Nesta sexta-feira (13), a Polícia Federal realizou a prisão do tenente-coronel Mauro Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, em uma ação vinculada ao inquérito que investiga a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. A operação, autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), também resultou na detenção do ex-ministro do Turismo Gilson Machado, suspeito de tentar facilitar a fuga de Cid para o exterior.
Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), a prisão preventiva de Mauro Cid foi solicitada após a Polícia Federal informar que quatro familiares do militar deixaram o país rumo aos Estados Unidos, aumentando o risco de fuga. Gilson Machado teria atuado junto ao Consulado de Portugal em Recife para tentar obter um passaporte português para Cid, com o objetivo de viabilizar sua saída do Brasil. Embora a tentativa não tenha sido bem-sucedida, a PF investiga se Machado buscava outras alternativas para a fuga.
Mauro Cid é réu em ação penal que apura a trama golpista, na qual também são acusados Jair Bolsonaro e outros aliados, por crimes como organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado. O militar já havia sido preso em outras ocasiões, tendo firmado acordo de colaboração premiada com a Polícia Federal.
Durante a operação, o ministro Alexandre de Moraes chegou a decretar a prisão preventiva de Cid, mas revogou a ordem no momento em que ela seria cumprida. Apesar disso, Cid foi conduzido para prestar novo depoimento à Polícia Federal em Brasília. A investigação segue em andamento, com a PGR pedindo medidas rigorosas para impedir a obstrução da Justiça.
A prisão de Gilson Machado também está ligada a uma investigação por obstrução de justiça e favorecimento pessoal, além de suspeitas de campanha de arrecadação de doações ilegais para Bolsonaro. O caso reforça a atuação das autoridades no combate a tentativas de subversão da ordem democrática no país.
