Precisamos de consciência humana

Notícia publicada em: 20 de novembro de 2020

Precisamos de consciência humana
por Daniela Gonçalves
Desde que o mundo é mundo, o racismo velado ou não sempre andou lado a lado a sociedade. Estamos em 2020 e muitos dizem que o mundo evoluiu e se desenvolveu, mas infelizmente a cabeça de alguns ainda continua pequena e vazia. O dia 20 de novembro, celebrado o dia da consciência negra, marca e reforça mais uma forma de racismo. Não existe em nenhum lugar do universo, celebração para comemorar alguma outra etnia ou raça, porém para os pretos existe.

FOTO: JOÃO FELIPE SALGADO


No Brasil, o dia nacional da consciência negra, 20 de novembro, relembra a morte de Zumbi dos Palmares, último líder do quilombo dos Palmares, assassinado em 1695. Há décadas o mês de novembro tem se tornado referência para atividades que afirmam a negritude.
Na minha visão, como pessoa preta que sou, que vive no dia a dia o racismo, o preconceito, os olhares duvidosos, que medem sua capacidade ou competência pelo tom de pele, sabe que independente de qualquer manifestação de igualdade é mera balela.
O racismo só será exterminado, quando as pessoas de fato, olharem uma para as outras como seres humanos, sem a diferenciação do tom de pele, tipo de cabelo ou até mesmo cor dos olhos.
No Brasil 56,10% da população se declara pretas, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua do IBGE. Dos 209,2 milhões de habitantes do país, 19,2 milhões se assumem como pretos, enquanto 89,7 milhões se declaram pardos.
Para mudança e retirada desse rótulo de diferenciação é preciso que o próprio preto se assuma preto e que a sociedade busque a consciência humana, sem distinção de raça ou de cor.