A Câmara dos Deputados encontra-se praticamente paralisada, devido à forte mobilização organizada por parlamentares de direita e apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, em consequência às medidas do Supremo Tribunal Federal (STF), especialmente à prisão domiciliar imposta pelo ministro Alexandre de Moraes. Estes parlamentares denunciam o que compartilha o ativismo judicial autoritário e uma clara ameaça às garantias individuais e à democracia no país.
Na terça-feira (5), varios deputados ocuparam as Mesas Diretoras da Câmara, utilizando espadrapos na boca em manifestação silenciosa contra o que classificaram como censura política e silenciamento. Essa interrupção tem como objetivo pressionar a inclusão de pautas urgentes para a direita, como a anistia ampla para os presos políticos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023, o impeachment do ministro Alexandre de Moraes e o fim do foro privilegiado, medidas vistas como essenciais para restaurar a justiça e combater o desequilíbrio do Judiciário.
O líder do PL, Sóstenes Cavalcante, afirmou que essa resistência é uma “defesa da democracia” e descreveu o momento como uma verdadeira “guerra pela liberdade”. Segundo ele, embora não haja justiça plena para os perseguidos políticos e um fim ao ativismo judicial parcial, o funcionamento normal do Parlamento não deve ser permitido.
Por sua vez, a Mesa Diretora, presidida por Hugo Motta, mantém postura cautelosa, evitando confrontos diretos, o que prolonga o impasse político que trava a análise de pautas fundamentais para o país. A crise no Legislativo reflete uma forte polarização política, intensificando o debate entre a direita, que segue firme na resistência, e setores do Judiciário que buscam controlar o espaço político.
Para os parlamentares de direita, essa paralisação é um ato legítimo e necessário de enfrentamento a um sistema judicial que, segundo eles, persegue opositores políticos e restringe o direito básico à liberdade de expressão, colocando em risco a própria democracia.