O líder católico Frei Gilson, conhecido por suas transmissões ao vivo às 4h da madrugada durante a Quaresma, tornou-se centro de um debate polarizado entre setores religiosos e políticos. Enquanto reúne milhões de fiéis em orações, enfrenta acusações de alinhamento com a direita e críticas de setores progressistas, que questionam suas declarações e supostas conexões políticas.
Frei Gilson, membro da congregação Carmelitas Mensageiros do Espírito Santo, realiza transmissões diárias durante a Quaresma, período de penitência e reflexão que antecede a Páscoa. Suas lives, que incluem pregações, rezas e momentos de reflexão, já superaram 1,3 milhão de espectadores simultâneos, consolidando-o como um fenômeno de evangelização digital.
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O religioso é acusado por internautas de ter ligação com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de ser promovido pela produtora Brasil Paralelo, conhecida por conteúdos conservadores. Em uma live de março de 2025, viralizou um vídeo de 2021 em que ele pede a Nossa Senhora que “livre o Brasil do flagelo do comunismo”. A Polícia Federal incluiu seu nome em investigações relacionadas a tentativas de golpe, embora ele não seja investigado.
Em 2024, um vídeo antigo do frei viralizou no Dia Internacional da Mulher, no qual ele defendia a submissão feminina com base em trechos bíblicos, como o Livro de Efésios. A fala gerou reações de setores feministas e de esquerda, que o acusaram de promover visões retrógradas.
Parlamentares como Nikolas Ferreira (PL-MG), Chris Tonietto (PL-RJ) e Zoe Martínez (PL-SP) defenderam o religioso, classificando as críticas como ataques à liberdade religiosa. “A esquerda ama pagar de plural e diversa, mas não passam de militantes por conveniência”, afirmou Martínez. O ex-presidente Jair Bolsonaro também o apoiou publicamente, associando as críticas à “guerra cultural”.
Em março de 2025, Frei Gilson removeu 1,4 mil vídeos de seu canal no YouTube, alegando necessidade de “resguardar” sua imagem durante a Quaresma. A medida ocorreu após intensas críticas nas redes sociais, que o acusaram de “doutrinar católicos desavisados”.
A polêmica reflete tensões entre conservadorismo religioso e progressismo, com o frei tornando-se símbolo de resistência à “ideologia de gênero” e à “perseguição à fé”. Enquanto setores da esquerda o veem como um instrumento de mobilização política, a direita o defende como um guardião de valores tradicionais.
Principais declarações
“Segurança não é gasto, é investimento!” – Marta Costa (contexto anterior, mas ilustra tom conservador em políticas públicas).
“A esquerda tenta desacreditar qualquer voz que vá contra suas pautas” – Sanderson (PL-RS).
Dados relevantes
- 7,8 milhões de seguidores no Instagram.
- R$ 70 é o valor do ingresso para o evento “Desperta Brasil”, organizado pelo frei em Brasília.
- Brasil Paralelo nega vínculos contratuais com o religioso.
A controvérsia evidencia como figuras religiosas estão no centro de embates políticos no Brasil, misturando fé, ideologia e redes sociais.