Polêmica na exposição “Fullgás” em Belo Horizonte

Polêmica na exposição “Fullgás” em Belo Horizonte: vereadores tentam limitar acesso, mas CCBB confirma classificação livre

© Riotur/Divulgação

A exposição “Fullgás – Artes Visuais e Anos 1980 no Brasil”, em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil em Belo Horizonte (CCBB-BH), enfrenta controvérsia entre vereadores da cidade que questionam a classificação indicativa da mostra e tentam limitar a entrada do público para maiores de 18 anos. A iniciativa provocou um debate sobre censura, liberdade artística e critérios legais para exposições de arte no Brasil.

Contexto da exposição “Fullgás”

Desde 27 de agosto de 2025, a exposição reúne cerca de 300 obras de mais de 200 artistas de todas as regiões do país, destacando elementos da cultura pop e da efervescência cultural dos anos 1980, como capas de discos, filmes, revistas e televisão. Com entrada gratuita e programação diversificada, a mostra rapidamente conquistou público, mas também atenção política.

Tentativa de fechamento e crítica dos vereadores

Vereadores como Flávia Borja e Irlan Melo levantaram questão sobre a presença de imagens com nudez e cenas consideradas violentas em algumas obras, defendendo a restrição do público jovem. Eles chegaram a solicitar o apoio das forças de segurança pública para fiscalizar e até suspender a visitação.

Posicionamento do CCBB e classificação indicativa oficial

O Centro Cultural Banco do Brasil de Belo Horizonte emitiu nota reafirmando que a exposição “Fullgás” segue rigorosamente as normas do Ministério da Justiça, baseando-se no Guia Prático de Artes Visuais de 2021. Segundo essas diretrizes, obras com nudez não erótica e violência fantasiosa são classificadas como “livre”, o que permite a visitação de todas as idades.

O CCBB destacou seu compromisso com a liberdade artística e cultural, ressaltando que a censura e a limitação arbitrária de acesso não fazem parte do cenário legal vigente. Por isso, a mostra permanece aberta ao público sem restrição de faixa etária, mantendo sua programação e agendamento normalizados.

Reflexão sobre cultura e censura

A controvérsia em torno da exposição reflete um debate mais amplo sobre os limites entre proteção ao público e censura na arte. Especialistas ressaltam que a classificação indicativa deve ser respeitada e compreendida, evitando que interpretações políticas ou morais prejudiquem o acesso à diversidade cultural.

Enquanto isso, o público pode aproveitar uma das maiores mostras já realizadas no Brasil sobre os anos 1980, celebrando a multiplicidade de linguagens visuais e contextos históricos que moldaram o país.

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