O cessar-fogo anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para encerrar a guerra de 12 dias entre Israel e Irã já começou sob tensão e acusações mútuas de violação. Poucas horas após a trégua entrar em vigor na manhã desta terça-feira (24), ambos os países trocaram ataques e se culparam pelo rompimento do acordo.
O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, afirmou que o Irã lançou mísseis contra o território israelense menos de três horas após o início do cessar-fogo, o que configuraria uma violação total da trégua. Katz declarou ter dado ordens para que as Forças Armadas de Israel retomassem os ataques contra alvos paramilitares e governamentais iranianos, prometendo uma resposta firme contra o que classificou como agressões iranianas.
Por sua vez, o Irã negou ter disparado mísseis e acusou Israel de realizar ataques aéreos em seu território logo após o início da trégua. Segundo um porta-voz das Forças Armadas iranianas, o regime sionista realizou três ondas de bombardeios até as 9h locais, o que também configuraria uma violação do cessar-fogo. O Conselho de Segurança Nacional iraniano afirmou que forçou Israel a cessar unilateralmente a guerra, mas mantém-se alerta e pronto para reagir a qualquer nova ofensiva.
Donald Trump, que mediou o acordo junto com o Catar, expressou sua frustração e afirmou que tanto Israel quanto o Irã violaram o cessar-fogo. Ele pediu que Israel não retome os bombardeios contra o Irã, alertando que isso seria uma “grande violação”. Em declarações à imprensa, Trump disse estar insatisfeito com ambos os lados, mas especialmente com Israel, pedindo que o país “se acalme” para evitar uma escalada do conflito.
O cessar-fogo previa que o Irã suspendesse suas operações militares a partir da meia-noite de Washington (1h de Brasília) e que Israel fizesse o mesmo doze horas depois. Israel declarou ter atingido seus objetivos, incluindo a eliminação da ameaça nuclear e balística iraniana, e aceitou a trégua. Já o Irã condicionou a suspensão dos ataques à paralisação das ações israelenses, o que gerou desentendimentos sobre o momento exato do início da trégua.
O conflito de 12 dias deixou dezenas de mortos em ambos os lados e ameaçava se expandir para uma guerra maior na região do Oriente Médio. O cessar-fogo, mesmo que frágil, representa uma tentativa de evitar uma escalada ainda maior, mas as recentes trocas de acusações e ataques mostram que a paz ainda está longe de ser consolidada.
