Alcolumbre deve segurar pedido para criação de CPI mista do INSS

A oposição no Congresso Nacional está mobilizada para criar uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investigue fraudes bilionárias no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), após denúncias reveladas pela Polícia Federal e Controladoria-Geral da União sobre descontos indevidos feitos por sindicatos em aposentadorias e pensões.

Apesar de já terem reunido as assinaturas necessárias – 171 deputados e 27 senadores – para protocolar o pedido, a instalação da CPMI depende da leitura do requerimento pelo presidente do Congresso Nacional, o senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). Alcolumbre, contudo, tem sinalizado que não deve avançar com o pedido neste momento, pois mantém boa interlocução com o governo Lula e já obteve importantes concessões, como o comando do Ministério das Comunicações, mesmo após seu indicado recusar o governo.

Na Câmara dos Deputados, o presidente Hugo Motta (Republicanos-PB) enfrenta uma fila de 12 pedidos de CPIs, o que dificulta a instalação de uma comissão exclusiva para o INSS. Por isso, a oposição aposta na CPMI, que envolve deputados e senadores e tem tramitação mais rápida, para driblar essa fila.

Além disso, parte da oposição teme que a investigação possa desgastar não apenas o governo Lula, mas também a gestão de Jair Bolsonaro, já que as fraudes teriam começado em 2019, durante o primeiro ano do governo Bolsonaro, e se intensificado com normas editadas por ele. Isso gera um receio de que a CPMI possa causar danos políticos a todos os lados envolvidos.

A deputada Coronel Fernanda (PL-MT), uma das articuladoras do pedido, afirmou que a obtenção das assinaturas é o primeiro passo para buscar a verdade sobre os descontos ilegais que atingiram milhares de beneficiários do INSS.

Em resumo, a criação da CPMI do INSS está pronta para ser protocolada, mas sua instalação depende do aval político de Davi Alcolumbre, que até o momento opta por segurar o pedido, enquanto Hugo Motta prioriza outras CPIs já na fila na Câmara. A oposição segue pressionando para que a comissão seja instaurada e as fraudes investigadas, em meio a um cenário político delicado que envolve interesses do governo e da oposição

Compartilhe esse post :

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest