A CBF AGORA É UMA LOJA DE TINTAS?
Parece que a diretoria da CBF acordou com um surto de daltonismo agudo. Depois de séculos gloriosos vestindo amarelo, azul e branco (cores que, por acaso, estão na BANDEIRA DO PAÍS, caso alguém tenha esquecido), resolveram que o vermelho é a nova cara do Brasil. Ah, sim, porque nada diz “Orgulho Nacional” como imitar a camisa do Canadá ou de um time de série B europeu.
“MAS JÁ USAMOS VERMELHO EM 1917!” – grita o diretor de marketing da Nike.
Ótimo argumento! Vamos então resgatar todas as modas de 1917: chapéu coco, bigode estilo Salvador Dali e futebol jogado com bolas de couro que pesam 5kg. Afinal, se a lógica é “já fizemos antes”, que tal voltarmos a disputar Copa usando terno e gravata?
O VERMELHO É SÓ O COMEÇO
Se o critério for “cores que não representam a bandeira”, amanhã teremos a Seleção vestindo rosa choque (homenagem ao pôr do sol de Copacabana), listrado de verde-limão (inspirado na caipirinha) ou – por que não? – dourado fosforescente (para brilhar mais que as estrelas do elenco).
E O FUTURO?
- 2026: Camisa vermelha.
- 2028: Shorts xadrez em homenagem aos churrascos de domingo.
- 2030: Meias com estampa de feijoada, porque “nossa cultura é diversa”.
- 2032: A bandeira brasileira é atualizada para ter um emoji de foguete no lugar do Cruzeiro do Sul.
Claro, claro. E amanhã o Congresso dirá “é só um impostozinho a mais”. Uma hora é a camisa, depois é o hino, depois é o nome do país. Já imaginou? “República do Samba FC”. O estádio do Maracanã rebatizado de “Arena Carnaval”. E o mascote da Seleção? Um pernilongo estilizado, símbolo máximo da resistência tropical.
Se inovação é sinônimo de apagar identidade, proponho algo ainda mais ousado: que tal jogarmos a próxima Copa de pijama? Seria confortável, prático e – quem sabe? – um tributo aos milhões de brasileiros que dormem no sofá após o almoço.
Enquanto a CBF brinca de Pantone, eu vou guardar minha camisa amarela de 2002. Pode ser velha, manchada e desbotada, mas pelo menos não preciso de um dicionário de cores para reconhecer nela o BRASIL. Agora, se me dão licença, vou rezar um Pai Nosso para o hexagrama da Nike e acender uma vela para São Pelé.
(P.S.: Se a moda pegar, em 2034 o Hino Nacional será um remix de Anitta. “Ouviram do Ipiranga às águas do TikTok…”)