Na véspera de Natal, um incidente preocupante ocorreu na Praia do Lázaro, em Ubatuba, onde um menino de aproximadamente 8 anos foi resgatado após ficar à deriva em uma bolha inflável. O caso levantou alertas sobre os perigos associados a objetos flutuantes nas praias e a necessidade de regulamentação para atividades recreativas que envolvem esses brinquedos.
O Resgate
O resgate aconteceu na tarde do dia 24 de dezembro, quando tripulantes de uma lancha avistaram a criança em alto-mar. Michel Nascimento, um dos marinheiros envolvidos na operação, relatou que ele e um amigo correram para a lancha assim que perceberam a situação. “Eu fui até lá pegar a bola. Só que quando eu dei conta, a bola já estava lá para fora, porque o vento vai jogando e vai levando. Quanto mais tempo demorar, mais para lá [ela] vai. Eu fiquei preocupado porque tinha uma criança dentro”, contou Michel.
Ao chegar perto da bolha inflável, o menino estava desesperado, se debatendo dentro dela. O proprietário da lancha, Welington Junior, explicou que a estratégia foi amarrar uma corda na bolha e arrastá-la de volta à praia com cautela. “Meu medo era ela desinflar com ele lá dentro”, disse Welington, ressaltando a importância de agir rapidamente, mas com segurança.
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Perigos das bolhas infláveis
Após o resgate, o Corpo de Bombeiros Marítimos (GBMar) emitiu um alerta sobre os riscos associados ao uso de bolhas infláveis e outros objetos flutuantes nas praias. A capitão Karoline Burunsizian Magalhães destacou que esses brinquedos oferecem uma falsa sensação de segurança. “A cada três mortes no mar, um processo de afogamento se inicia com objetos flutuantes”, afirmou.De acordo com dados do GBMar, entre janeiro e o Natal deste ano, 14 pessoas morreram afogadas nas cidades de Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião e Ubatuba. No ano anterior, foram 17 mortes registradas. Esses números evidenciam a gravidade da situação e a necessidade urgente de conscientização sobre os riscos envolvidos.
Atividades irregulares
A Prefeitura de Ubatuba também se manifestou sobre o uso das bolhas infláveis na praia. Segundo as autoridades locais, essa atividade não é autorizada no município e há planos para reforçar a fiscalização a fim de coibir práticas que possam colocar em risco a segurança dos banhistas.A capitão Karoline ressaltou que essa modalidade de brinquedo é nova nas praias e vem trazendo problemas devido à sua facilidade de ser arrastada pelo vento. “O pessoal fica brincando ali, fica com o cabo segurando, mas num descuido esse cabo pode se soltar e a pessoa que estiver dentro da bola… vai ser arrastada”, alertou.
Importância da conscientização
O resgate do menino serviu como um chamado à ação para pais e responsáveis sobre a supervisão das crianças durante atividades aquáticas. É fundamental que os adultos estejam atentos às condições do mar e aos equipamentos utilizados pelos pequenos. Brinquedos como bolhas infláveis podem parecer divertidos, mas também apresentam riscos significativos se não forem usados corretamente.Além disso, os bombeiros enfatizam que é essencial educar as crianças sobre segurança na água e os perigos dos objetos flutuantes. “É torcer pra não furar ou abrir [a bolha], torcer pra não acontecer algo pior”, completou Karoline.
O que fazer em situações de emergência
Em caso de emergência no mar, como um afogamento ou uma situação semelhante ao resgate do menino em Ubatuba, é crucial manter a calma e agir rapidamente. Aqui estão algumas orientações:
- Chame por ajuda: Se você estiver próximo à praia ou tiver acesso a um telefone celular, ligue imediatamente para os serviços de emergência.
- Use equipamentos disponíveis: Se houver boias ou outros equipamentos flutuantes próximos, utilize-os para ajudar na situação.
- Mantenha-se seguro: Não coloque sua vida em risco tentando salvar alguém sem as condições adequadas.
- Siga as instruções dos profissionais: Após chamar ajuda, siga as orientações dos bombeiros ou salvavidas que chegarem ao local.
O incidente na Praia do Lázaro é um lembrete importante sobre os riscos associados ao uso de bolhas infláveis e outros objetos flutuantes nas praias brasileiras. A segurança deve ser sempre a prioridade máxima durante atividades recreativas no mar.
Com o aumento das temperaturas e as férias escolares se aproximando, é essencial que tanto os pais quanto as autoridades locais estejam cientes dos perigos envolvidos e tomem medidas preventivas para garantir um ambiente seguro para todos. A conscientização sobre o uso seguro desses brinquedos pode prevenir tragédias futuras e garantir que momentos de diversão não se transformem em situações de risco desnecessárias.
As autoridades continuarão monitorando a situação nas praias e reforçarão as campanhas educativas sobre segurança aquática para proteger crianças e adultos durante o verão.
