O verão chegou mas fique atento aos perigos do mar

Notícia publicada em: 7 de janeiro de 2021

Você sabia que a grande maioria dos afogamentos em praia acontecem nas correntes de retorno?

Você já deve ter ouvido falar nas perigosas correntes de retorno. Se não ouviu, preste muita atenção. Elas são um dos maiores perigos para banhistas em todo mundo. Estas correntes são fluxos de água que saem das praias em direção ao mar, e aumentam de velocidade subitamente. Pior: elas geralmente se localizam entre ondas violentas e parecem uma parte calma do mar, o que pode seduzir banhistas inexperientes. Quem estiver dentro de uma e não souber o que fazer pode correr sério risco de vida.

Não há uma estatística que mostre quantas mortes no Brasil estão relacionadas a este fenômeno, mas casos também já foram registrados.

Quase metade de todos os resgates feitos por salva-vidas em praias oceânicas no mundo estão relacionados com correntes de retorno, de acordo com a USLA. Para se ter uma ideia, os tubarões tipicamente matam apenas cerca de seis pessoas por ano em todo o mundo.

Como elas funcionam
Uma percepção comum é que estas correntes puxam nadadores para debaixo d’água; na realidade, elas são correntes fortes e estreitas que fluem para longe da praia. As pessoas começam a afundar por causa do pânico, e sentem que a corrente está puxando-as para baixo
Sinais e características das correntes de retorno
Como reconhecê-las?

  1. Água marrom e descolorada, devido à agitação da areia do fundo, causada pelo retorno das águas;
  2. Água com tonalidade mais escura, devido à maior profundidade, sendo atrativas para banhistas desavisados;
  3. Água mais fria após a linha de arrebentação, significando o retorno de águas mais profundas;
  4. Ondas quebram com menor frequência ou nem chegam a quebrar, devido ao retorno das águas e à maior profundidade;
  5. Local onde ocorre a junção de duas ondas provindas de sentidos opostos;
FIQUE ATENTO AS PLACAS DE PERIGO

Obtenha ajuda de um salva-vidas.
Se um salva-vidas não estiver disponível, ligue para o número de emergência.
Não tente resgatar a pessoa, a menos que seja o último recurso e você tenha uma jangada, bodyboard ou colete salva-vidas com você. Se você chegar suficientemente perto da vítima, jogue para a pessoa um dispositivo flutuante como um colete salva-vidas ou tubo inflável.
Como escapar ?
Se cair em uma vala, não entre em pânico, nade diagonalmente no sentido da corrente até conseguir escapar. Um banhista cansado ou com habilidade limitada deve flutuar para dentro do mar, até a cabeça da vala, nadar paralelo a areia por 30 ou 40 metros e então prosseguir em um trajeto perpendicular à praia, pelo baixio (banco de areia), onde as ondas facilitarão a saída do mar (fluxo de água no sentido da areia). Nadadores fortes devem traçar um ângulo de 45 graus a favor da corrente lateral e nadar em direção à praia. Mesmo os melhores nadadores não devem nadar contra as correntes de retorno. Deve-se sempre observar as ondas, pois quando elas se rompem (quebram), formam espumas que não têm sustentação para permitir a flutuação. Se uma onda for “quebrar em sua cabeça” e não houver como escapar dela, encha os pulmões de ar, prenda a respiração, afunde, mantenha a calma e só tente subir após a forte turbulência ter passado.