A Intromissão do Poder Público que Engessa a Inovação e a Concorrência Saudável nos Negócios
No cenário empresarial brasileiro, cada vez mais a interferência inadequada do poder público impede a livre iniciativa e prejudica o desenvolvimento sustentável dos negócios.
O recente projeto de lei proposto pelo vereador Nunes Coelho, em Taubaté, que obriga restaurantes e bares a manterem cardápios físicos além do QR Code, é um exemplo claro dessa intromissão que onera os empreendedores e trava a inovação.
A liberdade para que cada estabelecimento escolha o formato do cardápio — seja ele tradicional, digital, ou tecnologias mais avançadas — cria um ambiente saudável de concorrência onde os negócios podem usar estratégias alinhadas ao seu público-alvo para se diferenciar.
Um bar pode conquistar clientes ao investir na inclusão, oferecendo cardápios em braile para pessoas com deficiência visual, enquanto outro pode focar o público jovem e moderno, investindo em cardápios interativos por QR Code.
Ainda há espaço para experiências criativas, como restaurantes com cardápios em realidade aumentada para públicos infantis, agregando valor exclusivo ao serviço.
Impor a obrigatoriedade do cardápio físico retira essa autonomia estratégica e encarece o funcionamento, exigindo investimentos extras em material impresso, atualização constante, e logística para manutenção, sem contar o impacto ambiental do desperdício.
Além disso, vai contra a tendência global que valoriza a digitalização como meio de agilizar atendimento, personalizar a experiência do cliente e reduzir erros operacionais.
Infelizmente, tal imposição legislativa é reflexo de uma postura política que perde de vista o real papel do estado: garantir ambiente regulatório que estimule o empreendedorismo, a inovação, e a concorrência leal.
O Brasil convive com uma série de leis que complicam o cotidiano de empresários, elevando custos, burocratizando processos, e desincentivando investimentos.
Projetos que aumentam a insegurança jurídica ou criam exigências desproporcionais apenas aprofundam o ciclo de dificuldades para o setor privado.
Políticos precisam ouvir mais os empresários, abrir espaço para o diálogo e buscar equilíbrio entre proteção social, acessibilidade e estímulo à inovação.
Ao permitir que cada negócio escolha seu caminho, fundamentado no conhecimento do seu público, estarão promovendo não só maior competitividade, mas experiências diferenciadas e enriquecedoras aos consumidores.
O exemplo de Taubaté deveria ser um alerta para toda a classe política: interferências descabidas tiram a liberdade criativa, acrescentam custos desnecessários e atrasam o progresso dos negócios locais e da economia.
O futuro do empreendedorismo brasileiro passa pelo respeito à autonomia do setor privado e pelo apoio real à modernização.