovadoras

Notícia publicada em: 26 de março de 2024

Cloro: Uma arma eficaz contra a dengue

A dengue, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, continua sendo uma grande preocupação no Brasil, com mais de 2 milhões de casos registrados. Diversas capitais, incluindo São Paulo, já declararam estado de emergência devido ao aumento de casos. Diante deste cenário, novas estratégias para combater a proliferação do mosquito estão sendo testadas.

 

Conteudo recomendado: Avanço Tecnológico em São Sebastião: SAMU Implementa Máquinas de Compressão Torácica

Uma dessas estratégias envolve o uso de cloro, comumente encontrado na água sanitária. O professor Valter Arthur, do Laboratório de Radiobiologia e Ambiente do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena-USP), liderou uma pesquisa encomendada pela Associação Brasileira da Indústria de Álcalis, Cloro e Derivados (Abiclor) para investigar a eficácia do cloro no combate às larvas do mosquito.

A pesquisa e seus resultados

A pesquisa sobre a eficácia do cloro já foi realizada anteriormente em 2008 e 2012. No entanto, é necessário repetir o teste para verificar se as larvas desenvolveram resistência e determinar a concentração correta para eliminá-las. A equipe de Arthur testou várias concentrações de cloro em água e realizou vários tratamentos, cada um com quatro repetições usando dez larvas.

Os resultados mostraram que a aplicação de uma concentração de 10 miligramas de cloro, equivalente a uma colher de sobremesa, por litro de água parada, pode prevenir a proliferação das larvas.

Outras estratégias

O hipoclorito de sódio, principal componente da água sanitária, é uma opção atraente por ser barato e facilmente acessível. No entanto, deve ser reaplicado a cada cinco dias, pois o princípio ativo do cloro perde a eficácia após esse período. Além disso, o uso de produtos químicos pode levar à resistência dos mosquitos e à poluição ambiental.

Outras estratégias de combate ao mosquito estão sendo desenvolvidas no Cena-USP, incluindo métodos biológicos, como a liberação de mosquitos estéreis criados em laboratório para competir com os mosquitos selvagens e reduzir a população. Outra abordagem é criar e liberar “mosquitos do bem”, que são incapazes de transmitir o vírus da dengue.

Esses métodos biológicos são benéficos para o meio ambiente, mas requerem financiamento para pesquisa. Segundo o professor Arthur, esses métodos deveriam ser implementados em todos os estados do país, e não apenas esporadicamente.