PSOL propõe aumento de impostos e gera debate sobre custos para o contribuinte

"Acúmulo de lixo em uma rua de Pindamonhangaba, evidenciando o problema do descarte irregular que afeta a saúde pública e o meio ambiente. A imagem ressalta a importância de ações comunitárias e do uso dos Postos de Entrega Voluntária (PEVs) para promover uma cidade mais limpa e sustentável."

O PSOL apresentou um projeto de lei que reformula a tabela do Imposto de Renda, expandindo a isenção para rendimentos de até R$ 5 mil e criando oito faixas de tributação, com alíquotas que chegam a 35% para rendas superiores a R$ 39,3 mil. A proposta, liderada pelos deputados Sâmia Bomfim (SP), Fernanda Melchionna (RS) e Glauber Braga (RJ), defende uma maior progressividade fiscal, argumentando que os mais ricos pagam proporcionalmente menos impostos que a classe média e os trabalhadores.

Impacto no bolso do contribuinte
Apesar da isenção para quem ganha até R$ 5 mil, a criação de novas faixas com alíquotas mais altas pode afetar profissionais de renda média e alta. Além disso, o partido propõe compensar a perda de arrecadação com a taxação de grandes fortunas e dividendos, medidas que, segundo críticos, podem desestimular investimentos e afetar a formalização de empregos. A falta de neutralidade tributária no projeto também preocupa especialistas, que apontam riscos de aumento indireto da carga fiscal sobre setores produtivos.

Cenário de ajuste fiscal e contradições
Enquanto o governo federal planeja ampliar a isenção do IR para R$ 5 mil e criar uma faixa intermediária com alívio tributário (entre R$ 5 mil e R$ 7 mil), o PSOL avança em uma agenda mais agressiva, vinculando sua proposta à taxação de patrimônios elevados. No entanto, a Câmara rejeitou recentemente a inclusão de um imposto sobre grandes fortunas acima de R$ 10 milhões, o que coloca em xeque a viabilidade do mecanismo de compensação sugerido pelo partido.

Críticas da direita e riscos para o INSS
Setores conservadores argumentam que a progressividade defendida pelo PSOL, se não acompanhada de reformas estruturais, pode pressionar ainda mais o sistema previdenciário. O pacote fiscal do governo, que inclui cortes em gastos sociais para equilibrar as contas, já prevê economia de R$ 327 bilhões até 2030, com impactos em programas como o Bolsa Família e o abono salarial. Críticos afirmam que a combinação de aumento de impostos e redução de benefícios sociais pode levar a uma maior informalidade, sobrecarregando o INSS com demandas não contributivas.

A proposta do PSOL reacende o debate sobre a equidade tributária, mas enfrenta resistências quanto à sua eficácia e aos riscos de asfixia econômica. Enquanto o partido defende a taxação de elites para financiar políticas redistributivas, analistas alertam para o efeito cascata de medidas que, sem um plano claro de crescimento, podem ampliar a carga sobre a classe média e os trabalhadores formais

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