Alesp aprova isenção do IPVA para veículos Híbridos e a Hidrogênio

"Plenário da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo durante a sessão extraordinária em que foi aprovada a isenção do IPVA para veículos híbridos e movidos a hidrogênio. Parlamentares debatem a proposta, que visa incentivar o uso de tecnologias sustentáveis e reduzir a emissão de gases poluentes, refletindo um compromisso com a mobilidade limpa e o desenvolvimento econômico do estado."

Em uma sessão extraordinária realizada na terça-feira, 10 de dezembro de 2024, a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) aprovou a proposta que isenta veículos leves movidos exclusivamente a hidrogênio ou híbridos do pagamento do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA). A decisão foi tomada com 53 votos a favor e 10 contra, e a isenção será válida de 1º de janeiro de 2025 até 31 de dezembro de 2026.

Detalhes da Isenção

Para que os veículos híbridos se qualifiquem para a isenção, eles devem ter motores a combustão que funcionem exclusivamente com etanol ou que possuam tecnologia flex. Além disso, a medida é restrita a modelos cujo valor não ultrapasse R$ 250 mil. Após o período de isenção, as alíquotas do IPVA aumentarão gradativamente: começando com 1% em 2027, 2% em 2028, 3% em 2029 e atingindo 4% em 2030.

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O Projeto de Lei 1510/2023 também contempla ônibus e caminhões movidos exclusivamente a hidrogênio ou gás natural, incluindo biometano, que estarão isentos do imposto entre janeiro de 2025 e dezembro de 2029. O governo estadual justifica essa iniciativa como um passo importante para reduzir a emissão de gases poluentes e incentivar investimentos na produção de veículos movidos por energia limpa e renovável.

Justificativas e expectativas

O secretário da Fazenda e Planejamento, Samuel Kinoshita, destacou que o projeto visa estimular o uso de fontes alternativas e renováveis de energia, contribuindo para a redução da poluição ambiental. Ele enfatizou que essa medida não apenas favorece o meio ambiente, mas também fortalece a indústria local.

Durante os debates na Alesp, o deputado Carlos Cezar (PL) mencionou que a aprovação da isenção representa uma redução significativa nos impostos para os cidadãos e um incentivo à produção de veículos híbridos no estado.

Ele citou um investimento recente de R$ 11 bilhões por uma montadora em Sorocaba, o que deve gerar milhares de empregos. “É emprego de qualidade, que traz desenvolvimento para nosso estado”, afirmou Cezar.

Críticas à medida

Entretanto, a proposta enfrentou críticas significativas por não incluir veículos totalmente elétricos na isenção do IPVA. A deputada Marina Helou (Rede) expressou sua preocupação ao afirmar que “o mundo inteiro está discutindo a eletrificação da frota e a transição da matriz energética”. Ela argumentou que ao excluir os carros elétricos, o governo está favorecendo um setor que ainda utiliza gasolina nos veículos flex, aumentando assim as emissões de carbono na atmosfera.

A Associação Brasileira dos Proprietários de Veículos Elétricos (ABVE) também lamentou a aprovação do projeto, considerando-o discriminatório em relação aos veículos elétricos. A entidade destacou que os veículos elétricos são os mais benéficos para a saúde pública e para a eficiência energética dos transportes.

Implicações futuras

Com a sanção esperada do governador Tarcísio de Freitas, o projeto se tornará lei e poderá impactar significativamente o mercado automobilístico em São Paulo. A expectativa é que novos modelos híbridos flex sejam lançados no Brasil em 2025, aumentando as opções disponíveis aos consumidores. Modelos como o Peugeot 208 e 2008, além do Toyota Yaris Cross e do híbrido Song Plus da BYD estão entre os esperados.

A aprovação dessa isenção pode ser vista como um reflexo das tendências globais em direção à sustentabilidade e à inovação no setor automotivo. No entanto, as críticas sobre a exclusão dos veículos elétricos ressaltam um debate mais amplo sobre quais tecnologias devem ser priorizadas na transição para uma matriz energética mais limpa.

A aprovação da isenção do IPVA para veículos híbridos e movidos a hidrogênio representa um passo significativo na política ambiental do Estado de São Paulo. Embora tenha sido elogiada por alguns como uma maneira eficaz de incentivar o uso de tecnologias mais limpas, as críticas sobre sua limitação aos veículos elétricos destacam um desafio contínuo para os legisladores: equilibrar incentivos econômicos com as necessidades ambientais urgentes.

O futuro da mobilidade sustentável em São Paulo dependerá não apenas das decisões políticas atuais, mas também da capacidade do estado em se adaptar às rápidas mudanças no setor automotivo global.

Governo-SP

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